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Mostrando postagens com marcador PCAOB. Mostrar todas as postagens
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22 outubro 2012

Rodízio é bom

Pesquisadores de auditoria apresentaram ao Public Company Accounting Oversight Board evidências onde afirmam demonstrar que a rotação do auditor leva a uma melhor qualidade de auditoria.

(...) Scott Whisenant, professor de contabilidade da Universidade de Kansas, revisou uma série de estudos acadêmicos para o Board que sugerem que o rodízio produzirá benefícios que conselho busca. Ele observou que a maior parte do protesto em torno de rodízio obrigatório, com ênfase nos custos, mas poucos estudos concentram nos benefícios possíveis, já que o rodízio é praticado em alguns poucos países.

O resultado de um estudo de 2000 sugere, disse ele, que no longo prazo as relações entre cliente e auditor aumenta significativamente a probabilidade de um parecer sem ressalvas, o que levanta questões sobre a qualidade da auditoria. A exceção, no entanto, é o último ano do relacionamento, quando a probabilidade de um parecer sem ressalvas cai. "Neste último ano, os auditores finalmente soltar o martelo sobre os clientes", disse Whisenant, sabendo que eles estão prestes a entregar o trabalho a uma empresa sucessora que, sem dúvida irá rever seu trabalho.

Whisenant disse que sua pesquisa mais recente com outro co-autor sugere que em países onde a rotação é praticada há evidências de menor gerenciamento de resultados, menor cumprimento das metas de lucros e reconhecimento mais oportuno de perdas. O estudo conclui a qualidade dos mercados de auditoria melhora após a promulgação do rodízio, ele diz, e as evidências sugerem que as preocupações sobre qualquer interrupção ou dificuldade de transição para uma nova empresa de auditoria são mais do que compensados pelos benefícios. (...)

O presidente do PCAOB James Doty elogiou a "extraordinária variedade de pontos de vista", apresentado pelos acadêmicos.

Fonte: Compliance Week

23 agosto 2012

PCAOB

O PCAOB é uma entidade criada para fiscalizar as empresas de auditorias. Esta semana (sábado, mais precisamente) foi divulgado uma relatório desta entidade sobre a auditoria para corretores. É a primeira vez que uma análise completa dos auditores da maior economia do mundo, que não foi feita pelos pares, é divulgado.

Foram 23 auditorias avaliadas. Eis alguns resultados, segundo Francine McKenna:

=> Em 13 das 23 auditorias os inspetores descobriram que as empresas "não realizaram procedimentos suficientes para identificar, avaliar e responder aos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis devido à fraude."

=> Em 10 das auditorias 23 os inspetores descobriram que as empresas "não realizaram procedimentos suficientes para identificar a existência de partes relacionadas e de transações materiais relacionadas (...)

=> Em 15 das 23 auditorias as empresas "não realizaram procedimentos suficientes para analisar a ocorrência, precisão e integridade de receita."

=> Em 12 dos 23 auditorias as empresas "não realizaram procedimentos suficientes para confiar em registros e relatórios do corretor ou revendedor ou relatórios de organizações de serviço que foram utilizados em procedimentos de auditoria."

=> Em seis dos nove auditorias que valor dos títulos foi incluído na inspeção, as empresas "não realizar procedimentos suficientes para testar a avaliação de títulos."

=> Em quatro dos 23 auditorias, as empresas "não avaliaram suficientemente as deficiências de controle para avaliar o risco de erros materiais ou não avaliaram erros identificados para determinar se uma deficiência de controle existiu."

=> Em sete das auditorias 23 as empresas "não executaram procedimentos de auditoria suficientes para testar a exatidão e integridade de certas divulgações das demonstrações financeiras."

21 agosto 2012

Frase

Na maioria dos casos, o conselho [PCAOB] concluiu que a empresa de auditoria não conseguiu fazer o trabalho necessário para garantir que as demonstrações financeiras eram precisas ou que as empresas tinham capital suficiente.

Regulator Says Broker Audits Fail to Include Required Work - FLOYD NORRIS - NY Times

Aqui um texto onde informa que o conselho encontrou 100% de problemas nas auditorias de Brokers e Dealers.

17 agosto 2012

Auditoria da Sony

Nos Estados Unidos existe uma entidade que fiscaliza as empresas de auditoria. Trata-se do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), que foi criado após os escândalos contábeis do início do milênio.

