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30 outubro 2008

Influencia da adoção da IFRS

Um estudo da ACCA (the Association of Chartered Certified Accountants) mostrou o efeito da adoção das normas do Iasb na Europa e o impacto no custo de capital.

Os resultados mostram que as IFRS trouxeram já efeitos significativos, mas que eles não são uniformes em toda Europa (...) Os principais efeitos positivos são aqueles em países, como o Reino Unido, onde um ambiente ao investidor de capital já existia.


Aqui sobre um estudo do The Institute of Chartered Accountants of Scotland também sobre a implementação da IFRS em termos da influencia na evidenciação.

Setor de Educação e contabilidade

Um artigo interessante do jornal Valor Econômico (Setor de educação não faz "lição de casa", afirma KPMG, 30/10/2008):

Concorrência acirrada, uma onda de aquisições e quatro aberturas de capital entre empresas de ensino superior ainda não foram suficientes para alterar as práticas das instituições de capital fechado no que diz respeito à falta de controle financeiro e informalidade. Essa é a avaliação do sócio da área de auditoria da KPMG, Marcos Boscolo, especializado em educação. "Em relação a outros setores, as empresas educacionais têm uma lição muito grande a fazer", afirmou Boscolo, na terça-feira, durante evento gratuito para empresários de ensino superior promovido pela KPMG, que vende serviços de auditoria e consultoria. "Ainda há problemas realmente básicos na contabilidade de muitas delas." Segundo Boscolo, as empresas educacionais freqüentemente misturam despesas da instituição e dos seus controladores, deixam de registrar parte dos gastos e despesas, não elaboram balancetes periodicamente e usam práticas rudimentares de contabilidade.

Também é comum, diz o executivo, que não façam provisões para perdas com processos judiciais e que desconheçam seus custos operacionais. "Em vez de estabelecer o valor do curso com base no quanto o programa custa para a empresa, a mensalidade é definida pelo preço da concorrência", conta. A precariedade desse controle de custos resulta numa oferta de cursos deficitários, que deixam as instituições em situações financeiras problemáticas. "Essa é a falha mais crítica das empresas de ensino superior", afirma Rodrigo Capelato, diretor executivo do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp). "A gestão financeira é chave num momento de consolidação e concorrência acirrada", diz. Há cerca de seis anos, segundo Capelato, as instituições de ensino começaram a elevar a oferta de vagas em ritmo superior ao crescimento da demanda, de forma que a disputa por alunos e as guerras de preços aumentaram.

(...) A precariedade dos balanços e dos controles dentro das instituições de ensino já foi apontada diversas vezes como uma das barreiras para operações de aquisição e até à sobrevivência das empresas. "No início da negociação, é tudo lindo. Mas quando você começa a analisar a empresa à venda, descobre que ela paga os professores por fora, que os números não batem e há prejuízo", conta Chaim Zaher, presidente da SEB, cuja aquisição mais recente, a Praetorium, foi anunciada nesta semana. Segundo Boscolo, quem compra assume a responsabilidade de reorganizar a empresa comprada, mas desconta esse trabalho no preço pago pelo negócio. (...)

29 outubro 2008

Gratuidade, Filantropia e Hospitais

Antes, para obter o título de filantropia, essas instituições precisavam realizar um certo número de atendimentos gratuitos à população (o equivalente a 20% de suas receitas). Agora, devem oferecer "conhecimento e capacidade técnica" para qualificar o SUS (Sistema Único de Saúde) -como pesquisas científicas, projetos de inovação tecnológica e treinamento de gestores e médicos.

A nova regra já vale, em São Paulo, para os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, do Coração e Samaritano, e, em Porto Alegre, para o hospital Moinhos de Vento. Juntos, deverão somar no próximo ano perto de R$ 240 milhões em isenções tributárias.

(...) As regras especiais para os hospitais de ponta foram criadas em 2006 e regulamentadas em 2007. Na semana que vem, o ministro José Gomes Temporão anunciará os 120 projetos que servirão de contrapartida para as isenções tributárias dos seis hospitais de ponta.

