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16 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


Trânsito em Londres

Links

1) Sobre a reação do Iasb a crítica

2) Abertura de seleção do mestrado e doutorado em contábeis

3) Igualdade racial no Brasil será alcançada em 2029, segundo o Ipea

4) Nem todos gostaram do Nobel para Krugman

5) O que fazer com executivos que fizeram fortuna antes da empresa falir?

6) O Brasil e a crise, segundo o Financial Times

7) Pressão política faz o Iasb mudar

Pressão a favor

David Katz, em Don't Suspend Fair Value, Cox Urged (CFO, 15/10/2008) informa que apesar da pressão da American Bankers Association, investidores, auditors e pessoas que acreditam no valor justo estão pedindo para não suspender sua aplicação.
Entre as entidades que apoiam o valor justo estão o Center for Audit Quality, o CFA Institute, o Consumer Federation of América e o Council of Institutional Investors. Para estas entidades, a ausência do valor justo nas demonstrações contábeis pode ser um deserviço ao mercado, aumentando a inconsistência, prejudicando a credibilidade e independência dos reguladores contábeis.

Clique aqui para ler mais

Quanto a posição do CFA, aqui Norris apresenta uma pesquisa que esta entidade fez com analistas financeiros certificados. Estes analistas recusaram a possibilidade da contabilidade ser a causa da crise.

Pressão política

As mudanças no Iasb foram decorrentes de intenso lobbying de alguns bancos europeus e uma crescente pressão política.


Leia texto completo aqui

Marcação a mercado

Um texto de Stammer, publicado no The Australian (Mark-to-market accounting exacerbates the crisis ou aqui) faz um interessante resumo da questão contábil na crise financeira mundial.

A contabilidade pela marcação a mercado não é a causa da crise de crédito - que reflete o empréstimo excessivo e uma negligência ao risco – mas exarcebou-a. E as mudanças nos padrões contábeis são prováveis de terem um pequeno papel em facilitar sua solução.

Críticos da Convergência


David Albrecht continua a saga para provar os problemas da convergência das normas dos Estados Unidos com o Iasb analisando textos de Charles Niemeier e Ray Ball.

Charles Niemeier é do PCAOB, entidade criada pela Sarbox para regular o mercado de auditoria. As críticas feitas por Niemeier são diversas e listarei aqui somente aquelas que eu julguei interessante.

Niemeier ataca a afirmação de que a IFRS é baseada em princípios e o US GAAP não. A abordagem conceitual do Fasb é tipicamente uma abordagem fundamentada nos princípios. Ele também não acredita que a adoção da IFRS aumente a comparabilidade dos relatórios financeiros em razão das dificuldades de implantação das normas nos diversos países.

Outro ataque de Niemeier (comprovado pela recente posição do Iasb) é que a normatização da IFRS está mais sujeita as pressões políticas que o GAAP. Veja, por exemplo, o link de hoje.

O texto é longo e você pode ter acesso aqui.

A análise mais interessante é da posição de Raymond Ball. Ball é um dos maiores da pesquisa contábil (seu paper de 1968 é um clássico e divisor de águas na pesquisa contábil). (A análise de Ball pode ser obtida aqui)

Ball cita três razões para não esperar uniformidade nas regras contábeis: (a) diferenças de usuários e necessidades de informações, diferenças nas empresas e setores, diferenças entre países e suas culturas mostram que é difícil imaginar um único padrão para todos os casos; (b) os padrões gerais existem em razão da complexidade do mundo e é difícil cobrir todos os aspectos; (c) as políticas de cada país e a forma de imposição das regras tornam difícil supor que seja possível otimizar o interesse público de todos os agentes.

“A despeito da indubitável integração que ocorreu, notavelmente no mercado de capitais e produtos, muitos mercados e forças políticas ainda são locais e irão permanecer assim por um futuro distante. Consequentemente, não está claro quanto da convergência na prática contábil irá (poderá) ocorrer”


Isto significa dizer que os incentivos dos atores envolvidos no processo de convergência ainda será principalmente local.

