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15 dezembro 2023

Rir é o melhor remédio

Aquecimento global
 

Presença e Ausência no apoio ao ISSB

Cerca de 400 organizações, de 64 jurisdições, assinaram uma declaração de apoio para promover a adoção ou uso da divulgação de relatórios relacionados ao clima da International Sustainability Standards Board (ISSB).  Essa declaração foi anunciada durante a COP28. Seria um sinal de que o ISSB teria legitimidade entre empresas, investidores, bolsas de valores, profissionais de contabilidade, organizações multilaterais, ONGs, universidades, provedores de análises de dados, consultores corporativos e outros.

O documento enfatiza a importância de considerar os riscos climáticos, que estariam afetando as empresas. Entre os assinantes do documento é possível notar a presença da Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO), do Conselho de Estabilidade Financeira do G20, do Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidades das Nações Unidas, Banco Mundial e Banco Asiático de Desenvolvimento.

Entre os brasileiros, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC, Itaú Unibanco Holding SA, a Itaúsa, APIMEC Brazil – Brazilian Association of Investment Professionals in Capital Markets, B3 - The Brazilian Stock Exchange, Natura &Co. Há na lista de assinantes empresas conhecidas por serem poluidoras. Mas veja na listagem dos assinantes brasileiros a ausência dos profissionais certificados brasileiros e de instituições oficiais de crédito do governo. 


Recondução no ISSB

Os Trustees da IFRS Foundation informaram que o Chair da International Sustainability Standards Board (ISSB) foi reconduzido ao cargo. O francês Emmanuel Faber foi o primeiro a ocupar o cargo e um segundo mandato indica uma confiança no trabalho que está sendo feito por ele. Outro ponto é que o mandato de Faber termina no final de dezembro de 2024 e o anúncio foi feito um ano antes. 

No comunicado isso foi destacado. Para a Fundação, a antecipação na recondução seria o reconhecimento de que a atual gestão está conseguindo criar uma base global verdadeira de divulgações de sustentabilidade. 

14 dezembro 2023

IFRS na COP

O Presidente dos Curadores da IFRS Foundation, Erkki Liikanen, realizou um discurso na COP28, atualmente realizada em Dubai, Emirados Árabes Unidos, para refletir sobre o progresso alcançado desde que a IFRS Foundation anunciou a decisão de estabelecer o International Sustainability Standards Board (ISSB) na COP26.

No discurso, Liikanen confirmou os três compromissos adicionais a seguir nos esforços da IFRS Foundation para apoiar mercados de capitais eficientes e resilientes por meio de divulgações financeiras robustas relacionadas à sustentabilidade:

Implementar o programa de capacitação da IFRS Foundation para que jurisdições em desenvolvimento e emergentes estejam em melhor posição para adotar e usar o IFRS S1 Requisitos gerais para divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade e IFRS S2 Divulgações relacionadas ao clima;

Promover a adoção jurisdicional da IFRS S1 e IFRS S2 por meio de diálogos bilaterais com governos e reguladores. Para conseguir isso, a IFRS Foundation continuará trabalhando em estreita colaboração com a Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO) e o Conselho de Estabilidade Financeira, que desempenham papéis essenciais no trabalho de adoção; 

e Avançar novas iniciativas de definição de padrões para desenvolver a linha de base global de divulgações relacionadas à sustentabilidade após feedback da recente consulta sobre a agenda futura do ISSB.

Fonte: IasPlus

Fraude e AI: auditoria

Nada contra, mas talvez fosse importante disfarçar melhor a propaganda. 

A EY implementou inteligência artificial (IA) em seus processos de auditoria [1], levando à detecção de atividades fraudulentas [2]. Das primeiras 10 empresas avaliadas por esse novo sistema, atividades suspeitas foram identificadas em duas, as quais foram posteriormente confirmadas como fraudes pelos clientes.

Kath Barrow, sócia-diretora de garantia da EY no Reino Unido e Irlanda, comentou sobre a eficácia do sistema [3], indicando que esses resultados iniciais demonstram sua utilidade potencial na auditoria.

