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Mostrando postagens com marcador educação. Mostrar todas as postagens
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27 julho 2015

Quanto custa estudar em Hogwarts?

Estudar é caro. Mas estudar magia em Hogwarts talvez não seja tão proibitivo, já que a família dos pobretões Weasley conseguiu enviar seus sete filhos para esta escola. Para quem não entendeu o que estamos falando, trata-se da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, situada na Escócia, que possui cerca de 280 alunos. Esta escola foi criada na série Harry Potter, por JK Rowling.

Para ingressar na escola é necessário ser bruxo. Mas quanto custa? A autora revelou num tweet que não existe taxa de matrícula e que o Ministério da Magia cobre o custo da educação. Mas existe o custo do material: livros, caldeirões, varinhas mágicas. A estimativa é que estes itens custam em torno de 1.031 dólares.

16 julho 2015

Livro é coisa de rico

Vocês ouviram falar sobre a Lei do Preço Fixo? Com ela, os lançamentos deverão ser vendidos pelo preço de tabela por, no míimo, um ano. Se a livraria quiser fazer promoção está limitada a 10%.

Primeiro leiamos um trecho de uma postagen do blog Amigos do Livro, depois um vídeo do Danilo, do Cabine Literária:
1) Quem é a favor da lei do preço fixo argumenta que onde ela foi instituída estaria ajudando a preservar as pequenas e médias livrarias e a regular o mercado, tornando-o mais justo e saudável. Dizem, ainda, que ela contribui para garantir a diversidade e o plurarismo cultural e que, no final das contas, isso também influiria positivamente nos preços dos livros. 
2) Já quem é contra o preço fixo defende que o que deve prevalecer é a lei do livre mercado. De acordo com esses, as livrarias e os demais pontos de venda (magazines, hipermercados, internet etc.) devem ter a liberdade para dar os descontos que bem entenderem e competirem entre si – é isso que, no final das contas, dizem, beneficia o consumidor.
O trecho é de uma postagem antiga porque este assunto vem sendo discutido desde 2007. Mas o papo voltou com força por causa de alguns debate. Parece ter começado na Flip e ter continuado no Senado no dia 30 de junho. Eu que estou com uma meta de ler cem livros este ano (desafio GoodReads) e ando um tanto afastada da internet, só fiquei sabendo disso hoje. Meros 15 dias de atraso... E levei um &%$# susto! A história está cheia de apoiadores! Aposto que nenhum dele lê! Hunf.

Eu pergunto mas imagino a resposta (e ao mesmo tempo não quero confirmação): Será que os sebos estão sujeitoss? E os sebos online? Se eu quiser vender um livro que é lançamento na Estante Virtual, vou ter que colocar o preço de tabela!? Vou fazer questão de colocar por R$ 1,99. E é por essas e outras que o nosso Brasil não vai pra frente. Livros caros em um país sem o costume de ler só vai fazer com que haja ainda menos leitura. E com todo mundo alienado... nem vou continuar a frase.

Enfim, concordo com o Danilo (no vídeo abaixo). Ele aponta diversos problemas com essa lei e como estou muito brava vou deixar que ele fale também por mim.



Como eu vou viver sem aqueles descontos tão lindos que ocorrem no Black Friday!? Como???

19 junho 2015

O mito da educacao e o crescimento economico


[...]
Education’s importance is incontrovertible – teaching is my day job, so I certainly hope it is of some value. But whether it constitutes a strategy for economic growth is another matter. What most people mean by better education is more schooling; and, by higher-quality education, they mean the effective acquisition of skills (as revealed, say, by the test scores in the OECD’s standardized PISA exam). But does that really drive economic growth? 

In fact, the push for better education is an experiment that has already been carried out globally. And, as my Harvard colleague Lant Pritchett has pointed out, the long-term payoff has been surprisingly disappointing.
In the 50 years from 1960 to 2010, the global labor force’s average time in school essentially tripled, from 2.8 years to 8.3 years. This means that the average worker in a median country went from less than half a primary education to more than half a high school education. 

How much richer should these countries have expected to become? In 1965, France had a labor force that averaged less than five years of schooling and a per capita income of $14,000 (at 2005 prices). In 2010, countries with a similar level of education had a per capita income of less than $1,000. 

In 1960, countries with an education level of 8.3 years of schooling were 5.5 times richer than those with 2.8 year of schooling. By contrast, countries that had increased their education from 2.8 years of schooling in 1960 to 8.3 years of schooling in 2010 were only 167% richer. Moreover, much of this increase cannot possibly be attributed to education, as workers in 2010 had the advantage of technologies that were 50 years more advanced than those in 1960. Clearly, something other than education is needed to generate prosperity.

[...]

And there is more bad news for the “education, education, education” crowd: Most of the skills that a labor force possesses were acquired on the job. What a society knows how to do is known mainly in its firms, not in its schools. At most modern firms, fewer than 15% of the positions are open for entry-level workers, meaning that employers demand something that the education system cannot – and is not expected – to provide. 

When presented with these facts, education enthusiasts often argue that education is a necessary but not a sufficient condition for growth. But in that case, investment in education is unlikely to deliver much if the other conditions are missing. After all, though the typical country with ten years of schooling had a per capita income of $30,000 in 2010, per capita income in Albania, Armenia, and Sri Lanka, which have achieved that level of schooling, was less than $5,000. Whatever is preventing these countries from becoming richer, it is not lack of education.
A country’s income is the sum of the output produced by each worker. To increase income, we need to increase worker productivity. Evidently, “something in the water,” other than education, makes people much more productive in some places than in others. A successful growth strategy needs to figure out what this is.
Make no mistake: education presumably does raise productivity. But to say that education is your growth strategy means that you are giving up on everyone who has already gone through the school system – most people over 18, and almost all over 25. It is a strategy that ignores the potential that is in 100% of today’s labor force, 98% of next year’s, and a huge number of people who will be around for the next half-century. An education-only strategy is bound to make all of them regret having been born too soon.

Autor:

Ricardo Hausmann is Director of Harvard's Center for International Development and Professor of the Practice of Economic Development at the Kennedy School of Government. His research interests include issues of growth, macroeconomic stability, international finance, and the social dimensions of development. He holds a PhD in economics from Cornell University.

Read more at http://www.project-syndicate.org/commentary/education-economic-growth-by-ricardo-hausmann-2015-05#q6cc6rzUoKt6CYFB.99


23 maio 2015

Retorno da educação: depende o que você estuda

A new report from PayScale, a research firm, calculates the returns to a college degree. Its authors compare the career earnings of graduates with the present-day cost of a degree at their alma maters, net of financial aid. College is usually worth it, but not always, it transpires. And what you study matters far more than where you study it.

Engineers and computer scientists do best, earning an impressive 20-year annualised return of 12% on their college fees (the S&P 500 yielded just 7.8%). Engineering graduates from run-of-the-mill colleges do only slightly worse than those from highly selective ones. Business and economics degrees also pay well, delivering a solid 8.7% average return. Courses in the arts or the humanities offer vast spiritual rewards, of course, but less impressive material ones. Some yield negative returns. An arts degree from the Maryland Institute College of Art had a hefty 20-year net negative return of $92,000, for example.