Vale e Caixa


Depois de captar recursos, que os analistas imaginavam que seria para uma grande aquisição, a Vale do Rio Doce anunciou que irá recomprar suas ações. Com isto, a empresa deverá gastar cerca de 5 bilhões de dólares. Fonte: Aqui http://seekingalpha.com/article/99988-vale-still-no-acquisition-but-flush-with-cash?source=feed. Ao lado, a cotação da ação da Vale.

Crise e contabilidade

Crise é o primeiro teste do padrão IFRS
Valor Econômico - 16/10/2008

A crise global é o primeiro grande teste do IFRS, o padrão contábil que caminha para ser a linguagem global dos balanços. A avaliação é de Henri Fortin, especialista financeiro sênior do Banco Mundial. "O IFRS nunca foi testado dessa forma. Não haverá surpresa se o resultado disso for muita discussão." (...) Aos poucos, começa haver um questionamento se o conceito de valor justo, essência do IFRS, sobreviverá à instabilidade. O conceito substitui a antiga referência de registro de ativos e passivos pelo custo, que está a prestes a se aposentar na nossa contabilidade.

A companhia deve avaliar qual o valor justo do bem e, para atender a isso, pode se basear nos preços de mercado, quando se tratar de ativos com liquidez, ou em metodologias matemáticas de precificação. Leonardo Ferreira, sócio da auditoria Deloitte & Touche, em Londres, e especialista em instrumentos financeiros, acredita que a sobrevivência do valor justo será a principal discussão que a crise deixará para a contabilidade. Nessa semana, o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), que desenvolve as normas para o IFRS, flexibilizou o uso desse conceito, cedendo a pressões políticas, depois que a Europa disse que não ficaria em desvantagem - já que nos Estados Unidos há mecanismos para que os bancos não registrem por valor de mercado alguns títulos. Para os técnicos em contabilidade, a decisão, embora compreendida em sua importância política do momento, abala a força do conceito. "Quebraram o termômetro do paciente que está com febre", avalia Alexsandro Broedel, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Nelson Carvalho, professor da Fipecafi e presidente do conselho consultivo do Iasb, explicou o objetivo da medida foi eliminar a assimetria entre os dois principais mercados de capitais do mundo. "É preciso entender as decisões em seu contexto histórico." Com a medida do Iasb, os bancos dos países que usam o IFRS poderão reclassificar alguns ativos antes marcados a mercado, por estarem disponíveis para a venda, para papéis que serão carregados até o vencimento. Dessa forma, não precisarão mais ser corrigidos pelos preços praticados no mercado. Poderão ser registrados pelo custo mais a remuneração.

A medida foi acompanhada de aumento das exigência de transparência. "O Iasb entendeu que a orientação anterior poderia conter um efeito perverso para o mercado." É importante explicar, porém, que ao optar pela reclassificação as instituições terão, de fato, de carregar os papéis até o vencimento. Caso decidam vender esses títulos depois, há punições contábeis. Para completar o debate sobre o futuro do IFRS, também sua subjetividade está na mira das discussões. O padrão é baseado em princípios gerais e não em normas engessadas. Por isso, é conhecido por representar a "essência sobre a forma". Os balanços traduzem as decisões e ponderações da administração, dos contadores e auditores. O atual cenário deixará ainda mais importantes as decisões desse grupo, que serão os verdadeiros fotógrafos da crise.

Amaro Luiz de Oliveira Gomes, chefe do departamento de normas do Banco Central, enfatiza que o aumento da responsabilidade dos produtores dos balanços - administradores e técnicos em contabilidade - já era o desafio da convergência para o IFRS no Brasil. Para ele, a crise acentua ainda mais esse cenário. "O tratamento adequado dos registros será a maior lição." Broedel, da Fipecafi, afirma que é essencial que auditores e contadores deixem muito bem documentadas o caminho e as análises que basearam as demonstrações contábeis. Ferreira, da Deloitte, contou que a comparação das explicações fornecidas nos balanços a respeito das metodologias de precificação adotadas aumentaram substancialmente entre 2006 e dezembro do ano passado, quando a crise já despontava. Apesar dos questionamentos que o valor justo vem sofrendo e ainda poderá ser alvo, os especialistas defendem que ele foi essencial para revelar a crise antes que fosse incontrolável.

