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Mostrando postagens com marcador mulher. Mostrar todas as postagens
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23 outubro 2014

O silêncio das mulheres

Para medir o grau com que as mulheres ficam em silêncio, [eu] parti dos quase 1 milhão de comentários feitos no site do New York Times em resposta a artigos publicados entre junho de 2013 e janeiro de 2014, e apenas 25% dos comentários foram feitos por mulheres, mesmo embora 44% dos leitores do New York Times são do sexo feminino . (Eu inferi o sexo do autor pelo seu primeiro nome usando uma lista de 40.000 nomes internacionais para cerca de metade dos comentários. Eu filtrei gênero os nomes ambíguos como "Pat", bem como iniciais e pseudônimos.) As mulheres constituem a maioria apenas em cinco dos 144 fóruns (...): o Blog Motherlode (79% mulheres), o blog de New Old Age (70%), a seção Moda / Casamentos (63%), o o blog Diner (53% ), e as páginas Projetos (52%). As mulheres eram mais propensas a comentar artigos escritos por mulheres (...)

Raro, mas valorizado

(...) As mulheres fizeram apenas 18% dos comentários do fórum de futebol, por exemplo, mas cada comentário de uma mulher recebeu 39% mais recomendações que a média. Para os homens, vi o efeito oposto: quanto mais machista o artigo, a menos recomendações os homens receberam. (...)

Inclinando-se para fora

Mas também vi algo menos animador: [comentários d] as mulheres podem ser raras em parte porque eles são menos confortáveis. As fêmeas que comentam são significativamente menos propensos a incluir seus sobrenomes, o que está de acordo com uma pesquisa anterior em que as mulheres se preocupam mais com a privacidade on-line , já que eles são mais propensas a enfrentar assédio . (...)

Perspectiva Vital

(...) As mulheres eram mais propensas a usar frases relacionadas à família, educação e saúde. Elas também eram mais propensas a usar frases específicas do sexo feminino ("mama", "misoginia", "gravidez"), bem como frases relacionadas a questões que afetam desproporcionalmente as mulheres ("controle de natalidade", "violência doméstica").

Em um artigo sobre a necessidade de os empregadores a fornecer contracepção , 26% dos comentários dos homens se opôs à exigência, mas nenhum dos comentários de mulheres que examinei o fez. Ou considere a carta aberta em que Dylan Farrow acusou Woody Allen de abusar sexualmente dela. As mulheres foram significativamente menos propensos a incluir um link para uma refutação das alegações de Farrow em seus comentários. (...)

O que acontece quando as mulheres ficam em silêncio

(...) Parece muito mais plausível que as mulheres são raras [em comentários] por causa das forças sociais mais amplas. Estudos mostram que as mulheres são menos inclinadas a falar ainda na infância; estudos sobre a participação das mulheres em fóruns on-line encontrar grandes sinais de desigualdade. Os efeitos que observamos são, portanto, susceptíveis de ocorrer em outros lugares também.

(...) Nós vemos as consequências deste [mundo] não apenas quando as mulheres comentam no New York Times, mas quando uma mulher que foi violentada sexualmente permanece em silêncio em vez de comunicar o crime a um departamento de polícia dominado por homens; quando um Congresso historicamente masculino não aprova uma legislação para proteger as vítimas de violência sexual nos campi universitários ;quando as mulheres no serviço militar dominado por homens são mais propensas a ser estupradas por outros soldados do que morreram pelo fogo inimigo .

Precisamos de mulheres para falar porque esses problemas ficam sem solução se ficar em silêncio. Precisamos delas para falar por causa de meio milhão de comentários que mostram que elas têm algo importante a dizer.

Adaptado: Daqui

21 outubro 2014

Contabilidade de Saia

Quem achava que o profissional de contabilidade era quase sempre um homem extremamente formal, de poucas palavras e ocupado com série de cálculos vai se surpreender com as estatísticas. O perfil mudou e a contabilidade hoje usa saia, tem proximidade com a clientela e domina com facilidade múltiplas tarefas simultâneas.

“O toque feminino está ajudando a sociedade a entender o complicado mundo contábil. Com o avanço da mulher nesse mercado, percebemos mudanças no exercício da profissão, agregando o saber ouvir e a sensibilidade na conversa e na forma de interagir”, destaca Sandra Maria Batista, a primeira mulher presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-DF), em seus 54 anos de existência.