O PCAOB faz inspeção nas empresas de auditoria e nos seus trabalhos realizados. Esta inspeção é publicada, mas no relatório não se informa o nome da empresa auditada.

Esta semana o PCAOB divulgou um relatório sobre uma filial da PwC, uma das Big Four, as maiores empresas de auditoria do mundo. A filial inspecionada foi a do Japão. E o relatório de inspeção revela que a auditoria da PwC Aarata, a filial japonesa da PwC, possui sérias deficiências.

Apesar do PCAOB não divulgar o nome da empresa onde a auditoria da PwC Aarata foi inadequada, o jornalista Jonathan Weil, da Bloomberg, descobriu que se trata da Sony. Entre os problemas da auditoria encontrados pelo PCAOB estão falhas nos testes de receitas e investimento. Segundo o relatório, os problemas são tão expressivos que não existe competência suficiente para dar o parecer opinativo sobre a qualidade da contabilidade da Sony. Como diz Weil, "Caramba".

A Sony pagou cerca de 52,6 milhões de dólares para a auditoria de 2010.

02 agosto 2012

Comité de Auditoria

Estamos comemorando dez anos da Sarbox, lei aprovada em 2002, nos Estados Unidos, após os escândalos contábeis da Enron e WorldCom.

Uma das novidades da Sarbox foi a criação de uma entidade de supervisão de empresas de auditoria - o PCAOB.

Agora o PCAOB enfatizou o papel do Comitê de Auditoria no processo de controle das empresas. A entidade apresentou na sua página um modelo de perguntas do comitê de auditoria para os auditores. Outro aspecto é que o PCAOB está incentivando que este comitê tenha acesso aos resultados de inspeção desta entidade, onde são apresentadas as críticas aos trabalhos dos auditores.

26 janeiro 2012

Travessuras


Um texto do Wall Street Journal (One Cure for Accounting Shenanigans, de Jason Zweig) discute as “travessuras” contábeis. Para Zweig o problema está nos auditores, que trabalham para uma mesma empresa por muito tempo. Com isto, deixa de ser “independente”, tornando-se “co-dependente”.

A auditoria independente nasceu logo após a crise de 1929, que exigiu das empresas com ações negociadas na bolsa a contratação de auditores para verificar sua contabilidade. Entretanto, dados apresentados na reportagem mostram que talvez isto não esteja funcionando:

Nos últimos 25 anos, 30% de mil empresas estão com a mesma empresa de auditoria;
11% usam a mesma empresa mais de 50 anos;
8 destas empresas não mudam de auditores há um século.

Para tentar resolver este problema, uma entidade chamada Public Company Accounting Oversight Board PCAOB) está tentando implantar o rodízio de auditores nos Estados Unidos. A entidade colocou isto em discussão pública e recebeu 94% de comentários contrários a uma proposta como esta. Os argumentos: aumento de custo, desconhecimento das peculiaridades da empresa e problemas com a qualidade no trabalho.

Uma das empresas declarou que o auditor deve ser um “parceiro” e deve “ajudar” seu cliente. Isto não parece algo que deva ser dito de um auditor “independente”.

09 janeiro 2012

Frase

“O auditor decididamente não deve ser um confiável conselheiro para a companhia”

Discurso de Jim R. Doty Presidente do PCAOB (Public Company Accounting Oversight Board)

24 novembro 2011

PCAOB e KPMG

Assim, o conselho (PCAOB) está rejeitando o que pode ser um método comum de avaliações de bancos pelas auditorias. Parece que as empresas contactam várias fontes para as estimativas de preços e assumem que todas as respostas que obtiveram são razoáveis. Então eles [as auditorias] verificam se a empresa tinha chegado perto do aceitável de qualquer uma das respostas. Se assim for, o valor foi considerado aceitável.


At PWC, They Now Have Names - Floyd Norris - New York Times 21 nov 2011

07 novembro 2011

Deloitte





Está dura a vida da Delloite & Touche, uma das quatro maiores empresas de auditorias do mundo. Na última semana de outubro, as práticas da firma foram reprovadas pelo Public Company Accounting Board, dos Estados Unidos, que investigou suas atividades ao longo de 2007.