Fonte: aqui

28 abril 2015

Palestra Ivy League em Sampa

Olha que interessante (saiu no Estadão): Representantes de universidades dos EUA vêm a SP para explicar processos seletivos. Evento trará especialistas de Harvard, Stanford, Duke, Penn e Georgetown para falar sobre processo seletivo para graduação. *.*

O evento ocorrerá em São Paulo no dia 6 de maio para falar sobre o processo seletivo na graduação dessas universidades.
O prazo final de aplicação para Harvard, tanto na graduação quanto na pós-graduação, costuma ser nos meses de dezembro e janeiro. As datas variam de acordo com a faculdade pretendida pelo aluno.
Diferentemente do Brasil, em que a principal porta de entrada no ensino superior é o vestibular ou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a seleção nas universidades americanas é mais complexa.
O processo pode envolver a análise de notas do ensino médio, cartas de avaliação, entrevistas, testes de idiomas e discussão sobre atividades extracurriculares.

Abaixo uma imagem com as Ivy Leagues e suas localizações:

Middle Atlantic
Stanford fica na California (região oeste).

"Hidden Ivy Leagues": Georgetown e Duke ficam no Sul dos Estados Unidos (Washington D. C. e Carolina do Sul, respectivamente).

27 abril 2015

Roland Fryer ganha a medalha John Bates Clark




Harvard professor Roland Fryer, an economist who has done pioneering work on the sources and magnitude of racial inequality, won the John Bates Clark medal, which is given to the most promising American economist under 40 years old.

The American Economic Association, which announced the prize on Friday, said Mr. Fryer’s work made him “a major figure in the evaluation of education policies to narrow the racial achievement gap.”

Mr. Fryer, 37, founded Harvard’s Education Innovation Laboratory, known as EdLabs, in 2008 and serves as its director. From 2007 to 2008, he served as the chief equality officer for New York City’s Department of Education. In a 2013 paper, Mr. Fryer examined the benefits of high-achieving charter school that extend beyond the classroom, studying Harlem’s Promise Academy in New York City.
Mr. Fryer is the first African-American to win the medal. At 30, he became the youngest African-American to receive tenure at Harvard.

The Clark medal is often referred to as the “Baby Nobel” because many of its winners have gone on to win Nobel Prizes, including Paul Krugman and Milton Friedman. The medal doesn’t come with a monetary prize. It has been awarded every other year since 1947; since 2010, it has been awarded annually.

Fonte: aqui

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Roland Fryer is an influential applied microeconomist whose work spans labor economics, the economics of education, and social problems and social interactions.  His innovative and creative research contributions have deepened our understanding of the sources, magnitude, and persistence of U.S. racial inequality.  He has made substantial progress in evaluating the policies that work and do not work to improve the educational outcomes and economic opportunities of children from disadvantaged backgrounds.  His theoretical and empirical work on the “acting white” hypothesis of peer effects provides new insights into the difficulties of increasing the educational investments of minorities and the socially excluded.  Fryer is the leading economist working on the economics of race and education, and he has produced the most important work in recent years on combating the racial divide, one of America’s most profound and long-lasting social problems.

He has mastered tools from many disciplines to tackle difficult research topics.  Fryer has developed and implemented compelling randomized field experiments in large U.S. urban school districts to evaluate education interventions.  He founded EdLabs (the Education Innovation Laboratory at Harvard University) in 2008 to facilitate such efforts and continues as its director.  He has incorporated insights from psychology to formulate a new model of discrimination based on categorization, and he has used detailed historical archival research to understand the origins and spread of the Ku Klux Klan.

Fonte: aqui

22 março 2015

Qual é a melhor forma de aprender matemática?



Professor Jo Boaler
 
Professor Jo Boaler
Professor Jo Boaler says students learn math best when they work on problems they enjoy, rather than exercises and drills they fear.
 
Students learn math best when they approach the subject as something they enjoy. Speed pressure, timed testing and blind memorization pose high hurdles in the pursuit of math, according to Jo Boaler, professor of mathematics education  at Stanford Graduate School of Education and lead author on a new working paper called "Fluency Without Fear." (link is external)

"There is a common and damaging misconception in mathematics – the idea that strong math students are fast math students," said Boaler, also cofounder of YouCubed (link is external) at Stanford, which aims to inspire and empower math educators by making accessible in the most practical way the latest research on math learning.

Fortunately, said Boaler, the new national curriculum standards known as the Common Core Standards for K-12 schools de-emphasize the rote memorization of math facts. Maths facts are fundamental assumptions about math, such as the times tables (2 x 2 = 4), for example. Still, the expectation of rote memorization continues in classrooms and households across the United States.

While research shows that knowledge of math facts is important, Boaler said the best way for students to know math facts is by using them regularly and developing understanding of numerical relations. Memorization, speed and test pressure can be damaging, she added.

Number sense is critical

On the other hand, people with "number sense" are those who can use numbers flexibly, she said. For example, when asked to solve the problem of 7 x 8, someone with number sense may have memorized 56, but they would also be able to use a strategy such as working out 10 x 7 and subtracting two 7s (70-14).
"They would not have to rely on a distant memory," Boaler wrote in the paper.

In fact, in one research project the investigators found that the high-achieving students actually used number sense, rather than rote memory, and the low-achieving students did not.
The conclusion was that the low achievers are often low achievers not because they know less but because they don't use numbers flexibly. "They have been set on the wrong path, often from an early age, of trying to memorize methods instead of interacting with numbers flexibly," she wrote. Number sense is the foundation for all higher-level mathematics, she noted.

Role of the brain

Boaler said that some students will be slower when memorizing, but still possess exceptional mathematics potential. "Math facts are a very small part of mathematics, but unfortunately students who don't memorize math facts well often come to believe that they can never be successful with math and turn away from the subject," she said.

Prior research found that students who memorized more easily were not higher achieving – in fact, they did not have what the researchers described as more "math ability" or higher IQ scores. Using an MRI scanner, the only brain differences the researchers found were in a brain region called the hippocampus, which is the area in the brain responsible for memorizing facts – the working memory section.

But according to Boaler, when students are stressed – such as when they are solving math questions under time pressure – the working memory becomes blocked and the students cannot as easily recall the math facts they had previously studied. This particularly occurs among higher achieving students and female students, she said.

Some estimates suggest that at least a third of students experience extreme stress or "math anxiety" when they take a timed test, no matter their level of achievement. "When we put students through this anxiety-provoking experience, we lose students from mathematics," she said.

Math treated differently

Boaler contrasts the common approach to teaching math with that of teaching English. In English, a student reads and understands novels or poetry, without needing to memorize the meanings of words through testing. They learn words by using them in many different situations – talking, reading and writing.
"No English student would say or think that learning about English is about the fast memorization and fast recall of words," she added.

Strategies, activities

In the paper, coauthored by Cathy Williams, cofounder of YouCubed, and Amanda Confer, a Stanford graduate student in education, the scholars provide activities for teachers and parents that help students learn math facts at the same time as developing number sense. These include number talks, addition and multiplication activities, and math cards.

Importantly, Boaler said, these activities include a focus on the visual representation of number facts. When students connect visual and symbolic representations of numbers, they are using different pathways in the brain, which deepens their learning, as shown by recent brain research.

"Math fluency" is often misinterpreted, with an over-emphasis on speed and memorization, she said. "I work with a lot of mathematicians, and one thing I notice about them is that they are not particularly fast with numbers; in fact some of them are rather slow. This is not a bad thing; they are slow because they think deeply and carefully about mathematics."

