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21 agosto 2009

Balanço da Eletrobrás

Atraso no balanço e perda bilionária pesam na ação da Eletrobrás
Por Graziella Valenti, Josette Goulart e Silvia Rosa, de São Paulo
Valor Econômico - 20/8/2009

O balanço do segundo trimestre da Eletrobrás, divulgado ontem, trouxe dúvidas extras à tradicional complexidade associada aos resultados da estatal.

Uma redução do "ativo regulatório" maior do que a esperada pelo mercado, que resultou num efeito negativo de R$ 1 bilhão, teve como resultado prático uma queda de 3,3% nas ações ordinárias da companhia num dia em que o Índice Bovespa subiu 0,7%.

O ajuste, lançado na receita da companhia, pesou na última linha do balanço da estatal, que teve prejuízo de R$ R$ 2,1 bilhões, ante lucro de R$ 142,8 milhões em igual intervalo de 2008.

As ações já tinham caído no fim da semana passada, com o atraso na divulgação do balanço [1]. O prazo legal para entrega dos números era dia 15.

De acordo com Astrogildo Quental, diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, o motivo da demora foram questionamentos do auditor independente, a PricewaterhouseCoopers (PwC), sobre uma disputa antiga entre a construtora Mendes Júnior e a Chesf, sua controlada.

"Eles [PwC] pediram uns dias a mais." A partir deste ano, todas as companhias controladas são auditadas pela mesma firma.

Mas o que deixou os analistas perplexos foi uma questão matemática. A companhia afirmou no balanço que o impacto negativo do ativo regulatório acumulado no semestre foi de R$ 2,4 bilhões. Porém, a soma dos montantes divulgados no primeiro e no segundo trimestre dá R$ 1,95 bilhão, deixando os analistas em busca dos quase R$ 500 milhões de diferença. A explicação não está claramente detalhada no comunicado sobre as demonstrações financeiras. [2]

A justificativa da perda também não é das mais fáceis, nem para os especialistas. De forma simplificada, trata-se da marcação a valor de mercado do crédito que a Eletrobrás possui pelo financiamento de Itaipu. Parte desse crédito, que é em dólar, é corrigido pela inflação americana. Como os indicadores para isso foram negativos nos últimos meses, por conta da recessão naquele país, o valor da correção desse crédito caiu.

Itaipu tem uma dívida de US$ 18 bilhões com o governo federal e com a Eletrobrás, que financiaram a construção da usina. Desse total, US$ 6 bilhões são compromissos da usina binacional com a estatal brasileira. Essa dívida era, até o fim de 2007, corrigida por juros da ordem de 7% ao ano mais os índices de inflação americana. Desde o ano passado, porém, foram retirados da correção da dívida de Itaipu os índices inflacionários dos Estados Unidos. Mas, para isso não afetar a Eletrobrás, esse crédito foi transformado numa conta chamada ativo regulatório, que vai direto para a tarifa de repasse da energia de Itaipu, separada da dívida.

Quando foi feita essa segregação, no fim de 2007, o valor do ativo regulatório era da ordem de R$ 4 bilhões. No fechamento de junho, esse total havia sido reduzido para R$ 2,7 bilhões, fruto da variação dos índices americanos.

Contudo, esse crédito será pago num prazo de 14 anos, até 2023. Portanto, trata-se do valor presente da expectativa desse ganho ao longo do tempo. Até sua efetiva concretização, tal impacto poderá não existir ou ser até mesmo positiva. "Num intervalo tão grande, inflação é sempre positiva. Não há recessão que dure tanto", ressaltou Quental, diretor financeiro e de relações com investidores da estatal.

Além do efeito sobre a correção pelos indicadores americanos, como o crédito é em dólar, o valor em reais também sofreu com a valorização da moeda nacional. No total, a empresa tem recebíveis de US$ 7 bilhões, e o efeito negativo da queda do dólar foi de R$ 2,9 bilhões no balanço trimestral.

Quanto à diferença do ativo regulatório entre o acumulado no semestre e a soma dos valores divulgados para o primeiro e segundo trimestres, a explicação é que o conceito inclui a recomposição da tarifa emergencial, herança ainda da época do apagão e isso não foi detalhado no texto.

Mas não foi só a comunicação que trouxe insatisfação no balanço do segundo trimestre. Além da variação cambial, a queda na demanda por energia, em função do desaquecimento da economia doméstica, também afetou o resultado das empresas controladas. "A geração de caixa também foi muito fraca, em função da queda do consumo de energia, principalmente no setor industrial", afirmou Rosângela Ribeiro, analista da SLW Corretora.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) somou R$ 1,1 bilhão de abril a junho, 13,8% menor do que de igual intervalo do ano passado. "O resultado geral foi muito fraco, com custos superiores ao esperado e a linha de resultado final prejudicada pelo câmbio", escreveu Renato Pinto, analista da Fator Corretora.