O relatório do órgão também sugere que a Delloite não monitora adequadamente suas representações ao redor do mundo. No Brasil, não faltam exemplos para confirmar essa suspeita. Na semana passada, por exemplo, a empresa teve de fazer um acordo com a CVM, no valor de R$ 1 milhão, para se livrar de uma investigação por falhas na auditoria feita na antiga Aracruz (atual Fíbria), relacionada para uma superexposição da fabricante de celulose com derivativos cambiais, em 2008.

O maior frango, porém, envolveu o banco PanAmericano: o rombo de R$ 4,3 bilhões passou tranquilamente pelo meio das pernas dos auditores da Delloite, cujas responsabilidades estão sendo apuradas pelo Banco Central.

Fonte: Clayton Netz, Istoé Dinheiro

01 novembro 2011

PCAOB x Big Four

Felix Salmon questiona o papel do PCAOB diante das grandes empresas de auditoria. Um dos problemas é justamente o fato das empresas serem reduzidas: uma investigação mais pesada pode reduzir este número para três grandes empresas. Isto torna o grupo dos quatro grandes impunes, incentivando os erros e a falta de profissionalismo. Além disto, existem problemas de conflito de interesses, já que parte dos membros do PCAOB já foram empregados das empresas de auditoria. Isto faz com que este órgão demore 41 meses para divulgar a avaliação da Deloitte.

14 outubro 2011

Auditoria

Floyd Norris (Shhh! Don’t Name That Auditor, NY Times, 13 de outubro de 2011) comenta um projeto do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB): exigir que no parecer de auditoria conste o nome do profissional que fez o trabalho. Dois argumentos favoráveis a idéia: a) se no futuro for verificado que o trabalho não foi bem feito, saberemos o nome do profissional que cometeu a falha; b) será possível acompanhar a troca, a cada cinco anos, dos auditores (mas não das empresas de auditoria, já que o rodízio das empresas não existe nos Estados Unidos). A proposta vai mais além, ao exigir que sejam identificadas outras empresas, inclusive filiais estrangeiras, que trabalharam na auditoria e o que elas fizeram. Assim, uma auditoria de uma empresa com filial no Brasil, o auditor que fez o trabalho desta filial deve constar do parecer. A princípio as empresas de auditoria são contrárias, não entendendo o benefício da medida.

19 agosto 2011

Rodízio de auditoria

A autoridade americana que regula os auditores está considerando formalmente a possibilidade de forçar as companhias abertas a substituir rotineiramente as firmas que auditam suas demonstrações financeiras.

O Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) decidiu anteontem, por cinco votos a zero, abrir um período de comentários públicos sobre a ideia de estabelecer limites de duração para as auditorias. Os proponentes afirmam que essas restrições poderão eliminar a influência inadequada que as empresas podem exercer no longo prazo sobre seus auditores.

“A associação prolongada das grandes firmas de auditoria com seus grandes clientes é uma questão que precisa ser resolvida para que o PCAOB possa cumprir sua missão”, disse o presidente do órgão, James R. Doty, antes da votação.

O rodízio obrigatório dos auditores deveria ser considerado por causa “do tamanho, complexidade e risco sistêmico encontrados hoje na população de emissores”, disse Doty.

Das chamadas “Big Four”, as quatro maiores firmas de auditoria e contabilidade do mundo, a PricewaterhouseCoopers (PwC) não quis comentar a votação. A Deloitte & Touche, a Ernst & Young e a KPMG também não quiseram fazer comentários individuais, alegando que suas respostas virão por meio do Center for Audit Quality, um grupo que defende os interesses do setor em Washington.

“Conforme observado por vários membros do conselho, uma análise de custo-benefício deve ser uma parte central do projeto”, disse em um comunicado Cynthia Fornelli, diretora-executiva da associação. Mesmo com uma votação unânime, membros do conselho demonstraram reservas que poderão colocar em dúvida a eventual adoção do rodízio obrigatório.

“Tenho sérias dúvidas de que o rodízio obrigatório seja uma maneira prática ou eficiente do ponto de vista dos custos para fortalecer a independência”, disse o membro do conselho Daniel L. Goelzer, ontem. “O rodízio de firmas não será barato para as empresas americanas.”

A medida do conselho limitaria o número de anos consecutivos que uma firma de auditoria poderá trabalhar para um cliente. Ele combateria “a pressão que os auditores enfrentam para desenvolver e proteger as relações de longo prazo com os clientes, em detrimento dos investidores”, disse Doty.

