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22 novembro 2021

Imposto junto com Felicidade - somente na Finlândia

Na Finlândia existe um site chamado Happy Taypayer ("contribuinte feliz"). Bom, parece que imposto não rima com felicidade, embora o site procure esclarecer, de forma divertida, como os impostos são usados para benefício da sociedade. Veja, a seguir, o desenho do site:


O destaque é um vídeo chamado Goodnight, um vídeo sobre uma boa noite de sonhos de um bebê. Mais abaixo:


os vídeos aclamados pela crítica, distribuídos em comédia, dramas, ação. Veja no centro um filme denominado CashFlow e a foto nada "correta". O visual lembra, naturalmente, a página da Netflix. Eis uma descrição de um dos vídeos:

Esses policiais são treinados para salvar seu dia - e suas balas! Este filme é totalmente desprovido de qualquer ação ou emoção. A polícia finlandesa usa suas armas muito raramente. Os finlandeses confiam que a polícia é justa e trata bem as pessoas. Segundo uma pesquisa recente, 91% dos finlandeses confiam muito na polícia ou em uma quantia justa.

E outro:

Nesta série, seguimos um médico que trabalha em um centro de saúde. Ela trata pacientes de todas as fases da vida, todos sofrendo de diferentes doenças. Há uma coisa que os une: preços acessíveis. Os cuidados de saúde nunca custam um braço e uma perna. Reality TV .

E a descrição de CashFlow:

Uma avó ocupada é finalmente livre para fazer o que bem entender. Chega de tricotar ou fazer palavras cruzadas! Seus netos verão vovó no Natal ou ela está passando as férias em Bali novamente?

Dica aqui

QI, habilidade, salário, escolaridade e ocupação

A Suécia tem a tradição de fazer um teste de QI para aqueles que fazem o serviço militar obrigatório. Como esta é uma tradição, o país tem uma base de dados sobre os resultados do QI, o que permitiu que pesquisadores fizessem uma relação entre o valor obtido no teste e diversas variáveis. A tabela a seguir, que encontrei em uma discussão sobre famílias grandes é bastante reveladora:


Na primeira coluna, algumas profissões. Depois o valor obtido para liderança, teste cognitivo, renda, anos de escolaridade, trabalho e número de observações. É importante destacar que o valor médio é de 5, sendo que um valor de 7 corresponderia a uma pontuação de 115 no QI médio. A escala do teste varia entre 1 a 9. Os dados são de 2011 e incluem pessoas entre 18 a 65 anos. Um resultado que destaca é o escore obtido pelos políticos. Um membro do parlamento tem uma nota de 6,6 e 6,4 nos testes, um valor bem elevado, que perde para executivos de grandes empresas somente (e médicos, considerando a segunda nota somente). Os políticos possuem uma hierarquia: os políticos parlamentares saíram melhor no QI que os prefeitos e os políticos municipais. Mas veja também que a escolaridade não é importante, já que os parlamentares possuem 14,8 anos de escolaridade média, contra 20,4 anos dos economistas e cientistas políticos. Mas os acadêmicos, apesar de estudarem mais, ganham menos e não tiveram um desempenho muito elevado em liderança (mas saíram bem no teste cognitivo). O resultado da escolaridade parecer ir contra a teoria do capital humano, mas isto é outra conversa. 

Moral da história: os políticos são mais inteligentes do que transparecem. 

Links


Retirando as letras e deixando somente a pontuação no texto (aqui) (foto comparando Faulkner e McCarthy)

Sobre a origem do Covid 

Periódico para resultados "negativos"  

o que você precisa saber sobre contabilidade de filmes 

Fasb aumenta a transparência para divulgação de assistência governamental recebida pelas empresas e entidades sem fins lucrativos  (aqui também)

Rir é o melhor remédio

 

Três fatos terríveis

20 novembro 2021

Links





Mapas, Mapas e Mapas - uma amostra aqui: África dividida por língua e etnia 

Sobre a injustiça do tratamento contábil da Bitcoin - acusar a contabilidade de prejudicar o crescimento da moeda digital é muito estranho

Portugal enfrenta envelhecimento do profissional contábil

Ainda fraude e futebol - a fraude é muito difícil de ser descoberta e um canal de denúncia pode ser a solução.