She quotes the famous French mathematician, Laurent Schwartz. He wrote in his autobiography that he often felt stupid in school, as he was one of the slowest math thinkers in class.
Math anxiety and fear play a big role in students dropping out of mathematics, said Boaler.

"When we emphasize memorization and testing in the name of fluency we are harming children, we are risking the future of our ever-quantitative society and we are threatening the discipline of mathematics," she said. "We have the research knowledge we need to change this and to enable all children to be powerful mathematics learners. Now is the time to use it."

Fonte: aqui

08 março 2015

Educação: Meninas deixando os meninos pra trás

It is a problem that would have been unimaginable a few decades ago. Until the 1960s boys spent longer and went further in school than girls, and were more likely to graduate from university. Now, across the rich world and in a growing number of poor countries, the balance has tilted the other way. Policymakers who once fretted about girls’ lack of confidence in science now spend their time dangling copies of “Harry Potter” before surly boys. Sweden has commissioned research into its “boy crisis”. Australia has devised a reading programme called “Boys, Blokes, Books & Bytes”. In just a couple of generations, one gender gap has closed, only for another to open up.


The reversal is laid out in a report published on March 5th by the OECD, a Paris-based rich-country think-tank. Boys’ dominance just about endures in maths: at age 15 they are, on average, the equivalent of three months’ schooling ahead of girls. In science the results are fairly even. But in reading, where girls have been ahead for some time, a gulf has appeared. In all 64 countries and economies in the study, girls outperform boys. The average gap is equivalent to an extra year of schooling.

xx > xy?

The OECD deems literacy to be the most important skill that it assesses, since further learning depends on it. Sure enough, teenage boys are 50% more likely than girls to fail to achieve basic proficiency in any of maths, reading and science (see chart 1). Youngsters in this group, with nothing to build on or shine at, are prone to drop out of school altogether.
To see why boys and girls fare so differently in the classroom, first look at what they do outside it. The average 15-year-old girl devotes five-and-a-half hours a week to homework, an hour more than the average boy, who spends more time playing video games and trawling the internet. Three-quarters of girls read for pleasure, compared with little more than half of boys. Reading rates are falling everywhere as screens draw eyes from pages, but boys are giving up faster. The OECD found that, among boys who do as much homework as the average girl, the gender gap in reading fell by nearly a quarter.

Once in the classroom, boys long to be out of it. They are twice as likely as girls to report that school is a “waste of time”, and more often turn up late. Just as teachers used to struggle to persuade girls that science is not only for men, the OECD now urges parents and policymakers to steer boys away from a version of masculinity that ignores academic achievement. “There are different pressures on boys,” says Mr Yip. “Unfortunately there’s a tendency where they try to live up to certain expectations in terms of [bad] behaviour.”

Boys’ disdain for school might have been less irrational when there were plenty of jobs for uneducated men. But those days have long gone. It may be that a bit of swagger helps in maths, where confidence plays a part in boys’ lead (though it sometimes extends to delusion: 12% of boys told the OECD that they were familiar with the mathematical concept of “subjunctive scaling”, a red herring that fooled only 7% of girls). But their lack of self-discipline drives teachers crazy.

Perhaps because they can be so insufferable, teenage boys are often marked down. The OECD found that boys did much better in its anonymised tests than in teacher assessments. The gap with girls in reading was a third smaller, and the gap in maths—where boys were already ahead—opened up further. In another finding that suggests a lack of even-handedness among teachers, boys are more likely than girls to be forced to repeat a year, even when they are of equal ability.

What is behind this discrimination? One possibility is that teachers mark up students who are polite, eager and stay out of fights, all attributes that are more common among girls. In some countries, academic points can even be docked for bad behaviour. Another is that women, who make up eight out of ten primary-school teachers and nearly seven in ten lower-secondary teachers, favour their own sex, just as male bosses have been shown to favour male underlings. In a few places sexism is enshrined in law: Singapore still canes boys, while sparing girls the rod.

Some countries provide an environment in which boys can do better. In Latin America the gender gap in reading is relatively small, with boys in Chile, Colombia, Mexico and Peru trailing girls less than they do elsewhere. Awkwardly, however, this nearly always comes with a wider gender gap in maths, in favour of boys. The reverse is true, too: Iceland, Norway and Sweden, which have got girls up to parity with boys in maths, struggle with uncomfortably wide gender gaps in reading. Since 2003, the last occasion when the OECD did a big study, boys in a few countries have caught up in reading and girls in several others have significantly narrowed the gap in maths. No country has managed both.
Onwards and upwards

Girls’ educational dominance persists after school. Until a few decades ago men were in a clear majority at university almost everywhere (see chart 2), particularly in advanced courses and in science and engineering. But as higher education has boomed worldwide, women’s enrolment has increased almost twice as fast as men’s. In the OECD women now make up 56% of students enrolled, up from 46% in 1985. By 2025 that may rise to 58%.

Even in the handful of OECD countries where women are in the minority on campus, their numbers are creeping up. Meanwhile several, including America, Britain and parts of Scandinavia, have 50% more women than men on campus. Numbers in many of America’s elite private colleges are more evenly balanced. It is widely believed that their opaque admissions criteria are relaxed for men.

The feminisation of higher education was so gradual that for a long time it passed unremarked. According to Stephan Vincent-Lancrin of the OECD, when in 2008 it published a report pointing out just how far it had gone, people “couldn’t believe it”.

Women who go to university are more likely than their male peers to graduate, and typically get better grades. But men and women tend to study different subjects, with many women choosing courses in education, health, arts and the humanities, whereas men take up computing, engineering and the exact sciences. In mathematics women are drawing level; in the life sciences, social sciences, business and law they have moved ahead.

Social change has done more to encourage women to enter higher education than any deliberate policy. The Pill and a decline in the average number of children, together with later marriage and childbearing, have made it easier for married women to join the workforce. As more women went out to work, discrimination became less sharp. Girls saw the point of study once they were expected to have careers. Rising divorce rates underlined the importance of being able to provide for yourself. These days girls nearly everywhere seem more ambitious than boys, both academically and in their careers. It is hard to believe that in 1900-50 about half of jobs in America were barred to married women.

So are women now on their way to becoming the dominant sex? Hanna Rosin’s book, “The End of Men and the Rise of Women”, published in 2012, argues that in America, at least, women are ahead not only educationally but increasingly also professionally and socially. Policymakers in many countries worry about the prospect of a growing underclass of ill-educated men. That should worry women, too: in the past they have typically married men in their own social group or above. If there are too few of those, many women will have to marry down or not at all.

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11 fevereiro 2015

Importância de saber Programação

In the winter of 2011, a handful of software engineers landed in Boston just ahead of a crippling snowstorm. They were there as part of Code for America, a program that places idealistic young coders and designers in city halls across the country for a year. They'd planned to spend it building a new website for Boston's public schools, but within days of their arrival, the city all but shut down and the coders were stuck fielding calls in the city's snow emergency center.

In such snowstorms, firefighters can waste precious minutes finding and digging out hydrants. A city employee told the CFA team that the planning department had a list of street addresses for Boston's 13,000 hydrants. "We figured, 'Surely someone on the block with a shovel would volunteer if they knew where to look,'" says Erik Michaels-Ober, one of the CFA coders. So they got out their laptops.
Screenshot from Adopt-a-Hydrant Code for America
 
Now, Boston has adoptahydrant.org, a simple website that lets residents "adopt" hydrants across the city. The site displays a map of little hydrant icons. Green ones have been claimed by someone willing to dig them out after a storm, red ones are still available—500 hydrants were adopted last winter.