Apesar do desaquecimento dos números trimestrais, a Eletrobrás encerrou junho com uma posição de caixa de R$ 12 bilhões, ante R$ 8,7 bilhões um ano antes. Para Pinto, da Fator, esse montante dá mostras de que ela teria condições de pagar os bilionários dividendos em atraso. Contudo, o tem não anima os analistas. "A questão fica cada vez mais distante de uma conclusão em 2009, o que poderá agravar ainda mais a performance das ações", destaca Rafael Quintanilha, da Brascan Corretora.

O balanço trouxe ainda uma ressalva do auditor quanto aos créditos tributários de R$ 1,3 bilhão que a estatal tem, por conta da compra de energia aquisição por suas empresas controladas do segmento de distribuição situadas na região Norte. A auditoria destaca que a companhia não apresentou estudo sobre as condições e o tempo de realização desses créditos, o que, na prática, dificultou a averiguação da necessidade de ajuste sobre esse montante.

A ausência do estudo deve-se à expectativa de que o tema seja tratado na Medida Provisória 466, que irá alterar a conta de consumo de combustíveis. A expectativa de Quental é que fique mais claro para as companhias a validade, no tempo, de tais créditos, garantindo sua utilização.


[1] Desconfiado, o mercado puniu antecipadamente a empresa. Onde há fumaça, há fogo.
[2] Esta imprecisão e a complexidade da empresa gera mais desconfiança.

Importância da Matemática

Suponha que uma amiga da leitora receba o resultado de uma mamografia anexada a um terrível diagnóstico: um pequeno ponto na imagem indica a presença de um tumor. Quase que como uma confirmação do destino anunciado, o médico ainda diz que a margem de erro do exame é de aproximadamente 10%*.

A paciente conclui, então, que há 90% de chances de ela ter câncer de mama - convicção que não é desmentida pelo médico. Simplesmente porque ele não sabe.

Mas Mlodinow explica brilhantemente porque tanto a paciente quanto o médico estão errados. E embora a primeira não tenha obrigação de saber os motivos, o segundo certamente tem. A razão está na lógica bayesiana - um conceito de simples exemplificação, como veremos a seguir. (...)

Por que seu médico precisa ser bom em matemática?

Emprego de Contador

CONTADORRES TEM DE SE ADAPTAR A NORMAS CONTABEIS INTERNACIONAIS

Sai na frente quem é especialista em elaborar balanços no novo padrão

Lilian Primi
A carreira de contabilidade passa por uma grande transformação, com a publicação da Lei 11.638/07, que ira adequar as praticas contábeis brasileiras as internacionais. “É um marco na carreira”, diz a especialista em Auditoria e Contabilidade Internacional, Carla Bellangero. “Hoje o contador não é só aquele funcionário que anota mecanicamente os registros da empresa. Isso o computador faz. Ele deve ajudar o empresário na tomada de decisão”, completa o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP), Sergio Prado de Mello

Demanda Especifica
A adequação proposta pela lei e uma forma de facilitar os investimentos estrangeiros no País, que crescem nos últimos anos. E cria uma demanda especifica em um mercado de trabalho já bastante aquecido. “A procura por profissional treinado nas praticas internacionais é muito grande. Dificilmente uma pessoa com esse perfil ficará desempregada”, avisa Mello.

O CRC-SP vai promover uma atualizado sobre o assunto durante a 21a. convenção dos contabilistas do Estado de São Paulo, de 19 a 21 de agosto, no Anhembi. “esperamos reunir 2.500 contabilistas para discutir principalmente Contabilidade Publica; Internacional; Ambiental e a voltada ao Terceiro Setor. Todas com amplo campo e grande oferta de vagas” diz Mello.

Para ser contador, a pessoa pode fazer um curso técnica ou superior em ciências contábeis. “As boas perspectivas do mercado fizeram o curso superior ser um dos mais procurados”, diz Mello. O salário inicial de um profissional de nível técnico é de R$1.200 e para nível superior, R$2.500. “O técnico em contabilidade pode perfeitamente alcançar postos elevados na carreira. Ele só não pode fazer auditorias, pericias ou revisões”, explica o presidente do CRC.

A maior parte dos mais de 400 mil contabilistas brasileiros esta empregada nos escritórios de contabilidade, que somam hoje 69.779 organizações ativas. A indústria também é grande empregador. Segundo Mello, a área contábil é uma das que mais abrem vagas no mercado de trabalho. “Os empresários precisam de profissionais que possam fornecer elementos e relatórios que os ajudem a atravessar os momentos de turbulência e a criar melhores alternativas para a organização”.

Pesquisa
A pesquisa mensal da empresa Ricardo Xavier Recursos Humanos aponta que as carreiras relacionadas à administração e finanças seguem em alta há 18 meses. Os contabilistas aparecem com a terceira profissão mais procurada, perdendo apenas para engenheiros e administradores. Na Catho Online são oferecidas 4797 vagas de estagio de nível superior e 74 colocações para trainess.

A demanda provocada pela Lei 11638 antecipou ainda o inicio das “big four”, campanha de seleção de trainees. O objetivo é prepará-los para o numero crescente de projetos e para a Contabilidade Internacional. Mello destaca que o profissional contábil pode escolher entre mais de 30 especializações.

