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31 outubro 2025

Clima ou saúde?

Sobre uma "nova" posição de Bill Gates sobre o clima: 


Em um longo ensaio hoje, Gates argumenta que algum financiamento de ajuda climática está sendo gasto incorretamente em projetos que tentam reduzir as emissões, mas não fazem nenhuma melhoria tangível na saúde ou nos meios de subsistência das pessoas. E enquanto ele é estridente de que a mudança climática é um “problema sério”, ele está convencido de que “não levará à morte da humanidade”.

Para as pessoas mais pobres do mundo, seus maiores problemas continuarão a ser a pobreza e a doença, não o aquecimento das temperaturas em si (embora o aquecimento exacerbe claramente ambos os problemas). Ele aponta para alguns exemplos em que a busca bem-intencionada de cortes de emissões nos países em desenvolvimento levou a consequências negativas para a saúde e o bem-estar: a proibição de fertilizantes sintéticos elevou os preços das colheitas; a pressão sobre os bancos de desenvolvimento para parar de financiar combustíveis fósseis tornou mais difícil conectar mais pessoas à eletricidade confiável.

A próxima cúpula da COP30 é uma chance de repensar como o grupo extremamente limitado de ajuda externa disponível para fins climáticos é gasto, argumenta Gates. A conclusão mais importante aqui é que ele acredita que os defensores do clima devem se concentrar menos em ser contra os combustíveis fósseis e mais para o bem-estar humano.

Os críticos argumentarão que essas duas posições estão inerentemente ligadas; no lado oposto do espectro político, os partidários do petróleo e do gás poderiam apontar para o ensaio de Gates como prova de que a histeria climática foi equivocada o tempo todo e que o uso de fósseis deve continuar desimpedido.

Em vez disso, acho que devemos seguir a sugestão de Gates de que a obsessão com metas de emissões de longo prazo nem sempre serve ao propósito pretendido, e tem sido motivo de muita reação política contraproducente. Quando chegamos à Amazônia em algumas semanas, talvez seja hora de nos concentrar em como elevar o padrão de vida para a maioria das pessoas no menor tempo, com todas as tecnologias disponíveis, com a menor pegada de carbono viável. 

Fonte: Newsletter Semafor 

Lembramos de uma escolha feita pela Fundação IFRS em tratar da questão ambiental. 

Fala.BR

 

Hoje li uma reportagem sobre uma professora que foi executada em casa, pouco depois de testemunhar em um caso de desvio de verbas de emendas parlamentares. Uma notícia como essa traz muitas emoções, ainda mais em nós, mulheres.

Isso me tocou a compartilhar uma informação que talvez seja pouco conhecida, mas muito importante: a plataforma FalaBR permite denúncias anônimas.

Apesar da Constituição Federal proibir o anonimato, há exceção para a denúncia relacionada a “defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração pública federal”, conforme o Decreto 9.492/2018.

O denunciante só precisa ficar atento, pois precisa incluir requisitos mínimos de autoria e materialidade para que seja investigado, além de denúncias anônimas não oferecerem a opção de acompanhamento do processo, que será sigiloso.

A ferramenta não teria impedido o que aconteceu com aquela professora, até porque ela já era testemunha em um processo em andamento, mas as emoções derivadas da notícia me fizeram sentir a necessidade de divulgar essas informações.

Melhores cursos, segundo o Guia da Faculdade


 Do Estado de S. Paulo de hoje. E os cursos não presenciais:


 

28 outubro 2025

Novas pesquisas, sobre fatos velhos, reescreve a história


Eis que interessante:

Duas doenças inesperadas contribuíram para a queda do exército liderado pelo imperador francês Napoleão I em 1812. Pesquisas anteriores, que analisaram DNA de restos mortais de soldados, haviam encontrado evidências de infecção por Rickettsia prowazekii, causadora do tifo, e Bartonella quintana, responsável pela febre das trincheiras — duas doenças comuns na época.

Em uma nova análise, porém, os pesquisadores não encontraram vestígios desses patógenos. Em vez disso, o DNA extraído dos dentes dos soldados mostrou evidências de infecção por Salmonella enterica e Borrelia recurrentis, patógenos que causam, respectivamente, paratifoide e febre recorrente.

Os resultados mostram que a queda do exército não foi causada por “uma única epidemia”, afirma o paleogenomicista e coautor do estudo, Nicolás Rascovan.

 (Newsletter da Nature)

Para salvar a natureza, aprenda com o Brasil


A revista The Economist é muito influente, não apenas pelo fato de ter sido fundada no século XIX, mas também pela clareza e lucidez com que aborda assuntos complexos (não estou dizendo que seja um periódico perfeito, mas é, sem dúvida, uma grande referência).

No editorial de 23 de outubro, há um artigo com a seguinte ideia: aprender com o Brasil para salvar as florestas tropicais. Mas é importante notar que o aprendizado não vem apenas dos acertos, mas também das falhas. A premissa do texto é que o custo social da derrubada de uma área da Amazônia é muito maior do que os benefícios que ela proporciona.

Em diversos momentos, as políticas públicas — que incluem fiscalização, monitoramento e incentivos à conservação — resultaram em redução do desmatamento. Nesse sentido, o modelo brasileiro, que depende de vontade política, pode ser adaptado para outros países.

 

25 outubro 2025

E o acusador paga a conta do advogado do acusado


O website Frank foi lançado em 2016 por Charlie Javice, então com 24 anos, e tinha como objetivo ajudar estudantes no preenchimento de um formulário federal chamado FAFSA. Além disso, prometia reduzir a dívida estudantil. Javice chegou a ser destaque na lista Forbes 30 Under 30.

Em setembro de 2021, o gigante JP Morgan Chase comprou a empresa por 175 milhões de dólares. Um ano depois, em dezembro de 2022, a instituição financeira descobriu que os vendedores haviam declarado possuir 14 vezes mais clientes do que realmente utilizavam o site: Javice afirmava que a Frank tinha 4,25 milhões de usuários, mas o número real seria inferior a 300 mil. Em abril de 2023, o JPMorgan acusou Javice e outros executivos de fraude e conspiração. Em março de 2025 saiu a decisão, com Javice sendo condenada a 85 meses de prisão.

Agora a parte curiosa do caso: no contrato de compra da Frank, uma cláusula estabelecia que o JPMorgan seria responsável pelos honorários legais de Javice. E ela parece ter se aproveitado disso, já que o banco desembolsou mais de 115 milhões em honorários advocatícios. O JPMorgan agora pede que a obrigação de continuar pagando seja encerrada, por considerar os valores excessivos. Em um documento, há a acusação de que Javice contratou cinco escritórios de advocacia diferentes para sua defesa. 

A história parece um caso onde um gigante financeiro foi enganado por uma pessoa, de forma grotesca. Onde estava a governança do JPMorgan na aquisição? 

Antes postamos aqui sobre o caso

Um novo canal do Panamá? De Ilhéus a Chancay, Peru

Aqui o ponto mais importante


Em resposta à nova política do governo Trump de reafirmar o controle sobre o Canal do Panamá, a China e o Brasil estão explorando a possibilidade de construir uma ferrovia transcontinental para fornecer uma alternativa vantajosa ao Canal do Panamá. O sistema ferroviário proposto seria potencialmente executado a partir da costa atlântica do Brasil, talvez Ilhéus, Bahia, para a costa do Pacífico do Peru em Chancay
(foto).

Há muitos desafios, que inclui passar pela floresta Amazônica e pelos Andes. Mas teria uma economia de 10 a 12 dias, em comparação com o Canal do Panamá.