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Mostrando postagens classificadas por data para a consulta plágio. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
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11 maio 2019

Plágio

Dois casos de plágios relatados pela Fapesp. No primeiro, a Duke, uma prestigiosa universidade dos EUA, aceitou pagar 112,5 bilhões de dólares para encerrar um processo onde uma ex-pesquisadora da instituição foi acusada de falsificar dados apresentados para entidades do governo de fomento à pesquisa.

O escândalo chamou a atenção não apenas pelas cifras, mas também por recorrer a uma legislação raramente utilizada em casos de integridade científica: a Lei de Alegações Falsas, que pune quem comete fraudes usando recursos federais com o pagamento de indenizações vultosas, equivalentes a até três vezes o dinheiro desviado ou obtido irregularmente. A maior parte dos US$ 112,5 milhões irá para as agências de fomento que financiaram projetos com dados falsificados. A lei também permite que denunciantes recebam até 30% da indenização estabelecida. No caso de Duke, o autor da ação, Joseph Thomas, vai receber US$ 33,75 milhões. “O acordo envia uma forte mensagem de que a fraude e a desonestidade não serão toleradas no processo de financiamento de pesquisa”, afirmou, em nota oficial, o Departamento de Justiça.


(Uma pergunta: um pesquisador de uma universidade federal no Brasil estaria usando recursos públicos? )

O segundo caso é do padre canadense Thomas Rosica, de 60 anos, que copiou trechos sem mencionar a fonte. A investigação concluiu que o padre era um plagiador antigo, tendo usado trabalhos de teólogos, jornalistas e cardeais. (Não resisti ao ler a notícia: será punido em dobro, não?)

10 maio 2019

Plagiando você mesmo

Recentemente publicamos um caso de auto-plágio. Um periódico retirou um artigo que tinha sido anteriormente publicado em chinês. O professor australiano Mark Israel defende que em certos casos o auto-plágio pode ser eticamente justificável.

Segundo Israel, em muitos casos as entidade que financiam a pesquisa em alguns países querem maximizar os resultados, apoiando a publicação na língua do país e em língua inglesa. Isto ocorre, por exemplo, na Noruega. Isto pode também incluir a possibilidade de um artigo também ser publicado como capítulo de um livro.

Israel apresenta o seguinte conselho: avalie se as razões do auto-plágio são eticamente defensáveis, busque o consentimento dos envolvidos na primeira publicação e na nova publicação (isto inclui o reconhecimento que o texto foi publicado anteriormente) e conste isto no currículo claramente.

07 maio 2019

Plágio difícil de ser detectado

Você pode publicar uma mesma pesquisa em língua portuguesa e em língua inglesa? Já tinha escutado - não me lembro de quem - no passado que sim, não seria um problema. Nunca fiz isto, mas um fato ocorrido agora alerta para este problema. A revista Biomolecules retirou um artigo, de 2018, sobre o efeito do chá, pelo fato dos autores já terem publicado anteriormente o mesmo artigo, em língua chinesa.

Este é um caso de plágio difícil de descobrir, que geralmente passa desapercebido os softwares de plágio. No passado, como avaliador de uma revista na nossa área, descobri casualmente um plágio deste tipo. Já no final de uma avaliação de um artigo, fui verificar em um texto um a dúvida, e percebi que quase todo trabalho era uma mera tradução de um artigo originalmente publicado em língua inglesa.

06 maio 2019

Plágio

A escritora brasileira Cristiane Serruya, que escreve em inglês, foi acusada de plágio, inclusive Nora Roberts. A notícia saiu em diversos locais. Um exemplo do plágio de Serruya:

“She was beautiful. A man didn’t get to be just shy of his thirtieth birthday without seeing some beautiful women, even if it was just on a movie screen. But this one, in the flesh, was one quick wow.” versus (Serruya's): “She was beautiful. A man didn’t get to be just shy of his thirty-seventh birthday without seeing some beautiful women, even if it was just on a movie screen. But that was not the case with Ludwig, who’d had more than his share of extraordinarily beautiful women. But this woman, in the flesh, was superlative.”