"É um novo padrão de relacionamento entre o SUS e o sistema privado", disse anteontem o ministro.

O Hospital do Coração, por exemplo, fará um trabalho de telemedicina. Os eletrocardiogramas realizados dentro das ambulâncias do Samu de todo o Brasil serão analisados em tempo real pelo hospital.

Cirurgias

Os hospitais dizem que pode haver uma redução no número de atendimentos gratuitos feitos atualmente. O Ministério da Saúde, porém, afirma que fechou acordos com as instituições para que isso não ocorra.

O Hospital do Coração realiza cerca de 350 cirurgias cardíacas gratuitamente a cada ano. Era assim que cumpria sua cota de 20%. Metade das cirurgias continuará sendo feita dessa maneira. A outra metade deverá ser feita por meio do SUS (paga pelo governo federal).

O presidente da Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Brasil, Antônio Brito, também elogia as mudanças. Elas, no entanto, não afetam as Santas Casas, que, para ter o título de filantropia, precisam reservar 60% de seus atendimentos a pacientes do SUS. "O governo olhou para os hospitais de ponta, mas se esqueceu das Santas Casas, que estão sucateadas."

Nova regra de filantropia gera mais controle, diz ministério
Folha de São Paulo - 29/10/2008
RICARDO WESTIN - MÁRCIO PINHO

23 outubro 2008

Vale presente

A questão do vale presente foi discutida no capítulo de passivo do livro de Teoria da Contabilidade. No texto Old Gift Cards Are in Season, de Kelly Nolan, The Wall Street Journal, 22/10/2008, a questão é discutida. Existe uma estimative de 8 bilhões de vales-presentes não usados, de um total de 97 bilhões comprados. Em geral, de 8 a 10% dos vales não são usados.

Companies can recognize gift cards as revenue only when they are redeemed, people in the industry say. Many gift cards get spent just after Christmas and at the start of January, boosting retailers' fourth-quarter and year-end results. Still, for retailers to benefit potentially from more untapped cards being used, consumers would have to break a bad habit they have had for years: waiting a while or simply forgetting to use their cards. Historically, about a third of shoppers redeem cards within the first 30 days of purchase, while the other two-thirds wait beyond that period, if they spend them at all, according to the Tower Group.


A surpresa do texto é que os comerciantes preferem que os clientes usem os valores rapidamente em razão das regras contábeis que exigem que os vales sejam considerados passivo primeiro, esperando que chegar ao lucro.

O que ocorreu com o Valor Justo

Para quem perdeu alguma coisa, o blog IFRS Canadá Devil is in the Details faz um resumo dos documentos relevantes na discussão sobre valor justo, em particular no Iasb e no Fasb. Vale a pena dar uma olhada.

Criticas a Convergência

Continuando sua cruzada contra as normas internacionais, David Albrecht apresenta o pensamento de Ed Ketz (Ed Ketz–IFRS Critic, 17/10/2008). Não achei as idéias tão interessantes quanto as apresentadas por Ball, por exemplo. Mas é sempre bom ver todos os lados de uma mesma questão. Ketz destaca que adotar “princípios” numa contabilidade com uma visão de curto prazo como a dos EUA pode ser perigoso.
Os proponentes da IFRS ignoram as realidades locais, afirma Ketz. Ele critica o Chairman da SEC, considerando-o responsável pela crise financeira.

Ele promove uma contabilidade baseada em princípios então os administradores não têm que seguir regras contábeis e tem mais flexibilidade para manipular suas demonstrações contábeis.

David também faz uma análise da crítica de Tom Selling (Tom Selling–IFRS Critic) que escreveu sobre as razões pela qual adotar a IFRS é uma idéia horrível. A listagem é a seguinte:

Reason 1. IFRS adoption will encounter many similar problems to SOX-404 adoption.
Reason 2. By pushing for IFRS, financial stewards are acting in their own self-interest instead of fulfilling their trust to investors.
Reason 3. IFRS Is No More “Principles-Based” Than US GAAP.
Reason 4. Academic research verifies the value of U.S. GAAP.
Reason 5. GAAP Is Better Than the IFRS.
Reason 6. IFRS is not the best way to improve U.S. GAAP.
Reason 7. IFRS Is Not Compatible with US-Style Corporate Governance.
Reason 8. Would You Have the United Nations Rewrite the US Uniform Commercial Code?
Reason 9. If It Ain’t Broke, Don’t Fix It!

