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13 fevereiro 2011

A expansão da tecnologia

A série de gráficos abaixo mostra a expansão da imprensa, desde a sua invenção (aprox 1440, por Gutemberg) até 1500. Lembrando que o primeiro livro de contabilidade impresso foi publicado em 1494, em Veneza, na Itália. A imprensa já existia na Itália na década de 1460. Ou seja, levou mais de 30 anos para que a primeira obra de contabilidade fosse publicada.










20 julho 2010

Teste #315

Em 1878, um anúncio de um Externato Particular no jornal A Província de São Paulo, informava que os alunos teriam aulas de

primeiras lettras
noções de grammatica francesa
contabilidade
systhema metrico decimal

Qual item não constava do anúncio do Externato?

Resposta do anterior: 1875, publicado no A Província de Sao Paulo, 11 de maio, atualmente O Estado de São Paulo, p. 3.

06 junho 2010

Enquanto isto, em 1892...

A Companhia Commercio e Industria Nacional apresentou, no dia 10 de junho de 1892, suas informações contábeis. A seguir o formato da Demonstração da Conta de Lucros e Perdas:



Os valores referiam ao semestre encerrado em 31 de março de 1892 e a demonstração era apresentada como um razonete T. Esta demonstração era assinada por "Arthur Severino, guarda-livros". Abaixo, o formato do "Balanço Geral em 31 de março de 1892".



O balanço não segue a ordem que estamos acostumados nos dias de hoje. A conta Caixa, por exemplo é a última do Activo. (Mantive o português da época). O Balanço era assinado pelo Director-presidente, o Director-gerente e pelo guarda-livros.

Sobre as demonstrações, o parecer do Conselho Fiscal afirmava:

Cumprindo com o disposto no no. 1 do art. 27 dos nossos estatutos, procedemos á verificação dos saldos do balanço geral desta Companhia, realizado em 31 de Março ultimo, assim como á verificação das contas que nos foram apresentadas, as quaes se acham de acordo com os respectivos lançamentos.
Somos, portanto, de accôrdo, que devam merecer a vossa approvação as contas apresentadas pela nossa directoria"


Com a assinatura de três conselheiros.

É interessante que o relatório da administração da empresa ocupa uma página inteira do Diario Oficial.

No item Escriptorio, discorre sobre a contabilidade da empresas:


Escriptorio

Exerce as funcções de guarda-livros e chefe do escriptorio, desde 17 de setembro ultimo, o Sr. Arthur Severino, cuja proficiência, dedicação ao trabalho e zelo pelos nossos intereses, muito o recomendam ao nosso apreço, e muito têm contribuído para a regularidade a que chegamos nos variados serviços da nossa empresa.

Em o nosso escriptorio central são examinadas semanalmente as contas, o movimento e os escriptos parciaes das diversas casas feliaes; e, mensalmente, procede-se ao balanço em cada um destas.

Foi com a adopção desta pratica que conseguimos cortar despesas abusivas e harmonizar a marcha do serviço com a necessidade de garantir nossos interesses, estabelecendo um centro de acção e fiscalização para todas as ramificações do nosso negocio.

E acreditamos que, sem esse rigor, nada poderemos conservar de estável e proveitoso


Observe que a contabilidade tem sido usada com finalidade de controle, além de ajudar nas decisões.

05 junho 2010

A história não oficial da Contabilidade no Brasil

Provavelmente o leitor já conhece parte da história oficial da contabilidade no Brasil: a data da fundação do primeiro curso, a lei que reconheceu a profissão, os primeiros congressos dos profissionais, entre outros fatos importantes.

Mas como era a contabilidade antes destes fatos formais? Desconheço uma referência sobre o assunto, o que significa que ainda é necessário pesquisa sobre o mesmo.

Lendo História do Brasil com Empreendedores, de Jorge Caldeira (Mameluco) encontrei a seguinte passagem (p. 45) sobre a vida da família Prado. Ao falar da vida de Antonio da Silva Prado (1778 a 1875), Caldeira conta como ele enriqueceu: fez uma viagem para Chapada Diamantina como tropeiro e obteve uma alta margem de lucro. A partir daí, passou a fornecer capital para outros tropeiros. Ajudou o governo de Dom Pedro I a pagar algumas contas e ganhou o contrato para cobrar impostos em Sorocaba. Nesta função de cobrador de impostos, comprou milhares de mulas; suas mulas passavam pela barreira fiscal sem pagar impostos, mas as tropas concorrentes eram duramente taxadas. O dinheiro obtido era reaplicado no negócio. Eis um trecho importante do livro.