Atualmente, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) mantém 4.244 estudantes de nível superior em programas de estagio nesse segmento e 266 alunos de nível técnico, em todo o Brasil. No momento, estão abertas 243 vagas (nível superior) no Pais, 53 delas na cidade de São Paulo. E 15 vagas para Técnicos em Contabilidade, três na capital paulista.


Estado de S Paulo, 16 de Agosto de 2009, Ce2 Empregos

Há cinco anos

Há cinco anos, a empresa Google fez uma oferta pública de ações. Em 19 de agosto de 2004 a empresa era negociada pela primeira vez na Nasdaq.

O preço inicial foi de 85 dólares cada ação. Era considerado um preço elevado naquele momento. Em 2007 a ação chegou a 600 dólares, mas fechou recentemente perto da casa dos 450 dólares.

Mais sobre a data, aqui

Insolvência e ações

Quando Secker comparou empresas com escore Z [indicador de insolvência de Altman] com o movimento de preço [das ações] ele descobriu que empresas com fraco desempenho no seu balanço patrimonial tiveram desempenho ruim em dois terços do tempo.

The A-Z of value investing through a recession - Patrick Mathurin - 15/8/2009 - Financial Times - London Ed1 - 08

20 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Evolução - Fonte: Aqui

Homem x mulher

Dois textos discutem a diferença entre o homem e a mulher no mundo dos negócios. Frederick Lim, em Do men and women invest differently? ; Women tend to be more conservative, say experts publicado em 14 de agosto de 2009, no jornal Today, de Cingapura, afirma que a personalidade é diferente e que isto se reflete em como eles investem o dinheiro.

Citando uma funcionária do Prudential, Tricia Tan, o texto afirma que geralmente a mulher é mais conservadora quando comparada ao homem. Para Tan, uma mulher casada foca na proteção da renda da familia e dos dependentes.

Goh, da Providend, lembra que as mulheres tendem um grande volume de dinheiro em depósitos fixos. E o conservadorismo decorre dos fatores da personalidade.
Uma pesquisa em Cingapura constatou que 30% dos homens investem em ativos de maior risco, comparado com 10% das mulheres. Uma possível explicação por esta atração pelo risco refere-se a confiança maior dos homens.

O segundo texto, publicado no blog Stumbling and Mumbling (Gender & decision-making ) é mais abrangente e aponta diversos resultados de pesquisas:

a) as mulheres são mais generosas com estranhos, principalmente quando estão em grupos onde são maioria. Mas grupos só de mulheres são menos generosas que grupos com maioria de mulheres;

b) as mulheres são piores em negociaçaõ que os homens, especialmente quando a situação não é muito clara;

c) as mulheres têm um desempenho pior sob pressão. O exemplo clássico são as mulheres tenistas, que tem mais probabilidade de erros não forçados em momentos cruciais do jogo;

d) os homens são mais confiantes que mulheres. Mas apesar de negociarem mais ações que as mulheres, eles tem uma rentabilidade menor;

e) as mulheres são mais avessas ao risco.

As diferenças são suficientes para que, numa pesquisa na area de investimento, seja necessário verificar o gênero do respondente.

Fila

Como melhorar a fila do supermercado
Carl Bialik, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 20/8/2009

Na evolução das técnicas para acelerar a passagem dos fregueses pelo caixa, a maioria dos supermercados ainda está no fim da fila.

Mesmo se os consumidores passam relativamente pouco tempo na fila, uma espera que considerem longa demais, ou injusta, pode reduzir a chance de futuras compras. Para evitar isso, alguns varejistas e restaurantes de comida rápida dos Estados Unidos passaram a imitar os bancos e aeroportos, encaminhando os fregueses para uma fila única. Outros varejistas estão experimentando avanços tecnológicos para melhorar a situação, dando aos clientes informações atualizadas sobre o tempo de espera previsto, ou distrações agradáveis.

Mas o objetivo básico não é uma redução do tempo de espera. A maneira mais simples de reduzir a espera é também a mais cara: acrescentar funcionários. E pesquisas mostram que as pessoas têm relógios internos imprecisos, de modo que as empresas acreditam não haver muito benefício em encurtar as filas.

Em vez disso, elas preferem apelar para o senso de justiça dos clientes, garantindo que ninguém seja atendido depois de outra pessoa que chegou mais tarde. E tentando melhorar um pouco a experiência da espera. Tais medidas podem exercer grande efeito na percepção que o cliente tem do tempo de espera, demonstrando que, quando se trata de atendimento ao público, a psicologia é mais importante do que a matemática.

A maioria das pessoas que compra leite e ovos ainda tem de fazer contas mentais para escolher a fila mais rápida, e muitas vezes enfrenta o desprazer de ver a outra fila avançar mais rápido.

Não que a fila ocupe tanto tempo das pessoas quanto elas pensam. Numa pesquisa do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, por exemplo, as pessoas foram solicitadas a relembrar o tempo que passaram esperando em filas ao fazer compras. Tão poucos mencionaram essa atividade que ela não foi incluída como tendo importância estatística.No entanto, uma única espera longa ou frustrante pode deixar uma impressão duradoura.