Maybe that doesn't seem like a lot, but consider what the city pays to keep it running: $9 a month in hosting costs. "I figured that even if it only led to a few fire hydrants being shoveled out, that could be the difference between life or death in a fire, so it was worth doing," Michaels-Ober says. And because the CFA team open-sourced the code, meaning they made it freely available for anyone to copy and modify, other cities can adapt it for practically pennies. It has been deployed in Providence, Anchorage, and Chicago. A Honolulu city employee heard about Adopt-a-Hydrant after cutbacks slashed his budget, and now Honolulu has Adopt-a-Siren, where volunteers can sign up to check for dead batteries in tsunami sirens across the city. In Oakland, it's Adopt-a-Drain.

Sounds great, right? These simple software solutions could save lives, and they were cheap and quick to build. Unfortunately, most cities will never get a CFA team, and most can't afford to keep a stable of sophisticated programmers in their employ, either. For that matter, neither can many software companies in Silicon Valley; the talent wars have gotten so bad that even brand-name tech firms have been forced to offer employees a bonus of upwards of $10,000 if they help recruit an engineer.

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15 janeiro 2015

Professores-superestrelas

Para a América Latina, 2014 não foi um ano tão positivo quanto imaginávamos. Cultivávamos a expectativa de que um país latino-americano ganhasse a Copa do Mundo, trazendo novamente o troféu para as Américas. E falando sobre tema mais sério, também tínhamos a esperança de que o crescimento econômico da região mantivesse um ritmo constante, embora mais lento. No entanto, de acordo com os mais recentes prognósticos, a região poderá crescer apenas 1% este ano. Levando em conta o aumento populacional, isso significa que a renda média per capita dos latino-americanos não progrediu nos últimos 12 meses.

O crescimento não chegará com facilidade. Uma expansão promovida por matérias-primas, como a que a América Latina apresentou na última década, dificilmente se repetirá, considerando a menor demanda mundial por seus produtos, em particular da China. E como se isso não bastasse, o custo para financiar o desenvolvimento vai provavelmente aumentar nos próximos anos, à medida que a política monetária dos Estados Unidos muda a sua orientação. As históricas conquistas sociais obtidas pela região nos últimos dez anos correm perigo. A América Latina terá que depender de seus próprios recursos se quiser retornar ao caminho do crescimento com a equidade que possibilitou esses avanços.
 
Este desafio impõe uma pressão significativa sobre os cofres públicos. Portanto, será atribuída uma grande importância às políticas que tenham condições de impulsionar o crescimento mantendo o foco sobre os pobres. Além disso, quando se trata de investimentos públicos que atendam a ambos os objetivos, muito poucos entre eles têm o alcance da Educação. Por um lado, um país que conta com um melhor capital humano pode se tornar mais produtivo e crescer mais rápido. Por outro, uma população mais qualificada será capaz de encontrar melhores oportunidades de vida e romper com o ciclo da pobreza, que muitas vezes se perpetua ao longo de várias gerações.

Em uma região onde o acesso à Educação até o nível médio é quase universal, o principal desafio reside na qualidade. Para elevá-la, é fundamental o que acontece na sala de aula ou, mais especificamente, as habilidades dos profissionais de Ensino.

Contudo, todas as semanas os Alunos das Escolas públicas da América Latina e do Caribe perdem o equivalente a um dia completo de aula por causa do absenteísmo, da baixa qualificação e do nível salarial dos Docentes, assim como em decorrência da escassa liderança Escolar. Esta é uma das conclusões mais importantes do inovador relatório do Banco Mundial, "Grandes Docentes: como melhorar a aprendizagem dos Alunos na América Latina e no Caribe".

Outra das conclusões desse estudo que chama a atenção é que os indivíduos que ingressam na carreira Docente na América Latina possuem em média um nível acadêmico inferior ao do conjunto de Alunos que cursam o Ensino superior. Em Cingapura e na Finlândia, os Professores são provenientes do terço mais elevado entre os estudantes. E isto me leva aos Professores-superestrelas.

A América Latina é conhecida por suas grandes superestrelas de nível internacional, sejam elas escritores, ídolos do futebol ou artistas. Shakira, por exemplo, é admirada por sua música e talento, e também por seus anos de dedicação a melhorar as vidas das crianças pobres da América Latina. Não há dúvida de que a cantora e compositora colombiana merece toda a atenção e os elogios que recebe, mas a região poderia beneficiar-se de possuir Docentes que contassem com a metade da admiração das estrelas da música.
Isto é mais fácil de dizer do que de fazer, dirão muitos. Porém, não é impossível. Requer, sobretudo, uma enorme dose de vontade política.

Na década de 70, por exemplo, a Finlândia elevou o nível exigido para a contratação de Docentes. Esta foi a pedra fundamental de sua estratégia da reforma educativa. A Finlândia tinha um mercado de trabalho na área da Educação muito semelhante ao da América Latina, com muitas instituições de capacitação de Docentes de qualidade variável, que formavam um contingente excessivo de graduados. Ao longo de várias décadas, o país conseguiu que um número muito menor de instituições de alta qualidade produzissem a quantidade necessária de Professores talentosos que encontram trabalho e desfrutam de um elevado prestígio social, assim como de salários competitivos.

Existe um consenso cada vez maior de que o caminho para o crescimento no longo prazo das economias latino-americanas deve ser forjado com base na produtividade. Isto significa, principalmente, investir nas indústrias mais intensivas em conhecimento, que possam inserir a região de maneira mais competitiva nas cadeias de valor globais para gerar um maior crescimento, apoiando-se nas novas tecnologias e em melhores práticas administrativas.

Esta transformação exigirá uma força de trabalho capacitada e a qualidade da Educação deve melhorar rápido. Para evitar o risco de uma ampliação da disparidade de renda durante o processo em que nos tornamos mais produtivos, a qualidade da Educação não pode se limitar a alguns poucos afortunados.
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*Jorge Familiar Calderón é vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe. - See more at: http://blog.andi.org.br/professores-e-as-superestrelas#sthash.2UsDmKJK.dpuf

03 janeiro 2015

Contribuição Social para Educação?

Boa parte do ajuste fiscal do segundo governo Dilma ocorrerá via aumento de tributos e inflação. A ideia de volta da CPMF já foi cogitada. Um alíquota de 0,38% seria capaz de aumentar a arrecadação em 80 bilhões. A grande questão é saber se o Congresso vai comprar a ideia do governo.

Prevendo dificuldades para a aprovação da ideia junto aos parlamentares, acredito que o governo defenderá o novo tributo com a justificativa que o dinheiro será usado para financiar a Educação (já que no passado uma das justificativas para a implementação da CPMF foi o financiamento da Saúde)

Por que acho isso? É simples. Vejam o novo lema do governo: "Brasil, Pátria Educadora". Some-se a isso a ideia maluca de 10% do PIB pra Educação. Pronto! O governo tem um argumento "infalível" para a aprovação do novo tributo.

Quem será contra tributo para financiar a Educação? Ninguém! Todo mundo gosta de pagar mais tributos.
 