A escritora perdeu na justiça e seus livros estão proibidos de serem comercializados. O mais engraçado foi um e-mail de Serruya se defendendo [grifo do blog]:

Ela não foi encontrada para comentar a questão nesta quarta, mas em um e-mail para a assessora de imprensa de Nora Roberts [foto] ela disse que "nunca plagiou ninguém intencionalmente" e acusou ghost-writers que ela contratou no Fiverr pela sobreposição entre seus livros e os outros.

17 janeiro 2019

Plágio ajuda na liberação do Roundup

Em 2017, a Comunidade Europeia decidiu permitir, novamente, o uso de glifosato (ou Roundup, seu nome comercial, ou Mata-Mato). Esta substância está presente em produtos usados na agricultura e existe uma controvérsia se seu uso causa ou não câncer nos seres humanos. A decisão dos países europeus estava baseada em um relatório redigido pelo Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos ou BfR. Esta entidade fez um levantamento de evidências científicas sobre o produto e concluiu que não há um comprovação de que o produto seja cancerígeno.

Dois pesquisadores, Stefan Weber e Helmut Burtscher, afirmam que o relatório feito pelo BfR plagiou um artigo escrito pela indústria agroquímica.  Ou seja, não foram os cientistas que trabalham para o BfR que escreveu boa parte do relatório que embasou a decisão, mas um consórcio de empresas do setor agroquímico.

Na terça feira, dia 15 de janeiro, foi divulgado um estudo que comparou a avaliação feita pelo BfR e um relatório feito pela Monsanto e outras entidades interessadas no assunto. O estudo divulgado no dia 15 descobriu que os pesquisadores do BfR plagiaram o relatório do setor agroquímico. Parágrafos inteiros do texto, descrevendo estudos, relevância e confiabilidade, foram retirados do outro texto, perfazendo um total de 50,1% do texto do BfR como sendo plágio. Assim, a base para decisão da Comunidade Europeia tem sua origem em um relatório feito pelo setor interessado na liberação do glifosato. Segundo Weber e Burtscher, isto afeta a validade da conclusão de que o produto não representa um risco para os seres humanos.

Apesar do plágio, não é possível ainda dizer que o produto realmente apresenta um risco para a saúde das pessoas que estão expostas. Alguns estudos afirmam que sim; outros, que somente em casos de elevada exposição. A segunda opção parece ser o mais correto, mas somente com mais estudos será possível afirmar sobre os riscos do produto. De qualquer forma, o plágio no estudo levanta dúvidas sérias sobre o assunto.

Mais aqui

19 outubro 2018

Laudo de Avaliação

O laudo de avaliação corresponde ao documento formal onde o analista detalha os passos seguidos para se chegar ao valor de uma empresa, das ações de uma empresa ou de um ativo específico. Em muitas situações é importante que o analista construa este documento formal, pois o mesmo poderá servir de base para decisões. Se uma empresa deseja comprar ações de outra, o laudo pode indicar as razões para o preço ofertado.

A principal característica de um bom laudo é permitir que o seu leitor possa entender o que levou ao valor final daquilo que se pretende avaliar. O ideal seria que o laudo pudesse convencer quem está lendo de que o valor obtido é o mais adequado e que todas as variáveis foram levadas em consideração. Assim, se o laudo está projetando um crescimento da receita de uma empresa para o próximo ano, o laudo deve oferecer os elementos necessários para que o leitor possa ficar convencido de que a hipótese considerada no documento é razoável.

Não existe um laudo padrão, mas algumas entidades reguladoras procuram estabelecer certos requisitos ou informações que devem constar do mesmo. O que será descrito a seguir é somente uma sugestão para alguém que deseja fazer um relatório.

Partes que compõe um laudo 

De uma maneira geral, um relatório de avaliação apresenta as seguintes partes:

Resumo executivo 

Muitos relatórios são preparados para pessoas que possuem pouco tempo para ler com detalhe o seu conteúdo. Ou pessoas que acham que possuem pouco tempo. Neste caso, um resumo executivo pode ser útil. É importante destacar que a existência do resumo executivo tende a induzir a opinião do leitor; assim, sua redação deve ser feita com muito cuidado, indicando pelo menos o objeto da avaliação, o método usado, os direcionadores mais relevantes e o seu resultado final. Este resumo não deve ultrapassar a uma página.

Também pode ser elaborado um breve resumo ao final ou início de cada um dos itens, em especial para aquelas partes mais longas do texto.