Lei Brandolini


A lei de Brandolini recebeu este nome em homenagem a seu formulador, Alberto Brandolini. Basicamente é uma lei sobre a assimetria da besteira, que afirma que a energia necessária para refutar uma besteira é muito maior que a energia necessária para produzi-la. 

Em 2013, Alberto Brandolini assistia um debate político entre o jornalista Marco Travaglio e o político italiano Silvio Berlusconi. Inspirado em Daniel Kahneman, no livro Rápido e Devagar, Brandolini fez a proposição. Anteriormente outros autores já tinham chamado a atenção para o tema. O escrito Mark Twain afirmou que "era fácil fazer as pessoas acreditarem em uma mentira e muito difícil desfazer esta crença". 

diversos ditos populares que estão associados a lei de Brandolini. Como por exemplo:

Uma mentira está no meio mundo, enquanto a verdade está calçando as botas

Nunca lute com os porcos; ambos ficarão sujos, mas os porcos gostam

Este é o caso do imposto sobre ganhos de capital não realizado, proposto por alguns do Partido Democrata nos Estados Unidos e também pelo ministro Paulo Guedes

17 novembro 2021

Celebridades contábeis


Teste seu conhecimento de celebridades - na música, show business e esporte - com vínculo com contabilidade e finanças: 

1) Ele estudou contabilidade e finanças na London School of Economics antes de chegar ao topo das paradas com oito singles número 1 com sua banda. 

2) Antes dessa estrela mundial vender mais de 100 milhões de discos, ela estudou contabilidade e trabalhou nos negócios da família. Quem é ela, e você pode nomear seus cinco irmãos famosos e músicos? 

 3) Esse saxofonista de jazz, mundialmente famoso, usou seu diploma de contabilidade na Universidade de Washington para fazer algumas mudanças financeiras muito inteligentes. Qual é o nome dele? 

4) Inicialmente este autor de livros sobre crime planejava ser um advogado tributário, tendo concluído o curso de contabilidade na Mississippi State University. Vários de seus livros tiveram adaptação em Hollywood. Quem é ele? 

 Adaptado livremente daqui

Resposta: Mick Jagger // Janet Jackson // Kenny G // John Grisham

Rir é o melhor remédio

 

Quando você acha um erro no livro do professor

16 novembro 2021

Aula de Commercio


O primeiro curso de Administração da Europa

A Aula do Commercio foi a primeira Business School! E a ideia veio de uma província ultramarina paupérrima em conhecimentos de gestão.

Claudio de Moura Castro, O Estado de S.Paulo - 07 de novembro de 2021

O fascínio da História é que alterna o previsível com desfechos que ninguém esperava. Nunca se sabe quando o óbvio não acontece e somos brindados com surpresas.

Dos cursos superiores que andam por aí, o de Administração é o campeão de matrícula. Por que não surgiu em países de comerciantes, como Inglaterra, França ou Holanda? Em vez disso, apareceu em Portugal, um país mal preparado para o comércio (*). Não foi por acaso.

Na Idade Média tardia se estruturaram as corporações de ofício, nas quais o mestre preparava seus aprendizes. Assim se formou mão de obra para tudo, incluindo operar no comércio.

Portugal sempre foi um país de grandes bravuras nas guerras e competência nas navegações. Porém, sua nobreza vacilante e atrasada não dominava os conhecimentos de como organizar empresas e como gerir sua contabilidade. Os aprendizes não aprendiam os ofícios comerciais, por não haver mestres que os dominassem – o clássico círculo vicioso. Havia até que trazer contadores de fora.

Agressivo e disposto a passar Portugal a limpo, o Marquês de Pombal despontava como o grande estadista da época. O vice-rei do Grão Pará, Mendonça Furtado, era seu irmão, com quem se correspondia. Iniciavam-se as cartas com a saudação: “Ilmo. e Exmo. Sr. Meu irmão do meu coração”.

Mas o vice-reinado estava falido. O comércio estagnava, os comerciantes não sabiam as noções mais elementares de contabilidade. Ademais, já saíam as primeiras faíscas de um monumental curto-circuito com os jesuítas locais.

Diante da crise profunda, ocorre a ele sugerir ao irmão que se criasse uma escola para ensinar as artes do comércio. Ouvidos atentos, Pombal (ainda Conde de Oeiras) resolve criar a Aula do Commercio.

Apoiado por quem sabia do assunto, foi, então, estruturado o primeiro curso de práticas comerciais e contábeis, muito concreto e com os pés no chão. A escolástica e as teologias nefelibatas da Universidade de Coimbra podiam ter seu lugar, mas não ajudavam na contabilidade.

