Translate

Mostrando postagens com marcador custo de reposição. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador custo de reposição. Mostrar todas as postagens

17 abril 2019

Custo da construção de igrejas góticas em Paris

Marginal Revolution escavou uma dissertação de Amy Denning (com 20 páginas!!) que mostra o custo da construção de igrejas góticas entre 1100 a 1250. Segundo a tese, em média 21,5% da economia regional de Paris foi dedicada a construção das igrejas góticas (incluíndo Notre Dame), sendo 1,5% de custo da mão-de-obra implícita.

Denning trabalha com estimativas, mas indica na conclusão que os valores talvez sejam conservadores. Ela especula que o gasto excessivo com estas edificações tiveram os efeitos típicos de alocações ruins existentes em monopólios: crescimento ruim da economia, falha na inovação, recursos distribuídos de maneira inadequada, entre outros aspectos. Ela conclui o trabalho

Knowing the detrimental effects that resource misallocation has on economies, I stipulate that the costs of the ecclesiastical building campaigns could have added several hundred years to the Dark Ages

16 abril 2019

Notre Dame 3

Qual a razão de ficarmos horrorizados com um incêndio como Notre Dame? Quartz lembrou com precisão escritora crota Slavenka Drakulić

We expect people to die. We count on our own lives to end. The destruction of a monument to civilization is something else. The bridge, in all its beauty and grace, was built to outlive us; it was an attempt to grasp eternity. Because it was the product of both individual creative and collective experience, it transcended our individual destiny. A dead woman is one of us—but the bridge is all of us, forever.

Notre Dame 2

Uma visão otimista do incêndio de Notre Dame:

A destruição da catedral de Notre Dame é lamentável. Um ícone maravilhoso foi em grande parte destruído pelo fogo. No entanto, não devemos nos desesperar.

Parte da razão pela qual essa perda é tão perturbadora é porque estamos imersos em um modo de pensar ocidental que iguala a autenticidade à preservação dos materiais originais usados ​​para criar um objeto ou edifício.

Mas nem todas as sociedades pensam assim. Alguns têm noções bem diferentes do que é autêntico. Construções icônicas como o Palácio de Catarina na Rússia e os monumentos históricos do Japão da Antiga Nara foram restaurados com sucesso, às vezes após grandes danos, e hoje são apreciados por milhões de pessoas. (...)

a autenticidade de um edifício é determinada em relação à sua localização e configuração, uso e função, espírito e sentimento, bem como forma e materiais. (...)

Outra maneira seria restaurar a estrutura de maneira semelhante à do palácio de Catarina I, em que um olho não treinado tem dificuldade em distinguir entre as partes antiga e nova da estrutura. Dada a extensão do dano, esta seria a abordagem mais esteticamente agradável e menos dissonante.

Ao contrário de outros lugares de profundo significado cultural, que podem ser destruídos para sempre devido ao desenvolvimento comercial, a Notre Dame pode ser reconstruída. Com a tecnologia moderna, é totalmente possível que a catedral seja recriada com precisão aproximada ao original. Podemos fazer isso e manter o espírito e sentimento do prédio anterior.

Notre Dame


  • A discussão contábil sobre o incêndio em Notre Dame passa pelo conceito de heritage asset e sua mensuração
  • A estimativa do custo de reposição irá depender das decisões sobre restaurar ou replicar e o nível de detalhe na reconstrução do prédio.

O incêndio que atingiu a Catedral de Notre Dame deve ter chocado o leitor deste blog. Como nosso lema é “débitos e créditos da vida real”, fiquei na obrigação de escrever algo sobre o fato, sob a ótica contábil. Vamos cometar dois conceitos importantes: heritage asset e custo de reposição.

A contabilidade estuda edíficios como a Catedral de forma aprofunda há muitos anos e o termo usado é “heritage asset”. Este tipo de ativo fornece uma contribuição para sociedade, para uma nação, podendo ser um ativo físico, como a catedral, ou uma herança cultural intangível. Sabemos que um ativo como este possui um valor. A grande dificuldade da contabilidade é mensurar o quanto vale. Os métodos existentes não conseguem captar plenamente o “valor” de um heritage asset e seriam muito mais uma aproximação do seu valor real.

O incêndio destruiu um ativo. Mas certamente não sabemos o que isto representa em termos de unidade monetária. Uma das formas de mensurar é fazer uma estimativa de quantas pessoas visitavam este local e o que significava para a economia do local este turismo. Parece lógico e simples, mas isto não diz muita coisa sobre o valor; no caso de Notre Dame, “talvez” o incêndio possa atrair mais turistas que antes. (Aqui uma informação sobre as doações para reconstruir o prédio) Se isto ocorrer, a mensuração deveria indicar que ocorreu uma valorização contábil, o que não faz sentido.

