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06 agosto 2023

O Infinito ao Junco

O livro "O Infinito em um Junco" é, antes de tudo, uma declaração de amor ao livro e à leitura. Se a história narrada por Irene Vallejo fica restrita, basicamente, aos gregos e romanos, o amor está presente em cada página. Quem gosta de leitura, de livros, de ideias e de história deve ler este livro. Com cerca de 440 páginas, a obra divide-se nos gregos, em sua primeira parte e na maioria das páginas, e nos romanos, logo a seguir. Irene Vallejo consegue contar casos que ocorreram há milhares de anos, como a construção da Biblioteca de Alexandria, a invenção do pergaminho e a cópia dos manuscritos.


É delicioso saber que na antiguidade a leitura era feita em voz alta, que muitas obras só chegaram aos nossos dias graças à tradição de transmitir as histórias entre as pessoas, que sempre existiram pessoas que detestam livros, mas outras que os amam de forma apaixonada. Sua narrativa consegue unir o antigo com fatos mais recentes, como a queima de livros pelos nazistas e o sofrimento amenizado dos prisioneiros dos campos de concentração que conseguiam obras para sua leitura. Saber que Sócrates não era adepto da palavra escrita; que o mel era usado na sociedade judaica para o aluno lamber, de modo que a palavra divina penetrasse em seu corpo; que o plágio já existia entre os gregos, nos concursos de oratória; que o primeiro historiador, Heródoto, contou a versão do inimigo, do outro, algo revolucionário ainda hoje, são coisas surpreendentes.

O livro conta muito mais do que isso. Regularmente, a autora espanhola lança algumas preciosidades, seja sob a forma de fatos curiosos, seja por levantar questões polêmicas, como a tendência moderna de reescrever os clássicos por ter neles palavras inadequadas para a realidade atual. Já no final, nas últimas páginas, há uma discussão sobre a escolha do título das obras – na época dos papiros, os livros geralmente não tinham títulos; quando muito, eram indicados pelas primeiras palavras do texto.

Este livro é muito indicado para aqueles que amam ler. Quem o ler fatalmente o considerará um livro cinco estrelas.

17 julho 2023

A Evolução da Leitura e o Impacto na Contabilidade: Da Elite à Democratização

Scott lembra que a leitura é algo muito novo na história humana: apenas seis mil anos. Surgiu nas sociedades antigas da Mesopotâmia, Mesoamérica, Egito e China.

A ideia de democratizar a leitura é ainda mais recente. Como ele diz:

A linguagem escrita, associada à ascensão dos estados e à expansão do comércio, era vantajosa para os negócios, útil para a administração do governo e parte integrante de algumas práticas religiosas. A escrita era um meio para legislar, manter registros e criar escrituras, e a leitura era domínio dos religiosos e burocratas. Eles realizavam ritos, recitavam poemas e faziam circular informações dentro de uma esfera restrita e privilegiada.

Em termos históricos, a leitura era sinal de elite durante a maior parte desses seis mil anos. Mas tudo mudou em 1455, com Gutenberg, quando os livros se tornaram mercadorias e os leitores, consumidores.

Podemos notar que a contabilidade sempre esteve associada à escrita. Mas muito mais à escrita derivada de Gutenberg. Se as partidas dobradas surgiram antes da invenção da produção em massa de obras escritas - por volta de 1300 em alguma cidade italiana - a efetiva divulgação das partidas dobradas ocorreu através de um livro. Isso é tão relevante para a contabilidade que em muitos países o Dia da Contabilidade está associado à publicação do primeiro livro impresso que ensinava as partidas dobradas. E parece que teremos sempre a companhia de Lucca Pacioli, este segundo escritor, que publicou o primeiro livro impresso. (Lembro aqui que o primeiro autor de um livro de contabilidade, Benedetto Cotrugli, não publicou sua obra antes do Frei Pacioli e, por isso, não é mencionado em muitas resenhas históricas).