19 outubro 2008

Colômbia e IFRS

Contabilidad: la norma global es clave
Nancy Rocio Velandia Ardila
Portafolio - 18/10/2008

Colombia tiene otro reto frente a la mejoría de su competitividad: a adoptar los estándares internacionales de la contabilidad.

Aunque se trata de un asunto estrictamente técnico, limitado al proceso de cómo pasar desde sistemas de contabilidad basados en normas nacionales (Pcga) al sistema Ifrs (International Financial Reporting Standards), aplicarlo cobra cada vez mayor importancia.

Está claro que hay una tendencia global de tomar como marco de referencia contable las Ifrs y que mantenerse apartado frente a esta tendencia global con las experiencias ya vividas por muchos países sería desaprovechar tal experiencia y correr el riesgo de no tener información financiera comparable, transparente y de la más alta calidad frente a esta tendencia global

pero ¿qué ventajas puede traer la adopción de las normas internacionales de contabilidad?

El objetivo es tener un conjunto único de estándares mundiales de información financiera que permita información comparable, transparente y de la más alta calidad, contenida en estados financieros preparados con base en esos parámetros.

Para lograr ese objetivo, el principal (pero no único) obstáculo es la diversidad de los sistemas y de las normas nacionales. La diversidad de los sistemas se ha solucionado vía los avances en las tecnologías de la información y las comunicaciones (bases de datos relacionales, enterprise resource planning (ERPs) y XBRL, principalmente). La diversidad de las normas se ha solucionado por medio de la armonización de tales normas.

Lograr la armonización de las normas implica que haya entendimiento tanto en las normas como en los emisores de las normas. Para ello se dispone de diversas experiencias:

a)Adopción de los estándares internacionales: La autoridad (por ejemplo: la European Commission) incorpora en su derecho interno (los hace obligatorios) los IFRS (información financiera) y los ISA (estándares internacionales de auditoría y aseguramiento) vía un proceso específico (comisiones y endoso)

b)Convergencia entre los US-GAAP (United States Generally Accepted Accounting Principles) y los IFRS: Los emisores (en este caso, US-FASB e IASB) acuerdan un proceso ('mapa de ruta') para eliminar las diferencias entre sus estándares (US-GAAP e IFRS). Similares procesos se están dando entre el emisor internacional y los emisores de estándares de Japón y China.

c)Adopción con ajustes: los emisores nacionales (por ejemplo: Australia, Nueva Zelanda) adoptan los IFRS con algunas excepciones menores.

Desde el punto de vista técnico, la adopción es el paso desde sistemas de contabilidad basados en reglas al sistema internacional IFRS, basado enprincipios. La adopción, entonces, es un método técnico ventajoso que facilita el tránsito desde el sistema de contabilidad local hacia el sistema internacional (IFRS) permitiendo mostrar las diferencias (en utilidad/pérdida, en patrimonio, en impuestos, etc.) de ese cambio.

FACTOR DE COMPETITIVIDAD

La competitividad de un país depende de un conjunto de diversos factores.

Tener un solo sistema de contabilidad (IFRS) es reconocido como un elemento que favorece la competitividad porque elimina barreras (de carácter legal, profesional, tecnológico), disminuye costos y facilita el acceso a fuentes de financiación o capital. Todas las diferencias en relación con el sistema internacional constituyen costos adicionales (tener que preparar varios tipos de información y adicionalmente hacer conciliaciones; tener que pagar mayores costos de capital; dificultades para acceder a los mercados en igualdad de condiciones) y mayores riesgos (riesgo de tomar decisiones equivocadas a causa de no tener una base comparable en la información).