O conselho disse que está aberto a ideias alternativas que venham a estimular a independência dos auditores.

O PCAOB, uma organização sem fins lucrativos autorizada pela Securities and Exchange Commission (SEC) como autoridade reguladora das firmas de auditoria que trabalham com companhias abertas americanas, vai recolher comentários públicos por 120 dias, analisando-os na preparação para outra reunião em março.

Martin Baumann, auditor-chefe do conselho, observou que o pessoal de pesquisa e análise do PCAOB até agora “não encontrou correlação entre as falhas de auditoria e a duração do período que as auditorias trabalham com as empresas”.

O Sistema de Aposentadoria dos Servidores Públicos da Califórnia e a administradora de fundos de pensão Tiaa-Cref, de Nova York, estão entre as instituições que já aplicam o rodízio, segundo o PCAOB.

Fonte: Jesse Hamilton, Bloomberg, Valor Economico

Rodízio de auditoria 2

Com os Estados Unidos abrindo a discussão sobre a aplicação do rodízio obrigatório de auditorias naquele país, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ganhou um aliado de peso na sua batalha para defender a troca periódica em vigor para as companhias abertas não financeiras no Brasil.

Um dos principais argumentos daqueles que são contra o rodízio – incluindo auditores independentes e empresas – é o fato de a rotação obrigatória de firmas ser uma espécie de jabuticaba, que só existe no Brasil e, no caso do rodízio, também na Itália, entre os países de maior peso na economia global.

Esse ponto é citado na carta enviada pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) à CVM no início desta semana, como comentário à recente audiência pública aberta pela autarquia sobre o tema.

A minuta proposta pela autarquia tem como objetivo induzir as companhias abertas a constituir um comitê de auditoria estatutário em troca de um prazo mais longo para o rodízio de auditor externo. Para essas empresas, o período de rotação subiria de cinco para dez anos.

Embora esse fosse o desejo dos auditores, a proposta da CVM não coloca em questão a desistência da troca obrigatória, sendo que o próximo giro deve ocorrer em 2012. “Não pensamos em mudar a figura do rodízio. Falamos só do prazo, no caso de haver o comitê, mas não da prática em si”, diz Alexsandro Broedel, diretor da CVM, sobre a minuta.

Na carta enviada à autarquia, o Ibracon propõe que empresas que criarem comitês de auditoria sejam dispensadas do rodízio.

Nesse caso, a decisão do PCAOB (sigla em inglês para Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas) de discutir o tema também favorece o argumento da CVM, já que lá o rodízio não seria uma opção ao comitê, mas se somaria a ele. “Estamos na mesma tecla, a preocupação é exatamente a mesma”, afirma Broedel, lembrando que na União Europeia o tema também foi colocado em audiência pública. Na Europa, a maior parte dos comentários recebidos foi contrária à prática.

Uma ideia que surgiu foi o estabelecimento de contratos de longo prazo, sem possibilidade de rescisão, dando estabilidade ao auditor por alguns anos.

Nos Estados Unidos, a última vez que o rodízio foi discutido foi na época da edição da lei Sarbanes-Oxley, em 2002. Entre outras coisas, a lei criou o próprio PCAOB e também obrigou as companhias abertas a constituir comitê de auditoria.

Em 2003, o General Accounting Office (GAO), órgão ligado ao congresso americano que supervisiona as contas públicas, disse aos reguladores que seria importante ter alguns anos com a experiência de se ter os comitês de auditoria e também o trabalho de fiscalização do PCAOB para então concluir sobre a necessidade de rodízio obrigatório.

É com base nesse argumento que o PCAOB traz o tema novamente ao debate. Nesses quase dez anos, o órgão fez 1,7 mil inspeções detalhadas e examinou parcialmente mais de 7,25 mil trabalhos de auditoria, o que se considera experiência suficiente.

No trabalho de supervisão, o PCAOB encontrou centenas de falhas nos trabalhos de auditorias, diz o advogado James R. Doty, presidente do órgão.

Embora não divulgue estatísticas, Doty diz que a falta de independência, objetividade e de ceticismo são apontados com frequência nas fiscalizações. “Quando se vê auditores vendendo seu serviço para potenciais clientes como ‘parceiros para dar suporte e ajudar’ os clientes ‘a atingir suas metas’, é difícil não se perguntar se essa mentalidade contribuiu para algumas dessas falhas de auditoria”, afirma ele.