O livro de Pacioli possibilitou que muitas pessoas aprendessem a tecnologia contábil mais moderna da época e sua didática foi imitada e, muitas vezes, copiada em outras obras. Foi neste livro que muitas pessoas aprenderam contabilidade. Quando Benjamin Franklin decidiu divulgar as partidas dobradas entre as pessoas que usavam os correios dos Estados Unidos, ele escreveu uma cartilha para ensinar essas pessoas. Se durante muitos anos os brasileiros não tiveram acesso às partidas dobradas, isso é resultado da decisão de Portugal de proibir a imprensa no Brasil, decisão que será revogada somente quando D. João VI foge das tropas de Napoleão.

Somente trinta anos depois da chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro teremos a primeira obra de contabilidade feita por um brasileiro. Mais algumas décadas e teremos registradas algumas das discussões que os guarda-livros do reinado de Pedro II tinham no final do trabalho.

A leitura de obras estrangeiras em algumas bibliotecas iluminou a mente de alguns dos nossos mestres. Alguns deles aprenderam de maneira tortuosa alguns dos segredos contábeis através da popularização das obras, não apenas de livros, mas também de relatórios técnicos e artigos em periódicos. Nos dias atuais, nossa leitura talvez seja predominante em arquivos digitais, que acessamos de qualquer lugar do mundo. Mas isso certamente não tira a magia da leitura.

Rir é o melhor remédio

 

Este cartoon, de Tom Gauld, é compatível com o texto sobre livro. Quantas vezes estamos de férias e ao término sentimos que precisamos de mais um ou dois meses para finalizarmos todos os livros maravilhosos que planejávamos ler. 

18 setembro 2022

Dicas para sair do bloqueio de leitura

 


Neste texto, traduzido do The Washington Post, são apresentados dicas para sair do bloqueio de leitura. 

1. Releia um livro favorito 

2. Alterne os gêneros 

3. Mude os formatos

4. Defina metas

5. Comece pelos pequenos

6. Vá para a estante de livros infantis

7. Deixe a sorte acontecer (algo como "pegue ao acaso um livro")

8. Procure ajuda profissional - a dica interessante é falar com um bibliotecário

9. Entre para um clube do livro

10. Deixe de lado os livros que não trazem alegria

11. Faça algo diferente

12. Pense no que você quer extrair dos livros

13. Tente se esforçar um pouco

14. Tenha fé

(Acho que alguns funcionam para o meu caso, outros não)

Foto: Kourosh Qaffari

20 junho 2021

Ler, ouvir ou ver?


O que produz mais efeito? Ler um texto, especialmente em um papel físico, ouvir um áudio ou ver um vídeo? Parece existir um consenso sobre o efeito tela, onde o papel físico é superior ao texto na tela de um computador ou celular. Mas e o comparativo entre com ouvir ou ver

Os benefícios da impressão brilham particularmente quando os pesquisadores passam de tarefas simples - como identificar a ideia principal em uma passagem de leitura - para aquelas que exigem abstração mental - como extrair inferências de um texto. A leitura impressa também melhora a probabilidade de recordando detalhes - como "Qual era a cor do cabelo do ator?" - e lembrando onde em uma história ocorreram eventos - “O acidente aconteceu antes ou depois do golpe político?"

O papel é melhor que a tela e uma razão é que as pessoas tendem a abordar textos digitais com uma mentalidade mais adequada para as mídias sociais, sem fazer um esforço. Com a pandemia, e a evolução tecnológica recente, o papel foi sendo substituído pelo meio digital. Mas também ocorreu uma substituição pelo ouvir e ver. No último semestre enfatizamos as aulas digitais, que eram essencialmente visão e audição. 

Pesquisando em universidades dos EUA e da Noruega em 2019, a professora Anne Mangen, da Universidade de Stavanger, e eu [Naomi Baron] descobrimos que 32% das faculdades dos EUA agora estavam substituindo textos por materiais de vídeo e 15% estão usando áudio. Esse número eram um pouco menores do que na Noruega. 

O problema é a qualidade do aprendizado e a recusa dos alunos em fazerem leitura. 

Os psicólogos demonstraram isso quando adultos leram notícias ou transcrições e eles se lembram mais do conteúdo lendo. 