Nesse ritmo, Antonio da Silva Prado se tornou logo um dos homens mais ricos de São Paulo. Deu o passo seguinte ao reunir para si toda a herança da família, ao casar sua filha Veridiana com seu meio-irmão Martinho. A noiva tinha recebido a educação que seu pais julgava mais adequada, que incluía um longo treinamento na contabilidade de partida dupla.


Observe que o trecho diz respeito ao início do século XIX, quando ainda não existiam escolas de contabilidade no Brasil. Mas isto não impedia que algumas pessoas tivessem conhecimento da contabilidade. No caso Veridiana, provavelmente a educação recebida em contabilidade deve ter ocorrido através de professores particulares, contratado pelo pai, Antonio da Silva Prado. Além disto, a relevância da educação na contabilidade indica claramente que Prado já conhecia o método, de alguma forma, e considerava importante que sua filha aprendesse.

Sabe-se que antes da criação de escolas formais de contabilidade, a mesma era ensinada nas famílias. E no Brasil, como isto ocorreu? Talvez fosse necessário alguém investigar a história não oficial da contabilidade para descobrir a freqüência que isto ocorria. O livro de Caldeira já é relevante por revelar outra visão da história brasileira: existia um intenso mercado interno no Brasil colônia, a economia não dependia da exportação e os trabalhadores eram em sua maioria pessoas livres.

03 fevereiro 2010

Balanço de 1891

É interessante analisar contabilidade antiga. O balancete do Banco União de São Paulo, de 30 de abril de 1891 foi assinado no dia 7 de maio, um tempo relativamente curto para aquela época. Duas assinaturas: do presidente, Lacerda Franco, e do "chefe da contabilidade", Geo Ewbank. Observe que a denominação não cita a profissão - contador. Além disto, o sobrenome do responsável é tipicamente inglês.

04 dezembro 2009

Teste #189

O livro A History of Accounting and Accountants, de Richard Brown, originalmente publicado em 1905, já fez parte do Teste #179. Na sua página 305 ele faz um rápido comentário sobre o Brasil. Lembrando que o livro foi publicado em 1905, qual dos itens abaixa NÃO deve fazer parte deste comentário:

Existe uma organização da profissão de contador oficialmente reconhecida
Na falência, o juiz nomeia pessoas que será o responsável pela gestão do patrimônio
O trabalho de auditoria é confiado a alguns acionistas que formam o Conselho Fiscal


Resposta do anterior: Siemens, empresa alemã. Fonte: Siemens Settles With Ex-Chiefs Over Scandal, NY Times, 3/12/2009

20 novembro 2009

Teste #179

Um livro de história da contabilidade, ao descrever a questão da numeração nos primitivos, gregos, romanos e modernos, afirma:

Os brasileiros geralmente contam pelas articulações dos dedos, e consequentemente somente até três.


Você arriscaria dizer em que século este livro foi publicado?

Século XV
Século XVIII
Século XX

Resposta: Eiffel. A obra custou 7,8 milhões de francos e foi construída por Gustave Eiffel. Fonte, aqui. Fonte da foto, aqui

13 julho 2009

Partidas Dobradas

Alguns autores defenderam que, ao tempo do império Romano, essa civilização já conheceria e praticaria o método das partidas dobradas. No entanto, face às atuais provas documentais, não seja de se aceitar tal hipótese. Isto é, tanto os documentos contabilísticos que foram estudados como a opinião dos diversos estudiosos e especialistas dessas matérias apontam num único sentido: o método das partidas dobradas nunca foi utilizado na civilização romana, não obstante o desenvolvimento registrado nesta.

Por fim, podemos aferir a enorme importância da Contabilidade na sociedade romana a partir das diferentes versões de documentos contabilísticos e controles existentes, para além do fato de as informações contabilísticas serem importantes componentes da civilização romana.


LIRA, Miguel Maria Carvalho. A utilização do método das partidas dobradas na civilização romana. Revista Brasileira de Contabilidade, março/abril 2009, n. 176, p. 28-31


Grifo meu. Um artigo para quem gosta de estudar a História da Contabilidade.