Os homens ainda são maioria, mas a participação feminina vem crescendo. Pesquisa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) mostra que, nos últimos 10 anos, mais de 85 mil mulheres ingressaram na carreira. Em 1996, elas eram 27,45% do total e, em 2013, passaram para 33,9%. “Em cinco anos, o número tende a se igualar ou até ultrapassar”, aposta Sandra, considerando o avanço das mulheres nos cursos de ciências contábeis, nos quais ocupam 41,53% das cadeiras em sala de aula.

As contadoras admitem sofrer discriminação em alguns momentos, mas jamais pensam em desistir. No dia em que mais de 130 mulheres recebiam sua carteira do CFC, um grupo que atua no mercado há mais de cinco anos avaliou a crescente demanda pelas ciências contábeis.

A empresária Elizangela Paula Kuhn, filha de contador, acredita que o ramo facilitou o ingresso da mulher no mercado em razão de suas habilidades cotidianas. “Precisamos de visão sistêmica, de capacidade de análise e de gerenciamento de conflitos. É o que sempre praticamos”, destacou. Simone Maria Claudino de Oliveira lembra que era uma das poucas a se formar na faculdade, nos anos 1980. “Hoje, já se vê turmas em universidades com 100% de mulheres”, destacou.

Rejane Pires da Cunha, empresária, diz ser fascinada pela arte de transformar um documento frio em soluções empresariais. “Não se trata, como muitos pensam, de ser boa de conta. Mas sim de extrair a informação correta”, destacou. Marisa Luciana Schvabe de Morais, professora universitária, comemora a importância obtida pelo ensino superior, aprofundando pesquisa e debate no ramo.

Concursos
Em Brasília, a maioria das universitárias entra no curso de ciências contábeis de olho no serviço público. Patrícia Matos, 26, é aluna do sexto período da tradicional União Pioneira da Integração Social (Upis). “É um curso amplo, que abrange economia, direito, estatística. Podemos trabalhar com finanças, controle, auditoria, entre outras opções”. Seu objetivo é ser técnica de finança e controle da Controladoria-Geral da União (CGU). “A iniciativa privada nem sempre paga bom salário”, destacou.

Wanessa Alves do Santos, 28, estudante do segundo período da Upis, acha que o mais importante é trabalhar na profissão, não importa o setor. “As oportunidades, não posso negar, são melhores no serviço público. Meu objetivo é a Receita”, emenda. “Acho a contabilidade uma área rentável. Penso em abrir mais tarde um escritório e me especializar em auditoria”, rebate a colega Leila Gama, 34.

As universidades perceberam o avanço dessa demanda e estão criando projetos específicos para atendê-la. O professor Evandro Hamann, coordenador de ciências contábeis da Unieuro, assinala que, nos últimos quatro anos, o número de mulheres no curso subiu de 20% para 51%. “Além do concurso público, o interesse é o salário inicial, de R$ 1,5 mil a R$ 6 mil”, sublinha, acrescentando que a disponibilidade de mão de obra não cobre as necessidades do mercado.

“Nossos alunos, já no segundo semestre, diferentemente de outros cursos, conseguem estágio”, conta Hamann. Ele percebe, também, outro movimento. Pessoas com mais idade que trabalham na área voltam a estudar. “Temos até uma bolsa melhor idade para alunos acima dos 50 anos. A procura tende a crescer porque, a partir de 2015, não haverá mais o curso técnico. Todos terão que concluir a graduação”, explica.

Segundo ele, por falta de profissionais no mercado, muitas carreiras do serviço público abrem concurso para várias profissões, em funções que deveriam ser específicas de contador. “Por exemplo, a Receita aceita economista e advogados, quando o cargo deveria ser exclusivo de contabilidade. O mesmo ocorre com analista de controle interno do Tesouro e do STJ”, critica.

Meio milhão de registrados
O estudo do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) comprova que a maioria dos entrevistados (72,6%) ganha até 10 salários mínimos e 8,5%, acima de 20. A faixa etária média é de 40 anos e boa parte deles (29,5%) trabalha na iniciativa privada. Quanto à escolaridade, 56,1% têm nível universitário e 13,4%, segundo grau técnico. Em agosto de 2013, o Brasil alcançou meio milhão de profissionais de contabilidade, concentrados em São Paulo (138.808), Minas Gerais (54.861) e Rio de Janeiro (54.703). O Distrito Federal contava com 14.955 registrados.