La adopción de los estándares internacionales (IFRS, pero también de auditoría/aseguramiento de información, control interno y gobierno corporativo) ayuda a tener ventajas competitivas. O en otras palabras, no tener el mismo sistema equivale a darles las ventajas competitivas a los competidores.

EMPLEO PARA CONTADORES

Con los estándares internacionales los contadores tienen que ajustarse a las nuevas condiciones.

Ya no se acepta (como tampoco se acepta que sea el Estado) que los contadores sean los que creen los institutos profesionales, señalen los códigos de conducta profesional y determinen las normas técnicas profesionales, vigilen el ejercicio y tengan aprovechamiento económico de la aplicación.

Hoy a nivel internacional se requieren roles diferentes (emisores de estándares, reguladores, supervisores, analistas, preparadores, auditores, etc.) cada uno de ellos trabajando de manera independiente.

Los contadores, como personas, pueden participar en cualquiera de esos roles y ello implica que sus posibilidades de trabajo, en lugar de disminuir se incrementan. Lo que no pueden es simultáneamente ejercer varios de esos roles.

- Usted podrá escuchar a los expertos en globalización contable y estándares de información financiera en el foro que realizarán PORTAFOLIO, Deloitte y el Grupo Planeta el lunes 10 de noviembre en el Club El Nogal de Bogotá. 353 5354 ó 018000 110 301.

No tener el mismo sistema equivale a darles las ventajas a los principales competidores del mercado".

En Colombia hay sectores de contadores que critican la adopción, mientras que otros la aceptan. Sin embargo, en el país hay empresas que están usando los IFRS como su sistema de información, así sea con el sobrecosto de dos modelos de contabilidad. Todas las entidades que o bien son subsidiarias de matrices que consolidan su información financiera bajo IFRS o son compañías colombianas que realizan negocios con empresas europeas, con banca multilateral y con inversionistas extranjeros, y por lo tanto deben reportar con base en IFRS.

¿EN QUÉ VAMOS?

18 outubro 2008

CVM e derivativos

CVM exige informações detalhadas sobre derivativos em balanços
AE Conjuntura e Finanças

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir, nos balanços do terceiro trimestre deste ano, informações mais abrangentes e detalhadas sobre os instrumentos financeiros derivativos detidos pelas companhias abertas. A regra consta da Deliberação nº 550 da autarquia que completa a Instrução n.º 235/95, que regulamenta a apresentação de informações sobre esses instrumentos em nota explicativa às demonstrações financeiras.

Conforme a CVM, a Deliberação somente será aplicável ao balanço do trimestre encerrado em 30 de setembro deste ano, sendo que as companhias que já tiverem entregado o referido documento deverão reapresentá-lo com as adaptações exigidas até o dia 14 de novembro. As empresas que entregarem as informações trimestrais até o dia 24 de outubro também poderão reapresentá-lo, atendendo às novas exigências, até o dia 14 do mês que vem.

A CVM considera que, no geral, o conteúdo informativo das notas explicativas sobre instrumentos financeiros derivativos que vêm sendo produzidas pelas companhias poderia ser aperfeiçoado. Assim, promoverá, no processo de adequação das demonstrações aos padrões internacionais de contabilidade, a melhoria desse conteúdo. "Adicionalmente, em vista do atual cenário de volatilidade nos mercados nacional e internacional, considerou conveniente a adoção dessa medida já para o balanço do terceiro trimestre de 2008", diz o comunicado da autarquia.

Conforme a CVM, com esta medida, pretende-se garantir a disponibilização de informações mais objetivas e completas acerca da eventual exposição das companhias abertas, em 30 de setembro, em razão das posições em instrumentos financeiros derivativos detidos, bem como de impactos decorrentes dessa exposição no terceiro trimestre.

A Deliberação contém também, em seu artigo 4º, recomendação para que as companhias divulguem análises de sensibilidade de suas posições em instrumentos derivativos em relação a três cenários que são especificados, fornecendo assim aos seus acionistas e ao mercado referenciais concretos para a avaliação do risco trazido pelas posições assumidas pela companhia.