21 maio 2009

A Origem da Contabilidade


“Atualmente a melhor evidencia que temos da introdução dos números abstratos de contagem (1,2,3 e assim por diante) no lugar das marcações foi descoberta pela arqueóloga da Universidade do Texas Denise Schmandt-Besserat, nas décadas de 1970 e 80. Naquela época, Schmandt-Besserat [foto] estava investigando sítios arqueológicos no Oriente Médio, onde floresceu a avançada sociedade suméria por volta de 3300 a 2000 a.C.

Onde quer que Schmandt-Besserat escavasse, encontrava pequenas peças de argila de diferentes formatos, incluindo esferas, discos, cones, tetraedros, ovóides, cilindros, triângulos e retângulos. As mais antigas eram mais simples, as mais recentes, frequentemente um tanto intricadas. A principio ela ficou intrigada com os achados. Mas aos poucos, à medida que ela e outros arqueólogos lentamente reuniam informações e obtinham um quadro coerente da civilização suméria, ficou claro que esses artefatos eram usados no comércio como unidades concretas de contagem. Cada formato representava certo número ou quantidade de um item: um metal, uma jarra de óleo, um pão, um boi, uma ovelha, uma jóia e assim por diante.

Até onde sabemos, essa é a mais antiga forma de contagem (e de contabilidade) organizada. Observe que ainda não havia números abstratos. Como os artefatos de argila eram usados para contar, podemos considerá-los uma espécie bastante concreta de “número”. Assim, eles constituíram o primeiro passo em direção aos números abstratos que usamos atualmente.

Um homem de negócios ou um comerciante sumério manteria todos os seus artefatos em um mesmo local como um registro de seus bens financeiros. Em geral, ele colocaria sua pilha de artefatos sobre uma folha de argila úmida, que ele dobraria, formando uma bolsa que em seguida seria selada. Esse método era certamente seguro. Uma vez que a argila secasse, não haveria perigo de perder o registro de seus bens. O problema óbvio surgia na hora do comércio. O sumério tinha que quebrar a bolsa para atualizar seus registros adicionando ou removendo artefatos. Pior ainda, tinha que quebrá-la sempre que quisesse simplesmente verificar seu saldo.

Para contornar a frustração de ter constantemente que quebrar a bolsa e fazer uma nova, os sumérios mais empreendedores adotaram o hábito de pressionar a peça de argila na superfície de argila úmida antes de selá-la, formando a bolsa. Deste modo, deixavam um registro na superfície externa da bolsa, dentro da qual estavam lacrados os artefatos. Isso significava que os sumérios não tinham mais que abrir a bolsa apenas para verificar o saldo. Tudo que precisavam fazer era examinar as marcações do lado de fora.

E as coisas permaneceram assim (nós supomos) até que um sumério particularmente astuto percebeu que podia fazer mais uma simplificação. Do jeito que as coisas estavam, as peças dentro da bolsa representavam certa quantidade de bens. Por outro lado, essas peças eram representadas por marcações na bolsa causadas pelos próprios artefatos, pressionados na argila úmida antes que esta endurecesse. Mas isso significava que você não precisava dos artefatos em si! A informação crucial estava nas marcações do lado de fora da bolsa. Você poderia passar muito bem sem nenhum artefato e se basear simplesmente nas marcas na argila. Então, é claro que a argila não precisaria mais ser moldada como uma bolsa fechada. Poderia ser deixada na forma de uma folha plana (...)”

DEVLIN, Keith. O instinto matemático. Rio de Janeiro: Record, 2005, p 204-2006


Observe um aspecto importante: a contabilidade surgiu sem a necessidade da existência dos números!


Para ler sobre Schmandt-Besserat aqui

03 abril 2009

IFRS e Brasil

Mudança contábil exige novo perfil de profissionais
Valor Econômico - 3/4/2009

A implementação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), aprovada em 2007 no Brasil por meio da Lei 11.638 e que afeta todas as companhias abertas e limitadas de grande porte do país, está causando uma verdadeira revolução na rotina e na carreira de contadores, auditores, controllers e executivos da área financeira. A mudança, que unifica os padrões contábeis para estabelecer critérios de comparação entre empresas internacionais, aumenta significativamente o grau de responsabilidade dos profissionais que elaboram ou analisam balanços, exigindo deles uma visão crítica e conhecimentos mais aprofundados de gestão de negócios, finanças corporativas, questões societárias, planejamento tributário e sistemas de informação.