Embora a EY tenha se recusado a revelar os detalhes de seu software [4] ou a natureza das fraudes descobertas, Barrow disse que os resultados sugeriam que a tecnologia tinha "potencial" para a auditoria.

A EY começou a experimentar com IA em auditoria em 2018 [5].

Naoto Ichihara, um sócio de garantia da Ernst & Young ShinNihon LLC no escritório de Tóquio, sempre teve paixão por programação. Sua expertise no desenvolvimento de modelos e sistemas para auditoria o levou a explorar a aplicação de aprendizado de máquina na análise de dados contábeis.

A extensa pesquisa de Naoto em artigos acadêmicos existentes [6] e algoritmos despertou sua percepção de que havia uma maneira melhor de detectar anomalias por meio de aprendizado de máquina.

Impulsionado por sua visão, Naoto codificou uma solução de IA que podia identificar entradas anômalas em grandes bancos de dados. Essa tecnologia se tornou pioneira no campo da auditoria e foi posteriormente patenteada [7].

Reconhecendo a necessidade de colaboração, Naoto formou uma equipe de auditores e desenvolvedores para testar e aprimorar o método de detecção da solução, que foi posteriormente chamada de EY Helix GL Anomaly Detector ou Helix GLAD [8].

continue lendo aqui

[1] Não deixa de ser uma ferramenta de marketing. 

[2] As empresas de auditoria gostam de afirmar que isso não é tarefa delas. Parece contraditório, exceto se olharmos sob a ótica de estratégia de marketing. 

[3] Falta um rigor aqui, não? Uma pessoa da própria empresa que está vendendo a solução confirma que funciona. 

[4] Se quiser saber, compre. 

[5] Aqui destaca que a empresa já está no ramo há tempos. 

[6] Pesquisei ele no Google Acadêmico, que é uma base democrática de artigos. Posso estar enganado, mas não achei nenhum artigo na área. 

[7] Se quiser usar, pague

[8] A solução paga

Lembrando o passado de emissão de CO2

No total, os seres humanos coletivamente emitiram 2.558 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2) na atmosfera desde 1850, o suficiente para aquecer o planeta em 1,15°C acima das temperaturas pré-industriais.

A questão é que a responsabilidade por essa emissão não é igualitária, no tempo, na distribuição geográfica e entre pessoas. Uma análise realizada com dados históricos mostra que os Estados Unidos foi o maior responsável pelo aquecimento global, com 21%. A China aparece depois, mas há um grande destaque para as antigas potências coloniais. 


Considerando a história da emissão, a responsabilidade da Comunidade Européia mais Reino Unido para o aquecimento é de 19%. 

Em termos temporais, países como Índia e Indonésia são mais relevantes na responsabilidade pela emissão nos anos mais recentes. Em termos mais antigos, o Reino Unido tem muita relevância, em razão da emissão não somente pela industrialização, mas também pelas colônias. 

Já em termos de pessoas, uma análise das emissões por pessoa mostra que os Países Baixos e Reino Unidos são os maiores emissores. Mais que Rússia e Canadá. Um holandês foi responsável por emitir 2.014t de CO2. Um russo responde por 1.922tCO2 e um canadense 1.524tCO2. Isso é muito mais que China (217tCO2 por pessoa) e a Índia (52tCO2). 

Essas descobertas reforçam a significativa responsabilidade histórica dos países desenvolvidos pelo aquecimento atual, especialmente as antigas potências coloniais na Europa.

Embora representem menos de 11% da população mundial hoje, juntos, os EUA, UE e Reino Unido são responsáveis por 39% das emissões históricas acumuladas e do aquecimento atual relacionado ao CO2.

Alguns dos países que historicamente foram grande emissores, agora apoiam uma resposta climática global. E isso inclui os países menos desenvolvidos. 