Fonte: Correio Braziliense, 19 de outubro de 2014, p. 15, via aqui

27 junho 2014

Violência contra a mulher

A propaganda a seguir mostra uma mulher comemorando a derrota da Inglaterra.



A violência contra mulher cresce quando o time é derrotado.

22 junho 2014

Mulher na contabilidade

Nossa pesquisa descobriu que a profissão contábil é avaliada particularmente bem por mulheres e mães que trabalham. Em uma pesquisa com mais de mil mulheres, olhamos para as suas experiências de preconceito e discriminação, os níveis de apoio fornecidos pelos empregadores, a progressão na carreira e as oportunidades para as mulheres que trabalham e as atitudes para o trabalho flexível. Contabilidade é um dos poucos setores que marca bem consistente.

Ela [a contabilidade] recebeu a maior pontuação para os indicadores mais positivos do que qualquer outra profissão para as mulheres trabalhadoras. Por exemplo, 94% dos contadores mulheres dizem que seu empregador é favorável às mulheres - mais do que qualquer outro setor - e também elas são mais positivas sobre a capacidade do seu empregador em reter talentos femininos. Um terço das mulheres em contabilidade descreveu seu empregador como excelente, em comparação com uma média de um em cada cinco.


Fonte: Aqui (Foto: a atriz Anna Gunn, que fez Skyler White, personagem de Breaking Bad)

05 março 2014

Dinheiro, Status e Ovulação



(Feb. 26, 2014) -- For approximately one week every month, millions of women change their economic behavior and become more focused on their social standing relative to other women.

According to new research from The University of Texas at San Antonio (UTSA) and the University of Minnesota Carlson School of Management, the ovulatory cycle alters women's behavior by subconsciously motivating them to outdo other women. This research could have important implications for marketers, consumers and researchers.

The researchers conducted three studies, one of which had ovulating and non-ovulating women play the "dictator game." In this popular economic experiment, a person is given a fixed amount of money that she can choose to share with another person.

"We found that ovulating women were much less willing to share when the other person was another woman. They became meaner to other women," said Kristina Durante, assistant professor of marketing in the UTSA College of Business and lead author of the study.




Whereas non-ovulating women shared about 50 percent of the money with another woman, ovulating women shared only half as much, keeping the rest of the cash for themselves.

In another study, women made product choices that could either maximize their individual gains or maximize their relative gains compared to other women. For example, women indicated if they preferred to have a $25,000 car while other women got $40,000 cars (Option A) or have a $20,000 car while other women got $12,000 cars (Option B). The study found that ovulating women preferred Option B, choosing products that would give them higher standing compared to other women.

"What's interesting about this finding is that ovulating women are so concerned about their relative position that they are willing to take less for themselves just so that they could outdo other women," said study co-author Vladas Griskevicius, associate professor of marketing at the University of Minnesota Carlson School of Management.

But, the studies find that ovulation doesn't always make women want more status. When women played against a man rather than a woman in the dictator game, the researchers found an even more surprising result. Whereas ovulating women became meaner to women, they became nicer to men. While non-ovulating women shared about 45 percent of the money with a man, ovulating women gave 60 percent of the money to the man.

"These findings are unlike anything we have ever seen in the dictator game. You just don't see people giving away more than half of their money," noted Durante. "One possibility is that we're seeing ovulating women share more money as a way to flirt with the men."

"Money, Status and the Ovulatory Cycle" was published in the February issue of Journal of Marketing Research and builds on Durante and Griskevicius' previous work that has shown how the ovulatory cycle alters preferences for romantic partners, clothing, food and even politics. Based on studies rooted in theory and research in evolutionary biology and evolutionary consumer behavior, their findings that ovulating women jockey for position over other women is consistent with the literature on animals. For example, studies have shown that female monkeys become more aggressive toward other females when fertile.

Ultimately, Durante and Griskevicius' findings on women's monthly hormonal fluctuations could have important implications for consumers, marketers and researchers. Marketers especially might be able to use this information strategically by emphasizing the superiority of a given product in advertising, promotions and messages to female consumers.

>> Read the complete article about the research.