Começava com regra de três, conversão de medidas e valores de divisas. Seguia com o método das partidas dobradas e prática comercial. Curiosamente, grande ênfase era dada à caligrafia. Boas contas e bela caligrafia eram o esperado. O curso durava três anos, com quatro horas de aulas diárias. Um ano a menos que um curso atual da mesma área.

Para contornar a precariedade empresarial e administrativa da aristocracia portuguesa, o curso mobiliza a pequena burguesia do país, mais ambiciosa e à busca de canais de mobilidade. De fato, acorrem a ele jovens com menos brasões e mais energia. Com seu sucesso, tornam-se “comendadores empatacados” e fazem visível a sua riqueza. Vale mencionar, o rei assistia às provas finais, tal qual veio a fazer o seu bisneto, Pedro II, ao assistir às provas do colégio que hoje tem seu nome.

Na França, os graduados da École Nationale de Administration – os notórios “énarques” – por muitos anos supriram os quadros administrativos do país. A Aula do Commercio teve o mesmo papel. O comissariado dos navios recrutava seus graduados. Para a administração do país, seus conhecimentos favoreciam a contratação.

É de crer que o grande salto do país naquele momento teve substancial ajuda da competência profissional desta nova classe. Afinal, havia que administrar as Companhias então criadas. Testemunha a solidez da ideia, meio século depois, o Brasil reivindicar e conseguir uma escola semelhante.

Vejam só, a Aula do Commercio foi a primeira Business School! E a ideia veio de uma província ultramarina paupérrima em conhecimentos de gestão. Esse pioneirismo dos atrasados encontra paralelo em outros países que quiseram andar mais depressa do que daria conta o estoque de profissionais competentes. Para ombrear-se com a Inglaterra, o grande salto industrial da Alemanha de Bismarck foi amplamente apoiado pela criação de cursos técnicos superiores. O nosso Senai foi uma resposta à vibrante industrialização que tomou corpo na Segunda Guerra. Faltavam bons mestres para formar o exército de operários industriais que as empresas demandavam. Não é por acaso que foram os industriais paulistas que lutaram pela criação deste modelo escolarizado de formação profissional.

Quem ficou para trás e quer recuperar o terreno perdido busca soluções alternativas e mais rápidas. No caso de Portugal, era preciso criar uma formação escolarizada, por meio da qual alguns professores pudessem preparar muitos aprendizes de gestão.

Assim caminha a História. Tem suas regularidades, mas também nos surpreende com o inesperado. Até o livro citado traz algumas surpresas. A denúncia nos jornais da compra de documentos públicos por um particular motiva a visita do Presidente da Xerox ao historiador. Do encontro nasce o patrocínio para a sua produção.

(*) O presente ensaio se vale do livro ‘A Aula do Commercio’ (Rio de Janeiro: Xerox, 1982), escrito por meu avô, Marcos Carneiro de Mendonça.

É chamativo afirmar que Portugal teve a primeira escola de "business" do mundo. Não sei se isto seria verdadeiro, já que em muitos países o ensino dos negócios também era praticado. Como já comentamos aqui, a criação da Aula do Commercio foi para suprir um atraso, provocado pelos próprios portugueses. Entre os países europeus, Portugal foi um dos últimos a "traduzir", ou seja, adotar, as partidas dobradas. Já comentamos aqui. 

Mas isto, obviamente, não impede de reconhecer a relevância da Aula do Commercio. Se algum leitor tiver uma cópia do livro e puder dispor, agradeço. 

Custo de publicar um artigo

(...) Com o intuito de calcular precisamente o custo associado à publicação de artigos de pesquisa, desde a submissão, passando pela avaliação por pares, publicação, indexação e arquivamento, Alexander Grossmann e Björn Brembs coletaram dados detalhados1 sobre cada etapa da publicação científica e publicaram o artigo Current market rates for scholarly publishing services. Os autores compararam, então, os custos levantados com os preços praticados no mercado de publicação científica.

Os custos de publicação são formados por dois componentes, os custos diretos (ou variáveis), que compreendem as três principais etapas da publicação (abaixo) e os custos indiretos (ou fixos) como despesas de pessoal, imóvel, energia, seguro etc.