13 dezembro 2023

Sustentabilidade acima de qualquer suspeita

 Ironia. Mas a notícia é:

A B3 comunicou nesta terça-feira (5) que as ações da Braskem deixarão de integrar a carteira de seu Índice de Sustentabilidade Empresarial a partir de sexta-feira, em meio ao agravamento da situação envolvendo minas de extração de sal-gema da petroquímica na capital do Estado de Alagoas.

“Em função da situação de emergência decretada pela prefeitura de Maceió, envolvendo uma mina da Braskem, a B3 iniciou em 1 de dezembro o Plano de Resposta a Eventos ESG relacionados ao ISE B3”, afirmou a empresa de infraestrutura para o mercado financeiro.

Fazia sentido a Braskem estar no índice? 

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui
 

32 bi de amortização de marca

A British American Tobacco (BAT), dona da Souza Cruz, disse nesta quarta-feira (6) que vai fazer um baixa contábil de cerca de US$ 31,5 bilhões no valor de algumas de suas marcas de  cigarros nos Estados Unidos, reconhecendo que seu modelo tradicional de negócios enfrenta desafios a longo prazo.


A medida da BAT ocorre em um momento em que a regulamentação cada vez mais rígida e a crescente conscientização sobre os riscos à saúde gerados pelo fumo pressionam os negócios tradicionais de empresas de tabaco, provocando quedas nos volumes de vendas.

A fabricante dos cigarros Lucky Strike e Dunhill também apontou para os desafios econômicos nos EUA, onde alguns consumidores estão migrando para marcas mais baratas e o aumento de vapes descartáveis pressionam sua divisão de cigarros no país.

A BAT disse que esses fatores, combinados com o afastamento mais amplo do fumo, significam que a empresa terá de ajustar a forma como algumas de suas marcas norte-americanas são tratadas em seu balanço, mudando o valor para uma vida útil finita de 30 anos.

Isso resultará em um encargo de redução de valor recuperável de cerca de 25 bilhões de libras (US$ 31,5 bilhões), disse a BAT. As marcas Newport, Camel, Pall Mall e Natural American Spirit foram afetadas, acrescentou um porta-voz.

O presidente-executivo da BAT, Tadeu Marroco, descreveu a medida como “a contabilidade se aproximando da realidade”.

Embora não acredite que os cigarros desapareçam em 30 anos, o executivo disse que não é mais possível justificar um valor indefinido para essas marcas, que equivalem a cerca de US$ 80 bilhões no balanço patrimonial da BAT.

A BAT acrescentou que começará a amortizar o valor remanescente de suas marcas nos EUA em 2024, tornando-se a primeira das principais fabricantes de cigarros a reconhecer que o valor de suas marcas de tabaco tem uma data de validade.

As ações da BAT despencaram mais de 8% no início do pregão nesta quarta-feira, atingindo mínimas de quatro anos e meio, e eliminando cerca de 4 bilhões de libras do valor da empresa. As ações da rival Imperial Brands caíram mais de 2%.

Assim como seus rivais, a BAT vem investindo pesadamente em alternativas ao fumo, como os vapes.

Nesta quarta-feira, a companhia acrescentou uma nova ambição de gerar 50% de suas receitas a partir de produtos sem combustão até 2025 e disse que agora espera que seus negócios com essas “novas categorias” atinjam o ponto de equilíbrio em 2023, um ano antes da projeção atual.

James Edwardes Jones, analista da RBC Capital Markets, elogiou a meta da empresa, embora tenha se surpreendido com o valor da baixa contábil nos EUA e a perspectiva “sombria” da BAT.

“Meu Deus, esse é um número grande”, disse ele sobre a redução no valor dos ativos, acrescentando que exemplifica os “perigos do setor” e envia sinais menos confiantes sobre as perspectivas para os cigarros.

A BAT disse que o crescimento da receita para o ano provavelmente ficará na extremidade inferior de uma faixa de 3% a 5%. A companhia também espera um crescimento baixo de um dígito na receita e no lucro ajustado das operações em 2024.