O tempo na fila está longe de ser o único fator que define a satisfação. O cliente quer ser tratado de maneira justa. Muitos estudos já mostraram a grande frustração que o consumidor sente ao ver outras pessoas atendidas mais rápido. Segundo Richard Larson, professor de sistemas de engenharia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, os estudos mostram que os clientes se dispõem a esperar até o dobro do tempo para evitar esse tipo de injustiça.

Até o aroma pode fazer diferença. Um estudo australiano de 2002 mostrou que o aroma de lavanda emitido nas áreas de espera em uma agência do equivalente ao Detran do país melhorou a avaliação do atendimento por parte de 200 clientes, diminuindo sua ira por ter de esperar mais de dez minutos, em comparação com outros 200 clientes não expostos ao aroma.

Muitos supermercados tentam resolver a insatisfação com caixas expressos para compradores com poucos itens, para que não precisem esperar as transações demoradas. Mas Lee Holman, principal analista de varejo da IHL Group, observa que dessa forma os supermercados estão tratando seus melhores clientes da pior maneira. É uma medida arriscada em um setor cuja margem de lucro foi um minúsculo 1,8% em 2007-2008, segundo o Instituto de Comercialização de Alimentos — e note-se que esse foi seu segundo mais alto nível de lucratividade nos últimos 25 anos. (Essas margens ajudam a explicar porque os supermercados podem resistir tanto a investir em processos de reengenharia, ou arriscar- se a perder as compras por impulso possibilitadas pelas gôndolas próximas dos caixas.)

Alguns supermercados tornaram suas filas mais justas. Em Nova York, as cadeias Whole Foods Market e Trader's Joe, especializadas em alimentos orgânicos, instituíram a fila única. Uma das lojas do Trader Joe's divide a fila em duas, uma para poucos itens e outra aberta para qualquer freguês. Em determinadas horas as filas são atendidas de maneira alternada, diminuindo o tempo de espera dos clientes com as maiores compras.Quase metade dos supermercados tem alguma forma de caixa automático, segundo Holman. Mas há poucos sistemas desse tipo em relação às tradicionais caixas registradoras, e muitas vezes as filas não avançam depressa devido à falta de familiaridade dos clientes com os escaneadores de códigos de barras. A maioria das empresas de supermercados, porém, age como a Publix Super Markets Inc., do sul do país, que mantém uma fila separada para cada caixa. "Muita gente espera em determinada fila só para ser atendida pelo seu funcionário preferido", diz uma porta voz da Publix.

Mais sobre valor justo

Cuando los genios se vuelven sabios
Reuters - Noticias Latinoamericanas - 19/8/2009
Rolfe Winkler, columnista de Reuters

NUEVA YORK, ago 19 (Reuters) - Los creadores del desastre del fondo de cobertura Long-Term Capital Management (LTCM), a fines de la década de 1990, ahora quieren que los bancos se tomen en serio un recorte de su apalancamiento, usando una contabilidad de valor justo en una mayor variedad de activos.

Robert Merton, ganador de un premio Nobel de Economía, escribió en un texto firmado con otros dos colegas el martes en el diario Financial Times, que bancos, supervisores y legisladores están conspirando para ocultar los bajos precios de los activos de los bancos para evitar lidiar con las consecuencias de la insolvencia.

Merton quiere un uso más amplio de la contabilidad de los activos a valor justo, para forzar a los bancos a que confiesen sus pérdidas y junten más capital.

En una entrevista a radio Bloomberg, Myron Scholes, quien recibió el premio con Merton y fue su socio por mucho tiempo, estuvo de acuerdo.

Es refrescante un reconocimiento honesto de la enfermedad que todavía infecta al sistema financiero, el apalancamiento, por parte de dos destacados economistas que aprendieron a los golpes que el apalancamiento mata.

Ultimamente es de rigor decir que lo peor de la recesión ha pasado y que estamos camino a la "recuperación". No hay que preocuparse de que los grandes bancos sigan siendo insolventes.

Si se quitan las garantías del Gobierno, que les brindan financiamiento barato y protegen el valor de sus activos, muchos estarían al borde del colapso.

Como ya argumenté a principios de esta semana, la caída de los precios en los bienes raíces implica pérdidas inmensas para las carteras de préstamos bancarios, pérdidas que podrían borrar de un plumazo lo que queda de su escaso capital.

El lunes tuvimos otro recordatorio de cómo podrían ser las pérdidas. BB&T informó que ajustó en un 37 por ciento el valor de los préstamos que adquirió del quebrado prestamista Colonial Bank.

Una tasa de pérdida la mitad de grande, si se aplica a Citigroup , Bank of America y Wells Fargo , les arrebataría lo que les queda de capital.

En otras palabras, a pesar de los recientes aumentos de capital, su apalancamiento sigue siendo demasiado alto.

Merton y Scholes conocen el riesgo del apalancamiento. Su fondo de cobertura, Long Term Capital Management, estaba apalancado 25 a 1 antes de las pérdidas que aniquilaron su capital, llevando el apalancamiento a 100 a 1.