Os treinamentos, debates e congressos sobre IFRS pipocam por toda parte e lotam auditórios com representantes de empresas, universidades e órgãos públicos preocupados em entender e debater as aplicações das novas regras, já em vigor nos balanços consolidados de 2008 publicados este ano.

Mas, apesar dessa corrida contra o tempo, esta lei é entendida pelo mercado como um grande avanço por transformar as demonstrações financeiras em um instrumento efetivo de gestão do negócio, mais transparente e confiável para os investidores. Já para os contadores, acostumados a figurar em segundo plano na escala das profissões da área financeira, trata-se de uma revolução que os coloca em um novo patamar no mercado. Seu papel, até então restrito aos registros numéricos, sobe para o nível da tomada de decisão.

"Esta é uma grande oportunidade de carreira para o profissional contábil, que sempre foi muito discriminado, visto como um registrador de fatos e dados. Agora, ele é obrigado a fazer parte da estratégia da empresa", diz a contadora-chefe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vania Borgerth. Para ela, que também é diretora do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) no Rio de Janeiro e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), este é o momento de maior mudança em toda a sua carreira.

Há 16 anos no BNDES, Vania lidera atualmente uma equipe de 50 pessoas. Ao todo, a estrutura da instituição tem 250 contadores, responsáveis por analisar o balanço das empresas que solicitam financiamento. E é da contadora-chefe a missão de capacitá-los em IFRS. Por isso, desde 2006, Vania acompanha de perto as discussões no Brasil e no exterior sobre as normas contábeis internacionais. "Procuramos nos antecipar ao mercado. O próximo passo será certificar internacionalmente todos os nossos contadores", explica ela.

As normas internacionais causam também um impacto importante no ensino, uma vez que exigem mudanças não apenas no currículo dos cursos de ciências contábeis, administração e economia, mas também na mentalidade dos professores e nas metodologias. Afinal, as escolas terão de exigir do aluno um posicionamento mais analítico e não somente o cumprimento de normas pré-estabelecidas. O desafio é grande: segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), cerca de 20 a 25 mil contabilistas se formam a cada ano em 1.046 instituições de ensino superior espalhadas pelo país.

Como as regras estão sendo adotadas por etapas e, por isso, há pouquíssimas publicações sobre o tema no Brasil, a responsabilidade de se atualizar e buscar as informações recai sobre todos os profissionais envolvidos com o tema - inclusive os professores. "O conhecimento está se formando e, por isso é muito importante que os professores participem das discussões", diz Sérgio Machado, professor do Ibmec São Paulo. Em relação ao mercado de trabalho, ele acredita que a demanda agora será por contadores que enxerguem a organização de forma mais ampla.

As escolas de ponta no ensino de finanças saem na frente na adequação à nova legislação. A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ligada à Universidade de São Paulo (USP), é uma das líderes do processo no país, e faz parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), grupo formado pelas principais entidades do mercado de capitais responsável pelo estudo, adequação e emissão de normas ligadas à Lei 11.638.

Além de promover uma série de workshops e palestras sobre o assunto em parceria com outras entidades e empresas, a Fipecafi já incorporou ao seu currículo todas as normas publicadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "O antigo modelo contábil é mencionado apenas como referência histórica", diz o professor Ariovaldo dos Santos. Para ele, mais do que a questão técnica, o maior desafio é a postura que deverá ser adotada pelos professores, alunos e profissionais de mercado. "É preciso mudar a cabeça das pessoas. Elas terão de reaprender a profissão."

A Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp) também já reformou a disciplina de contabilidade em seus cursos de acordo com o padrão internacional. A cada nova norma publicada pela CVM, os professores levam artigos e a própria legislação para discutir em sala de aula.

A professora Edilene Santana Santos, do departamento de Contabilidade, Finanças e Controle da FGV, vê impactos importantes tanto na carreira dos contadores, que precisam de conhecimento mais profundo para tomar decisões, como dos analistas de mercado, já que eles são os usuários das informações publicadas e precisam interpretar corretamente os balanços. "Com a adoção do IFRS, há flexibilidade para adaptação em cada empresa. O analista vai se deparar com formas diferentes e, ao ler os relatórios, precisa saber como aquela prática adotada afetou os resultados", explica Edilene.