Fonte: Reuters. Não deixe de ler sobre a lucratividade da BAT

Páginas mais visitadas da Wikipedia 2023

 Eis os campeões:

A premier League da Índia foi bastante visitada, já que a enciclopédia teve 8,5 bilhões de acesso no país asiático (versus 33 bilhões nos Estados Unidos e 9 bilhões no Reino Unido). A estatística contou somente com a versão em língua inglesa (tentei achar a estatística em língua portuguesa e não consegui). E foram eliminados os acessos por bots

Sonoridade de linguagem e Temperatura

Quando o estereótipo tem uma explicação científica: 

Todos nós ouvimos esses estereótipos retratando pessoas que falam idiomas latinos, sejam espanhóis, franceses ou italianos, soando mais "apaixonadas" ou até "em voz alta".


Acontece que o estereótipo pode resultar de alguma verdade, pois um novo estudo publicado na quinta-feira (5 de dezembro) sugeriu que as temperaturas influenciam a maneira como falamos.

Dr. Søren Wichmann, linguista da Universidade de Kiel, na Alemanha, juntamente com colegas da China, demonstrou no estudo publicado na revista online Nexo PNAS que a temperatura ambiente média influenciou a sonoridade de certos sons de fala.

Os idiomas nas regiões mais quentes são mais altos que os das regiões mais frias, segundo um estudo de linguística

Søren explicou: “De um modo geral, os idiomas nas regiões mais quentes são mais altos que os das regiões mais frias."

Para resumir o estudo, estamos cercados pelo ar quando falamos e ouvimos; portanto, as palavras faladas são transmitidas pelo ar como ondas sonoras, conforme Phys Org Como resultado, as propriedades físicas do ar influenciam a facilidade de produzir e ouvir a fala.

Søren explicou: “Por um lado, a secura do ar frio representa um desafio para a produção de sons sonoros, que requerem vibração das cordas vocais. Por outro lado, o ar quente tende a limitar sons não dublados, absorvendo sua energia de alta frequência."

Esses fatores poderiam favorecer um volume maior de certos sons de fala em climas mais quentes, conhecidos como sonoridade em termos científicos.

O linguista dinamarquês e seus colegas usaram o banco de dados do Programa de Julgamento de Similaridade Automatizada (ASJP) para testar se esses fatores realmente tiveram efeito no desenvolvimento de idiomas.

Estamos cercados pelo ar quando falamos e ouvimos. Portanto, as palavras faladas são transmitidas pelo ar como ondas sonoras. 

Tudo por uma curtida

No final de 2021, o influencer Trevor Jacob divulgou um vídeo onde supostamente seu pequeno avião caiu. Antes disso, ele saltou do avião e conseguiu se salvar. Logo surgiram questionamentos sobre a intenção do vídeo. E evidências que o "desastre" tinha sido montado. 


Mas Jacob não era somente um influencer em busca de curtida. Uma investigação mostrou que Jacob destruiu provas do que tinha feito. Tudo ocorreu logo após o desastre, em dezembro de 2021. Ele e um amigo foram de helicóptero ao local onde estavam os destroços do avião. Os restos foram coletados e Jacob levou para um hangar, onde cortou e destruiu as partes e, durante alguns dias, depositou as partes em lixeiras. 

Em 23 de dezembro ele postou o vídeo no YouTube. Não basta fraudar; é necessário destruir a prova do crime. 

Lavagem Verde

O texto sobre a lavagem verde apresenta alguns pontos interessantes: 

O aumento da consciência social em relação a questões como mudanças climáticas e injustiça social resultou em um aumento correspondente no desejo das empresas de comprovar seu comprometimento em serem mais éticas, mais verdes e mais justas. No entanto, existe uma tensão: em uma sociedade capitalista, as empresas são incentivadas a maximizar o lucro para seus acionistas a todo custo, em vez de analisar sua cadeia de suprimentos ou gastar capital na redução de emissões de carbono. Quando a pressão pública ou de investidores se torna intensa demais para as empresas ignorarem, elas devem ceder e reduzir suas margens de lucro para beneficiar a sociedade ou arriscar danos à reputação que podem ser custosos? Uma terceira rota, mais sinistra, surgiu: o greenwashing.