A autarquia diz ainda no comunicado que a nova regra inspira-se nos pronunciamentos do International Accounting Standards Board (IASB) que tratam da contabilização e da divulgação de informações sobre instrumentos financeiros, antecipando em parte o teor daqueles normativos. A CVM lembra que, junto com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, irá em breve e conforme calendário divulgado pelas entidades no início deste ano, colocar para audiência pública o pronunciamento contábil que trata do reconhecimento, mensuração e evidenciação de instrumentos financeiros, que será editado no âmbito da regulamentação da Lei 11.638/07.

A norma incorpora, ainda, partes das recomendações das áreas técnicas da CVM - de Relações com Empresas e de Normas Contábeis - feitas por meio do Ofício Circular/CVM/SNC/SEP nº 01, de 14 de fevereiro de 2007.

O Prejuízo da Aracruz

Derivativos levam Aracruz a prejuízo de R$ 1,57 bilhão
Cesar Bianconi
O Estado de São Paulo - 18/10/2008

Apenas com as operações cambiais de alto risco, empresa teve perda de R$ 2,1 bilhões

A Aracruz teve prejuízo líquido de R$ 1,569 bilhão no terceiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 260,506 milhões no mesmo período de 2007, pelo padrão brasileiro de contabilidade (BR Gaap). A receita líquida subiu de R$ 610,580 milhões para R$ 666,534 milhões na mesma comparação. O resultado financeiro foi R$ 1,548 bilhão negativo de julho a setembro. Um ano antes, foi de R$ 116,861milhões positivos.

A companhia, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, teve uma despesa financeira consolidada de R$ 2,462 bilhões, incluindo variações monetárias e cambiais. Um ano antes, a cifra foi de R$ 141,3 milhões. O resultado recente foi fortemente influenciado pela contabilização de perdas de R$ 2,1 bilhões com derivativos, segundo a empresa.

Uma das operações com derivativos de câmbio da Aracruz estabelece que a empresa tenha uma perda equivalente a duas vezes a variação cambial, caso ela ocorra em direção distinta à aposta feita pela Tesouraria da companhia. Ou seja, a empresa se dispôs a correr o risco de pagar duas vezes a variação cambial em alguns contratos com derivativos que fez.

Ao divulgar o resultado, ontem, a empresa disse que sua posição de caixa no terceiro trimestre, sem derivativos, estava em R$ 1,1 bilhão. Em 25 de setembro, ela anunciou que a sua exposição a derivativos podia ter excedido os limites previstos na política financeira. No início deste mês, informou que o valor justo de seus contratos com derivativos estava negativo em R$ 1,95 bilhão em 30 de setembro.

Essa perda financeira levou o Grupo Aracruz a ter um prejuízo líquido consolidado (incluindo empresas coligadas e controladas) de R$ 1,657 bilhão no terceiro trimestre de 2008, ante lucro líquido de R$ 263,248 milhões de julho a setembro do ano passado.

A receita consolidada nos três meses até setembro foi de 801,6 milhões, queda de 8% na comparação com o mesmo intervalo de 2007. A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 323,7 milhões, com margem de 40%. Isso se compara a um Ebitda de R$ 394,4 milhões um ano antes, com margem de 45%. O volume de vendas de celulose no trimestre foi de 679 mil (-10%), enquanto a produção totalizou 810 mil toneladas (7% na comparação anual).

A Aracruz vai antecipar a parada para manutenção da fábrica em Barra do Riacho, no Espírito Santo, do primeiro trimestre de 2009 para o quarto trimestre deste ano. Segundo a empresa, isso vai representar uma redução de 64 mil toneladas na produção de celulose no período. Considerando outras paradas já realizadas ao longo do ano, a meta de produção para 2008 foi revisada, passando de 3,1 milhões a 3,2 milhões de toneladas, ante 3,3 milhões de toneladas anteriormente.

“Dada as condições de mercado, a companhia decidiu remarcar a parada para manutenção das linhas A e C da Unidade Barra do Riacho para o quarto trimestre de 2008. A parada para manutenção da Unidade Guaíba foi realizada no terceiro trimestre”, informou a empresa.