En esa ocasión, fue necesario el auxilio de firmas de Wall Street para compensar el déficit de capital de LTCM y prevenir un colapso sistémico.

Incluso después de las pruebas de tensión a la banca, los grandes prestamistas aún están apalancados más de 20 a 1. Mucho más cuando se consideran las pérdidas que están escondiendo y los activos fuera del balance que no han reconocido.

El Consejo de Normas Contables Financieras de Estados Unidos (FASB) ya les ha ordenado que reconozcan activos fuera del balance a partir del año próximo y las propuestas de valor justo, de ser aprobadas, llegarían al año siguiente.

No será fácil ponerlo en práctica, es verdad. Las estimaciones del valor justo existentes en los bancos son altamente cuestionables.

No está claro que supuestos están usando en los modelos internos para llegar a los valores. Por eso es que Merton sostiene que las estimaciones deberían ser "validadas en forma independiente por auditores externos".

Si eso es costoso o difícil, ese debe ser el precio que los bancos paguen por invertir en activos difíciles de valorar.

Una crítica legítima a la contabilidad del valor justo es que es procíclica. Valorar los activos a precios de mercado puede inflar el capital cuando los mercados suben y desinflarlos cuando bajan, excerbando las oscilaciones.

Pero eso no ocurre si las autoridades responden dinámicamente a las condiciones de mercado. A medida que se inflan las burbujas, las autoridades deberían incrementar los requisitos de capital para que el apalancamiento no se salga de las manos. De ese modo, cuando los mercados caígan los bancos estarán bien capitalizados.

Desafortunadamente, los reguladores no tienen la flexibilidad para ser indulgentes en este momento. Los bancos no acumularon reservas durante los años de prosperidad, así que las autoridades deben forzarlos a que lo hagan durante la escasez.

La primera medida para resolver un problema es admitirlo. La contabilidad del valor justo obligaría a los bancos a reconocer que todavía tienen un problema de apalancamiento y, con suerte, inspiraría a las autoridades a aumentar los requisitos de capital.

Teste #134

Em 2008 e 2009 um contador foi destaque nos jornais esportivos europeus. Trata-se de:

a) Alberto Contador, vencedor da Volta da França de ciclismo

b) Harry Gregg, goleiro da seleção da Irlanda e jogador do Manchester, que tornou-se contador após despedida dos gramados

c) Thomas Taylor, presidente da Comissão de Doping de Atletismo, também contador britânico

Resposta do Anterior: o livro de Garrison, Noreen e Brewer é o mais vendido

TCU investiga empréstimo

TCU quer verificar os critérios do BB e se as condições do empréstimo seguiram os padrões de mercado

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação sobre o empréstimo de R$ 4,3 bilhões concedido pelo Banco do Brasil à Oi, no ano passado, para que a operadora pudesse comprar a Brasil Telecom. Os técnicos têm três semanas para apresentar um relatório, que será votado pelos ministros do TCU no fim de setembro.

O empréstimo à Oi foi o maior já feito pelo BB a uma empresa privada. O TCU quer verificar se as condições oferecidas - que prevê o pagamento em sete prestações, a partir de maio de 2010, e um prazo de oito anos - seguem os padrões de mercado. O Tribunal pode pedir a anulação do crédito se constatar irregularidades ou falta de padrão. Mas se isso ocorrer, o mais provável é que o TCU exija garantias adicionais à Oi.

TCU investiga empréstimo do BB à Oi
Juliano Basile, de Brasília - Valor Econômico

Honestidade

Centenas de carteiras foram deixadas nas ruas de Edinburgo, cidade da Grã-Bretanha. Destas, 240 foram devolvidas. Mas existe um aspecto interessante. Quando os pesquisadores inseriram fotografias mostrando um bebê sorrindo, um cachorrinho bonitinho, uma família feliz ou um casal de velhos o resultado mudou.
Quando a carteira tinha um bebê era mais provável receber a carteira de volta (88%). O animal de estimação, a família e o casal de velhinhos tiveram retornos de 53%, 48% e 28%, nesta ordem. Uma carteira com um cartão de uma entidade de caridade e uma carteira sem nenhum objeto diferenciado tiveram uma taxa de retorno de 20% e 15%.

Fonte: aqui

Elogio

(...) De acordo com os psicológos que trabalham na área, isto é conhecido como "identidade proeminente". Basicamente, é uma forma sofisticada de dizer que você tem mais probabilidade de efetuar mudanças nas pessoas através de elogios que elas são boas, do que lembrando que são ruins. (...)
TRY A PAT ON THE BACK- 10/8/2009 - The Press (Christchurch) - p. 8


Texto que discute o fato dos neo-zelandeses serem pessoas que tomam boas decisões financeiras

Previsão dos analistas

Analistas erraram demais
Lynn Thomasson e Adria Cimino
Da Bloomberg News

Qualquer investidor que tenha seguido as orientações dos analistas de Wall Street em março registrou apenas prejuízos depois da alta da bolsa norte-americana nos meses seguintes, a maior das últimas sete décadas.