Greenwashing refere-se à abordagem desonesta e muitas vezes enganosa que muitas empresas adotam para demonstrar compromisso com questões como descarbonização e perda de biodiversidade. Enquanto as empresas afirmam estar dando grandes passos em direção ao cumprimento de metas voluntárias de redução de emissões ou à restauração de ecossistemas, a realidade é que essas alegações são deliberadamente enganosas ou selecionadas cuidadosamente para mascarar seu verdadeiro desempenho em sustentabilidade. Ao fazer isso, elas podem evitar a pressão pública e de investidores, enquanto continuam práticas antiéticas e insustentáveis que lhes permitem maximizar os lucros. O custo do greenwashing é pago pela sociedade, por meio da mineração de confiança quando casos são divulgados e do entrave ao progresso em direção às metas de emissão zero líquida e objetivos mais amplos de justiça ambiental.

Os exemplos desse comportamento são abundantes. Famosamente, a rede de fast-food McDonald's mudou para canudos de papel em 2019 em um aparente esforço para reduzir resíduos plásticos; no entanto, os novos canudos "ecologicamente corretos" não eram recicláveis, enquanto os antigos de plástico eram. A decisão resultou em mais resíduos, não menos. Algumas empresas, incapazes de cumprir padrões externos, simplesmente criaram os seus, alegando conformidade com uma versão alternativa e diluída dos padrões da indústria. Outras empresas buscam deliberadamente verificações e rótulos fracos que parecem impressionantes, mas são insubstanciais, levando a situações em que empresas que afirmam aderir a um padrão ambiental da indústria exibem paradoxalmente emissões tóxicas mais altas do que empresas sem o rótulo. A indústria de investimentos pode ser particularmente culpada. Famosamente, o ex-diretor de investimentos sustentáveis da BlackRock, Tariq Fancy, descreveu toda a indústria de investimentos sustentáveis como um "placebo perigoso" em uma série contundente de ensaios.

Como consumidores, precisamos ser cautelosos ao acreditar nas alegações que as empresas fazem sobre seu progresso em direção à sustentabilidade. No entanto, também precisamos ter cuidado para não usar o rótulo "greenwashing" de maneira inadequada. Em 2023, a ativista Greta Thunberg se retirou publicamente de uma participação no Festival do Livro de Edimburgo, citando os vínculos do patrocinador do festival, a empresa de investimentos Baillie Gifford, com a indústria de combustíveis fósseis como exemplo de greenwashing. Neste caso, o uso do termo greenwashing pode ser considerado injusto. O investimento da Baillie Gifford em indústrias relacionadas aos combustíveis fósseis é apenas 2%, em comparação com uma média do setor de 11%, e 5% de seus investimentos são em empresas cujo único negócio é soluções de energia limpa. A Baillie Gifford pode não ser totalmente limpa, mas se possuir qualquer investimento com vínculos com a indústria de combustíveis fósseis for suficiente para ser rotulado como um problema, haverá muito poucos gestores de investimentos de confiança para onde direcionar nosso dinheiro.

O greenwashing continua sendo um desafio persistente e global. A prevenção do greenwashing e a chamada de atenção para casos claros são cruciais para preservar a confiança do consumidor e garantir que os esforços genuínos de sustentabilidade sejam recompensados. Como consumidores, precisamos ser cautelosos ao acreditar nas alegações que as empresas fazem sobre seu progresso em direção à sustentabilidade e apoiar aquelas que realmente priorizam a responsabilidade ambiental em relação a artifícios de marketing. Em última análise, um esforço coletivo para desmascarar o greenwashing pode nos ajudar a avançar em direção a um futuro mais sustentável.

11 dezembro 2023

Vendendo o peixe..