Abstract:

Each month, millions of women experience an ovulatory cycle that regulates fertility. Previous consumer research has found that this cycle influences women's clothing and food preferences. The authors propose that the ovulatory cycle actually has a much broader effect on women's economic behavior. Drawing on theory in evolutionary psychology, the authors hypothesize that the week-long period near ovulation should boost women's desire for relative status, which should alter their economic decisions. Findings from three studies show that women near ovulation seek positional goods to improve their social standing. Additional findings reveal that ovulation leads women to pursue positional goods when doing so improves relative standing compared with other women but not compared with men. When playing the dictator game, for example, ovulating women gave smaller offers to a female partner but not to a male partner. Overall, women's monthly hormonal fluctuations seem to have a substantial effect on consumer behavior by systematically altering their positional concerns, a finding that has important implications for marketers, consumers, and researchers.

http://journals.ama.org/doi/abs/10.1509/jmr.11.0327

29 janeiro 2014

Diferença de salário entre homens e mulheres

Em diversos países do mundo existem mais mulheres do que homens com diploma de curso superior. Esta é uma tendência que também ocorre no Brasil . Doze por cento da população adulta feminina possui diploma de curso superior, mas somente dez por cento dos homens conseguiram concluir o terceiro grau.

Entretanto, apesar das mulheres terem melhor educação, isto não se reflete no mercado de trabalho. No Brasil, 91% dos homens com curso superior possuem emprego, contra 81% do gênero feminino. Os números da OCDE mostram que esta tendência também ocorre em países menos machistas. Como o diploma superior agrega renda – um brasileiro formado num curso superior recebe 2,5 vezes mais que aquele que completou o ensino médio – isto deveria significar que as mulheres teriam um salário médio maior. Mas isto não ocorre na prática: os homens ainda ganham mais por trabalho equivalente.

Existem diversas explicações para as diferenças entre os homens e as mulheres no momento de receber seus pagamentos mensais. A mais óbvia, a diferença decorre de um passado, onde a mulher era claramente discriminada. Esta diferença pode ter reduzido nos últimos anos, mas ainda não foi suficiente para igualdade salarial.

Uma explicação menos óbvia foi obtida de um experimento apresentado por três pesquisadores. Eles publicaram um anúncio oferecendo emprego. Para metade daqueles que se interessam o salário era fixo, de 15 dólares a hora. Para outra metade, existia uma parcela fixa, de doze dólares, e uma parcela variável, de seis dólares a hora, que seria obtido numa comparação com um colega. Assim, nesta segunda proposta, o valor esperado seria de 15 dólares ou $12 + 50% x $6. Ou seja, ambas as propostas possuíam um valor médio igual, mas a segunda proposta dependeria de uma competição. Ao comparar a aceitação da proposta os pesquisadores encontraram que as mulheres eram menos propensas a aceitar a oferta de competição.

Para os pesquisadores, isto pode ser um sinal de que as mulheres não estão muito interessadas em trabalho onde exista uma competição, ao contrário dos homens. Em outras palavras, mulheres possuem preferência diferente pela competição. Como os salários são resultantes de competição que ocorre no mercado de trabalho, isto poderia ser uma explicação para a persistência da diferença salarial entre as pessoas. Em lugar de preconceito, herança cultural e outras explicações, o experimento parece indicar que parte da diferença decorre das preferências do gênero, que talvez tenha sido marcada ao longo da evolução da nossa espécie. Assim, o esforço no sentido de reduzir esta diferença é de longo prazo.

Leia mais em
FLORY, Jeffrey; LEIBBRANDT, Andreas; LIST, John. Do Competitive Workplaces Deter Female Workers? A Large-Scale Natural Field Experiment on Gender Differences in Job-Entry Decisions, 2010.

30 dezembro 2013

Domínio das contadoras

A força de trabalho feminina representa quase metade dos profissionais de contabilidade: 41,22% das 492,6 mil vagas no setor são ocupadas por elas. A expectativa é de que em cinco anos a divisão possa ser igualitária. Segundo dados de 2013 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), nos últimos 10 anos, mais de 85 mil mulheres ingressaram na carreira. Na graduação, elas já superaram os homens. O número de matrículas no curso de ciências contábeis é de 181 mil, em comparação a 132 mil alunos do sexo masculino, de acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2012.

Quando comparados aos números de 2003, os dados atuais deixam bem claro o avanço das mulheres no setor: de um total de 358 mil trabalhadores, apenas 34,07% eram do sexo feminino. Especialistas afirmam que o crescimento da atuação feminina no ramo de contabilidade se deve a uma série de fatores, como o acesso à educação e também às possibilidades que a carreira pode oferecer aos graduados na área, com vagas tanto no serviço público quanto no setor privado.