DEMANDA EM BAIXA

Segundo a Aracruz, ao longo do terceiro trimestre a redução do crescimento da economia global e as paradas sazonais na produção de papel na Europa reduziram a demanda do setor de papel e celulose, resultando em redução de preço da commodity em setembro para todas as regiões. Nesse cenário, as vendas de celulose da empresa ficaram em 679 mil toneladas de julho a setembro, volume 12% inferior ao do segundo trimestre e 10% menor que o do mesmo período de 2007.

A empresa também informou que está tomando medidas para reduzir os desembolsos e conservar o caixa. Adiou a expansão da fábrica de Guaíba (RS) em 1 ano e reduziu a compra de terras e formação de florestas para uma nova fábrica da Veracel, joint venture com a Stora Enso, na Bahia, além de suspender a aquisição de áreas com as mesmas finalidades para o projeto de uma unidade produtiva em Minas Gerais.

Na terça-feira, a Aracruz informou que resolveu cancelar o crédito e o pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 84 milhões, previsto para ocorrer a partir de 15 de outubro. A decisão decorreu dos problemas enfrentados com operações de derivativos e em meio ao “atual cenário nacional e internacional”.

A direção da empresa disse ainda que a liquidez tem “sido severamente” afetada pela restrição de crédito e pelo aumento da percepção de risco do mercado global.

A Aracruz ainda informou ter encerrado setembro com dívida líquida de R$ 2,676 bilhões, um aumento de 55% sobre a posição de junho. Isso decorre, principalmente, do impacto da variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira e aos investimentos no período. Houve uma despesa financeira líquida sobre a dívida de R$ 450,1 milhões, pela variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira.

17 outubro 2008

Mais mudanças

Segundo Norris (Changing the Rules), apesar do Iasb ter reconhecido a pressão dos bancos e dos políticos, a pressão política deve continuar pois os bancos consideram que as decisões do Iasb não são suficientes. E os bancos desejam que estas mudanças sejam feitas até o final do mês. Não está descartado a possibilidade de ignorar partes do Ias 39 pela Comunidade Européia.

Enquanto isto, Marie Leone, do CFO (Credit Crunch Team in the Works) informa que Iasb e Fasb criaram grupo para ajudar os órgãos a desenvolver resposta coordenada para a crise econômica.

SEC e bancos

SEC permite mudança que pode adiar baixas contábeis dos bancos
Reuters Focus - 16/10/2008

NOVA YORK/WASHINGTON, 16 de outubro (Reuters) - A Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, aceitou uma proposta dos bancos para permitir que eles adiem baixas contábeis de certos ativos que perderam valor devido à crise de crédito.

Em carta enviada na noite de terça-feira, o chefe de contabilidade da SEC disse ao presidente do Conselho de Padrões Contábeis Financeiros, Robert Herz, que os bancos podem, ao menos temporariamente, tratar os chamados ativos preferenciais perpétuos mais como ativos de dívida quando forem avaliá-los para prejuízos.

Ao explicar a decisão, o chefe de contabilidade da SEC, Conrad Hewitt, disse que tais ativos são "híbridos", com características de ações e de dívida, o que coloca um desafio para os bancos.

Hewitt acrescentou na carta que a SEC "não faz objeção" aos bancos tratarem os ativos preferenciais perpétuos como dívida até que o Conselho forneça uma orientação mais clara sobre como administrar as despesas com prejuízos desses ativos.

Os ativos preferenciais perpétuos são taxados de forma similar a uma dívida, mas são precificados como outros tipos de bônus de longo prazo, mas como os investidores não podem resgatá-los como resgatam dívidas, eles podem ser considerados mais como ações.

(Por Emily Chasan e Rachelle Younglai)

16 outubro 2008

Pressão política

As mudanças no Iasb foram decorrentes de intenso lobbying de alguns bancos europeus e uma crescente pressão política.


Leia texto completo aqui

Críticos da Convergência


David Albrecht continua a saga para provar os problemas da convergência das normas dos Estados Unidos com o Iasb analisando textos de Charles Niemeier e Ray Ball.