Introdução

O principal ponto da introdução é apresentar o objetivo do laudo. Ou seja, o que motivou o analista a preparar o documento. Nas primeiras linhas é possível indicar também a relação do avaliador com o objeto da análise: se foi contratado por alguma empresa, se tem interesse particular na avaliação, etc. Caso exista uma relação do avaliador com o objeto, pode ser relevante indicar os cuidados tomados para a sua isenção com os resultados do laudo. A data de referência do laudo pode ser informada na introdução, embora também deva ser destacada no final do relatório.

Na introdução também é possível apresentar o currículo do avaliador, destacando as habilidades e competências do mesmo para elaborar o laudo. Também pode apresentar aqui a remuneração do avaliador, se é que ela existiu. Existindo mais de um avaliador, pode constar o currículo de toda a equipe ou somente do responsável principal.

Se existirem controvérsias com respeito a alguns termos técnicos, o laudo pode indicar na introdução (ou logo após ou no final) as definições mais relevantes. Também pode constar uma descrição sumária do objeto de avaliação.



Objeto



Neste trecho, o laudo deve delimitar o objeto. Se a avaliação é de uma empresa, o que está sendo considerado e o que não está sendo considerado. Se a empresa faz parte de um grupo, é importante delimitar se a avaliação está considerando somente a empresa. Caso a avaliação é referente a uma filial da empresa, isto deve estar claro no laudo.



Como em muitos casos o objeto de avaliação pode não ser de conhecimento de todos os leitores do relatório, é importante destacar as principais características do objeto. Pode ser até interessante fazer um breve histórico deste objeto. Em uma empresa, traçar uma descrição do seu início, os fatos mais marcantes, as principais dificuldades e conquistas. Também fazer um relato do setor de atuação, o número de empregados, o seu porte e apresentar, de maneira resumida, algumas informações financeiras.

Pode-se fazer nesta seção, ou em uma seção em separado, uma análise do desempenho dos últimos anos. Para uma empresa, uma análise das demonstrações contábeis, focando a sua rentabilidade, a estrutura de capital, as políticas de investimentos, de giro e de distribuição de dividendos, entre outras, pode ser útil para compreensão dos resultados que serão apresentados na avaliação.

Análise Macro

Para contextualizar a avaliação, pode ser apresentado o ambiente econômico onde está inserido o objeto. Para uma empresa, isto inclui uma análise dos países onde atua e a perspectiva para os próximos anos. Também é importante uma análise do setor de atuação, as principais ameaças e os pontos fortes. Fatores como evolução tecnológica, inflação, emprego, taxa de juros, consumo, mudança demográfica, mercado de capitais (incluindo bolsa de valores), fatores políticos, entre outros, podem ser considerados. Uma análise dos principais concorrentes é útil, já que isto geralmente afeta o resultado da avaliação.

Apresentação do Método 

Um relatório de avaliação pode usar um método principal para chegar ao valor do objeto. Mas nada impede de outros métodos secundários sejam usados e os resultados comparados. A ideia aqui é permitir uma análise criteriosa do objeto. Exemplificando, o método de custo pode ser útil para uma situação de liquidação, mas não adequada para uma situação de continuidade.

Muitos métodos de avaliação de empresas, quando partem das mesmas suposições, devem, obrigatoriamente, chegar ao mesmo resultado. Neste caso, a apresentação destas diferentes formas pode dar mais segurança para o avaliador. Isso ocorre, por exemplo, quando se usa o fluxo de caixa dos acionistas ou o fluxo de caixa livre para estimar o valor.

Caso o avaliador tenha optado por algum tratamento específico nos cálculos, isto deve ser indicador. Se, por exemplo, o avaliador fez algum ajuste adicional na avaliação de uma empresa por conta do controle, da liquidez, de riscos regulatórios e específicos, isto deve estar claro no laudo, mostrando, se for possível, a sustentação para tais ajustes. Alguns dos ajustes pode ser uma opinião do responsável pelo laudo, mas isto deve estar claro no relatório.

Base de Dados 

É importante também apresentar a base de dados que foi usada para o relatório. O relato da base de dados pode permitir que os interessados refaçam os cálculos realizados. Quando a base é pública, a indicação da fonte pode ser suficiente. Mas quando os dados não são de conhecimento de todos, é interessante que os mesmos sejam apresentados em algum lugar do relatório, talvez nos anexos.