É o que vive na pele Marco Saravalle, analista da corretora Coinvalores e conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). "Foi uma mudança muito sensível para a análise", diz ele, que terá de fazer projeções de mercado para 2009 com as novas alterações. Saravalle acabou de concluir um MBA voltado para o mercado de capitais, porém ainda estudou com base no modelo contábil antigo. "Se eu soubesse (que as regras mudariam tanto) teria esperado mais um pouco para fazer o curso", lamenta. "Nós, analistas, vamos ter que ler muito, buscar informações em palestras e seminários para estarmos atualizados, porque pequenas questões podem ser determinantes na avaliação de uma empresa."

Outro segmento do mercado que tem investido fortemente em capacitação em IFRS são as empresas de auditoria, que têm sido responsáveis por introduzir as novas regras em boa parte das empresas de grande porte no País, além de oferecer treinamento para as equipes internas dessas organizações. Para garantir tal expertise dos auditores, os treinamento no Brasil e exterior são intensivos.

Só na KPMG, foram investidos em 2008 aproximadamente de R$ 4 milhões em treinamentos de IFRS e novos pronunciamentos contábeis. Cerca de 1.800 profissionais da equipe passaram por 280 mil horas de treinamentos presenciais no país e na Europa ou em cursos on-line. "Muitos fatores exigem um grau de subjetividade muito grande, como determinar o valor justo de ativos. São aspectos que exigem maior senioridade dos profissionais", diz o sócio-líder de auditoria da KPMG no Brasil, Charles Krieck. "O processo ficou mais complexo e mais interessante", completa.

A PricewaterhouseCoopers (PwC) também treinou mais de mil funcionários em sessões que variaram de 30 a 100 horas por ano, além de um grupo de cerca de cem "superespecialistas" que fizeram intercâmbio técnico fora do país ou possuem qualificação internacional independente. Além da capacitação interna, a empresa promove constantemente seminários gratuitos para cerca de 400 pessoas sobre a Lei 11.638 e seus impactos nas organizações. "Nossa preocupação é que o mercado todo consiga se capacitar", diz Fábio Cajazeira, sócio da área de mercado de capitais no Brasil.

Há cerca de dez anos, quando a Europa sinalizou a mudança nas regras internacionais, a PwC mundial começou a promover intercâmbios internos para capacitar profissionais dos 154 países em que atua. Cajazeira foi um deles. Passou dois anos no Reino Unido participando de um grupo global especializado em IFRS. Hoje, considerado um "superespecialista", ele acredita que a convergência das regras internacionais é a maior revolução na linguagem de comunicação das empresas com seus diversos públicos. Por isso, o entendimento de quem atua na área não pode ser superficial. "São mais de 40 normas que mudam toda a estrutura de balanço. Não é algo que um curso de cinco horas resolveria." Na opinião dos especialistas ouvidos pelo Valor, o IFRS tende a promover um maior interesse de jovens profissionais para atuar na área contábil.

A demanda já foi identificada pelo Ibmec RJ, por exemplo, que lançou uma graduação em ciências contábeis toda moldada a essa nova realidade. O curso se propõe a formar profissionais que tenham pleno domínio conceitual, funcional e operacional do IFRS e outras questões importantes ligadas à área financeira, mas também traz questões que remetem ao novo papel dos contadores, como gestão de negócios, análise de informações, habilidades de liderança e visão estratégica das atividades contábeis.

Para o vice-presidente de fiscalização do Conselho Federal de Contabilidade, Enory Luiz Spinelli, o pleno ajuste às novas regras deve se dar entre cinco e oito anos. "A história da contabilidade no Brasil, desde a chegada dos portugueses, sempre teve um enfoque tributário, fiscal. Agora, teremos uma contabilidade focada no negócio e no conhecimento."

24 março 2009

História da Contabilidade

La contabilidad primitiva
La Verdad - 23/3/2009 - ALBACETE

El prestigioso matemático belga Dirk Huylebrouck impartió ayer una interesante charla en Albacete

Quince mil años antes de que la escritura apareciera en Mesopotamia, el ser humano ya hacía cuentas en África. Eso opinan algunos matemáticos que han estudiado dos huesos con muescas transversales, encontrados junto a la cabecera del Nilo en los años 50. Uno de los más prestigiosos defensores de esta teoría visitó Albacete ayer, invitado por el Instituto Bachiller Sabuco y por la Facultad de Humanidades de la Universidad de Castilla-La Mancha. Se trata del belga Dirk Huylebrouck, que ofreció una conferencia pública ante un puqueño grupo de alumos en el Salón de Grados de Humanidades. Según Huylebrouck, las muescas trazadas en los dos huesos equivalen a agrupaciones de cifras y realizarían la función de ábacos. La tesis, respaldada por otros especialistas, se basa en que algunas poblaciones africanas actuales, como los yasgua de Nigeria, hacen sus cuentas con una sola mano, llevando el pulgar a cada una de las falanges de los restantes cuatro dedos.