Outro aspecto importante, também sobre a ótica contábil, é o conceito de custo de reposição (mas não o de custo corrente). O custo de reposição lida com a necessidade de reconstruir o local, da forma mais próxima ao que existia anteriormente. Certamente será esta a decisão dos franceses (mas não foi esta a decisão com respeito as torres gêmeas do 11 de setembro), o que implica no cálculo da reposição. Isto parece simples, mas o rigor na reposição pode afetar o montante que a França irá desembolsar para reconstruir Notre Dame. A decisão entre restaurar ou replicar o que existia mudará o valor da reposição. Se incluir os ativos portáteis também.

Um olhar sobre tragédias similares, como o incêndio do Palácio de Catarina (destruído pelos nazistas), o templo Toda-ji (restaurado no século XIX), o Museu Nacional, o Palácio de Inverno Russo e a Catedral de York, pode ajudar a entender um pouco o significado do incêndio em Notre Dame. Talvez não.

13 outubro 2011

Contabilidade e Inflação

Um texto de 1977 da revista Time (Balance-Sheet Battle, 24 jan 1977, dica de Alexandre Alcantara. Imagem, fonte aqui) mostra o debate ocorrido naquele tempo sobre a adoção de ajuste nas informações contábeis para resolver o problema da inflação.

A segunda metade da década de setenta mostrou diversas economias desenvolvidas com um nível inflacionário superior ao dos anos anteriores. Nos Estados Unidos, a taxa de inflação alcançava os dois dígitos, graças, em parte, ao choque do preço do petróleo. Neste instante, o Fasb começa a discutir medidas para mensurar de maneira adequada o lucro das entidades. Surge então o Fas 33, que diz respeito ao tratamento da inflação na contabilidade. Em 1976, o Brasil já tinha adotado a Lei 6404, que permitia uma correção simplificada dos balanços.

No texto, a experiência brasileira é citada:

"A Contabilidade inflacionária tem sido adotada com sucesso no Brasil, onde as taxas de inflação têm estado em torno de 40%".

O texto logo a seguir informa que a Phillips da Holanda tem adotado o custo de reposição com sucesso. Mas discute a relação custo-benefício deste procedimento.

17 junho 2009

Avaliação de Obra de Arte

Masp ganha ação movida pelo MP e mantém diretoria
Valor Econômico - 17/6/2009

O Museu de Arte de São Paulo (Masp) ganhou ação civil movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo que questionava a saúde contábil, jurídica e cultural do museu e solicitava o afastamento da diretoria da instituição e a reforma de seu estatuto.

A decisão do juiz Alfredo Attié Jr. reconheceu uma situação de má administração e constatou a necessidade de reformulação do estatuto do Masp, mas não impôs a forma como essas medidas devem ser tomadas. "Não se pode falar em má gestão, mas em problemas de ordem administrativa", diz a sentença. "Não se pode afirmar nem imputar culpa", prossegue o texto de oito páginas publicado ontem no "Diário Oficial do Estado".

(...) A perícia constatou que não há problemas sérios na contabilidade do museu. Há polêmica sobre como são avaliadas as obras de arte - todo acervo está registrado por R$ 1 -, mas essa é uma questão sobre a qual os contadores do mundo todo ainda não chegaram a uma conclusão.

O problema é que um quadro não tem "preço de reposição", não está à venda e não tem um valor de mercado facilmente identificável. Os peritos sugeriram um levantamento de todas as obras para serem colocadas em um "registro auxiliar" para facilitar o controle.

No balanço de 2005, há ressalvas e observações no parecer do auditor independente, a PricewaterhouseCoopers (PwC), sobre os problemas do museu. Nos dois balanços subsequentes, o parecer do auditor não foi publicado.

Em 2007, última demonstração financeira disponível, o Masp registrou receita de R$ 7,9 milhões e superávit de R$ 12,9 mil. Em caixa, haviam R$ 190, 8 mil para um passivo de curto prazo de R$ 11,8 milhões. Os sócios teriam colocado recentemente R$ 5 milhões no museu, segundo uma fonte. (...)

01 maio 2009

Custo de Reposição

(...) Considere a indústria petrolífera e do gás. O valor de um campo produtor não tem nada a ver com o custo para desenvolvê-lo vinte anos atrás, ou mesmo o quanto ele produziu até hoje. Valorização tem tudo a ver com todos os tipos de coisas ignoradas pelo custo histórico: os preços atuais do petróleo, o montante atual de reservas, e as capacidades atuais do atual proprietário para operar e gerir a área restante para maximizar o seu retorno econômico.

Fonte: Aqui