Basicamente, a discussão gira em torno do conflito gerado pelo fato de que é o cliente que paga pelo serviço do auditor.

O PCAOB levanta a questão se, com o rodízio, o auditor pode ser mais independente dessa relação comercial, já que ele não precisa se preocupar em manter o cliente por um longo prazo.

Do outro lado, os críticos da prática falam dos custos que a mudança gera e também do aumento do risco de problemas nos pareceres de auditoria – que teriam sido verificados em estudos acadêmicos -, uma vez que haveria uma curva de aprendizagem do novo auditor.

Na manifestação de voto dos cinco membros do PCAOB, é possível notar que alguns se mostram mais favoráveis à implantação do rodízio, enquanto outros veem mais mérito na discussão sobre o tema e nas sugestões que podem surgir durante o debate.

Na primeira rodada de inspeção feita nas divisões brasileiras de PwC, Deloitte, Ernst & Young e KPMG, as quatro grandes, o PCAOB encontrou falhas no trabalho de todas. Mas nenhum balanço teve que ser republicado.


Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

13 junho 2011

Parecer do Auditor


De um lado está uma avaliação de uma empresa com um parecer de auditoria limpo do escritório de Toronto da Ernst & Young e com títulos classificados abaixo do grau de investimento pela Standard & Poor's e Moody's. Ela levantou bilhões nos mercados de capitais.

De outro lado, tem uma empresa de pesquisa de investimento, usando o nome de Muddy Waters Research. Ela diz que a empresa, a Sino-Forest Corporation, é uma fraude, e que suas ações são inúteis. (...)

As ações, negociadas em Toronto, perdeu mais de 70 por cento do seu valor em dois dias, corte 3000 000 000 dólares fora de sua avaliação. Os preços dos títulos também despencaram. (...)

"Existe uma lacuna significativa entre as expectativas que as várias partes interessadas acreditam auditores fazem ou deveriam fazer para detectar fraudes, e que as redes de auditoria são realmente capazes de fazer, com os preços que as empresas ou investidores estão dispostos a pagar para as auditorias", declarou um documento emitido em 2006 pelos diretores das seis maiores redes de auditoria.

O PCAOB (Public Company Accounting Oversight Board), que regula os auditores nos Estados Unidos, está pensando em exigir que os auditores revelem mais sobre o seu trabalho.

Troubled Audit Opinions - FLOYD NORRIS – NYT – 9 jun 2011

03 maio 2011

KPMG

No dia 6 de abril colocamos um link para um texto de Jonathan Weil, da Bloomberg. No final de abril o Valor Econômico apresentou nas suas páginas a tradução do texto. Eis alguns trechos:

Semanas atrás, o Conselho de Supervisão Contábil das Companhias Abertas (PCAOB) dos Estados Unidos divulgou seu relatório de inspeção trienal sobre a filial em Hamilton, nas Bermudas, da KPMG, auditoria que é uma das chamadas "Big Four". 
E foi um relatório terrível. A equipe do PCAOB identificou em uma das auditorias realizadas pela KPMG-Bermudas uma deficiência tão significativa que parece que "a firma não conseguiu evidências competentes para suportar sua opinião sobre as demonstrações financeiras da emissora". 
Por se tratar do irremediavelmente tímido PCAOB, o relatório não revelou que empresa foi auditada pela KPMG-Bermudas. Isso porque a agência, como norma, se recusa a fornecer os nomes das companhias onde seus inspetores encontram auditorias malfeitas. Isso apenas mostra que a maior prioridade do PCAOB não é "proteger os interesses dos investidores", conforme alardeia o lema do conselho. Em vez disso, a prioridade é proteger os pequenos segredos sujos das firmas de contabilidade e seus clientes de auditorias.
(...)  É quando você olha para as demonstrações financeiras da Alterra que a magnitude da burrada feita pela KPMG-Bermudas fica aparente. Ações disponíveis para venda é único grande item de linha do balanço da Alterra. Elas representavam quase metade dos ativos totais de US$ 7,3 bilhões da companhia em 31 de dezembro de 2008, e pouco mais da metade de seus ativos totais de US$ 9,9 bilhões no fim do ano passado. 
Agora considere que a Alterra vai realizar sua assembleia anual de acionistas hoje, quando os acionistas terão a oportunidade de votar a ratificação da nomeação da KPMG-Bermudas como auditor independente da companhia. Até mesmo isso não tem importância para o PCAOB. Uma porta-voz, Colleen Brennan, disse que o conselho não vai confirmar se a Alterra é mesmo o cliente não revelado. Não faz mal que o segredo foi revelado. O PCAOB simplesmente não liga se os investidores conseguem ou não as informações de que precisam. (...)