En definitiva, cuentan utilizando como referencia la docena, que es una de las interpretaciones posibles de las muescas trazadas en los dos huesos de Isangho. Nuestro invitado trabajó en el Congo y Burundi durante doce años, con lo que tuvo acceso directo a la información étnica que ahora desarrolla. En la actualidad, Huylebrouck trabaja como profesor de matemáticas de futuros arquitectos en las ciudades belgas de Gante y Bruselas. Suele presentarse como etnomatemático, pero sus inquietudes abarcan otras muchas facetas como el álgebra lineal, la teoría analítica de números o la proporción áurea. También cultiva la divulgación científica en la revista The mathematical intelligencer. Además fue organizador de congreso mundial que se celebró hace dos años en Bruselas con los huesos como motivo central de estudio.

Estos ejemplares, los primeros, los primeros instrumentos matemáticos de los que existe noticia, son conocidos como Los huesos de Isangho, miden entre diez y catorce centímetros, tienen veinte mil años de antigüedad y se conservan en el Instituto Real de Ciencias Naturales de Bélgica.

07 agosto 2008

Elogio ou crítica?

Aunque la esencia de esta disciplina se mantiene intacta desde hace cinco siglos, los cambios en el ámbito legal, hacen necesaria una obligada revisión por parte de las empresas que quieran sobrevivir


Nada nuevo bajo la contabilidad - El Economista - 6/08/2008 - GENERAL - Página 39

12 maio 2008

Teoria da Reflexividade

Um assunto de que economistas querem distância
Valor Econômico - De São Paulo
24/04/2008

A teoria da reflexividade, assunto recorrente nos escritos de George Soros, não se qualifica como ciência, por que não provê explicações deterministas e predições. Constitui apenas uma estrutura conceitual para a compreensão de eventos de que humanos participam. No livro, Soros dedica um capítulo inteiro à explicação da teoria, que pode ser entendida, como ele diz, como uma "teoria da história" de uso amplo, inclusive em assuntos financeiros.

Por que o conceito de reflexividade não obteve reconhecimento generalizado? No caso dos mercados financeiros, Soros diz saber a resposta: "A reflexividade impede os economistas de produzir teorias que poderiam explicar e predizer o comportamento dos mercados do mesmo modo que cientistas naturais podem explicar e predizer os fenômenos naturais", afirma. "Para estabelecer e proteger o status da economia como ciência, os economistas fizeram de tudo para afastar a reflexividade dos assuntos de seu interesse".

A reflexividade é usada em lógica como relação que um objeto tem consigo mesmo. Soros a usa para descrever uma conexão de duas mãos entre o pensamento dos participantes de uma situação (como os agentes do mercado e autoridades econômicas e reguladoras) e a própria situação de que participam. Situações reflexivas são caracterizadas por falta de correspondência entre os pontos de vista dos agentes e o estado real dos acontecimentos.

A compreensão de determinada situação e a participação nessa situação envolve duas funções diferentes. Na função cognitiva, as pessoas procuram compreender o mundo em que vivem. Na função manipulativa, pretendem modificar os fatos em seu benefício. Se as duas funções fossem isoladas uma da outra, poderiam servir a seus propósitos: o entendimento dos agentes equivaleria a informação e suas ações levariam aos resultados desejados. "Mas esse é um pressuposto da teoria econômica que não se justifica, exceto em circunstâncias muito excepcionais", diz Soros. "Pode ser assim entre cientistas sociais empenhados na obtenção de conhecimento, mas não entre participantes de eventos que os cientistas sociais estudam. Cientistas sociais, particularmente os economistas, tendem a ignorar esse fato."

Quando as duas funções estão em operação simultânea, interferem uma na outra e os fenômenos envolvidos não consistem apenas em fatos e informações objetivas, mas também em intenções e expectativas a respeito do futuro - contingenciado pelas decisões dos próprios participantes. Estes buscam compensar a insuficiência de informações com suposições baseadas em experiência, instinto, emoções, rituais - e, assim, incorrem em equívocos.