(...) As recomendações não se mostraram corretas porque as empresas com os piores lucros encabeçaram a alta de 45% registrada pelo índice Standard & Poor"s 500 desde sua queda para o menor patamar de 12 anos, ocorrida cinco meses atrás. Os bancos de investimentos e corretoras que não conseguiram prever que os papéis mais duramente prejudicados no ano passado seriam os de recuperação mais rápida orientaram os aplicadores para papéis de laboratórios farmacêuticos e de empresas de produtos energéticos, cujo desempenho foi 22 pontos percentuais inferior ao do Índice MSCI Mundial.

"Os analistas se aferram aos fundamentos econômicos", disse Romain Boscher, diretor de transações da Groupama Asset Management, de Paris. "Esta é uma alta de sentimento. Os analistas estavam na defensiva. Houve um ponto de inflexão e eles não viram." (...)

Jornal do Commercio - 19/8/2009

Fraude Contábil

Detonar a própria empresa é elevada à categoria de arte
Por Jonathan Weil, Bloomberg, de Nova York

Podemos tirar o auditor da Arthur Andersen. Não podemos tirar a Arthur Andersen do auditor.

Quase nem seria justo afirmar que deveríamos saber que a Huron Consulting Group, com matriz em Chicago, estava destinada a implodir. É tentador dizê-lo, porém.
A Huron foi fundada por cerca de 20 sócios da Arthur Andersen em março de 2002, mesmo mês em que a agora finada firma de contabilidade foi indiciada como parte da investigação do governo dos EUA em torno da Enron, a falida empresa de energia. Por sete anos, a Huron assessorou outras companhias sobre formas de lidar com complexas questões e investigações contábeis.

Atualmente, a Huron é mais bem conhecida como a operação de contabilidade forense que não conseguiu manter os seus próprios livros em ordem e que, nesse processo, detonou o seu modelo de negócios.

Em 31 de julho, depois do fechamento dos mercados acionários, quando os operadores começavam a ir para suas casas para o fim de semana, a Huron revelou que deverá reapresentar as suas demonstrações financeiras desde 2006, para corrigir erros sobre a forma como a firma reportou despesas com remuneração de empregados. A medida reduzirá drasticamente o seu lucro líquido para o período, em US$ 57 milhões, ou quase metade dos US$ 120 milhões que a Huron havia apresentado antes.

As consequências foram imediatas. O presidente do conselho de administração e executivo-chefe, o ex-sócio da Andersen Gary Holdren, renunciou, sem receber indenização. A Huron disse que seu diretor financeiro e seu diretor de contabilidade estavam deixando a firma, também sem verbas rescisórias. O órgão regulador (SEC) abriu sindicância. O papel da Huron despencou, em queda de 69%, na reabertura dos negócios, em 3 de agosto, eliminando US$ 660 milhões do valor de mercado da companhia. A maldição da Andersen, que não conseguiu deter as fraudes na Enron e na companhia de telefonia de longa distância WorldCom, subsiste.

Não se tem notícia de um fiasco contábil tão repleto de ironias desde que a firma especializada em declarações de imposto de renda H&R Block precisou refazer os seus demonstrativos financeiros em 2006 para corrigir erros cometidos na sua contabilidade para impostos.

Quanto à mera destruição de marca, a revisão da Huron promete ser muito pior. Recordemos o que aconteceu com a carreira do ator "Pee Wee Herman" Paul Reubens, depois de ter sido preso por "exposição indecente" num cinema para adultos em 1991, e teremos uma ideia da escala em que o escândalo da Huron ainda poderá se tornar prejudicial.

A Huron havia construído uma reputação de "Mestre Resolvedor" para companhias envolvidas em apuros contábeis. No seu site na internet, a firma diz que seus profissionais "possuem as qualificações e a experiência necessárias para ajudá-los a solucionar a sua questão contábil, a capacidade de explicar as informações de forma clara e sucinta, e a habilidade de ajudá-los a aplicar a informação na prática". Seus clientes ao longo dos anos incluíram a Fannie Mae, Nortel Networks e Tenet Healthcare.

As demonstrações errôneas se concentraram em quatro companhias que a firma comprou entre 2005 e 2007. A Huron disse que os donos anteriores das companhias redistribuíram parte do produto da venda de forma que não era compatível com seus percentuais de titularidade. Em alguns casos, eles usaram o valor da venda para remunerar empregados nas empresas que haviam vendido, como uma recompensa por continuar trabalhando na Huron ou por atingir metas pessoais de desempenho.

Pelas normas contábeis, a Huron deveria ter informado os pagamentos dos proprietários anteriores como despesas com remuneração, pois as "ações dos detentores de interesse econômico numa companhia podem ser imputadas à própria companhia", conforme explicou a Huron.

A Huron omitiu isso. A companhia disse que a revisão das demonstrações deverá reduzir o seu lucro líquido para 2008 em 76%, para US$ 10 milhões.

A Huron espera identificar "uma ou mais deficiências relevantes" nos seus "controles internos sobre relatórios financeiros" como resultado das constatações. Ela disse que a SEC também está apurando para determinar se as práticas de reconhecimento de receitas são apropriadas. Se você fosse um membro do conselho de administração de uma companhia que estivesse à busca de consultoria contábil ou gerencial, estaria em graves apuros para justificar a contratação da Huron neste momento.