Para eles, não há fundamento nas avaliações de que a marcação a mercado dos títulos e as baixas contábeis geradas por esses ajustes contribuíram para acentuar a instabilidade. Ao contrário, Ferreira pondera que sem isso a alavancagem poderia ter se sustentado - e crescido - por mais alguns anos até que o problema alcançasse proporções imprevisíveis. Mas sabe que a permanência desse conceito dependerá das ponderações pós-crise.

Governança e crise

Aposta em derivativos expõe falha de comunicação
Valor Econômico - 16/10/2008

Então você pensava que depois de tanta conversa sobre governança, controles internos, leis de nomes estranhos e regras internacionais de contabilidade não haveria mais espaço para "criatividade" dos gestores das companhias abertas, responsáveis pela aplicação do dinheiro dos investidores. A crise global provou o contrário, mas, além da quebra de instituições antes sólidas como rochas, a grande surpresa para os assustados atores do mercado de capitais brasileiro foi descobrir que alguns executivos financeiros estavam brincando com fogo na terra árida dos derivativos. Quando grupos notadamente conservadores publicam anúncios em jornais citando termos exóticos como "swap com verificação em dólar", coloque um pé atrás. E se estão tentando lhe tranqüilizar com indicadores do tipo dívida líquida/ebitda e precisam lembrar que o grupo é quase centenário, coloque o outro. O que aconteceu com as diretorias financeiras das empresas?

O que deu a elas essa repentina liberdade para arriscar o caixa em operações pouco ortodoxas? Proteção cambial, no sentido tradicional de tentar minimizar os efeitos da variações da moeda, não é o nome desse jogo, assegura um auditor de uma grande firma do setor. "Foi um efeito manada", arrisca Alfried Plöger, vice-presidente da Abrasca, a associação das companhias abertas. "Enquanto se estava ganhando, ninguém reclamava." Esses "produtos financeiros" foram oferecidos pelos bancos às empresas num momento em que todos aparentemente apostavam na manutenção da estabilidade cambial, apesar dos sinais que vinham dos Estados Unidos. "Risco não se evita", diz Luís Carlos Vaini, contador especializado em governança. "Mas ele precisa ser administrado." Para Wagner Aquino, da superintendência de normas contábeis da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de administrado, tem que ser comunicado.

"As empresas, no lugar de nos perguntar se estão atendendo as regras, como fazem com freqüência, deveriam se perguntar se estão atendendo à necessidade de informação dos investidores." Ele enfatiza que a produção de informação contábil de forma ampla e transparente beneficia todo o mercado, pois aumenta a confiança. Ele ressalta que, além das normas contábeis, as políticas de contabilidade e de risco são escolhas que os conselheiros e a administração fazem e que deveriam estar claras e transparentes para o público. "Esse é o dever de casa que as empresas deveriam fazer. Afinal, política de 'hedge' não é responsabilidade só do diretor financeiro." Informação mais detalhada pode até ajudar a evitar problemas. "Isso não impede que a operação seja feita, mas o simples fato de ter que informar faz o executivo pensar duas vezes antes de tomar o risco", afirma Henri Fortin, especialista em administração financeira do Banco Mundial. Comunicação parece mesmo ser o cerne da questão. Nelson Carvalho, presidente do comitê consultivo do Iasb, órgão responsável normas internacionais de contabilidade, acha que o risco não é o problema. "Afinal, quem toma decisão, toma risco." No entanto, as empresas deveriam ter reportado detalhadamente esses riscos, mesmo os aparentemente mais remotos. "Ao fazer isso, a administração deixa para o leitor dos números julgar se aquilo é adequado ou não. Faça, mas relate." No caso das operações com derivativos que foram feitas nos intervalos de publicação dos balanços, Carvalho afirma que seria saudável se as empresas tivessem divulgado isso aos investidores. "A comunicação não deveria estar condicionada a calendários gregorianos. É a escolha que se deve fazer: ter um mercado sadio ou formalista." Por isso, lembra Ana María Elorrieta, diretora de assuntos técnicos do Ibracon, o instituto dos auditores, as explicações sobre derivativos dos balanços do terceiro trimestre terão que ser especialmente importantes em duas funções: trazer boas estimativas da situação atual dos contratos e informações sobre o que pode acontecer com eles no futuro.