31 dezembro 2014

Conquistando respeito acadêmico sem esforço

Segue o excelente texto do professor Adonai Sant'Anna: 

Digamos que você seja intelectualmente vaidoso, ou seja, uma pessoa que moralmente se alimenta de elogios sobre a sua inteligência. Mas, digamos também que você seja intelectualmente preguiçoso, isto é, uma pessoa sem muita disposição para trabalhar duro e realizar conquistas intelectuais reais e significativas. Diante deste quadro, como conquistar respeito e até admiração de seus pares profissionais, caso você decida seguir uma carreira acadêmica no Brasil? 

Para responder a esta questão encaminho a seguir uma lista de oito sugestões básicas para resolver este aparente paradoxo. É claro que essas recomendações jamais funcionarão para a conquista de respeito e admiração por parte dos genuínos pensadores, aqueles que efetivamente produzem conhecimento relevante e dominam uma visão crítica sobre ciência. Mas a lista de sugestões dadas abaixo funciona para a conquista de respeito e admiração entre os seus semelhantes, principalmente se você souber escolher com bastante cuidado a sua área de atuação profissional. Portanto, aí vai.

Sugestão 1: Publique o máximo que puder em anais de congressos. Na maioria dos casos, o processo de seleção de artigos ou resumos para fins de publicação em anais de congressos científicos é pouco rigoroso. Isso porque resumos pouco dizem.

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Sugestão 2: Organize ou edite livros. Convide colegas ou amigos para contribuírem com artigos a serem publicados em seu livro. Mas nem pense em publicar através de alguma editora de alcance internacional, a não ser que seja uma daquelas que cobram elevadas taxas dos autores e veiculam absolutamente qualquer coisa em troca de dinheiro.  

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Sugestão 3: Faça muitos amigos, participando de congressos nacionais e regionais. Se participar de algum congresso internacional realizado no Brasil, jamais fale em outro idioma que não seja o Português.

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Sugestão 4: Oriente a maior quantia possível de monografias de especialização, dissertações de mestrado e teses de doutorado, convidando para membros de suas bancas somente aqueles que o respeitam e/ou admiram.

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Sugestão 5: Se você deseja publicar em algum periódico especializado, para fazer volume em seu Currículo Lattes, basta submeter artigos para publicação em revistas editadas e distribuídas por universidades brasileiras.

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Sugestão 6: Assuma cargos de chefia. Chefes, Diretores, Reitores e Pró-Reitores podem facilmente vender a imagem de tomadores de decisões, aqueles que definem quem recebe verbas e benefícios e quem fica de fora. 

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Sugestão 7: Somente participe de eventos acadêmicos que emitam certificados, não importando quais sejam. Quanto maior a quantia de certificados, maior o volume de seu Curriculum Vitae. 

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Sugestão 8: Sempre fale sobre as suas conquistas. Mas faça isso de maneira sutil, comentando casualmente em algum contexto que nada tem a ver com as suas atividades profissionais.    

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27 outubro 2014

E se os professores ganhassem mais?



It's common to hear that teachers should be paid better — more like doctors and lawyers. In 2009, the Equity Project, a charter school in New York decided to try it: they would pay all their teachers $125,000 per year with the possibility of an additional bonus.

The typical teacher in New York with five years' experience makes between $64,000 and $76,000. The charter school, known as TEP, would pay much more. But in exchange, teachers, who are not unionized, would accept additional responsibilities, and the school would keep a close eye on their work.


Four years later, students at TEP score better on state tests than similar students elsewhere. The differences were particularly pronounced in math, according to a new study from Mathematica Policy Research. (The study was funded by the Gates Foundation.) After four years at the school, students had learned as much math as they would have in 5.6 years elsewhere:
TEP results chart


(Mathematica Policy Research)

The gains erased 78 percent of the achievement gap between Hispanic students and whites in the eighth grade.

The results are important in part because TEP also appears to have sidestepped some common concerns about charter schools. They didn't expel or suspend students out of school in the first four years. There is no evidence that the school encouraged problem students to leave or transfer on their own. And the students who attended were roughly as likely to be low-income, and to have had similar levels of academic achievement before they arrived. They could still differ in other ways — they could have more involved parents, who get them into the charter school lottery, for example — but TEP doesn't present some of the obvious factors that help explain other charter schools' success.

How TEP hired and trained teachers


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The $125,000 number was eye-catching, but it was just the start of the school's approach to teaching. Teachers were also eligible for a bonus of between 7 to 12 percent of their salary. The teachers, who are not unionized, went through a rigorous selection process that included a daylong "audition" based on their teaching skills. The typical teacher already had six years of classroom experience before they were hired.

Teachers at TEP also get more time to collaborate and played a bigger role in school decision-making than teachers in other jobs. Teachers were paired up to observe each others' lessons and provide feedback, collaboration that experts agree is important but happens too infrequently. During a six-week summer training, teachers also helped set school policy.

The workload at TEP, where teachers also take on administrative duties and had an average of 31 students per class, is fairly heavy even with the extra pay. But the school also had more teacher turnover than usual. Nearly half of first-year teachers didn't return for their second year, either because they resigned or because they were not rehired. Teacher turnover has been found to have a slight effect on student achievement.

Overall, though, the results are promising. The researchers caution that this is just one study of a small school. It's not meant to prove that TEP's methods can work in every school nationally. But it appears to suggest that, at least, the approach worked at one school.


Fonte: aqui

17 setembro 2014

Quarto curso mais procurado

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgaram, no dia 9 de setembro de 2014, os dados do Censo da Educação Superior 2013. O curso de Ciências Contábeis está entre os mais procurados pelos estudantes de graduação e ocupa a quarta colocação no ranking, com 328.031 futuros profissionais.

Em 2013, foram realizadas 7.509.694 matrículas em cursos de nível superior, 7.305.977 em cursos de graduação e 203.717 na pós-graduação. Comparando os resultados de 2012 e 2013, o curso de Ciências Contábeis subiu uma posição na lista de cursos mais procurados, passando da quinta para a quarta colocação, ficando atrás apenas de administração, direito e pedagogia.

Foram 328.031 alunos matriculados em 2013, contra 313.174 no ano anterior. A área contábil sozinha representa quase 5% de todos os cursos de graduação no país, o que significa que um em cada 20 estudantes do nível superior pretende se formar Contador.

A alta procura demonstra ainda o crescimento da profissão contábil, que recentemente atingiu a marca de 500 mil profissionais registrados em todo o Brasil. Os profissionais da Contabilidade paulistas representam quase um terço do total, com 146.152 registros no CRCSP.

O Censo da Educação Superior é publicado anualmente e reúne informações sobre os cursos de graduação e pós-graduação, presenciais e a distância, de todo o país. Os dados foram coletados entre os dias 3 de fevereiro e 15 de maio de 2014 por meio de questionários preenchidos pelas Instituições de Ensino Superior (IES).

O levantamento será utilizado no cálculo dos indicadores de qualidade do MEC, como o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC). O relatório final do Censo da Educação Superior 2013 será publicado no site do Inep.


Ciências Contábeis é o quarto curso mais procurado, segundo o MEC

Por Comunicação CRCSP – Thiago Benevides
 - (Dica de Alexandre Alcantara, grato)

09 setembro 2014

Brasileiro: 'analfabeto' científico?


Brasileiro: 'analfabeto' científico?