Em muitos casos, existe mais de uma possibilidade de base de dados. É o caso da variação dos preços, onde é possível escolher um índice de inflação entre os diversos que são calculados. Caso esta escolha seja relevante para o resultado final, é interessante uma justificativa da opção. E eventualmente, que seja feita uma análise adicional com a base de dados alternativa.

Projeções 

Neste trecho, o relatório irá apresentar os valores projetados usados nos cálculos. Este item é crítico, pois cada avaliador deverá fazer uma projeção diferente para cada objeto de análise. Além disto, projeção geralmente diz respeito ao futuro e sempre haverá incerteza e imprecisão nesse ponto.

Se o método usado for o fluxo de caixa descontado, as projeções serão do fluxo de caixa projetado, bem como das taxas de descontos usadas, que irão refletir o custo de oportunidade do capital.

Também devem ser projetados, se for o caso, o valor terminal ou valor da perpetuidade.

Em muitos casos, as projeções relacionados com o objeto dependem de projeções de variáveis econômicas, políticas, demográficas e outras. Os valores usados nestas projeções devem ser explicitados no relatório.

Análise de Sensibilidade 

A análise de sensibilidade é útil para indicar os direcionadores de valor e como uma alteração nas principais suposições pode afetar o resultado final. Uma forma simples de executar a análise de sensibilidade é verificar a influência de uma variação de 10% na projeção de determinado item sobre o valor obtido. Quanto maior esta variação, mais relevante será esta variável para o valor obtido.

Em alguns casos, o relatório pode fazer um confronto com outros resultados prévios de avaliação, indicando as diferenças e a razão dos resultados divergentes. Este item pode ser chamado de análise adicional

Opinião 

Um laudo termina com a opinião do avaliador sobre o que está sendo mensurado. Algo como “em minha opinião, o objeto de análise tem um valor de $$$, na data xx/xx/xx”. O trecho da opinião pode ressalvar, no seu início, as bases para avaliação e lembrar as limitações do valor calculado. Mas a opinião deve ser o grande destaque deste item.

Fontes da Informação 

Este item pode estar na introdução ou no final. O trecho deve indicar os principais documentos e fontes que foram usados para fazer o laudo, incluindo as demonstrações contábeis, outros laudos, cópias de contratos e outras informações internas, fontes das informações macroeconômicas e setoriais, entrevistas realizadas, entre outras. Por ser um relatório técnico, não é relevante que o laudo siga normas técnicas - do tipo ABNT - exceto quando isto estiver no escopo do trabalho. Também não é relevante citar referências científicas, embora isto possa trazer uma seriedade maior ao texto.

Apêndices e Anexos

Nos apêndices, o relatório pode incluir os dados mais detalhados usados nas projeções, os cálculos das projeções, as definições técnicas (pode ser aqui ou no início do relatório). Os anexos devem constar os conteúdos que não são a essência do laudo, cuja a fonte são terceiros.



Sobre a Forma do Relatório 



Os pontos anteriores referem-se ao conteúdo de um relatório. É necessário alguns comentários sobre a forma do relatório.



Software 



De uma maneira geral, os cálculos de avaliação são feitos em planilha. Posteriormente, os resultados são apresentados em um editor de texto, em conjunto com um programa de apresentação de slides. Alguns pacotes permitem uma integração entre a planilha e o editor de texto, o que facilita a mudança do relatório, quando houver uma alteração nos cálculos.

Aqui o analista deve tomar o cuidado de fazer uma apresentação profissional cuidadosa, evitando erros de digitação / linguagem, fazendo um layout do relatório agradável para o leitor. Estes cuidados incluem a escolha da letra e seu tamanho e a disposição da informação no texto (incluindo tabelas e gráficos). Apesar da essência do relatório ser importante, a forma conta muito para sua credibilidade.

Opinião Coerente

O laudo é uma opinião. Cada avaliador deveria ter uma ampla liberdade para enunciar sua opinião sobre o objeto de avaliação. Mas na prática, o leitor quer saber a origem das informações e se os resultados são coerentes. Se uma ação de uma empresa foi avaliada por diversos especialistas em torno de X e o laudo apresentado é um valor bastante diferente deste, é importante que esta opinião esteja embasada em argumentos sólidos ou lógicos.