grifo meu

15 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

Começou a disputa que deverá definir o campeão do mundo de xadrez: o indiano Anand ou o russo Kramik. A disputa está sendo na Alemanha e pode ser acompanhada ao vivo na internet. Para comemorar esta disputa, o Rir é o Melhor Remédio de hoje é sobre xadrez (clique na imagem para ver melhor). O primeiro tabuleiro, é o tabuleiro republicano: sem o rei e a rainha. O segundo é o tabuleiro ateu: sem os bispos. O terceiro, é o marxista: somente com os peões. O último é o xadrez desagregador.

Links

1. IFRS 07 – Instrumentos financeiros – divulgações de informações (ainda não regulamentado pelo cpc)

2. O sol (fotografias fantásticas desta estrela)

3. Esclarecendo o SFAS 157 para o próximo trimestre (dica do Alexandre Alcântara)

4. Fasb e Fundo de Pensão

5. O ser humano é capaz de construir uma defesa contra o HIV e os cientistas estão descobrindo como isso é feito

6. Iasb e a melhoria na evidenciação dos instrumentos financeiros

Programa de Compras de ações

EUA: Bank of New York Mellon fará contabilidade do pacote
14/10/2008 - Gazeta Mercantil News (Tempo Real)

SÃO PAULO, 14 de outubro de 2008 - O Departamento do Tesouro americano anunciou hoje ter escolhido o Bank of New York Mellon para fazer a contabilidade do plano elaborado pelo governo dos Estados Unidos de adquirir os ativos necessários para a compra dos papéis podres acumulados pelos bancos no país.
"O Bank of New York Mellon será o representante do Tesouro para pôr em prática o programa de compra de ativos com problemas autorizado pela lei de estabilização econômica de emergência" que entrou em vigor no dia 3 de outubro, anunciou o Tesouro em comunicado.
Como parte do plano, o Estado federal injetará US$ 250 bilhões no capital dos bancos que se integrarem ao projeto, convertendo-se em conseqüência em acionista dessas instituições.
"O governo federal vai usar uma parte das centenas de bilhões de dólares do plano de ajuda para injetar capital nos bancos, comprando ações", anunciou hoje o presidente Bush, lembrando que "este novo capital vai ajudar os bancos saudáveis a continuarem emprestando a empresas e consumidores; vai também ajudar os bancos que estão em dificuldades a preencherem a lacuna criada pelas perdas durante a crise financeira."
Em um breve pronunciamento, o presidente dos EUA também afirmou que o governo vai garantir temporariamente as dívidas de bancos para lidar com a atual incapacidade das instituições de emprestarem dinheiro.
Segundo o presidente, quando voltarem às suas condições normais, os bancos serão encorajados a readquirir as ações que foram compradas pelo governo.
(Redação com agências internacionais - InvestNews)


Malan e a defesa do Iasb

Malan faz parte do Iasb e apresentou sua opinião sobre as questões contábeis:

Para Malan, responsabilizar o valor justo é atribuir a culpa ao mensageiro
Valor Econômico - 15/10/2008

Sete meses foram o bastante para Pedro Malan aprender o suficiente sobre contabilidade. Em sua primeira apresentação no Brasil desde que assumiu, no fim de março, como um dos curadores do conselho que fica acima do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), o Iasc Foundation, o ex-ministro da Fazenda não podia mostrar afinação maior no assunto. Na época, ao ser convidado para o posto, Malan chegou a argumentar que não entendia do tema. "Culpar o valor justo é culpar o mensageiro", afirmou ele ontem, durante abertura de um seminário do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), realizado ontem em São Paulo, já demonstrando sua familiaridade com o mundo contábil. Durante sua exposição, falou sobre as lições da crise atual.