1. Aquisição de conteúdo: Sistema de submissão on-line; busca e atribuição de pareceristas; comunicação com pareceristas; comunicação com autores; gestão do processo de ressubmissão; detecção de plagio; detecção de similaridade (Crossref); atribuição de DOI ao artigo (Crossref); atribuição de DOI para 2 ou mais pareceres (Crossref); cobrança de APC.

2. Preparação de conteúdo: sistema de rastreamento de manuscrito; check-in do sistema de produção; verificação técnica do manuscrito; edição de texto; editoração; formatação de figuras e gráficos; selo do Altmetric; marcação XML e metadados; processar correções do autor.

3.Disseminação de conteúdo: plataforma e hospedagem em AA; preservação de longo prazo (CLOCKSS/Portico); distribuição para serviços de indexação (Scopus, PMC, DOAJ etc.).

Os preços foram pesquisados em empresas especializadas em prover serviços editoriais, tanto as que informam seus custos em listas de preços on-line, como sob consulta. Os autores consultaram empresas com as quais já haviam trabalhado anteriormente ou tinham referências dos serviços prestados. Salientam, ainda, que não foi seu objetivo fazer uma pesquisa exaustiva de preços, mas oferecer uma perspectiva abrangente dos valores cobrados por serviços de publicação no mercado editorial acadêmico.

Para calcular o custo médio de publicação de um artigo em acesso aberto, foi necessário assumir algumas premissas:

Um artigo STM (Science, Technology, Medicine – ciência, tecnologia e medicina) tem em média 18.000 palavras e 10 ilustrações;

Uma taxa de rejeição média de 50% após avaliação por pares, pré-publicação com ao menos dois pareceres e dez tentativas de contato a pareceristas para obter um parecerista disposto a avaliar o manuscrito;

Taxa de rejeição de desk review de 10% após avaliação do Editor-Chefe/Conselho Editorial;

Carga horária da equipe editorial de 7,5 pessoas-hora por manuscrito submetido; e

Avaliação por pares realizada por acadêmicos voluntários.

Desta forma, os custos são calculados por artigo publicado e não por artigo submetido. Os autores ainda calcularam 33% a mais referente a gastos gerais de operação (reparos de equipamentos, despesas de viagem, suprimentos, impostos, taxas etc.).

Os custos dos serviços plataforma web de acesso aberto para hospedagem, CLOCKSS/Portico, DOAJ, Altmetric e Crossref são assinaturas anuais e independem do número de artigos publicados. No cálculo do custo, os valores considerados foram do teto de gastos, de forma que muitos publishers teriam como reduzi-los simplesmente considerando o número de periódicos e artigos que poderiam publicar.

Outra variável excluída do cálculo é a despesa com marketing e publicidade dos periódicos, o que incluiria participação em eventos científicos, impressão de material gráfico de publicidade, presença em redes sociais e investimento na otimização de motor de busca na plataforma web.

A publicação acadêmica pode ocorrer de várias formas, do ponto de vista econômico. Desde um publisher multinacional com pessoal especializado para cada função e Editor-Chefe pago para exercer a função em tempo integral até um periódico de uma instituição de pesquisa que conta com Editor voluntário, servidores institucionais e serviços providos por fornecedores genéricos e sistema de submissão online e gestão de peer review gratuitos.

Para estabelecer um intervalo de preços por artigo, os autores idealizaram três cenários possíveis para a publicação de periódicos de acesso aberto, cada qual com uma subcategoria.

Os cenários A e B se referem à periódicos administrados profissionalmente por pessoal assalariado fazendo a gestão dos manuscritos e trabalho voluntário apenas na etapa de avaliação por pares. O cenário A difere do B pelo fato de que a maior parte dos serviços editoriais em A são providos por um mesmo serviço especializado em publicação científica, desde o recebimento do manuscrito por meio do sistema de submissão online até a publicação na plataforma de acesso aberto, disseminação, indexação e preservação. Em B, cada etapa da aquisição, preparação e disseminação de conteúdo são orçadas em provedores de serviços genéricos e executados segundo a melhor oferta.

O cenário A é mais conveniente e requer menos experiência, mas geralmente é mais caro que o cenário B, e corresponde, por exemplo, a periódicos de universidades ou sociedades científicas com editores assalariados em tempo integral, enquanto o cenário B ocorre, por exemplo com publishers corporativos.