A tarefa de liderar a Huron agora recai sobre dois outros veteranos da Andersen: George Massaro, novo presidente do conselho de administração, e James Roth, um fundador da companhia, que foi nomeado executivo-chefe. Massaro atuou como o homem na linha de frente no caso do relatório investigativo de 2006 para a Fannie Mae, que concluiu, entre outras coisas, que "os sistemas contábeis da Fannie eram inteiramente inadequados".

Uma reviravolta nessas circunstâncias pode ser uma expectativa exagerada demais, especialmente numa companhia tão alavancada. Em 31 de março, a Huron possuía empréstimos de longo prazo de US$ 321,5 milhões, uma quantia quase equivalente ao seu patrimônio líquido, de US$ 337,5 milhões. Se por um lado bastam apenas dois minutos para destruir uma reputação, a dívida, por sua vez, não é tão facilmente dispensada.

Uma providência que a Huron tomou acertadamente anos atrás foi a divulgação do fator de risco, que incluiu no folheto informativo de outubro de 2004 para o seu primeiro lançamento de ações.

"Nossa capacidade de manter e atrair novas empresas depende da nossa reputação, da reputação profissional dos nossos consultores e da qualidade dos nossos serviços", disse o folheto. "Qualquer fator que reduzir a nossa reputação ou a dos nossos consultores ou que questionar a qualidade dos nossos serviços poderá dificultar sobremaneira a nossa capacidade de atrair novos compromissos e clientes."
Exatamente em que medida isso poderá dificultar, a Huron está prestes a descobrir. (Tradução de Robert Bánvölgyi)
(Jonathan Weil é colunista da Bloomberg. O texto reflete apenas as suas opiniões)

Publicado no Valor Econômico 19/8/2009. Grifo do blog.

Publicado em Análise de Balanços

19 agosto 2009

Rir é o melhor remédio

A Semana:


Fonte: Toonpool.com

Avaliação por índices

Uma das formas usuais de fazer a avaliação de uma empresa é através dos índices (ou múltiplos). Esta é a forma mais usual para avaliar pequenos negócios, onde a aplicação do fluxo de caixa descontado esbarra na sua complexidade.

Mas mesmo grandes empresas são avaliadas por esta técnica. Utiliza-se muito a relação entre valor e número de clientes nas empresas de comunicações. Estabelecendo, por exemplo, um valor de R$150 por cliente, basta verificar quantos clientes a empresa que está sendo negociada possui e fazer o cálculo do seu valor.

A principal atratividade do índice é sua simplicidade. Conhecendo seu valor, basta proceder uma operação aritmética. Assim, uma farmácia é comercializada como três vezes a receita, mais estoques, menos dívidas. O que o comprador tem que fazer é verificar o valor da receita, contar os estoques e acertar que todas as dívidas anteriores à data de negociação sejam de responsabilidade do vendedor.

O índice de cada setor surge dos "usos e costumes". Geralmente o volume de negócios de compra e venda de empresa faz com que se estabeleça este índice. Assim, o índice de três vezes a receita para uma farmácia é decorrente de uma prática estabelecida no setor. Multiplicar pela receita permite que o valor do ponto comercial seja considerado na mensuração da empresa. O outro grande ativo da farmácia, os seus estoques, também são considerados, líquidos das dívidas com os fornecedores.

Devemos aqui lembrar que uma regra prática, estabelecida pelo tempo, passou pelo teste do mercado. Se a regra dos três vezes a receita não fosse adequada, ela seria ajustada. Com efeito, logo após o Plano Collor, quando poucas pessoas possuiam dinheiro vivo para comprar pequenos negócios, a regra sofreu alterações, permitindo que o comprador parcelasse o valor da compra ou reduzindo o multiplicador para 2,5.

O atrativo da simplicidade e o teste do tempo (ou do mercado) não impede que o índice possua problemas. O primeiro deles é estabelecer este índice. Nem sempre um setor possui um índice tradicionalmente aceito. Geralmente os pequenos comércios possuem esta regra simples; mas grandes empresas ou setores com características específicas (oligopólios, por exemplo) provavelmente não deve ter este índice.

Outro problema é sua suposição. A simplicidade reduz um processo complexo de avaliação em poucas contas - o que é bom; mas deixa de fora variáveis que pode ser relevante. Voltemos ao caso da farmácia. Usar a regra estabelecida deixa de contemplar a importância do dono em atrair a freguesia, por exemplo. O mesmo ocorre quando usamos o P/L para comprar ações - e este é um exemplo de índice usado no processo de avaliação.

Um terceiro problema dos índices diz respeito a reversão a média. Este conceito diz que o desempenho de uma empresa irá voltar a sua média histórica depois de um período de baixa ou de alta. Se o valor do P/L histórico é de 10 e hoje seu valor é de 8, isto significa que a ação está com preço baixo. Mas se isto for verdade, o mercado como um todo reconheceria. Assim, usar a avaliação por índice pode conduzir a um problema de lógica.