Da mesma forma, um avaliador que usou uma projeção de crescimento da economia de 4% em um laudo, não pode usar uma projeção de 15% em outro laudo, exceto se as condições tenham mudado substancialmente. Neste caso, o avaliador deve indicar as razões da mudança de opinião.

Citar ou não citar 

É comum que muitas informações de um laudo tenham origem em fontes de terceiros. Apesar do laudo não ser um trabalho acadêmico, é importante citar as fontes por dois motivos. A citação de um fonte de informação com credibilidade, como o Banco Central ou outra entidade com renome, corresponde a um argumento de autoridade. O Banco Central é uma autoridade quando o assunto é a taxa de juros da economia. Sua citação melhora a qualidade do texto para o leitor. O segundo motivo é que um avaliador que usa uma fonte e não faz a referência pode ser acusado de plágio, estando sujeito inclusive a punições por parte da legislação brasileira. E para quem o contratou, passa um impressão de pouco profissionalismo.



É importante destacar que o avaliador pode discordar de uma “autoridade”. Neste caso, ou busca outras autoridades com opiniões próximas aquelas expressas no laudo ou apresenta os argumentos que levaram a não usar os dados destas autoridades.



Tamanho do laudo



Não existe um padrão de tamanho de um laudo. Geralmente esperamos um tamanho maior, quanto maior for a remuneração do avaliador. E também acreditamos que laudos maiores poderiam ser um sinal de laudos melhores, embora isto nem sempre seja verdadeiro.

Em razão dos itens que foram citados anteriormente, o tamanho de um laudo deve ultrapassar facilmente as dez páginas.

Tabela ou gráfico 

A presença de gráfico facilita a leitura de um relatório. Mas não substitui a tabela. Assim, as informações principais podem estar em um gráfico dentro do laudo, destacando o conteúdo. Mas os valores que foram usados para construir o gráfico devem estar em uma tabela ao final do laudo se a informação for relevante para o resultado final.

Quando se usa um gráfico é necessário saber escolher a melhor opção. Por exemplo, geralmente não usamos um gráfico de pizza para mostrar a evolução temporal de um item; neste caso, o melhor é um gráfico de linha. Os gráficos mais sofisticados, como aqueles em 3D, deve ser usados se o provável leitor tiver condições de entender o conteúdo.

Dificuldade 

De uma maneira geral, o conteúdo de um laudo deve ser acessível para um leitor com um conhecimento mediano em gestão financeira. Assim, não é necessário explicar, por exemplo, o conceito de ativo, já que é possível admitir que o leitor irá entender esta terminologia.

Muitos relatórios técnicos são elaborados de maneira a tornar difícil a sua leitura. A finalidade é reduzir eventuais questionamentos com o aumento na complexidade. Esta é uma estratégia que pode funcionar em alguns casos, desde que o leitor não tenha um grau de conhecimento sofisticado sobre o assunto.

22 agosto 2018

Plágio

Olhando uma listagem de candidatos a deputado distrital, uma pessoa comentou: "conheço este candidato; é aluno da UnB e cola nas provas". O comportamento como este diz muito do candidato. Recentemente comentamos sobre um político espanhol que parece ter obtido o diploma sem ter frequentado as aulas.

Uma notícia parecida, no governo da República Checa:

Dois ministros do gabinete (...) deixaram seus postos por plagiar trabalhos acadêmicos nos tempos de universidade. Ministra da Justiça por poucas semanas, Tatana Mala, de 36 anos, pediu demissão no início de julho ante as evidências de que suas duas monografias de bacharelado – ela é graduada em direito e em engenharia agrícola – continham trechos copiados de outros trabalhos sem dar o crédito. Um software de detecção de plágio constatou que pelo menos 5% da monografia defendida por Mala em 2011 na Universidade Pan-europeia, em Bratislava, Eslováquia, fora reproduzido de um trabalho apresentado cinco anos antes na Universidade Masaryk, na cidade de Brno, na República Checa – o texto repetia até erros ortográficos do original. Trechos de um livro de referência em direito também foram plagiados. O mesmo problema foi observado na monografia que a ministra apresentou em 2005 na Universidade Mendell, em Brno, sobre influência de condições microclimáticas na reprodução de coelhos. Ela copiou pelo menos 11 páginas de um trabalho sobre o tema apresentado por outro estudante dois anos antes.