29 junho 2010

PCAOB

Com o escândalo da Enron, houve um movimento nos Estados Unidos no sentido de modificar a sua legislação. Estas mudanças foram aprovadas no legislativo daquele país, tendo por base propostas de dois políticos, Sarbannes e Oxley. A legislação ficou conhecida como Sarbox em homenagem aos dois.

Uma das inovações da Sarbox foi a criação do Public Company Accounting Oversight Board ou PCAOB ou Peek-a-boo. O PCAOB é uma entidade sem fins lucrativos que tem a finalidade de fiscalizar os auditores.

Agora, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, por 5 votos a 4, que o PCAOB viola a constituição dos Estados Unidos. A razão é que o PCAOB foi criado pelo Congresso, com poderes de regulação, sendo considerada como agência do governo daquele país. Em razão disto, os membros do PCAOB são oficiais do governo.

Um aspecto importante do julgamento é que o PCAOB não foi considerado inconstitucional. Mas a Corte entende que é a SEC que tem o poder de afastar dirigentes de empresas que tenham violado a lei.

PCAOB 2

Washington, 28 - A Corte Suprema dos EUA declarou inconstitucional um item da Lei Sarbanes-Oxley, que coíbe corrupção ativa por parte de companhias norte-americanas, ao declarar que é a Securities and Exchange Comission (SEC) a autoridade com poder para afastar dirigentes de companhias que tenham violado a legislação. O resto da Lei Sarbanes-Oxley foi deixado intocado.

Para os juízes da Corte Suprema, o Conselho de Supervisão da Contabilidade das Companhias Públicas (PCAOB) foi declarado inconstitucional porque o Poder Executivo não tem, de acordo com a lei de 2002, meios para afastar seus integrantes em caso de necessidade. Por isso, parte da autoridade do PSAOB foi mantida com a SEC.

Para o professor de Contabilidade Douglas Skinner, da Universidade de Chicago, a decisão da Corte Suprema não trará grandes mudanças na composição do PCAOB. "A questão maior são as operações do Conselho, e o que ele faz sobreviveu bastante intacto", afirmou. As informações são da Dow Jones.


EUA: Corte Suprema Faz Pequena Mudança Na Lei Sarbanes-oxley - DJ em Português - 28/06/2010 - (Renato Martins)

10 janeiro 2010

Parecer de Auditoria

Contabilidade: Setor evoca até terrorismo contra a possibilidade de ter que assinar o parecer de balanços.

Auditores dos EUA querem manter anonimato
Por Jonathan Weil, Bloomberg, de Nova York
Valor Econômico - 30/12/2009

Se as pessoas que auditam as companhias americanas forem obrigadas a assinar seus pareceres, os terroristas sairão vitoriosos.

Esse é um dos argumentos do setor, agora que a principal agência reguladora da atividade está considerando exigir que sócios em firmas de auditoria assinem quando emitirem uma opinião sobre os balanços das empresas abertas.

Essa proposta do Conselho de Supervisão de Contabilidade das Companhias Abertas (PCAOB) já deveria ter sido implementada há muito tempo. Para que seja relevante, porém, o PCAOB precisa também sobreviver a um desafio mais existencial.

Há duas semanas, a Suprema Corte ouviu os argumentos de uma ação que busca extinguir a agência semigovernamental, com base em que o processo de nomeação de membros seria inconstitucional. Uma decisão contra o conselho, criado em 2002 pela lei Sarbanes-Oxley, poderá caracterizar uma oportunidade perdida para produzir a necessária transparência num sistema envolto em sigilo.

Pela maneira como são atualmente feitos os pareceres de auditoria nos EUA, apenas o nome da firma de contabilidade aparece na linha de assinatura. Não há com saber quais sócios estão encarregados de quais companhias.