Para um exemplo de uso de índice numa empresa grande, a Coca-Cola, leia esta postagem do Seeking Alpha.

Teste #133

No teste #131 comentamos sobre o livro mais vendido na Amazon. O segundo lugar na lista de contabilidade é um livro na área gerencial/custo. Este livro é:


a) Ray Garrison, Eric Noreen e Peter Brewer

b) Charles T. Horngren , George Foster, Srikant M. Datar, Madhav Rajan & Chris Ittner

c) Joe Ben Hoyle, Thomas Schaefer e Timothy Doupnik

Resposta do Anterior: b. Segundo a Dow Jones, 407 textos tinham o termo Contador

Teoria dos Jogos na Prática

Uma situação prática na área tributária lembra uma situação clássica da Teoria dos Jogos. Segundo Tax-Cheat Showdown: Fess Up Or Stay Quiet?, Laura Saunder, 14/8/2009,
The Wall Street Journal, C1, a Receita Federal dos EUA (Internal Revenue Service) convidou 52 mil correntistas do banco UBS AG para conversar. O banco suiço, que possui uma filial nos EUA, desenvolveu um esquema para fraudar o fisco dos EUA e foi pressionado a entregar informações sobre estas operações.

O correntista está diante do seguinte dilema: confessa a evasão de impostos e paga uma bela multa ou fica quieto, acreditando que não será descoberto. Mas o risco será maior, que inclui um pesada multa e possibilidade de prisão, se for descoberto.

Isto lembra o conhecido Dilema do Prisioneiro.

O primeiro mago

Contabilidad para no especialistas
Diario Financiero - 19/8/2009

Hace poco más de quinientos años que se escribió el primer texto de contabilidad. El inicio de la literatura contable queda...

Dante Santoni

Hace poco más de quinientos años que se escribió el primer texto de contabilidad. El inicio de la literatura contable queda circunscrito a la obra del franciscano Fray Luca Paccioli de fines del año 1494 titulado “La Summa de Arithmética, Geometría Proportioni et Proportionalitá”, lo que le ha valido ser considerado el padre de la contabilidad actual.

Posiblemente, la falta de difusión del proceso contable presentado escrito por Paccioli se debió a que en su época las técnicas contables eran consideradas secreto de oficio muy bien guardado por aquellos que las dominaban, monopolizando así su empleo y encareciendo el valor del conocimiento de este oficio.

Paccioli habría sido, por tanto, el primero que se atrevió a romper un secreto gremial celosamente guardado en Venecia y sus alrededores.

Uno de los capítulos del libro mencionado, presenta por primera vez, de un modo sistemático, el concepto de partida doble, los de debe y haber, conceptos que rápidamente se difundieron por toda Europa con el nombre de “método veneciano” porque era usado principalmente por los comerciantes venecianos en sus transacciones.

La partida doble, es expresada literalmente como “No hay deudor sin acreedor ni acreedor sin deudor” y definida en la ecuación matemática:

Activo = Pasivo + Capital,

La parte izquierda de la ecuación representa los recursos que tiene la empresa denominada Activo y la parte derecha los acreedores de estos bienes, que si son terceros ajenos a la empresa los llama Pasivo y si es el dueño lo denomina Capital.

Con esta ecuación matemática, Paccioli logra además identificar a la empresa como un ente independiente del dueño, convirtiéndolo en acreedor sólo por una parte de los bienes que tiene la empresa.

Poner a disposición de los empresarios esta ecuación matemática es lo que permite que hoy la contabilidad sea un modelo económico, que permite el análisis financieros a partir del conjunto de índices financieros que se logran de la descomposición armónica de esta ecuación base.

En esta parte de las definiciones, Paccioli puso al servicio de la comunidad su notable conocimiento matemático y fue muy claro. No obstante, en las reglas de la partida doble y específicamente en definiciones de debe y haber, no fue lo suficientemente claro, señalando:

Toda persona que me debe se anota en la parte del débito.

Toda persona que yo le debo se anota en la parte del haber.

Todas las pérdidas son anotadas en la parte del débito.

Los libros de la época, al igual que los de hoy tienen dos partes, una izquierda y otra derecha. A la izquierda le llamo “debe” y a la izquierda “haber”, pudiendo haberlas llamado simplemente izquierda y derecha evitando la confusión de los principiantes de contabilidad y de muchas personas que le dan al debe y al haber connotaciones que simplemente no tienen, ni jamás ha tenido.

Lo que no se sabía hasta hace un par de años y que puede haber sido la causa de lo anterior, es que Fray lucas Paccioli fue el autor del texto de magia más antiguo del mundo, escrito en italiano entre 1496 y 1508, almacenado durante 500 años en la Universidad de Bolonia, que contiene las primeras referencias a los juegos de naipes, instrucciones para efectuar malabares, tragar fuego, introducir las manos en plomo fundido y otras curiosidades de cómo hacer magia.

Paccioli puso al descubierto, en esta oportunidad, un conjunto de secretos de los magos de la época.

Es posible que con sus definiciones de debe y haber nos haya querido enseñar como matemático y confundir como un buen mago.


Grifo do blog.