Em meados de julho, foi a vez de Petr Krcal, de 53 anos, titular da pasta do Trabalho e dos Assuntos Sociais. Ele renunciou logo quando se divulgou que três quartos de seu trabalho de conclusão de bacharelado em pedagogia social, defendido em 2007 na Universidade Tomas Bata, na cidade checa de Zlin, foram copiados de outros textos. Com formação secundária em eletrotécnica, Krcal resolveu fazer graduação aos 40 anos de idade, quando já tinha uma carreira política. “Trabalhei duro na minha monografia, mas admito que há irregularidades nela”, disse Krcal, ao anunciar sua demissão. (...)


Imagem, daqui

17 abril 2018

Software de plágio é usado para verificar a inspiração de Shakeaspeare

Um software usado para detectar plágio ajudou a descobrir algumas similaridades entre textos de William Shakespeare e George North. North foi um diplomata que viveu entre 1561 a 1581. Um livro desconhecido até recentemente, “A Brief Discourse of Rebellion and Rebells” parece ter sido fonte de inspiração de algumas passagens escritas por Shakespeare. Um livro recentemente lançado, de Dennis McCarthy e June Schlueter, defende a conexão através de semelhanças entre os textos.

"Isso mostra que ainda existem fontes manuscritas que não foram publicadas e que Shakespeare pode ter usado, e mostra que não sabemos tudo sobre as origens do cânone de Shakespeare", diz McCarthy, um estudioso independente que vem pesquisando a conexão com o Norte desde 2006. “Sabemos muito, mas não sabemos tudo. Ainda há algumas surpresas. ”

Isto não quer dizer que Shakespeare seja um plagiador, mas que usou fontes para inspirar suas criações.

07 março 2018

Resenha: Contabilidade Pública 3D

O livro Contabilidade Pública 3D, escrito por Giovanni Pacelli, foi publicado recentemente pela editora JusPodivm. A obra não se declara como sendo específica para quem estuda para concursos, mas o que nos faz remeter a isso são as questões apresentadas, que têm como fonte provas de concursos públicos. Pessoalmente acredito que um dos maiores problemas com materiais para o concursando é a quantidade de plágio, então é refrescante encontrar um material que cita as fontes com clareza e consideração.

Por que talvez não considerar a obra apenas para quem estuda para concursos? Porque o livro apresenta muito bem toda a matéria necessária para um curso de Contabilidade Pública. O autor concluiu recentemente o doutorado em Ciências Contábeis e isso claramente afeta a didática do livro. Como alguém acostumado a publicar em áreas acadêmicas assim como para o público concursando, a obra casou os dois públicos da melhor forma possível.

Outro aspecto interessante foi a adoção de “corolários” que, segundo o autor, foram utilizados de forma inédita e pioneira. Esses corolários são o alicerce da obra e trazem uma abordagem diferente e atrativa. O desenrolar do livro é guiado por essas proposições, e achei essa estratégia interessante.

Na verdade, tenho muito a elogiar sobre o livro: está atualizado tanto em relação ao conteúdo, quanto à abordagem; há diversos quadros e figuras que resumem o que foi explicado ou esclarecem as ideias apresentadas; os exercícios já vêm com a solução logo após a sua apresentação - prefiro isso aos que exibem as respostas no fim da obra (especialmente quando o livro é grande); a diagramação é visualmente agradável - nada mais desencorajador do que abrir um livro e ver um design cansativo aos olhos e ao ânimo; há a possibilidade de assistir a explicação por vídeo, por meio de QR codes distribuídos em meio à matéria.

Vale a pena: Sim, se você tem interesse no assunto. Mas já aviso que é pesado: são quase 1.500 páginas.

Em tempo: Link para as erratas do livro: aqui.

Evidenciação: O livro foi adquirido pela autora da resenha com recursos próprios.

01 março 2018

Moda e Plágio

Uma forma de defender uma ideia é através do direito autoral. O objetivo do direito autoral é incentivar a criatividade em certas indústrias, como é o caso da literatura ou da patente de um remédio. Muitas vezes esta questão de desvirtuada, como é o caso da Disney.