"Sou daqueles que entendem que as crises também se configuram como oportunidades." Para ele, um dos maiores aprendizados com a situação é como a contabilidade irá refletir o cenário, uma vez que a liquidez foi afetada ao ponto de prejudicar a confiança nos valores negociados pelo mercado. Ele lembrou que o Merrill Lynch vendeu por US$ 6,7 bilhões títulos de obrigações colaterais (CDO) antes registrados por US$ 30,6 bilhões. "Qual o valor efetivo desses papéis agora? Certamente não é US$ 6,7 bi. Mas também não são os US$ 30,6 bi pelos quais estavam registrados antes." Na avaliação de Malan, o cenário exigirá um enorme compromisso daqueles que produzem as demonstrações financeiras, em função da subjetividade que permeia o padrão internacional. Malan falou de como a crise internacional está afetando a rotina do Iasb. Enfatizou como a crise está exigindo novas posturas de todas as instituições. "Os bancos centrais, que costumavam ser os financiamentos de última instância, em alguns países, foram os de única instância." Não poderia, por tanto, deixar de afetar a rotina de trabalhos do comitê internacional. Segundo ele, alguns temas ganharam urgência no tratamento diante da gravidade da situação. Entre os assuntos que estão na linha de frente na lista de prioridades está a avaliação do conceito do valor justo, a questão dos ativos fora do balanço, e ainda como esses ativos devem ser tratados na consolidação que já está ocorrendo e que deverá se acentuar ainda mais. A despeito da flexibilização na regra do valor ajusto anunciada pelo Iasb na segunda-feira, o ex-ministro defendeu o conceito, fazendo coro à importância desse conceito junto com técnicos do assunto. "É importante que fique claro que os custos das instituições já foram incorridos. O que está se discutindo agora é apenas como serão registrados. A contabilidade não tem culpa de nada. Se não gostam do que vêem, não culpem seu espelho." Segundo ele, os bancos já fizeram sofreram baixas superiores a US$ 700 bilhões, enquanto a capitalização está abaixo de US$ 400 bilhões. O ex-ministro também destacou que o trabalho de convergência entre o Iasb e o Fasb (comitê americano de normas contábeis) é de grande prioridade. A idéia, segundo ele, é que os projetos possam estar completos até 2011.

Malan assumiu no fim de março o posto no órgão internacional, na vaga deixada por Roberto Teixeira da Costa, que completou dois mandatos de quatro anos, o máximo permitido pela entidade. O Iasc Foundation - que regula o Iasb em seu equilíbrio geográfico [sic. É isto mesmo que está no jornal.] - é constituído por 22 membros, sendo seis representantes da América do Norte, seis da Europa, seis da Ásia e Oceania e mais quatro de "outras partes do mundo ". O papel dos curadores do Iasc Foundation é discutir as diretrizes e estratégias principais do Iasb, além de aprovar e decidir as principais bases do orçamento do órgão. Não são esses representantes que fazem a letra da norma, mas são eles que pensam sobre o que é importante que a norma contenha e que trabalham pela adoção global do padrão IFRS - já adotado na União Européia, Ásia, Austrália, Canadá e África do Sul, entre outros.

Comunidade Européia e Normas


CE proporá revisão de normas contábeis
14/10/2008 - Agencia EFE - Serviço em português

Bruxelas, 14 out (EFE).- A Comissão Européia proporá amanhã aos 27 países da União Européia que revisem as normas contábeis vigentes na comunidade para evitar que os bancos precisem ajustar o valor de seus ativos em função de sua cotação da bolsa.
Fontes da UE informaram que Bruxelas apresentará ao Comitê de regulamentação contábil da UE - no qual estão representados todos os Estados-membros - a proposta da Junta de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) para eliminar essa obrigação.
As autoridades dos Estados Unidos já adotaram decisão similar, o que deixava às entidades européias, em meio às turbulências atuais, numa situação de desvantagem, explicaram as fontes.
Bruxelas acredita que a exigência de incluir em suas contas consolidadas a avaliação dos títulos de ações, bônus e derivados com seu valor de mercado gerou "problemas" aos bancos europeus, que tiveram que recortar em baixa muito rapidamente o valor de seus ativos em um contexto de mercados muito voláteis.
A Comissão defende que os bancos tenham permissão para consolidar esses ativos em seus livros contábeis, em vez de forçá-los a revisões contínuas.
Tendo o respaldo de todos os Estados-membros, como mostrou a reunião de ministros de Finanças de na semana passada, é previsível uma aprovação rápida da modificação, que deveria começar já na contabilidade do terceiro trimestre. EFE