Finalmente, o cenário C considera os periódicos científicos que operam com orçamentos restritos, editores voluntários, utilizam servidores institucionais e optam por sistemas de submissão online gratuitos como o Open Journal Systems (OJS) para administrar submissões e avaliação por pares. Poucos contam com qualquer sistema de preservação ou indexação. Desta forma, os custos de operação são bastante reduzidos. Em suma, temos uma situação em que os custos são decrescentes de A > B > C.

Para simular o custo da avaliação por pares na equação, uma subcategoria foi adicionada a cada cenário. Para A e B, foram consideradas as situações em que os custos seriam reduzidos ao introduzir avaliação por pares pós-publicação (como a que é praticada no periódico F1000Research). Nestes cenários, os manuscritos submetidos são publicados e a avaliação por pares apenas acrescenta novas versões, porém não há rejeições. No cenário C, a subcategoria considera um provedor especializado substituindo os serviços genéricos.

Os autores calcularam os custos para dois extremos de número de artigos por ano, 100 e 1.000, pois em cada caso, os custos fixos são diluídos em poucos (100) ou muitos (1.000) artigos e o custo é alterado.

Encontram-se relacionados na Tabela 1 os totais (somatória dos componentes de custo direto e indireto) reportados pelos autores na publicação do F1000Research.

Os resultados apresentados na Tabela 1 foram calculados para um periódico genérico com 50% de taxa de rejeição de manuscritos submetidos, porém os custos devem aumentar na medida em que a taxa de rejeição for maior, e diminuir quando houver menos rejeição, como é o caso dos cenários com avaliação por pares pós-publicação. Por outro lado, periódicos prestigiosos cuja taxa de rejeição atinge 90% verão o custo de publicação por artigo subir para US$ 1.053,87 (100 artigos/ano) e US$ 770,53 (1.000 artigos/ano e serviços genéricos).

Discrepância entre custo e preço da publicação científica

Considerando o valor médio de US$ 600 (Tabela 1) para publicar um artigo em acesso aberto com todos os serviços editoriais incluídos, e comparando com o custo mais baixo de assinatura de um artigo sob paywall de US$ 4.000, a conclusão é de que os custos de publicação cobrem apenas 15% do preço da assinatura. Acrescido de margem de lucro de 30% (US$ 1.200 por artigo), ainda resta US$ 2.200 de custos não atribuídos à publicação, 55% do valor.

Periódicos e publishers que operam com modelos por assinatura, aparentemente, têm categorias de despesas que não são encontradas em suas contrapartes de acesso aberto, e não podem ser considerados custos de publicação. Porém, são inerentes a seu modelo de negócios. Os custos associados a paywall, por exemplo, não apenas a tecnologia, mas também os custos de ações legais decorrentes de sua operação baseada em assinaturas. Além disso, ainda existem custos de publicidade, marketing, relações públicas, participação em eventos científicos, aquisição de novas tecnologias, atividades de lobby com instituições governamentais etc.

Parece um contrassenso que ainda prosperem periódicos por assinatura cobrando de bibliotecas valores desta magnitude, em contraponto a publishers e periódicos de acesso aberto e servidores de preprint, estes, que operam com custo quase zero e disponibilizam resultados de pesquisa tão logo são postados pelos autores e aceleram o avanço da pesquisa.

Fonte: aqui

Um bom exemplo para aula de custos

Transparência salarial para combater a desigualdade de gênero


O governo da Finlândia quer criar uma nova lei que permita aos trabalhadores conhecerem os salários dos seus colegas, numa tentativa de acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres no país, conta a agência “Reuters” esta sexta-feira, 12 de novembro.

No entanto, a medida da coligação dos cinco partidos de centro-esquerda liderada pela primeira-ministra Sanna Marin [foto], está a ser alvo de críticas por parte do sindicato dos trabalhadores que querem ainda mais transparência, enquanto a maior organização patronal do país afirma que esta lei irá criar mais conflitos no local de trabalho.

“O que é central para o programa do governo é a eliminação das disparidades salariais injustificadas. Os trabalhadores agora serão tratados com mais rigor”, referiu o ministro da Igualdade, Thomas Blomqvist, à “Reuters”, esperando que este projeto-lei seja aprovado no parlamento antes das eleições marcadas para abril de 2023.

De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a classificação de igualdade de salários revelou que as mulheres finlandesas ganhavam menos 17,2% do que os homens em 2020, colocando o país no 37º lugar atrás da Noruega em 8º, da Dinamarca em 9º e da Suécia em 12º.