De acordo com a conselheira do CFC Celina Coutinho, o setor de contabilidade já possuía um número expressivo de funcionárias atuantes, mas alocadas em trabalhos de escritório. A necessidade de ajudar no orçamento familiar, entre outros fatores, impulsionou a procura por postos de liderança. “Elas resolveram encarar a possibilidade de assumir cargos mais importantes e maior responsabilidade na carreira”, diz.


Além de terem que enfrentar um mercado predominantemente masculino, as contadoras encaram o mesmo problema que a maioria das mulheres no mundo corporativo: as diferenças salariais com relação aos homens. Segundo levantamento feito pelo SalárioBR — site de serviço de pesquisa de cargos e salários — um analista de contabilidade homem com quatro a seis anos de experiência no setor ganha R$ 4.067,47 — 5,63% a mais do que um do sexo feminino. Já na posição de gerente de contabilidade, os homens recebem R$ 9.853,74, cerca de 1,54% a mais do que uma funcionária mulher no mesmo cargo e com a mesma experiência.

Um dos atrativos para a mão de obra feminina é a variedade de ramos de atuação no mercado. “As empresas precisam desses profissionais, seja para abrir as portas, seja para declarar falência, e há defasagem de bons funcionários. A figura feminina apresenta qualidades como disciplina, concentração e metodologia, que normalmente são fatores positivos na hora de serem avaliadas”, explica o vice-presidente do CFC, Antônio Miguel Fernandes.

Bárbara Figueroa prova as habilidades por meio de um trabalho eficiente (Geyzon Lenin)


Imagem nova
Embora o imaginário coletivo ainda associe a figura do contador à de um homem de idade e com uma caneta atrás da orelha, profissionalmente esse perfil já caiu por terra. “Hoje, já não se trata mais de uma questão de gênero, mas de qualidade de serviço, e há a tendência que a presença feminina seja crescente”, diz o vice-presidente do CFC. Bárbara Figueroa, 23 anos, é exemplo dessa mudança. Mesmo jovem, ela acumula cerca de seis anos de experiência no setor. Bárbara esclarece que nunca sofreu preconceito específico devido ao sexo, mas notou certa desconfiança por causa da idade. “Muitos não veem com bons olhos alguém novo com certas responsabilidades e, acredito eu, ser mulher pode agravar a situação. Mas isso é só no primeiro momento, pois o serviço da pessoa prova muita coisa”, explica a contadora, que já passou por cinco empresas na carreira.

Para José Elias Feres de Almeida, autor do livro Contabilidade de pequenas e médias empresas (Editora Elsevier; 512 páginas; R$ 129), a presença e o crescimento da participação feminina no mercado contábil são benéficos, pois acarretam uma mudança na dinâmica das empresas. “As mulheres possuem capacidades de observação e questionamentos diferentes dos homens. Isso agrega ao bom funcionamento do mercado, pois são novas maneiras de enxergar os problemas vividos”, afirma. A respeito dos próximos desafios a serem enfrentados pelas mulheres no ramo, o especialista é enfático ao dizer que futuras barreiras não são exclusividade apenas quando o assunto é gênero, mas para qualquer profissional dedicado. “É preciso investir na postura diante do trabalho e também na formação, fazer pós-graduação, mestrado e ter domínio de uma segunda língua.”

Salário desigual
Relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial, divulgado em outubro, coloca o Brasil no 62º lugar de um total de 136 países no ranking geral de igualdade de gêneros. Foram analisados quatro critérios: poder político, participação econômica, acesso à educação e à saúde. A pior qualificação foi no item “igualdade salarial entre homens e mulheres”, que ficou com a 117º colocação.


11 dezembro 2013

Mulher na GM

A montadora General Motors, sediada nos Estados Unidos, anunciou, nesta terça-feira (10), Mary Barra, 51, como a nova presidente-executiva da companhia. Barra substituirá Dan Akerson a partir de janeiro. Akerson se retira da companhia depois que sua mulher descobriu um câncer em estágio avançado. Segundo a CNN, é a primeira mulher à frente de uma grande montadora americana (Folha de S Paulo)

O anúncio ocorreu um dia depois da GM estar livre da intervenção do governo. (Aqui afirma que Barra possui 52 anos)