Uma das áreas onde não existe esta proteção é o setor de moda. E apesar de não existir uma "proteção autoral", o setor de moda continua sendo muito criativo. E por este motivo tem sido um contraponto na discussão da necessidade de existência de patente para que as pessoas sejam criativas. Eis um caso interessante, na área de moda, relatada pelo Animal Politco:

En 2015, la cantante Susana Harp denunció a través de sus redes sociales que en una tienda de San Diego se vendía una blusa típica de Santa María Tlahuitoltepec, Oaxaca, bajo la marca francesa Isabel Marant. La noticia se esparció y acusaron a la marca de plagio. La presión fue tal que la diseñadora francesa reconoció que efectivamente el diseño provenía de una comunidad mexicana y no pretendía adueñarse de él.

Aunque ese caso quizá fue uno de los más conocidos, no es el único. Ocho marcas de ropa, incluso internacionales, plagiaron diseños de comunidades indígenas de Oaxaca, Chiapas e Hidalgo, entre 2012 y 2017, de acuerdo con un análisis realizado por la organización Impacto.

22 agosto 2016

Plágio de Peña Nieto

O presidente do México está sendo acusado de plágio na sua tese para obtenção da licenciatura em direito. Peña Nieto (foto) apresentou seu trabalho em 1991 e segundo investigação pelo menos 28,8% do conteúdo foi retirado de outros autores. O trabalho, com o título “El presidencialismo mexicano y Alvaro Obregon” não deu crédito a autores como o ex-presidente De La Madrid, o historiador Enrique Krauze e autores do direito, como Diego Valadés e Jorge Carpizo.

O porta-voz da presidência diz que ocorreram “errores de estilo”.

No Brasil já tivemos uma ex-presidenta que colocou no currículo Lattes um título que não tinha obtido formalmente. Apresenta como “Cursou Mestrado e Doutorado pela Universidade de Campinas”, quando tinha feito “créditos”. Após a divulgação

07 março 2016

Plágio

Já sabíamos de plágio na música, na propaganda ou na ciência. Mas a notícia agora é o plágio nas palavras cruzadas.
 Na figura do lado esquerdo uma cruzadas publicada em 2001 no New York Times. Do outro lado, cruzadas publicada no USA Today em 2010. E parece que este não é o único caso relatado.

15 fevereiro 2016

Plágio na eleição no Peru

Recentemente divulgou-se que um dos candidatos a presidência do Peru era acusado de plágio na obtenção do título de graduação e mestrado. Os efeitos: de segundo colocado nas pesquisas, Acuna agora perdeu o posto para um economista:

Tras las revelaciones de cuatro casos de plagio por parte del candidato presidencial y empresario César Acuña, el segundo lugar en la intención de voto para las elecciones generales de Perú, el 10 de abril, lo ocupa ahora el economista Julio Guzmán, de la organización política Todos por el Perú. En las dos encuestas más recientes, mantiene el primer lugar de preferencias Keiko Fujimori, hija de Alberto Fujimori, el exjefe de Estado peruano (1990-2000) que cumple una sentencia de 25 años de prisión por crímenes de lesa humanidad y corrupción.

12 fevereiro 2016

Plágio de um candidato a presidente

Los rectores de la Universidad de Trujillo (pública) y la Universidad de Lima (privada) investigan ya si el candidato presidencial César Acuña obtuvo su título de ingeniero químico de manera irregular en 1995, y si cometió plagio en su tesis de la maestría en Administración de la Educación en 1998. Hace tan solo unos días se reveló que el político había plagiado su tesis doctoral en la facultad de Educación de la Universidad Complutense de Madrid. Mientras las pesquisas transcurren, miles de peruanos se han volcado en un juego en línea lanzado este viernes, plagiocomocancha.com (plagio en abundancia), en el que los usuarios pueden ayudar a Acuña a copiar un examen mientras un profesor está de espaldas.

Fonte: El País

27 outubro 2015

Os Erros Graves de um projeto de pesquisa

Há dias participei da comissão examinadora de seleção do programa de pós-graduação. Neste período li muitos projetos e escutei muitos candidatos apresentarem sua proposta. Durante este processo, listei os pecados capitais de um projeto de pesquisa. Evitá-los aumenta sua chance de ser aprovado. Naturalmente esta é uma lista pessoal, mas pode ajudar o candidato futuro a ter um projeto mais adequado.