Por sua vez, a principal organização patronal, a Confederação das Indústrias Finlandesas (EK) através da sua consultora jurídica Katja Leppanen, acredita que “tornar obrigatória a publicação de informações detalhadas sobre salários individuais poderia levar a uma curiosidade geral e a uma deterioração do ambiente de trabalho”.

Fonte: aqui

Links

Todos os artigos dos 95 anos da The Accounting Review

Como ocorre a fraude nos demonstrativos financeiros é realizada 

Fasb e o uso da taxa livre de risco para arrendamentos 

Vaticano e o investimento em imóveis em Londres 

Demonstrações contábeis de pequenas e médias empresas na internet 

Rir é o melhor remédio

 

Escrevendo o relatório da administração

15 novembro 2021

Desmembramento como solução


A Exame explica o motivo de três grandes empresas - J&J, Toshiba e GE - terem anunciado o desmembramento em duas ou mais empresas. Para cada uma delas há razões particulares, mas a Exame destaca que grandes empresas complexas são derivadas de um momento histórico que favorecia esta opção. 

Cada empresa possui suas particularidades para justificar a decisão. Mas em comum, todas elas são companhias centenárias, oriundas de um tempo do capitalismo em que construir grandes impérios globais, com atuação nas mais diversas áreas, era sinônimo de sucesso e crescimento. 

Não estou convencido desta explicação. Ainda acho que as razões são particulares, mas com um ponto em comum. O desmembramento permitiria cortar as áreas de negócios sem o desgaste da venda. É mais fácil para Johnson separar o negócio mais rentável - produtos farmacêuticos e médicos - dos demais. A área responsável pela produção de talco, por exemplo, que tem uma grande quantidade de processo, pode ficar com este passivo. O texto reconhece o peso dos acionistas: 

Parte da pressão para o desmembramento vem dos próprios acionistas, que, muitas vezes, enxergam a burocracia presente nos grandes grupos como um obstáculo ao crescimento.

(Ah, o texto não usa o termo "cisão"). 

Outra possibilidade, sobre o caso específico da Toshida, é a recuperação da reputação

Dados e esportes

Para que gosta de ler sobre dados em esportes (gostou do livro Moneyball, por exemplo), um texto da BBC sobre um dos pioneiros de uma abordagem científica no esportes - no caso o beisebol - no início do século XX. 

O texto surpreende pois mostra que Fullerton, o pioneiro do parágrafo anterior, mantinha notas e analisava os jogos. E ele usou sua análise para denunciar uma mutreta, onde oito jogadores venderam o resultado. 

Em 1906, Fullerton usou seus métodos para prever que o Chicago White Sox venceria o favorito Chicago Cubs. Ele previu o vencedor da World Série de 1912, 1915, 1916 e 1917. Mas sua previsão mais famoso ocorreu em 1919, no jogo entre o Cincinnati Reds e o Chicago White Sox. 

Antes do jogo, Fullerton alertou para que não apostassem. O White Sox era considerado favorito e nas estatísticas de Fullerton isto significava 71% de chance. O resultado foi diferente do esperado e Fullerton passou a analisar os jogos. Mas não conseguiu publicar sua análise nos jornais, com medo da acusação de difamação. Somente depois de mudar o texto, a análise foi publicada no Evening World, em dezembro de 1919. Mas Fullerton foi acusado de falar besteira, amargurado pelo fato de sua previsão não ter se realizado. 

Em setembro de 1920, durante uma investigação de outro jogo, uma testemunha afirmou que a série - conjunto de partidas entre dois times - no ano anterior era suspeita. O trabalho dele só foi reconhecido após sua morte. 

Links


Finalmente Stepp Blatter (ex-presidente da Fifa) foi indiciado pela justiça da Suíça - se você achava que a justiça era complacente com os poderosos somente no Brasil

Compensação de carbono não deve fazer parte das demonstrações? Segundo este texto, não. 

Questão ambiental é a nova "coisa quente" na contabilidade - Nada de novo, mas a citação que a Harvard Business duvida disto é novidade para mim

SEC quer ter um papel ativo na regulação das moedas estáveis (stablecoins)

Maldição dos recursos naturais, Portugal e a descoberta do ouro no Brasil: o declínio de Portugal

Rir é o melhor remédio

 

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