24 novembro 2013

Competição entre fêmeas

(...) Em um experimento curioso, os cientistas chamaram pares de mulheres recém-casadas (que não se conheciam) para discutir com um cientista do sexo masculino a relação delas com seus maridos. O que elas não sabiam é que o verdadeiro experimento ocorreria no intervalo da discussão. No início do intervalo, o cientista saía da sala, enquanto as voluntárias tomavam um lanche. Durante o lanche, entrava na sala uma outra cientista, agora do sexo feminino, perguntando onde estava o cientista que havia saído da sala. Obtida a resposta, a cientista saía da sala. A discussão entre as duas voluntárias após a saída da cientista fêmea era gravada e filmada. Mas falta explicar um detalhe. Em metade das entrevistas, a cientista fêmea que entrava na sala vestia somente uma calça comprida e uma camiseta. Na outra metade das entrevistas, a mesma cientista vestia uma provocante minissaia, blusa decotada e botas. De resto, a interação entre a visitante e as voluntárias era idêntica.

O que os cientistas observaram é que a fêmea de calça e camiseta não provocava uma mudança na conversa e nunca despertava reações agressivas. Já a mesma mulher, de minissaia, causava quase sempre uma mudança na conversa entre as voluntárias que geralmente passavam a falar mal da visitante, muitas vezes insinuando suas más intenções com o entrevistador, comentando o mau gosto de suas roupas, enfim, denegrindo sua imagem. Os cientistas concluíram (você concorda?) que o diálogo agressivo e crítico entre as voluntárias após a visita da "vamp" é uma manifestação do espírito competitivo e agressivo das mulheres. Elas estariam tentando "proteger e não perder a posse" do macho que estava conduzindo a entrevista. A "vamp" era vista como uma ameaça, e a mesma mulher, vestida discretamente, não era identificada como potencial competidora. Observe que essas mulheres não se conheciam, eram casadas, e o macho em questão só havia passado uma hora na companhia das duas voluntárias.

Esses dois exemplos demonstram como ocorre a competição entre as fêmeas, muito mais sutil e indireta que a violência física, direta ou disfarçada, que observamos na competição entre os machos.

Essa coletânea de artigos mostra que o estudo da competição entre fêmeas ainda está na sua infância, mas já nos ajuda a entender o cisma com a sogra e a origem da fofoca.


MAIS INFORMAÇÕES: FEMALE COMPETITION AND AGRESSION: INTERDISCIPLINAR PERSPECTIVES. PHIL. TRANS. R. SOC. B 368:2130073 2013

FERNANDO REINACH - Estado de S. Paulo - 23 de novembro de 2013

14 outubro 2013

Executiva mais poderosa

A mulher mais poderosa do mundo nos negócios é uma brasileira:

A presidente da Petrobras, Graça Foster, foi eleita pela revista norte-americana Fortune a mulher mais poderosa do mundo fora dos Estados Unidos. A revista fez dois rankings, um com executivas norte-americanas e outro com internacionais. A classificação levou em consideração quatro critérios: a importância e o tamanho do negócio liderado pela executiva na economia global, o sucesso e a condução dos negócios, a trajetória de carreira da executiva e sua influência social e cultural.

Este foi o segundo ano consecutivo em que Graça Foster foi apontada pela revista como a executiva mais poderosa do ranking global, entre 50 candidatas de diversos países e setores, como a Inglaterra, Austrália, Suécia, Turquia.


Em outro texto, os efeitos que isto pode trazer:

Para a economista Maria Beatriz David, professora do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a escolha da presidenta da Petrobras, Graça Foster, pela revista norte-americana Fortune como a executiva mais poderosa do mundo, poderá fortalecer a situação da estatal com os mercados financeiros, "porque hoje a situação é complicada. Ela [a Petrobras] está muito endividada e para tomar recursos novos, isso dificulta".

Acho muito otimismo associar as duas coisas. Talvez a eleição possa ajudar a executiva dentro do governo e tão somente.

Segundo a economista, ao eleger Graça Foster como a mulher de negócios mais poderosa em termos globais, a revista Fortune reconhece que ela é uma administradora eficiente. "Então, para os investidores, é um sinal positivo".

São coisas diferentes: poder e eficiência. E o próprio resultado da empresa mostra que Foster tem poder, mas não eficiência.

07 outubro 2013

Por que existem poucas mulheres cientistas?