Charles Niemeier é do PCAOB, entidade criada pela Sarbox para regular o mercado de auditoria. As críticas feitas por Niemeier são diversas e listarei aqui somente aquelas que eu julguei interessante.

Niemeier ataca a afirmação de que a IFRS é baseada em princípios e o US GAAP não. A abordagem conceitual do Fasb é tipicamente uma abordagem fundamentada nos princípios. Ele também não acredita que a adoção da IFRS aumente a comparabilidade dos relatórios financeiros em razão das dificuldades de implantação das normas nos diversos países.

Outro ataque de Niemeier (comprovado pela recente posição do Iasb) é que a normatização da IFRS está mais sujeita as pressões políticas que o GAAP. Veja, por exemplo, o link de hoje.

O texto é longo e você pode ter acesso aqui.

A análise mais interessante é da posição de Raymond Ball. Ball é um dos maiores da pesquisa contábil (seu paper de 1968 é um clássico e divisor de águas na pesquisa contábil). (A análise de Ball pode ser obtida aqui)

Ball cita três razões para não esperar uniformidade nas regras contábeis: (a) diferenças de usuários e necessidades de informações, diferenças nas empresas e setores, diferenças entre países e suas culturas mostram que é difícil imaginar um único padrão para todos os casos; (b) os padrões gerais existem em razão da complexidade do mundo e é difícil cobrir todos os aspectos; (c) as políticas de cada país e a forma de imposição das regras tornam difícil supor que seja possível otimizar o interesse público de todos os agentes.

“A despeito da indubitável integração que ocorreu, notavelmente no mercado de capitais e produtos, muitos mercados e forças políticas ainda são locais e irão permanecer assim por um futuro distante. Consequentemente, não está claro quanto da convergência na prática contábil irá (poderá) ocorrer”


Isto significa dizer que os incentivos dos atores envolvidos no processo de convergência ainda será principalmente local.

15 outubro 2008

Comunidade Européia e Normas


CE proporá revisão de normas contábeis
14/10/2008 - Agencia EFE - Serviço em português

Bruxelas, 14 out (EFE).- A Comissão Européia proporá amanhã aos 27 países da União Européia que revisem as normas contábeis vigentes na comunidade para evitar que os bancos precisem ajustar o valor de seus ativos em função de sua cotação da bolsa.
Fontes da UE informaram que Bruxelas apresentará ao Comitê de regulamentação contábil da UE - no qual estão representados todos os Estados-membros - a proposta da Junta de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) para eliminar essa obrigação.
As autoridades dos Estados Unidos já adotaram decisão similar, o que deixava às entidades européias, em meio às turbulências atuais, numa situação de desvantagem, explicaram as fontes.
Bruxelas acredita que a exigência de incluir em suas contas consolidadas a avaliação dos títulos de ações, bônus e derivados com seu valor de mercado gerou "problemas" aos bancos europeus, que tiveram que recortar em baixa muito rapidamente o valor de seus ativos em um contexto de mercados muito voláteis.
A Comissão defende que os bancos tenham permissão para consolidar esses ativos em seus livros contábeis, em vez de forçá-los a revisões contínuas.
Tendo o respaldo de todos os Estados-membros, como mostrou a reunião de ministros de Finanças de na semana passada, é previsível uma aprovação rápida da modificação, que deveria começar já na contabilidade do terceiro trimestre. EFE

O problema do reconhecimento da receita em empresas de biotecnologia

Em Revenue Recognition Rules Hamper Biotech Firms, Alan Rappeport, da CFO (14/10/2008) discute a questão do reconhecimento da receita em empresas de biotecnologia.
O problema com estas empresas é que existem redes de colaboração com outras empresas, o que complica o processo de reconhecimento. E que tipos similares de colaboração são contabilizados de formas diferentes, causando inconsistências e problemas de comparação.

The challenge for Cubist is that, with many of its international distributor contracts, the revenue consists several elements: upfront payments, when an agreement is signed; milestones, which can be for product development or sales; and actual product revenues or sales. Since these revenues become spread through the life of a contract, Stack says, they don't reflect the company's actual receipt of cash.

