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14 agosto 2025

Tarifa de Trump não está provocando uma recessão


Um artigo do Sherwood News (Investors and CEOs have completely ditched the idea that tariffs will cause…), destaca-se que o risco de tarifas foi completamente desconectado do risco de recessão — ou seja, investidores e CEOs não veem mais tarifas como um gatilho para crise econômica. Atualmente, as tarifas estão em torno de 16 %, após recentes mudanças políticas. Paralelamente, observa-se uma expansão de margens de lucro impulsionando o protagonismo das mega‑cap companies—empresas de grande capitalização que continuam apresentando desempenho robusto, independentemente das tarifas.

Esse cenário reflete uma mudança significativa no sentimento do mercado: ainda que as tarifas elevem custos e possam pressionar a inflação, o mercado acredita que isso não resultará em recessão. A confiança reside na resiliência das grandes empresas e no potencial de adaptação da economia a essas imposições tarifárias.

Satepsi

Nos dias atuais, é muito comum realizar pesquisas em contabilidade que apresentem conexão com outras áreas. Ao ler o livro Psicometria, de Hutz, Bandeira e Trentini (Artmed), encontrei uma observação sobre o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), vinculado ao Conselho Federal de Psicologia (CFP).

A quantidade de testes psicológicos disponíveis é muito grande, e saber quais foram validados pode ser um desafio. Por isso, o CFP propôs avaliar a qualidade técnico-científica dos instrumentos submetidos à entidade. Essa é uma primeira limitação: o CFP não avalia testes que não tenham sido submetidos. O segundo aspecto é que, segundo minha percepção, conselhos de classe tendem a apresentar certo viés em suas decisões.


De qualquer forma, ao realizar uma pesquisa e indicar que o instrumento foi validado pelo SATEPSI, há um aspecto positivo, pois isso implica uma avaliação da qualidade científica, da confiabilidade e uma análise realizada por especialistas da área.

Os testes existentes são divididos em 14 categorias, como aprendizagem, atenção, condutas sociais, crenças, entre outras. Ao selecionar um teste, é possível visualizar informações como autores, construtos, público-alvo, faixa etária da amostra de normatização, data de aprovação e prazo de validade do estudo.

Há ainda uma coluna com os testes que podem ser aplicados por não psicólogos. "Está tudo muito bem, tudo muito bom", mas o acesso ao teste em si não é permitido. Alguns deles, inclusive, são de propriedade de empresas.

Imagem: aqui

13 agosto 2025

Caso Ultrafarma 3


A descoberta do problema com o auditor fiscal ocorreu a partir de uma evolução do patrimônio da sua mãe, que mesmo sendo professora aposentada da rede pública, declarou um patrimônio de 411 mil em 2021, 46 milhões em 2022 e 2 bilhões dem 2024.

Alguns comentários aqui:

- A mãe também é cumplice, pois a riqueza estava em seu nome, sendo difícil de acreditar que não sabia de nada

- Um auditor fiscal que parece não conhecer que um enriquecimento tão rápido pode gerar uma investigação. E ocupando um cargo tão relevante. Será um caso de uma pessoa propensa ao risco? 

- O valor anunciado da propina pode levantar uma questão que o benefício para as empresas denunciadas deve ser muito grande. Partindo de 2 bilhões e fazendo um chute grosseiro de um benefício de dez vezes esse valor, o resultado é muito dinheiro. 

- É bem verdade que os valores foram divulgados pelos investigadores, que tendem a exagerar nos montantes, para ganhar prioridade no andamento processual e conseguir as manchetes.  

Caso Ultrafarma 2


Um dos pontos curiosos do caso Ultrafarma é que o auditor fiscal, da Diretoria de Fiscalização da Secretaria da Fazenda, teria recebido mais de 1 bilhão de propina. Mas como ele não atuou sozinho, provavelmente o valor deve ser menor. Há duas contadoras envolvidas no esquema, uma delas que consta do Cadastro do CFC . 

Seria de esperar que o Conselho fizesse um pronunciamento ou acompanhasse as investigações e, se for provada a culpa, a exclusão da profissão. Segundo o texto do Estado de São Paulo, eram "assistentes nos serviços criminosos", ajudando na elaboração de pedido de ressarcimento, "que envolvem documentos e cálculos complexos". 

Fonte da imagem 

Caso Ultrafarma 1


A notícia de ontem fala da prisão de dirigentes das empresas Ultrafarma e Fast Shop, duas empresas de varejo. Basicamente, os empresários pagavam propinas a agentes públicos para obter vantagens. Nada de novo aqui. 

As primeiras notícias falam de uso de notas fiscais falsas, contratos simulados e empresas de fachada para justificar os repasses. Ao efetuar o pagamento, as empresas tinham facilidades em receber créditos tributários. 

Além da Ultrafarma e Rede Shop, outras empresas foram citadas: Kalunga, Lojas Oxxo, Rede 28 e All Mix. Foi divulgado que o valor pago pode ter ultrapassado a 1 bilhão de reais de propina para furar a fila. 

Parece o velho esquema: criar dificuldade para vender "facilidade". Os procedimentos burocráticos são tão complicados que um funcionário do Estado em uma boa posição pode vende a facilidade do trâmite. Nada de novo aqui também, já que o próprio texto do link comenta sobre isso no seu final. 

12 agosto 2025

Baixa publicação sobre IA

Além do pífio investimento em IA, a nossa pesquisa é quase inexistente. Um relatório de Stanford sobre o assunto - um documento abrangente que examina o estado atual e as tendências futuras da inteligência artificial - mostra que a América Latina e Caribe produzem menos de 2% da pesquisa científica de IA na área de Ciência da Computação. 

Gastos em IA

Eis alguns dados: 

  •  O setor privado e o governo dos EUA estão investindo muito mais em IA do que seus equivalentes em outros países.
  • O setor privado norte-americano investiu mais de US$ 100 bilhões em IA em 2024, cerca de dez vezes mais que a China, que ocupa o segundo lugar.
  • De 2013 a 2024, o setor privado dos EUA investiu US$ 470 bilhões em IA, aproximadamente quatro vezes mais que o setor privado chinês.
  • Os gastos públicos dos EUA com contratos relacionados à IA totalizaram US$ 5,2 bilhões entre 2013 e 2023, sendo que o Departamento de Defesa respondeu por cerca de 75% desse total. 

Os dados estão aqui. Mas veja o gráfico e a posição do Brasil:

(Ou seja, nem aparece. Se a IA é o futuro, estamos deixando de lado esse futuro.)