No verão passado, pesquisadores da [Universidade de Yale] publicou um estudo mostrando que os físicos, químicos e biólogos estão propensos ver um cientista jovem macho mais favorável do que uma mulher com as mesmas qualificações. Foram apresentados resumos idênticos com as realizações de dois candidatos imaginários e professores de seis grandes instituições de pesquisa foi significativamente mais disposto a oferecer ao homem um trabalho. Se eles se dispusessem contratar a mulher, eles proporiam que o seu salário fosse, em média, quase 4.000 dólares menor do que o do homem. Surpreendentemente, os cientistas do sexo feminino foram tão tendenciosos como os seus homólogos masculinos.

(...) Apenas um quinto dos PhD de física neste país [Estados Unidos] são concedidos às mulheres, e apenas cerca de metade dessas mulheres são estadunidenses, de todos os professores de física nos Estados Unidos, apenas 14 por cento são mulheres.


Continua aqui)

05 setembro 2013

Homens e mulheres

Uma entrevista com Linda Descano (Mulheres: do comando dos gastos ao dos investimentos, Luciana Seabra, Valor Econômico - 04/09/2013)

Valor: Quais são os erros mais comuns das mulheres no planejamento financeiro?

Linda: Descobrimos que existem três erros comuns que algumas mulheres ainda cometem quando gerenciam seu dinheiro. Em primeiro lugar, às vezes elas fecham os olhos para a inflação. É crítico para as mulheres considerar o impacto da inflação sobre seus retornos - nós vivemos mais do que os homens e a inflação vai afetar o nosso poder de compra por um período maior. Em segundo lugar, elas frequentemente não prestam atenção às suas finanças ou colocam seu plano em movimento até que sejam confrontadas com um alarme - e em geral não é porque algo bom aconteceu. É o resultado de um divórcio, de doença, morte de um cônjuge ou parceiro ou perda do emprego. É importante começar cedo, ser consistente e fazer um balanço regularmente. Por fim, elas não se colocam em primeiro lugar - as mulheres têm uma tendência natural de se colocar por último. É importante financiar-se primeiro e dizer "não" quando se passa a ser um caixa eletrônico para as crianças.


O problema da inflação, denominado de Ilusão da Moeda, é comum a ambos os sexos. Ou será de Descano descobriu algo novo?

Valor: E quanto ao risco?

Linda: A visão predominante é que homens são tomadores de risco e mulheres evitam o risco. Mas eu acredito que uma descrição mais precisa para as mulheres de hoje é "pensadoras de risco", o que significa que as mulheres estão dispostas a tomar risco desde que compreendam que tipo de risco estão tomando. Tudo se resume à forma como o risco é enquadrado. Mulheres estão menos dispostas a tomar risco, mais preocupadas sobre segurança e sobre preservar seu dinheiro.

04 setembro 2013

07 agosto 2013

Diferença de Salário

Uma pesquisa do IMA, da Inglaterra, mostrou que a diferença de salário entre o homem e a mulher na contabilidade é de 78%. A menor diferença ocorreu em 2006, com 80%.

Ou seja, se um homem recebe R$100.000, a mulher irá receber 78.000.

11 julho 2013

PwC e a Mulher

Gaenor Bagley, da PricewaterhouseCoopers, reconheceu que sua empresa não tem feito progressos significativos na participação das mulheres no topo do comando. Num artigo escrito para o The Telegraph, Bagley informa que 15% dos partners são mulheres (eram 8% em 2008) e 27% do board são mulheres. Apesar da evolução, Bagley reconhece que a taxa de promoção das mulheres na PwC ainda é baixa: apesar de 29% dos diretores serem mulheres, nas últimas promoções somente 16% eram mulheres.

A análise de Bagley realmente é interessante:

The reality is that there are still a number of barriers businesses need to overcome before satisfactory progress is made. This includes tackling the unconscious assumptions people make about leadership, which are influenced by our history of predominantly male leaders. So leadership is often linked in people’s minds with attributes such as gravitas and impact, which they associate with men. The effect is many women are simply not putting themselves forward for these roles as they don’t think they fit the mould. But also they are less likely to be perceived by others as leaders or having the potential to be a leader.

People tend to promote in their own image, and with men still holding the majority of managerial positions, women are often being unfairly viewed as a
more ‘risky’ choice because they don’t necessarily display the same leadership traits at work as men, or they may display them in a different way. It is an uncomfortable truth that we are influenced by deep-held stereotypes and are therefore not as fair as we think we are. We are missing out on some key talent because of this.