Novo índice mostra que a ciência influencia a forma de ver o mundo e de lidar com situações complexas de apenas 5% dos avaliados, enquanto mais da metade sequer consegue aplicar o que aprendeu na escola em situações cotidianas.

Por: Marcelo Garcia

Ciência Hoje online, em 18/08/2014

Desempenho brasileiro no primeiro Índice de Letramento Científico mostra que ciência não está integrada ao cotidiano do brasileiro. (foto: Flickr/ Fortimbras - CC BY-NC-ND 2.0)

Como você avalia a sua capacidade de utilizar o conhecimento científico para resolver questões do dia a dia? E para fazer abstrações, criar hipóteses, planejar e inovar? Em um mundo em que a ciência e a tecnologia estão cada vez mais presentes, em que a sociedade é chamada a se posicionar sobre grandes questões como pesquisas com células-tronco e cultivo de transgênicos e no qual inovar é a palavra de ordem das empresas, essas questões são fundamentais. Mas, segundo a primeira edição do Índice de Letramento Científico (ILC), no Brasil é muito baixa a quantidade de pessoas ‘letradas’ em ciências, capazes de empregar os conhecimentos escolares no seu cotidiano e no planejamento do futuro.
Bem diferente das avaliações de ensino existentes no Brasil, a proposta do ILC é medir quanto do conhecimento escolar é de fato aplicado na prática. Para seus criadores, o resultado negativo ajuda a entender alguns gargalos sociopolíticos e econômicos do país, como a baixa capacidade de inovação. O índice, cuja versão completa foi divulgada recentemente, é fruto de uma parceria entre o Instituto Abramundo, o Instituto Paulo Montenegro, responsável pela ação social do Grupo Ibope, e a ONG Ação Educativa.

O maior desafio foi traduzir o domínio de conceitos científicos em perguntas diretas e práticas para agrupar os participantes em faixas claras e facilitar ações posterioresPara sua construção, foram aplicados questionários a 2002 pessoas entre 15 e 40 anos, com ao menos quatro anos do ensino fundamental completos, em oito capitais estaduais e no Distrito Federal. O questionário era composto por mais de 60 perguntas, que avaliaram a capacidade de identificar simples informações explícitas em texto, tabela ou gráfico (como consumo de energia ou dosagem em bula de remédio), de comparar informações simples para tomar decisões; de empregar informações não explícitas para resolver problemas práticos e processos do cotidiano e, ainda, de propor e analisar hipóteses sobre fenômenos complexos, mesmo não diretamente ligados ao seu dia a dia. A partir das respostas, os participantes foram classificados por nível de letramento: ausente, elementar, básico e proficiente.
O maior desafio foi traduzir o domínio de conceitos científicos em perguntas diretas e práticas para agrupar os participantes em faixas claras e facilitar ações posteriores. A metodologia aplicada foi adaptada do Índice de Analfabetismo Funcional (IAF), também produzido pelo Instituto Paulo Montenegro e que avalia os conhecimentos de português e matemática na prática. A ideia é que a avaliação seja repetida a cada dois anos.

Resultados preocupantesDe forma geral, 79% dos participantes ficaram na zona intermediária (48% no nível 2 e 31% no nível 3), enquanto 16% apresentaram letramento ausente (nível 1) e apenas 5% do total se mostraram de fato proficientes em ciência. O índice torna clara a dificuldade de grande parte dos entrevistados em realizar tarefas simples: 43% deles declararam ter problemas para compreender gráficos e tabelas, enquanto 48% acham difícil interpretar rótulos de alimentos. Entre aqueles com ILC elementar (mais comum), 58% tem problemas, por exemplo, para consultar dados sobre saúde e medicamentos na internet.

Resultado ruim mesmo entre gestores públicos mostra que pensamento científico pouco influencia suas decisões, o que pode ter consequências negativas em todos os campos, da própria educação à saúde, ao saneamento e ao planejamento urbano, por exemplo. (foto: Flickr/ Samchio – CC BY-NC-SA 2.0)Os resultados também foram relacionados ao nível de formação e à área de atuação dos entrevistados – e ficam ainda mais preocupantes, já que os indivíduos com ensino superior considerados proficientes em ciência foram apenas 11%, enquanto 48% estão no nível 3, 37% no nível 2 e quase inacreditáveis 4% apresentaram letramento ausente.

Em relação ao mercado de trabalho, as áreas de administração pública, educação e saúde alcançaram o melhor resultado, apesar de pouco animador: 43% das pessoas têm letramento básico e 9%, proficiente. Na indústria e na prestação de serviços, 42% e 31% dos trabalhadores ficaram no nível 3, enquanto apenas 5% e 6% eram proficientes, respectivamente.

A diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro, Ana Lucia Lima, diz ter ficado surpresa com a baixa proficiência dos indivíduos mais escolarizados e dos tomadores de decisões, empreendedores e empresários, envolvidos diretamente no investimento e planejamento de atividades que vão desde o descarte do lixo à gestão da saúde e da educação. “Os dados mostram que o aprendizado fica restrito à escola e é preocupante que a ciência influencie tão pouco a visão de mundo dessas pessoas, sua atividade cotidiana e as decisões que tomam”, avalia.

Consequências adversas

Para os responsáveis pelo ILC, os impactos do cenário apontado pelo índice vão desde questões cotidianas a problemas que abrangem a vida econômica e social do país. “No dia a dia, isso se manifesta quando a cabeleireira usa um produto que ela deveria saber que faz mal ou quando os pais medicam os filhos por conta própria sem pensar nos efeitos colaterais ou nas interações entre medicamentos”, exemplifica Lima.

Garcia: “Os reflexos também aparecem na pífia capacidade de inovação de nossas empresas: os trabalhadores pouco refletem sobre seu trabalho, não desafiam o status quo”“Os reflexos também aparecem na pífia capacidade de inovação de nossas empresas: os trabalhadores pouco refletem sobre seu trabalho, não desafiam o status quo”, afirma Ricardo Uzal Garcia, presidente do Instituto Abramundo. “Além disso, o brasileiro não parece, em geral, preparado para opinar sobre grandes temas da ciência nem para tomar decisões cada vez mais necessárias sobre temas como transgênicos e células-tronco.”

Lima aponta ainda a formação de um gargalo de mão de obra no país e faz um alerta para o futuro. “Os empregos no país têm aumentado, mas apenas as vagas pouco especializadas; cargos melhores permanecem ociosos também pela inexistência de um pensamento científico aplicado, necessário para tais posições”, analisa. “Algo precisa ser feito para mudar essa situação, pois se nossos gestores tomam decisões que pouco consideram o conhecimento científico, a ciência nunca será valorizada como deve e isso continuará a impactar a inovação, a saúde, o meio ambiente e todas as áreas.”

Ensino de ciênciasJunto com o índice, também foi feita uma pesquisa de percepção pública da ciência, cujo resultado é significativo: apesar do fraco desempenho no ILC, os participantes reconhecem a importância da ciência para a compreensão de mundo (42% concordam plenamente e 30% concordam em parte) e para obter boas oportunidades de trabalho (41% e 27%, respectivamente). “As pessoas têm interesse e acham a ciência importante, mas não vão a fundo porque não se sentem competentes”, avalia Lima. “É uma pista importante de que há algo errado na formação dos estudantes”, completa Garcia.
Uma olhada em outros indicadores de ensino reforça a má situação do país na área: no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), por exemplo, um dos piores desempenhos do Brasil é em ciências (59º entre 65 países).