Os pesquisadores descobriram resultados semelhantes com estudantes universitários lendo um artigo versus ouvindo um podcast do texto. Um estudo relacionado confirma que os alunos fazem mais divagações ao ouvir áudio do que ao ler.

Imagem: aqui

31 dezembro 2020

Melhores livros de 2020

Fonte da imagem: aqui

Separamos alguns dos livros premiados em 2020:

Prêmio Jabuti:
O livro do ano é Solo para Vilarejo, de Cida Pedrosa. A obra é um livro de poesias publicado pela da Editora e não é disponibilizada em e-book. O vencedor de melhor romance entretenimento foi Uma Mulher no Escuro, do Raphael Montes, mesmo autor de Bom dia, Verônica, obra adaptada pela Netflix. O prêmio melhor romance literário foi para Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior.

Prêmio Sesc de Literatura:
Encontro Você no Oitavo Round – romance de Caê Guimarães
Terra nos Cabelos – livro de contos de Tônio Caetano

Prêmio São Paulo de Literatura:
Melhor romance de ficção: O Corpo Interminável, de Claudia Lage.

Pulitzer:
Ficção: O Reformatório Nickel, de Colson Whitehead. Não tive a oportunidade de ler esse ainda, mas “The Underground Railroad: Os Caminhos Para a Liberdade” é sensacional e venceu o Pulitzer em 2017.

Não Ficção: Um dos vencedores foi a obra The Undying: Pain, Vulnerability, Mortality, Medicine, Art, Time, Dreams, Data, Exhaustion, Cancer and Care, de Anne Boyer, e a outra foi The end of the myth: from the frontier to the border wall in the mind of America, de Greg Grandin.

Nobel de literatura: Louise Glück. Aqui uma reportagem sobre ela publicada na Superinteressante.


Outros:

Confira também a lista dos 100 livros notáveis de 2020, do The New York Times. Entre os 10 primeiros está o livro de memórias de Barack Obama, Uma Terra Prometida, que também venceu o Goodreads Choice Awards na categoria Memórias e Autobriografias.

30 dezembro 2020

Mercado editorial nacional na pandemia

Em maio de 2020, de acordo com a Publishnews, o varejo de livros no Brasil perdeu quase 50% do seu faturamento. Isso ocorreu devido ao fechamento das lojas causado pela pandemia do novo coronavírus. Passado o choque inicial, o mercado foi se recuperando e após as promoções da Black Friday alcançaram valores similares ao mesmo período em 2019.

Em números absolutos, de janeiro a novembro, foram vendidos 36,92 milhões de unidades e os estabelecimentos apuraram faturamento de R$ 1,51 bilhão. Em termos de faturamento, a variação ainda é negativa em 1,14%

Segundo o Painel do Varejo de Livros no Brasil:

“Esse ano de 2020 tem apresentado grandes desafios. A pandemia afetou frontalmente a economia e o mercado livreiro. Mas estamos recuperando o ‘tempo perdido’, nos aproximando do ponto zero em termos de valor”, afirmou Ismael Borges, gestor da Nielsen Bookscan, ferramenta que monitora o varejo de livros no Brasil. “Ainda estamos negativos por conta do altíssimo nível de desconto que chega a quase 30% entre os livros mais vendidos”, analisou.

Talvez valha a pena reexplicar a metodologia do Painel. A Nielsen captura a venda de produtos que tenham ISBN em um conjunto de estabelecimentos – físicos e virtuais. A lista dos estabelecimentos aparece no fim dessa matéria. Os dados são processados e dão origem ao relatório. Portanto, o que o Painel mostra é um panorama geral do varejo de livros no Brasil. Por questões contratuais da Nielsen com as varejistas, o documento não esmiúça o que foi realizado em lojas de argamassa e tijolo e aquilo que foi vendido em lojas exclusivamente virtuais, mas, livreiros e editores ouvidos pelo PublishNews apontam que a grande parte dessas vendas foram realizadas em e-commerces, mostrando que este segmento é o que tem sustentado essa recuperação apontada pelo Painel.

Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL, fala da necessidade da “reinvenção do varejo físico no Brasil”. “Em todos os mercados mundiais temos observado o mesmo fenômeno: a pandemia resgatou o hábito da leitura, mas permanece o desafio da introdução de novos títulos no mercado. Este será o principal tema para 2021, com a reinvenção do varejo físico no Brasil”, disse.


Mercado editorial norte-americano na pandemia

O mercado editorial norte-americano em 2020 foi excelente, segundo reportagem do The New York Times. Com eventos presenciais cancelados, as pessoas têm lido bastante – ou ao menos comprado bastante livros. Madeline McIntosh, a diretora executiva da Penguin Random House disse que acredita que a indústria teve o melhor ano dos últimos tempos.

O mercado de áudio livros, ainda pouco explorado por aqui, teve um aumento de mais de 17% quando comparado ao mesmo período em 2019. Os e-books, por sua vez, apresentaram um acréscimo em torno de 16% e os livros físicos de cerca de 8%.

Quando as livrarias foram fechadas em março houve uma queda nas vendas, mas não durou. Enquanto algumas partes da indústria continuam a sofrer, como as livrarias e as editoras educacionais, os executivos das editoras reportaram que as vendas voltaram a crescer por volta de junho. Muitas das vendas foram feitas pela Amazon, mas como os hipermercados puderam continuar abertos por lidarem com itens essenciais, também se saíram bem, com o destaque indo para o Target.

Os executivos de editoras descrevem o seu negócio como a prova de recessões. Nos Estados Unidos o mercado se manteve estável após a recessão de 2008, caindo apenas 4% quando o desemprego alcançou o topo em 2009, retomando terreno no ano seguinte. Os desafios dessa vez pareciam maiores, com o distanciamento social, as restrições em armazéns, os isolamentos amplos e o rápido declínio da economia.

Mas as dificuldades da cadeia de suprimentos, como problemas de capacidade em grandes gráficas - que têm sido difíceis de gerenciar e são contínuos - não paralisaram o sistema. As restrições da pandemia, enquanto isso, eliminaram parte da competição. Segundo eles, uma pessoa só pode assistir uma quantidade limitada de Netflix, e não havia muitas outras opções.

“A competição pelo tempo de lazer, essa equação mudou com a pandemia”, disse Don Weisberg, o presidente-executivo da Macmillan. “A maneira como isso voltará será um forte indicador do futuro.”

Partes do mundo dos livros têm lutado. Com muitas igrejas e outras casas de culto fechadas, a venda de livros religiosos caiu, de acordo com a BookScan, e a categoria de viagens despencou em mais de 40% na impressão. (Ficção para jovens adultos, por outro lado, e livros sobre casa e jardinagem aumentaram mais de 20%.)

Grandes livrarias, acostumadas com o varejo online, se saíram bem pois no início da pandemia a Amazon ficou sobrecarregada com encomendas e deu baixa prioridade aos livros, o que ajudou o desempenho da Barnes&Noble, por exemplo. As livrarias independentes também sofreram devido ao isolamento, com algumas reportando cerca de 40% no declínio de vendas, e para driblar a crise tiveram que se adaptar às vendas online.

Mesmo as editoras que se saíram bem estão preocupadas com as livrarias, já que os leitores têm mais chances de descobrir bons livros em uma loja física do que em uma online, devido a disposição dos livros ou a dicas da equipe.



03 outubro 2020

Retratos da leitura no Brasil

O Instituto Pró-Livro e o Itaú Cultural publicaram a 5ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” que tem como objetivo conhecer o comportamento do leitor. Foram realizadas 8.076 entrevistas, em 208 municípios. O período da coleta ocorreu entre outubro de 2019 e janeiro de 2020.

Em 2015, ano em que a pesquisa foi publicada anteriormente, éramos 104,7 milhões de leitores no Brasil. Em 2019 este número caiu para 100,1 milhões. Quanto ao formato preferido, 67% opta por livros em papel, 17% digitais, e para 16% tanto faz.