Tome-se o mercado de ações, por exemplo. As pessoas compram e vendem ações imaginando preços futuros, mas esses preços estão sujeitos a influências das expectativas dos investidores. As expectativas não podem ser qualificadas como informação. Na ausência de informação suficiente, os participantes precisam introduzir um elemento de julgamento ou viés em seu processo de decisão. Como resultado, os resultados provavelmente divergirão das expectativas.

Os pontos de vista tendenciosos e os equívocos dos participantes introduzem a incerteza no curso dos eventos. Reconheçam isso ou não, os participantes são obrigados a agir com base em crenças que não têm raízes na realidade. "Interpretações errôneas da realidade e outros equívocos desempenham papel muito maior na determinação do curso dos eventos do que é geralmente reconhecido", diz Soros. "Esse é o principal novo 'insight' que a teoria da reflexividade oferece. A atual crise financeira é um exemplo persuasivo disso."

"A incerteza inerente à conexão reflexiva entre as funções cognitiva e manipulativa não pode ser eliminada", diz Soros, "mas nossa compreensão e capacidade para lidar com tal situação seriam bastante melhoradas se reconhecêssemos esse fato".(CA)

08 maio 2008

O nascimento da contabilidade financeira

Talvez o marco da contabilidade financeira tenha ocorrido em 12 de março de 1903. Nessa data a United States Steel publicou as demonstrações consolidadas encerradas em 31 de dezembro de 1902, juntamente com a afirmação da Price Waterhouse & Company de que elas foram auditadas e estavam corretas.

Fonte: Thomas King. More Than a Numbers Game A Brief History of Accounting. Wiley, 2006, p.21.

06 maio 2008

Marca


Em Brand Names Before the Industrial Revolution, Gary Richardson, da University of California, relembra a história medieval para tentar entender a questão da marca.

O foco da análise são as guildas ou corporações de ofício ou corporação artesanal, que eram associações de artesãos de uma mesma atividade profissional. (Na foto, bastião dos pescadores, Bucarest)

As guildas surgiram antes do primeiro milênio, mas foi na idade média que desenvolveram, atuando como reguladoras da profissão, controladoras da qualidade do produto e escola de ensino.

Richardson analisa o papel das guildas diante de um mercado sem proteção legal de uma patente ou de um governo que regulasse as atividades econômicas. Para se manterem no mercado era necessário vender produtos com características conspícuas (que permite a identificação do produto diante de outros). O problema eram os “piratas” da época, que poderiam produzir por um custo menor ou com uma qualidade duvidosa.

Na idade média a questão da qualidade poderia ser catastrófica. Por duas razões: o custo de substituição de um produto era elevado para o homem medieval (mesmo roupas, sapatos e ferramentas); e a falta de qualidade poderia significar a morte para o caso produtos como espada ou mesmo roupa.

Além disso, não existia na época nenhum sistema de defesa do consumidor e o judiciário era (na época) caro e lento. Ou seja, não existia uma garantia ao consumidor da qualidade do produto e raramente a pessoa sabia quem tinha feito o produto.

Assim, existia uma assimetria de informação, em prejuízo do consumidor, que conhecia pouco do produto.

Outro complicador estava na possibilidade de obter corte substancial de custo no processo de fabricação, substituindo insumos. Em alguns casos, como mostra Richardson, a economia podia chegar a 1/3 do custo total. Podia-se dizer que existia um incentivo para a atuação do produto “pirata”.

Entretanto, os fabricantes com boa reputação podiam vender seus produtos por um preço mais elevado, em grandes quantidades, em locais mais distantes, do que os produtores sem um “bom nome”. A confiança do cliente podia ser interessante para as guildas que tinham a pretensão de estabelecer uma “marca”.

Richardson afirma que o mercado medieval era propício a pirataria e a seleção adversa. Mas o desejo de captar uma oportunidade lucrativa para estabelecer uma reputação e comunicar aos clientes.

Mas como resolver os problemas de qualidade? O primeiro passo foi atuar no sentido da associação de artesãos que viviam numa mesma cidade e trabalhavam numa mesma indústria pudessem padronizar os produtos e regular a qualidade dos itens produzidos. Visando isso, as guildas adotaram uma série de medidas, como proibir a produção durante a noite, fiscalizar a qualidade de cada membro e incentivar à lealmente entre os membros. Aqueles que não atuavam nesse sentido eram expulsos das guildas, perdendo uma série de benefícios que essas proporcionavam.