Uma miscelânea global de regulamentações tornou o acompanhamento do progresso ainda mais difícil. Os Estados Unidos continuam profundamente divididos em relação à ação climática, com 11 estados aprovando leis este ano que limitam o uso de indicadores ambientais pelos fundos de investimento nas decisões financeiras. Isso contrasta com a União Europeia, que a partir de 2025 exigirá que todas as empresas - inclusive algumas grandes corporações americanas que fazem negócios na Europa - informem o impacto ambiental de suas operações.

"Provavelmente há 500 estruturas diferentes, classificações, número de estrelas, o que for", disse Emmanuel Faber, presidente do International Sustainability Standards Board (Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade), um órgão multinacional formado após as negociações da COP de 2021 para definir padrões de contabilidade climática. Faber disse ao DealBook que havia cruzado o mundo nos últimos meses, garantindo acordos de países para seguir as regras do I.S.S.B. "O trabalho foi criado para acabar com essa sopa de letrinhas", disse ele. (DealBook, newsletter, 2 dez 2023)

Um pouco exagerado o número de 500. Mas é preciso vender o peixe...

Foto: v2osk

Financiamento e transição energética

O paradoxo financeiro que bloqueia a tecnologia limpa

A conferência anual das Nações Unidas sobre mudanças climáticas está em andamento aqui em Dubai e, em torno das negociações da COP28, há uma luta internacional complexa e amarga por dinheiro:

Quanto capital está disponível para ajudar os países em desenvolvimento na transição para a energia renovável e no enfrentamento de condições climáticas extremas?

  • De onde virá esse investimento?
  • E, o que é mais importante, que tipos de taxas de juros os credores cobrarão?
  • Não é exagero dizer que as respostas a essas perguntas ajudarão a determinar o destino do planeta.

As temperaturas médias globais já subiram cerca de 1,2 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. Se não houver um rápido abandono dos combustíveis fósseis, os cientistas alertam que o aquecimento catastrófico destruirá cidades costeiras, devastará terras agrícolas e colocará em risco milhões de vidas.

E, no entanto, há um paradoxo econômico que inibe os esforços para criar um mundo mais sustentável: É relativamente fácil encontrar financiamento para os projetos sujos de que o mundo precisa menos, mas é extremamente difícil financiar os projetos limpos de que o mundo precisa mais.

Essa incompatibilidade está moldando os projetos em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o aumento das taxas de juros está levando grandes empresas a cancelar planos de grandes empreendimentos renováveis. Mas a desconexão é particularmente grave no mundo em desenvolvimento, especialmente na África, onde muitas pessoas têm pouco ou nenhum acesso à eletricidade.

As instituições financeiras e os bancos de desenvolvimento normalmente consideram os investimentos nesses países excessivamente arriscados, tornando os credores mais conservadores. E os esforços dos bancos centrais para controlar a inflação estão produzindo taxas particularmente altas na África.

"O mundo fala muito em tornar o continente africano mais verde", disse Jacqueline Novogratz, fundadora do Acumen, um fundo de investimento de impacto. "E, no entanto, o tipo de capital que investimos nele geralmente é supervalorizado, tem risco insuficiente e é excessivamente de curto prazo."

Isto é, se os credores fizerem os empréstimos. Em muitos casos, os projetos simplesmente não conseguem ser financiados.

Vejamos o caso de Kofie Macauley, um engenheiro de Serra Leoa que está trabalhando para construir um pequeno projeto hidrelétrico que custaria US$ 80 milhões - uma ninharia no âmbito do financiamento de projetos. Ele passou anos cortejando dezenas de parceiros de capital, grandes e pequenos, de todo o mundo, conforme relatou meu colega Max Bearak. Mas depois de uma década de esforços, ninguém está disposto a desembolsar o dinheiro.

Ao escolher entre uma nova usina de carvão e um novo parque eólico igualmente potente, a maioria dos países escolheria o parque eólico. No longo prazo, a ausência de custos de combustível torna os projetos renováveis muito mais econômicos. Isso significa que há uma oportunidade única nos países em desenvolvimento.