Entre os leitores, 82% (77% em 2015) gostaria de ter lido mais e não o fez principalmente por falta de tempo. Achei interessante que entre os não leitores o maior motivo para não se ler também foi a falta de tempo, e não o fato de não se gostar de ler – que foi o segundo colocado.

Quando perguntados sobre o que a leitura significa, tanto o público leitor, quanto o não leitor concordam que a leitura traz conhecimento e ensina a viver melhor.

A pesquisa é bem interessante, há um bocado de informação, inclusive por região, e para acessá-la basta clicar: aqui.

10 agosto 2019

Como Ler mais Livros na Era de Ouro do Conteúdo



Eu assisti a esse vídeo recentemente e achei tão interessante, que fiquei esperando um tempinho livre para poder escrever mais sobre ele, já que não há legendas em português.

Eu não conhecia este canal então nem sei dizer muito sobre o que é, cheguei nele por meio daquelas indicações do YouTube. O vídeo em si foi produzido com a intenção de dar dicas sobre como ler mais e para isso o Max Joseph (ex-MTV) consultou alguns profissionais e visitou livrarias pelo mundo. Ficou fantástico! Indico que você o assista ao menos pela fotografia, que é maravilhosa.
Como eu mencionei, o Max Joseph visitou várias pessoas para compor este vídeo:

1º - Tim Urban
O primeiro especialista que ele consultou foi o Tim Urban, um empresário, palestrante e blogueiro do “Wait But Why” (aqui um Ted talk com ele sobre procrastinação).

Inicialmente eles falam sobre o quanto leremos antes de morrer. O Max, por exemplo, como lê um livro por ano e provavelmente viverá mais 55 anos, lerá cerca de 55 obras no resto de sua vida. Gente, é muito pouco. Que desespero!

Em seguida o Tim Urban propõe uma mudança de rotina simples: ler meia hora por dia. Caso o Max adote essa estratégia passará de 55 livros em sua vida para mil. Olha a diferença! 

Aí algumas dicas: quando acordar, ligue um áudio livro enquanto escova os dentes e toma café da manhã. Pronto. Você já concluiu os seus 30 minutos. Se você for a um café e ler por duas horas em um sábado, você alcançará 4/7 da sua quota semanal.

2º Eric Barker
Após o Tim Urban, o nosso protagonista, o Max, visitou o Eric Barker, do blog “Barking Up The Wrong Tree”, que lê entre 50 a 100 livros por ano, principalmente para escrever postagens. Como ele faz isso? Evitando usar o Facebook, e-mail e Twitter no celular. Sabe aquele instinto de checar as mídias sociais? Ele redirecionou o dele para abrir o aplicativo do Kindle.

Além de não se distrair com as mídias sociais, o Eric se permite três “checagens” diárias. Funciona assim: a não ser que ele esteja esperando algo importante, só mexe com o e-mail e as mídias sociais três vezes por dia. Então toda vez que vem aquele impulso de checar o que está acontecendo nas mídias sociais, ele se pergunta: há um bom motivo para isso? Caso a resposta seja “não”, ele o redireciona para a leitura de um blog. ;)

Ele ainda dá a dica do “mínimo esforço viável”. Quando estamos tentando criar um hábito é mais construtivo começar pequeno e manter a constância. Se você quer começar a usar mais o fio-dental, por exemplo, comece com o objetivo de um dente apenas. Torne tão simples que você não possa não o fazer. Se dê a meta de ler uma página por dia. Depois que você conseguir fazer isso diariamente por duas semanas, aumente para duas páginas. Aumente gradualmente ao invés de estabelecer metas loucamente grandes, falhar, se sentir mal e não querer mais fazer... porque aí você já está com um condicionamento pavloviano e não irá mais querer retornar à atividade, pois tentou, não deu certo e sentiu um mal-estar.

A diferença entre uma pessoa que lê 55 livros durante a vida e o outro que lê mil não é grande, é apenas um pequeno hábito.

3º Howard Berg
Depois o Max entrevistou Howard Berg, o leitor mais veloz do mundo. Essa não é muito a minha praia... Todavia, ele mencionou algo que considerei interessante e ao aplicar senti diferença: para ler mais rápido, acompanhe a leitura com o seu dedo.