O segundo passo era evitar a ação dos piratas. A falta de proteção inibia a atuação das guildas fora da cidade. Para isso, as guildas procuravam dificultar a “cópia”, introduzindo métodos secretos de produção (essa era uma das características das guildas, o segredo) ou que usassem recursos disponíveis somente no local. Um outra foram era fazendo investimentos elevados em equipamentos especializados.

As guildas tiveram um razoável sucesso nessa empreitada, pois estabelecer a reputação é caro e eram entidades que podiam sobreviver durante séculos. Além disso, com a consolidação das guildas, o apoio dos governantes tornou-se mais fácil.

Segundo Richardson, existem muitas evidências de que as guildas tentaram estabelecer reputação. De mesmo modo, existem evidências de que esses esforços foram bem sucedidos. É dessa época que surgiram associações entre produtos e cidades onde estavam localizadas as guildas (queijão parmesão é dessa época), da mesma forma que associamos hoje o produto com a marca (veja aqui). Richardson usa o léxico para mostrar que termos na língua (latina, inglesa ou outra) estavam associadas a produção: pistol vem de Pistóia, na Toscana, por exemplo.

O sucesso das guildas transformou-se quem lucro. Os atributos dos produtos das guildas mais afamadas podiam significar um preço maior. Com o passar do tempo, algumas guildas conseguiram transformar um “marca” numa propriedade legal, como é o caso da bebida Champanhe ou o vinho do Porto.

De qualquer forma, essa reputação representava mais vendas e mais reputação.

Richardson considera que a ação das guildas representou um mecanismo de marca, que encorajou o progresso econômico. O aumento da durabilidade dos produtos, a maior demanda dos produtos, o progresso tecnológico foram algumas das conseqüências da atuação das guildas. Nesse ponto, Richardson discorda da história econômica, que costuma associar as guildas a uma atitude conservadora, contraria a revolução industrial.

Em termos de estrutura de custos, as guildas conseguiram modifica-la, com uma elevação dos custos fixos, que foram diluídos entre os participantes. Em outras palavras, as guildas usaram a estrutura de custos fixos para gerar uma economia de escala pela formação da reputação, mesmo não existindo na época patente.

Para Richardson, as patentes não foram requisitos da industrialização e da inovação. As guildas conseguiram criar uma sistema que incentivava a inovação, através do segredo.

Aqui, um blog com um pequeno resumo sobre o trabalho de Richardson.

12 março 2008

Lição de História


Paccioli, frade italiano, viveu entre 1445 e 1514. Foi professor de Matemática de Leonardo da Vinci e inventou a contabilidade de dupla entrada: receita e despesa. Sem ela não existiriam empresas modernas, pois não haveria como medir receita, despesa, lucros e perdas. Foi um dos maiores inventores da história do capitalismo, segundo Goethe.


Deixem o Portellinha estudar em paz - O Estado de São Paulo - 12/3/2008 - Alexandre Barros

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03 dezembro 2007

Um biblioteca

Uma reportagem do jornal Las Provincias descreve a biblioteca Valenciana (El paraíso de los investigadores, Ramón Sanchis, 2/12/2007), que possui um milhão de documentos. Uma das suas coleções são os arquivos da Real Cofradía de las Virgen de los Desamparados. Esta entidade foi criada no século XIV e ainda está em atividade. São centenas de livros, que possui documentação desde do século XV.


“Junto a los libros de capítulos y ordenanzas, que son las normas por las que se rige la cofradía, encontramos también el libro de contabilidad de los gastos de los desamparados y ajusticiados que recoge la institución. Luego se pueden ver textos en los que se detallan pagos generados por el cuidado y manutención de las huérfanas desamparadas. Además, también hay tomos de actas y contabilidad general de la cofradía desde el siglo XVI”, explica Juan Galiana, responsable de la sección de manuscritos y archivos personales de la Biblioteca Valenciana. “Estas piezas junto a las del Colegio Imperial de Niños Huérfanos de San Vicente son fundamentales e interesantísimas para conocer la historia valenciana”, añade Galiana.

Hablando del Colegio Imperial, el archivo que va a incorporar la Biblioteca Valenciana sus fondos está compuesto por 630 libros y 122 cajas con materiales en diversos soportes. Se trata, posiblemente, del primer orfanato creado en Europa y su archivo contiene documentos desde el siglo XVI."