Considere a dose de histeria em uma carta enviada ao conselho em 11 de setembro por Paul Rohan, diretor de controle de qualidade na UHY, que audita 73 companhias.

"Um sócio identificado publicamente pela exigência de assinar um parecer de auditoria poderia se transformar em alvo de terroristas nacionais ou internacionais", escreveu Rohan. Os riscos poderiam incluir "assassinato ou sequestro do sócio e de sua família".

Seus comentários foram feitos em resposta a uma indagação do conselho, em julho, consultando sobre se uma exceção seria necessária para evitar que a revelação de informações "possa criar uma ameaça iminente e importante" à segurança pessoal. Disse-me Rohan: "Há muitas pessoas por aí que agiriam violenta e gratuitamente. Isso [a identificação] seria uma maneira de proporcionar alvos a pessoas ressentidas".

Argumentos absurdos como esse evidenciam como a lei Sarbanes-Oxley estava certa em destituir a profissão contábil de sua autonomia para estabelecer padrões de auditoria em companhias de capital aberto. Até mesmo grandes firmas recorreram a diferentes gradações de disseminação de medo.

A Deloitte & Touche disse que a divulgação de nomes dos sócios "poderia resultar em consideráveis preocupações com segurança e privacidade". Para a Grant Thornton, os melhores sócios poderiam se recusar a assumir papéis de liderança em "auditorias problemáticas devido a riscos de maior responsabilidade legal ou riscos pessoais de segurança associados a determinados clientes".

Epa, será que eles acham que os executivos e conselheiros das companhias que auditam deveriam permanecer anônimos também?

Nos termos da proposta do conselho, o sócio com a responsabilidade final pela auditoria de uma companhia teria de assinar o parecer. Assim, seria possível a pessoas de fora checar o histórico da pessoa. Se as demonstrações financeiras posteriormente se revelassem incorretas - ou pior, fraudulentas - o nome do sócio já seria conhecido publicamente.

Embora essa exigência seja padrão na Europa [e no Brasil (veja nesta página)] , as firmas de auditagem não a desejam nos EUA. Elas alegam que essa divulgação não proporcionaria informações úteis a investidores e poderia resultar em maior vulnerabilidade para sócios durante ações judiciais.

A KPMG afirmou que a divulgação "poderia acarretar estresse adicional, bem como preocupações com a segurança do sócio envolvido". Exemplo: "A cobertura na mídia sobre problemas financeiros em uma companhia poderia citar nominalmente a firma e o sócio". Deus proíba que alguém como eu cometa tal desatino.

A proposta do conselho traz à mente um ex-sócio da Arthur Andersen em Phoenix, de nome Jay Ozer, que acabou por perder suas licenças estaduais e foi impedido de atuar como contador credenciado perante a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC).

Ozer foi o principal sócio na auditoria de três clientes da Andersen envolvidos em fraude. Um delas, durante a década de 80, era a Lincoln Savings & Loan, cujo presidente, Charles Keating, foi mandado para a cadeia.

Outra foi a Fundação Batista do Arizona, um esquema Ponzi na década de 90 que custou mais de US$ 500 milhões a investidores.

Em 2004, Ozer pagou uma multa de US$ 50 mil para arquivar acusações de fraude apresentadas pela SEC envolvendo seu trabalho de auditoria para a Styling Technology, fabricante de produtos de beleza que faliu em 2000.

Os investidores pelo menos teriam tido uma chance de rastrear Ozer se ele tivesse alguma vez assinado seu nome publicamente.

Há mais coisas em jogo do que essa proposta, evidentemente. Se o conselho for considerado inconstitucional, toda a legislação Sarbanes-Oxley poderia ser invalidada, incluindo a exigência de relatórios de auditoria separados sobre os controles internos da companhias.

02 junho 2009

Fiscalização nas auditorias

Segundo notícia do The Practical Accountant (PCAOB to Inspect Overseas Firms, 12, Vol.42, No.5) o PCAOB, entidade de fiscalização das empresas de auditorias, irá fazer uma fiscalização em países estrangeiros. O objetivo é verificar a conduta das empresas de auditoria. Entre os países, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hong Kong, Indonésia, Irlanda, Israel, Casaquistão, Coréia, México, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Filipinas, Portugal, Fedeeração Russa, Cingapura, Suécia, Suiça e Grã-Bretanha.