4º Dra. Ruth J. Simmons
Concordo com a participação que veio depois, a da Dra. Ruth J. Simmons, que ressalta a importância de se apreciar a leitura e tomar o tempo necessário para isso.

A Dra. Ruth foi a primeira mulher afrodescendente a liderar uma universidade Ivy League nos Estados Unidos – ela foi presidente da Smith College e da Brown University. Ela também é referência mundial em Literatura Comparada e ainda leciona esse curso. Max foi visitá-la por a ter considerado a pessoa que melhor poderia indicar quais livros ler nesse nosso tempo limitado de vida.

A Dra Ruth não acredita que exista uma lista estabelecida dos livros que devemos ler. Ler é mais importante do que qualquer outra coisa. Ela acredita, ainda, que livros são uma meditação forçada e isso é algo bom.

Esse foi um pequeno resumo das contribuições feitas pelos entrevistados. Mas aproveito para acrescentar algumas considerações sobre o vídeo:

Eu gosto de fazer turismo literário, o que enlouquece o meu pai, e esse vídeo me animou mais ainda. Acho que não conheço nem meia dúzia das livrarias que ele visitou. Eu me decepcionei um pouco com a Lelo Livreiros, no Porto, porque é tremendamente menor do que eu imaginava e se tornou bem comercial, pois alcançou muita fama depois que divulgaram que lá foi um dos locais em que Harry Potter foi escrito. Eles inclusive cobram entrada. A El Ateneu, em Buenos aires, é maravilhosa! Uma preciosidade que vale muito a visita.
Livraria Cultura em São Paulo

Vale mencionar a decepção da visita dele ao Brasil. Inicialmente ele veio para conhecer uma Saraiva em São Paulo, que já foi fechada. Ele foi então à Cultura, que é linda... Mas em meio a todas as outras que vemos no vídeo, não há como não se frustrar com a pobreza nesse quesito em um país tão culturalmente rico quanto o Brasil. Ele fez um vídeo adicional com trechos do Brasil que você pode conferir aqui.

16 dezembro 2018

Melhores livros em 2018

Separamos abaixo alguns dos livros premiados em 2018:

Prêmio Jabuti: aqui.
O livro do ano é À Cidade, de Mailson Furtado Viana. A obra está disponível para assinantes do programa “kindle unlimited”.

Prêmio São Paulo de Literatura: aqui.
Melhor livro do ano: Assim na Terra Como Embaixo da Terra, de Ana Paula. Maia.

Pulitzer 2018aqui. O melhor livro de ficção é intitulado Less, do autor Andrew Sean Greer. Eu, particularmente, considerei uma péssima leitura... Talvez por já a ter iniciado com altas expectativas.

Prêmio Goodreads: aqui.
O vencedor da categoria “melhor dos melhores” foi o livro foi O Ódio Que Você Semeia, já resenhado aqui no blog.

Fonte da imagem: aqui
O vencedor em “memória e autobiografia” foi A Menina da Montanha: A trajetória real da americana que pisou numa sala de aula pela primeira vez aos 17 anos até a conquista do doutorado em Cambridge. Também considerado um dos melhores do ano pelo The New York Times e pela Amazon.

Confira ainda a lista de 100 livros notáveis de 2018, também do The New York Times. Dentre eles encontra-se "O Novo Iluminismo" de Steve Pinker e Crashed, de Adam Tooze.

04 julho 2018

Quando parar de ler um livro

É muito comum estar diante do seguinte dilema: comecei a ler um livro e não estou gostando. Devo seguir ou parar? Uma regra interessante, que encontrei aqui, é a regra do 50.

Basicamente consiste em "dar ao livro 50 páginas". Ao final deste número, pergunte se você está gostando. Se sim, continue a leitura. Se a resposta for não, abandone a leitura e procure outro livro. Nada impede que você retorne a leitura mais tarde.

Há um problema nesta dica com os livros eletrônicos, onde a numeração das páginas muda, conforme o tamanho das letras. A regra pode ser alterada para um percentual (talvez 20%).