Para melhorar o índice, segredo pode estar em investir mais no ensino fundamental e buscar maneiras de manter o interesse dos jovens pela ciência. (foto: Flickr/ emeryjl - CC BY 2.0)Lima recupera a história da educação no país para explicar a situação atual. “O ensino se tornou um grande desafio a partir da década de 1990, pois sua universalização incluiu pessoas historicamente segregadas, famílias com níveis muito baixos de escolaridade”, afirma. A mudança, segundo ela, levou a um natural privilégio do ensino de português e de matemática, por serem competências mais básicas. “Em 25 anos, os avanços nessas áreas ainda não foram suficientes, mas ainda assim acredito que já seja hora de avançar para outros campos, e a ciência é a candidata natural para receber mais atenção.”

Lima: “Como matamos essa curiosidade natural? Deve haver muita coisa errada, do currículo à forma de ensinar.”Um dado que se destaca no ILC é o desempenho semelhante de indivíduos com ensino fundamental e com ensino médio – 50% de pessoas do primeiro grupo têm letramento elementar, contra 52% no segundo, que também conta com 15% de pessoas com letramento ausente. Para Lima, as conversas com professores dão pistas sobre os motivos por trás desse resultado, por reforçarem que nas séries iniciais as crianças adoram ciências, mas perdem o interesse depois. “O desempenho no ensino médio deveria ser proporcional ao investimento maior, com professores especialistas e maior carga horária”, diz. “Como matamos essa curiosidade natural? Deve haver muita coisa errada, do currículo à forma de ensinar.”

Garcia ressalta a necessidade de criação de programas de ensino voltados para as séries mais baixas. “O impacto da iniciação científica de qualidade desde as primeiras séries pode ser fundamental para despertar o gosto por ciências no futuro”, diz. 

Os organizadores também apostam na educação não formal e na parceria com a iniciativa privada para tentar mudar esse quadro. “Precisamos criar museus e centros de ciência para estimular uma cultura científica que hoje não existe”, defende o presidente da Abramundo. “Podemos pensar, por exemplo, em exposições sobre os ciclos do petróleo ou da agricultura, áreas em que atuam empresas enormes.” Lima conclui: “O problema não é só da escola, já que muitas pessoas não voltarão à sala de aula; é aí que a ação de igrejas, sindicatos e empresas pode ser fundamental.”

Marcelo Garcia
Ciência Hoje On-line

20 agosto 2014

Atraso em sala de aula

Do total de 200 dias letivos do ano escolar aos quais os alunos brasileiros têm direito, 20 dias são desperdiçados por conta de atrasos dos professores, saídas dos docentes antes do término da aula e com outras atividades que nada tem a ver com o ensino e a aprendizagem. Nesse cálculo sequer foi considerado o tempo perdido com a contenção da bagunça e com a realização de outras atividades pelo professor, como a realização de chamada e a entrega de trabalhos escolares.

O desperdício de 10% dos dias letivos é uma das constatações presentes na mais recente pesquisa publicada pelo Banco Mundial, a Great Teachers: How to Raise Student Learning in Latin America and the Caribbean (Grandes professores: como melhorar o aprendizado dos estudantes na América Latina e no Caribe, em português).

O estudo da instituição – reconhecida por elaborar uma série de pesquisas para subsidiar políticas públicas na área da educação – foi feito em mais de 15 mil salas de aula de três mil escolas primárias e secundárias em sete países latinos, incluindo o Brasil. Na América Latina, como um todo, o porcentual do “desperdício” é de 9%.


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13 agosto 2014

Educação e Prostituição

A revista The Economist, via aqui, chamou a atenção para um estudo realizado por Scott Cunningham, da Universidade de Baylor e Todd Kendall da Compass Lexecon. A pesquisa mostra que prostitutas com mais instrução ganha mais do que aquelas com menor nível de escolaridade. O estudo mostra a diferença encontra-se que seus clientes são velhos, com sessões mais longas, além de não usarem com intermediários.

10 agosto 2014

Chris Emdin: Ensine professores a criar mágica



O que shows de rap, barbearias e igrejas têm e comum? Como Christopher Emdin diz, em todos eles reside o segredo da mágica que encanta e ensina ao mesmo tempo, uma técnica que geralmente não é passada aos educadores. Este defensor da ciência (e cofundador do Science Genius B.A.T.T.L.E.S. com GZA do Wu-Tang Clan) oferece uma perspectiva para trazer as salas de aula de volta à vida.

02 julho 2014

Pensar está se tornando algo obsoleto

Por Thomas Sowell

Embora seja humanamente impossível responder a todos os e-mails e cartas que os leitores me enviam, muitos deles são bastante interessantes e intelectualmente instigantes, tanto no sentido positivo quanto no sentido negativo.


Por exemplo, um jovem me enviou um e-mail pedindo as fontes em que eu havia me baseado para citar alguns fatos negativos sobre o desarmamento em um artigo recente.  É sempre bom checar os fatos — especialmente se você checar os fatos de ambos os lados da questão. 

Em contraste, um outro sujeito simplesmente me criticou por tudo o que eu havia dito nesse artigo.  Ele não pediu as minhas fontes e nem quis saber se elas existiam; ele simplesmente saiu fazendo afirmações em contrário, como se essas suas assertivas fossem automaticamente corretas pelo simples fato de estarem sendo pronunciadas por ele, algo que, em sua mente, invalidaria automaticamente tudo o que eu havia escrito.

Ele se identificou como médico, e as alegações que ele fez sobre armas eram as mesmas que haviam sido feitas anos atrás em uma revista médica — alegações que já foram inteiramente desacreditadas desde sua publicação.  Ele poderia ter aprendido isso caso houvesse me dado a oportunidade de responder às suas provocações, de um modo que nos engajássemos em um debate.  Porém, ele próprio deixou claro desde o início que sua carta não tinha o objetivo de gerar um debate, mas sim apenas de me acusar e me denunciar. 

Esse tipo de comportamento se tornou um procedimento padrão no mundo atual.

É sempre surpreendente — e apavorante — constatar quantos assuntos extremamente sérios não são discutidos seriamente hoje em dia; as pessoas simplesmente saem emitindo afirmativas e contra-afirmativas, tudo de maneira generalizada.  Seja em debates de internet ou até mesmo em programas de televisão, as pessoas simplesmente tentam calar seu opositor falando mais alto do que ele ou simplesmente recorrendo a frases de efeito de cunho emotivo.

Há inúmeras maneiras de fazer parecer que se está argumentando sem que na realidade se esteja produzindo absolutamente nenhum argumento coerente.

Décadas de educação escolar e universitária simplificada — para não dizer idiotizante — certamente têm algo a ver com a atual situação, mas isso não explica tudo.  A educação não somente foi negligenciada no sistema educacional atual, como também já foi quase que completamente substituída pela doutrinação ideológica.  A doutrinação que hoje é feita por professores e instituições supostamente educacionais é amplamente baseada na simples vocalização das mesmas pressuposições básicas e não-comprovadas de sempre.