Erro 1 – Plágio e autoplágio – O plágio é bastante condenável na nossa área. Um projeto com plágio pode significar que seu autor não tem apreço em dar o crédito devido a quem foi pioneiro na área. E que pode apropriar-se do texto alheio, da pesquisa alheia e fazer outras práticas condenáveis eticamente. Imagine um professor analisando uma proposta com plágio e considerando a possibilidade de no futuro seu potencial orientando ser acusado de comportamento aético e sofrer, também, as consequências? Realmente não é nada animador. O autoplágio é a citação do próprio autor e pode ser um sinal de preguiça.

Erro 2 – Português ruim – O projeto é o cartão de visita do candidato. Ele tem tempo de rever o texto, de pedir opinião a terceiros, contratar um revisor ou até digitar o texto num programa que possui revisão de gramática e ortografia. Um orientando que escreve errado geralmente dá muito trabalho ao orientador, que terá que preocupar com corrigir a língua portuguesa em lugar de prestar atenção nos achados da pesquisa.

Erro 3 – Citação fora das normas – É parecido com o erro anterior. O orientador não terá muito tempo para ficar corrigindo ou verificando se as citações estão dentro das normas. Espera-se que o futuro aluno já saiba destas coisas básicas. O cuidado com as regras será importante quando no trabalho final de curso as regras de espaço, citação e outros serão considerados na comissão examinadora. Além disto, se o edital do concurso de seleção solicitar que o projeto esteja em espaço 2, apresentar em espaço 1 não será bem visto.

Erro 4 – Não aproveitar a oportunidade – O projeto de pesquisa é uma oportunidade para o candidato vender sua imagem de bom candidato. Se as normas exigem no máximo cinco páginas, apresentar duas é um erro: ou você não teve tempo, ou não sabe o que quer fazer, ou não fez uma pesquisa prévia suficiente para submeter o projeto ou não conhecer o assunto ...

Erro 5 – Trabalho com pouco esforço – Uma proposta de pesquisa onde o candidato consegue fazer em alguns dias dificilmente será bem aceita, comprometendo sua aprovação futura ou impedindo sua publicação. Além disto, o candidato pode estar mostrando que não conhece o assunto proposto para pesquisa ou que é preguiçoso. Qualquer uma das alternativas não é algo agradável.

Erro 6 – Proposta que já possui resposta – Muitos temas de pesquisa já foram realizados exaustivamente na academia. Mais um trabalho sobre o mesmo assunto realmente não acrescenta muito para um programa de pós-graduação. Outro lado da moeda é uma proposta que não tem resposta ou que a resposta não será possível durante os anos de curso. Aqui, um pequeno parágrafo indicando a relevância da pesquisa proposta ou sua originalidade é uma boa solução, desde que o candidato não exagere nos termos.

Erro 7 – Chavões – Começar uma proposta com uma afirmação sobre globalização não. Ou citando um autor nacional que comentou a finalidade da informação contábil. Sua proposta deve ser diferente das demais, sobressaindo diante da mesmice dos textos acadêmicos, chamando a atenção de um potencial orientador. O avaliador deve ter lido inúmeros projetos e artigos sobre o tema e certamente não quer perder seu tempo com globalização ou finalidade da informação contábil.

Erro 8 – Falta de relação entre as partes – O projeto tem, de certa forma, uma introdução e desenvolvimento. A pergunta da pesquisa deve ter relação com o objetivo. As referências com o que se pretende estudar deve ter relação com a proposta. E assim por diante.

Erro 9 – Referências defasadas ou esquecidas – Se você estiver propondo um trabalho sobre convergência, além de não necessitar escrever sobre a globalização, use trabalhos que foram realizadas nos últimos anos. Mas não se esqueça dos trabalhos seminais da sua pesquisa. Este é um erro facilmente detectado pela comissão examinadora: basta dar uma olhada nas referências e verificar o ano de sua publicação.

Erro 10 - Deixar de citar um expoente da universidade na qual você está pleiteando vaga – Um dos projetos que li comentava um determinado assunto e fazia algumas citações, mas esquecia de pesquisas muito próximas que foram feitas por um dos professores do meu programa. Isto é péssimo, pois é natural que você tenha interesse no programa por algum motivo, além da comodidade ou o diploma. A maioria dos candidatos não tem a curiosidade de conhecer os professores do programa no qual estão pleiteando vaga.