"Ao contrário de outros países em que a infraestrutura está bem desenvolvida e é preciso reverter essa situação e torná-la verde, a África pode dar um salto e desenvolver a infraestrutura de energia verde desde o início", disse Bilha Ndirangu, CEO da Great Carbon Valley, uma empresa de desenvolvimento de projetos com sede no Quênia.

Os esforços para disponibilizar melhores opções de financiamento para as nações em desenvolvimento estão ganhando força. O Banco Mundial está sendo pressionado a emprestar mais dinheiro para projetos climáticos a taxas mais competitivas, e a esperança é que, se os bancos de desenvolvimento assumirem mais riscos, grandes quantidades de capital privado sairão das margens. Até o momento, essas reformas estão avançando lentamente.

Quando o dinheiro aparecer, a transição energética poderá ocorrer em uma velocidade surpreendente. Basta olhar para os Estados Unidos.

No último ano, a Lei de Redução da Inflação deu início a um boom na produção de energia eólica, solar, de baterias e de veículos elétricos que está remodelando a economia americana e permitindo que um dos maiores poluidores do mundo diga que está genuinamente no caminho da redução das emissões.

"Essa transição está em andamento", disse Peter Gardett, diretor executivo de clima e tecnologia limpa da S&P Global. "O que nos surpreendeu foi a velocidade e a escala do investimento."

As negociações formais na COP28 provavelmente se concentrarão em compromissos renovados para limitar os ganhos de temperatura global. No entanto, qualquer chance razoável de atingir essas metas dependerá de os líderes mundiais e executivos de negócios reunirem os trilhões de dólares necessários para uma reformulação total da infraestrutura de energia do mundo.

Isso pode significar que os bancos de desenvolvimento assumirão mais riscos, que os credores privados aceitarão retornos menores, que haverá novas parcerias público-privadas ou mais subsídios e incentivos fiscais. Mas não há nenhuma chance de resolver o problema da mudança climática sem resolver também o problema do dinheiro. - David Gelles (New York Times, newsletter, 2 dez 2023)

Cigarro ainda é lucrativo

O gráfico mostra, lado a lado, algumas das empresas mais lucrativas do mundo. Para cada uma unidade de receita da receita é possível notar o lucro operacional (cor azul). Enquanto a Nike tem um lucro de 0,12 para cada 1, a Coca-Cola obteve 0,25. A marca de produtos de luxo, LVMH, saiu melhor, com 0,27. A maior empresa do mercado em termos de valor, a Apple, produziu 0,30. Mas nada bate os 0,38 da BAT. 

A British American Tobacco (BAT) atua em um setor condenado pela saúde pública há mais de 50 anos. A relação entre tabaco e câncer já foi estabelecida, mas o fato de produzir um item barato, com preço estável, com demanda cativa, embora em queda, é um fator relevante aqui. Nem uma recente baixa contábil parece abalar a empresa. 

Retorno da Luckin

A Luckin Coffee nasceu na China em 2017 e teve um expansão muito rápida. Usando um aplicativo móvel e entrega eficiente, é uma loja minimalista. Mas consegue concorrer com a poderosa Starbucks. Abriu seu capital em 2019, mas logo a seguir esteve envolvida em um escândalo contábil. Em 2020 foi revelado que a empresa teria produzido não somente café, mas também receitas de 310 milhões de dólares. Recebeu um multa de 180 milhões da SEC, pois tinha ações negociadas na bolsa. 

Agora a empresa parece voltar aos velhos tempos, com uma grande expansão. Usando pontos autônomos e franquias, a empresa voltou a crescer:


09 dezembro 2023

Rir é o melhor remédio


 Depois do Bitcoin

Custo do julgamento para Trump

Eis um detalhe curioso do julgamento de Donald Trump, que está ocorrendo em Nova York. Só para recapitular, Trump e sua empresa estão sendo julgados por entregar informações superestimadas do seu patrimônio. Se for condenado, o ex-presidente dos Estados Unidos poderá pagar uma multa. Uma das questões envolvidas é quem foi o responsável por prestar informações enganosas, se Trump, sua empresa, seus funcionários ou a empresa de contabilidade. 