Se as instituições educacionais de hoje — desde escolas a universidades — estivessem tão interessadas em diversidade de ideias quanto estão obcecadas com diversidade racial e sexual, os estudantes ao menos adquiririam experiência ao ver as pressuposições que existem por trás de diferentes visões, e entenderiam a função da lógica e da evidência ao debaterem tais diferenças.  No entanto, a realidade é que um estudante pode passar por todo o seu ciclo educacional, desde o jardim de infância até seu doutoramento, sem entrar em contato com absolutamente nenhuma visão de mundo que seja fundamentalmente diferente daquela que prevalece dentro do espectro de opiniões autorizadas e politicamente corretas que domina o nosso sistema educacional.

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No que mais, a perspectiva moral da visão ideológica predominante é completamente maniqueísta: as pessoas imbuídas dessas ideias realmente se veem como anjos combatendo todas as forças do mal — seja o assunto em questão o desarmamento, o ambientalismo, o racismo, o homossexualismo, o feminismo ou qualquer outro ismo.

Um monopólio moral é a antítese de um livre mercado de ideias.  Um indicativo desta noção de monopólio moral dentre a intelligentsia esquerdista é o fato de que as instituições que estão majoritariamente sob seu controle — escolas, faculdades e universidades — são justamente aqueles que usufruem muito menos liberdade de expressão do que o resto da sociedade.

Por exemplo, ao passo que a defesa e até mesmo a promoção da homossexualidade é comum nos campi universitários — e comparecer a palestras e aulas que fazem tal promoção é frequentemente algo obrigatório nos cursos introdutórios —, qualquer crítica ao comportamento homossexual é imediatamente rotulada de "reacionarismo", "preconceito" e "incitação ao ódio", sujeita a imediata punição.

Enquanto porta-vozes de vários grupos raciais e étnicos são livres para denunciar com veemência "os brancos" por seus pecados passados e presentes, verdadeiros ou imaginários, qualquer estudante branco que similarmente venha a denunciar as transgressões ou os desvarios de grupos não-brancos garantidamente será punido, se não expulso.

Até mesmo estudantes que não defendem ou não promovem absolutamente nada podem ter de pagar um preço caso não concordem com a lavagem cerebral que ocorre nas salas de aula.  Recentemente, nos EUA, um aluno da Florida Atlantic University que se recusou a pisotear um papel em que estava escrito a palavra "Jesus", a mando de seu professor, foi suspenso pela universidade.  Felizmente, a história veio a público e gerou uma onda de protestos fora do mundo acadêmico.

A atitude deste professor pode ser descartada e ignorada como sendo um caso isolado de extremismo, mas o fato é que o establishment universitário saiu solidamente em sua defesa e atacou implacavelmente o estudante.  Tal atitude mostra que a podridão moral que impera na academia vai muito mais além do que um simples professor adepto da doutrinação e da lavagem cerebral.

Estamos hoje vivenciando todo o esplendor do anti-intelectualismo que se espalhou por metástase ao longo de todo o mundo acadêmico.  As universidades se tornaram tão dominadas por uma insistência na inviolabilidade de um determinado pensamento grupal, que qualquer professor "forasteiro", que não compactue com a predominância deste pensamento gregário, não mais pode falar a respeito de um determinado assunto sem antes ter sido devidamente credenciado por seus pares.  Uma simples pesquisa sobre o tratamento dispensado a acadêmicos que ousam questionar a santidade do aquecimento global mostra bem esse ponto.

Já houve uma época em que um curso universitário era considerado um meio de introduzir as pessoas a uma ampla gama de assuntos que lhes permitiria pensar e falar inteligentemente sobre várias questões que estivessem afetando suas vidas.  O pensamento coletivista — que hoje é predominante no meio universitário — rejeita tal ideia, conferindo o monopólio de determinadas questões apenas àquelas pessoas que são reconhecidas como "especialistas" por seus pares.

Este método educacional que recorre à intimidação e à simples repetição de frases de efeito de cunho emocional evidencia a completa falência do sistema educacional.  Se professores universitários — teoricamente a nata intelectual da sociedade, pessoas que por vocação e profissão deveriam ser as mais rígidas seguidoras do rigor intelectual — agem assim, como podemos esperar que o restante da população apresente discernimentos mais profundos? 

Para sobreviver e progredir, seres humanos precisam saber pensar.  Porém, estamos cada vez mais terceirizando esta função para acadêmicos, que por sua vez pautam o conteúdo da mídia.  Tal terceirização de pensamento ajuda a explicar por que há hoje uma escassez de pensamentos originais e significativos. 

O fracasso do sistema educacional vai muito além da ausência de um aprendizado útil.  O real fracasso está naquilo que de fato é ensinado — ou melhor, doutrinado — nas salas de aula, algo evidenciado pelos formandos que as universidades cospem para o mundo, seres incapazes de apresentar qualquer resquício de pensamento original. 

Jamais se preocupe em se aprofundar em qualquer assunto: os "especialistas" cujos empregos se resumem a promover a agenda do establishment político e cultural já têm tudo explicado para você.

12 junho 2014

Mais sobre cotas e educação

“Nada tão permanente como um programa temporário de governo”, dizia Milton Friedman. Duas piadas de mau gosto são repetidas há anos quando o assunto é cotas raciais: que se trata de uma medida temporária para combater injustiças históricas, e que se limitarão à ajuda básica para nivelar as oportunidades.

Qual governante vai ter a coragem de retirar um privilégio concedido a um grupo organizado? Nenhum. A medida será permanente, segregando o país entre “negros” e “brancos” para sempre. E quem disse que as cotas ficarão restritas ao apoio básico para igualar oportunidades? Nada disso. O governo vai arrombar cada vez mais espaços para estender tais privilégios, pois quando se dá a mão, logo se pede o braço todo.

Primeiro, cotas para universidades, pois o ensino básico é ruim. Não resolvem nada? Os universitários cotistas saem sem condições de igualdade para participar de concursos? Então cotas para concursos públicos! De quanto? 20%. Por quanto tempo? 10 anos. As piadas sem graça…

O Frei David Santos, da ONG Educafro, um dos grandes defensores das cotas para concursos públicos, a ponto de ter sido convidado pela presidente Dilma para a assinatura da medida, agora já começa a criticar a regra. Os 20% são muito pouco, diz ele. Tem que ser 35%! E quem vai julgar? 

Pode haver abuso. É preciso, portanto, criar um “tribunal racial” para verificar quem é negro mesmo: Se não tivermos uma fiscalização no critério da autodeclaração, haverá uma enxurrada de processos. Essa lei precisa ser emendada logo. Em um mundo ideal, onde todos agissem de boa-fé, não precisaria haver comissão. Não é o caso.

Fiscalizadores da raça! Eis o que essa gente vai instaurar no Brasil, e que remete aos tempos nazistas. Teremos um tribunal cobrando provas dos ancestrais? Teremos burocratas comparando fenótipos e determinando quem pode ser visto como negro, em um país miscigenado em que 40% se declara pardo?

Seria o caso de perguntar, como quem não quer nada: por acaso o próprio Frei David Santos passaria por esse critério subjetivo? Não esqueço de um Fórum da Liberdade em Porto Alegre, em que ele defendia as cotas para negros, enquanto o outro palestrante, Franklin Cudjoe, africano de Gana e realmente negro, com pele bem mais escura do que o frei mulato, atacava com veemência a medida que segrega a única raça existente, a humana, em dois grupos distintos. O contraste era digno de uma propaganda da Benetton…

Rodrigo Constantino