O problema do reconhecimento da receita em empresas de biotecnologia

Em Revenue Recognition Rules Hamper Biotech Firms, Alan Rappeport, da CFO (14/10/2008) discute a questão do reconhecimento da receita em empresas de biotecnologia.
O problema com estas empresas é que existem redes de colaboração com outras empresas, o que complica o processo de reconhecimento. E que tipos similares de colaboração são contabilizados de formas diferentes, causando inconsistências e problemas de comparação.

The challenge for Cubist is that, with many of its international distributor contracts, the revenue consists several elements: upfront payments, when an agreement is signed; milestones, which can be for product development or sales; and actual product revenues or sales. Since these revenues become spread through the life of a contract, Stack says, they don't reflect the company's actual receipt of cash.

Fonte: Aqui

Iasb e as Normas para Mercados Inativos

O Iasb decidiu seguir a posição do Fasb e não resistiu a pressão política da comunidade européia (isso só reforça a posição contrária à convergência, em razão da delegação das políticas contábeis para um organismo estrangeiro, sujeito a pressões políticas de certos países, conforme destacam os críticos a convergência).

Apesar disto, o comunicado do Iasb afirma que

O IASB reafirma a crença de que o valor justo sobre as IFRS e US GAAP é consistente. O Iasb e o Fasb continuirão a cooperar para assegurar a aplicação do valor justo em mercados inativos.

A Finalidade da Contabilidade

O Critério de Kaldor diz que

O principal objetivo da contabilidade consiste em expor, para os titulares do negócio, os resultados reais em termos comparáveis em relação aos resultados esperados. Em outros termos, tornar possível para os proprietários julgar se o negócio é um "sucesso" e preenche as expectativas à luz do que eles investiram no seu capital, e que só eles são, em última instância, capazes de decidir.

A contabilidade está cumprindo esta missão?

Krugman ganha outro prêmio

O prêmio Nobel de Economia para Krugman foi amplamente festejado na imprensa brasileira (veja aqui). Além deste prêmio, Krugman ganhou outro prêmio. Neste caso, não foi uma surpresa uma vez que desde 2002 Krugman ou é o vencedor ou obtem o segundo lugar.

Krugman foi escolhido como o Most Partisan Columnist in U.S.

Isto não é realmente uma honra. Pelo contrário, a presença de um viés partidário excessivo transforma o jornalismo numa propaganda, distorcida e pouco útil para o debate político.

A seguir os últimos premiados:

Final Rankings for Partisanship:

2002: #1 Paul Krugman

2003: #1 Ann Coulter, #2 Paul Krugman [COLOCAR LINK WIKIPEDIA]

2004: #1 Ann Coulter, #2 Paul Krugman

2005: #1 Paul Krugman

2007: #1 Ann Coluter, #2 Paul Krugman (tied with Joe Conason)

2008: #1 Paul Krugman

Fonte: Aqui

Por que as bananas são baratas?

Este assunto já foi postado anteriormente aqui, mas é interessante voltar ao assunto.

1) Venda de somente uma variedade => economia de escala
2) Canal de distribuição
3) Trabalhadores não possuem alguns direitos => isto reduz o custo
4) Não possui competição com outras frutas (tradicionalmente é mais barata que maçã e laranja)
5) Não existem problemas de doenças nas plantações

Detalhamento do Socorro aos Bancos



A figura, do NY Times, mostra o investimento que os contribuintes fizeram em algumas instituições bancárias dos EUA. O valor foi de 250 bilhões de dólares sendo 25 bilhões para quatro instituições: Bank of América, Citigroup, JP Morgan e Wells Fargo.

Fonte: Aqui

O efeito da ajuda está em dois textos publicados pelo Valor Econômico: Entrada do governo acaba com era do deslumbramento em Wall Street e Tesouro concentra capital dos bancos