Em sua defesa, Trump trouxe especialistas para fortalecer os argumentos. Uma investigação da Business Insider mostrou que alguns dos especialistas chegam a cobrar 1.350 dólares por hora ou 22,50 dólares por minuto. 

Dois dos especialistas, que trabalham desde o início, afirmaram que não foram pagos. Eram amigos de Trump. Mas nove especialistas provavelmente foram contratados. A estimativa é que o custo talvez chegue a 2,33 milhões de dólares. O professor da Universidade de Nova York, Eli Bartov, foi um dos contratados e afirmou que passou 650 horas trabalhando no assunto. Supondo que ele tenha trabalhado 40 horas por semana, isso corresponde a 16 semanas de labuta, algo em torno de três meses e meio de regime integral. A estimativa do site é que Bartov talvez esteja recebendo pelo menos 877 mil dólares. 

No juri, Bartov afirmou que os bancos ignoraram as informações de Trump e que não tinha nenhuma fraude. 

Além de Bartov, há quatro das testemunhas pagas por Trump da empresa de consultoria internacional Ankura, incluindo o especialista em contabilidade Jason Flemmons, cujo depoimento há um mês contradisse o que Bartov diria esta semana. Para Flemmons, os problemas foram dos contadores externos de Trump. 

06 dezembro 2023

Mentiras profissionais

 Sobre mentiras no currículo:


O estudo da ResumeLab entrevistou quase 2 mil profissionais e descobriu que os trabalhadores mentem muito durante todo o processo seletivo de emprego. A quantidade de mentiras proferidas aumenta nas cartas de apresentação e atinge o pico durante as entrevistas.

As respostas de quando questionados “Você já mentiu em um currículo? foram:

70% dos trabalhadores confessam que mentiram nos seus currículos e 37% deles admitem que mentem com frequência. Outros 33% disseram que já mentiram uma ou duas vezes, 15% que não, mas já pensou em mentir e 5% que não e nunca pensou em mentir;

76% dos trabalhadores admitem ter mentido nas suas cartas de apresentação, com 50% deles admitindo mentir frequentemente;

80% dos trabalhadores afirmam ter mentido durante uma entrevista de emprego, com 44% daqueles que admitem mentir frequentemente.

Aqueles com mestrado ou doutorado relataram maior incidência de mentiras em seus currículos – 58% mentem com frequência e 27% mentiram uma ou duas vezes – em comparação com pessoas sem diploma universitário – 29% mentem com frequência e 42% mentiram uma ou duas vezes. Já aqueles com graduação completa foram os que menos disseram mentir: 30% mentem frequentemente e 33% mentiram uma ou duas vezes.

As principais mentiras contadas nos currículos estavam relacionadas a tornar os cargos anteriores e as responsabilidades já assumidas me mais atrativas (52%), exagerar o número de pessoas que já liderou (45%) e aumentar o tempo de emprego em determinada organização (37%). Confira outras principais mentiras que os candidatos a emprego contam em seus currículos:

atribuir a si responsabilidades que não tiveram na realidade – 52%;

fazer o cargo anterior ficar mais atrativo do que realmente é – 52%;

inventar quantas pessoas eu realmente liderei – 45%;

aumentar o tempo que estive empregado em uma organização – 37%;

mentir o nome da empresa que me contratou – 31%;

inflar métricas ou resultados que alcançou – 17%;

mentir sobre minhas habilidades – 15%;

inventar prêmios ou elogios que recebeu – 13%;

fingir ter feito trabalho voluntário – 11%;

colocar lugares onde não realmente se formou academicamente – 11%;

inventar uma experiência para preencher uma lacuna de tempo desempregado – 9%;

inventar ter conhecimentos técnicos, como saber mexer em ferramentas como Trello, Adobe, pacote Office, etc. – 5%.

Fonte: Forbes. Foto: Político cassado por mentir no seu currículo.