Fonte: Aqui

Iasb e as Normas para Mercados Inativos

O Iasb decidiu seguir a posição do Fasb e não resistiu a pressão política da comunidade européia (isso só reforça a posição contrária à convergência, em razão da delegação das políticas contábeis para um organismo estrangeiro, sujeito a pressões políticas de certos países, conforme destacam os críticos a convergência).

Apesar disto, o comunicado do Iasb afirma que

O IASB reafirma a crença de que o valor justo sobre as IFRS e US GAAP é consistente. O Iasb e o Fasb continuirão a cooperar para assegurar a aplicação do valor justo em mercados inativos.

A Finalidade da Contabilidade

O Critério de Kaldor diz que

O principal objetivo da contabilidade consiste em expor, para os titulares do negócio, os resultados reais em termos comparáveis em relação aos resultados esperados. Em outros termos, tornar possível para os proprietários julgar se o negócio é um "sucesso" e preenche as expectativas à luz do que eles investiram no seu capital, e que só eles são, em última instância, capazes de decidir.

A contabilidade está cumprindo esta missão?

Detalhamento do Socorro aos Bancos



A figura, do NY Times, mostra o investimento que os contribuintes fizeram em algumas instituições bancárias dos EUA. O valor foi de 250 bilhões de dólares sendo 25 bilhões para quatro instituições: Bank of América, Citigroup, JP Morgan e Wells Fargo.

Fonte: Aqui

O efeito da ajuda está em dois textos publicados pelo Valor Econômico: Entrada do governo acaba com era do deslumbramento em Wall Street e Tesouro concentra capital dos bancos

Revisão do SFAS 157

Apesar do Fasb estar revendo o SFAS 157, sobre a aplicação do valor justo, a American Bankers Association ainda não está satisfeita. Em carta a SEC, a ABA pede que a SEC use sua autoridade estatutária para impor sobre a decisão do Fasb. Segundo a ABA, o Fasb ainda recusa a reconhecer a realidade da situação atual, segundo noticiou a CFO

Veja também em Bank Group Asks S.E.C. To Override Guidelines, The New York Times – 14/10/2008 - Late Edition – Final – 8.

14 outubro 2008

Iasb também flexibiliza

Contabilização de ativos a valor de mercado será mais flexível
Reuters Focus - 13/10/2008

BRUXELAS, 13 de outubro (Reuters) - A entidade responsável por definir padrões globais de contabilidade votou por flexibilizar as regras sobre contabilização de ativos a valor de mercado, disse um porta-voz nesta segunda-feira. As regras foram apontadas por críticos como um elemento que acabou exarcebando a crise financeira.

O International Accounting Standards Board (Iasb), que emite regras contábeis para mais de 100 países, incluindo as 27 nações da União Européia, teve uma reunião de Conselho nesta segunda-feira.

Os membros do Conselho discutiram se deveriam alinhar as regras do Iasb sobre contabilização a valor de mercado às medidas tomadas nos Estados Unidos, onde as autoridades já haviam decidido flexibilizar a regulamentação sobre o tema.

A Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador dos mercados dos EUA) emitiu uma instrução, livrando os bancos nos Estados Unidos da obrigação de ter que aplicar um elevado desconto aos ativos que tenham grande dificuldade de ser avaliados.

"O Iasb votou pelo alinhamento", disse o porta-voz.

Contabilizar a valor de mercado diz respeito à obrigação que os bancos têm de atualizar os preços de seus ativos que são negociados com freqüência às cotações do mercado.

Os preços de diversos ativos despencaram recentemente, pressionando os bancos a reforçar o capital num momento em que o mercado de crédito está praticamente congelado.

O comitê executivo da União Européia deve revelar na quarta-feira uma medida que vai permitir que instituições financeiras listadas nos mercados europeus tenham regras mais flexíveis para contabilização de ativos a valor de mercado, nos casos em que as regras do Iasb forem insuficientes para tal.


Sobre o assunto, mais aqui. Aqui, o pronunciamento oficial.