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23 agosto 2021

Emergentes e performance do mercado de capitais

 

O gráfico mostra o comportamento do mercado de ações dos países emergentes em relação com o índice SP500, que representaria o mercado dos Estados Unidos. Como o gráfico usa um longo período de tempo, é possível notar que desde 2010 o desempenho dos emergentes estão em um ponto ruim. Lembrando que antes de 2000 tivemos algumas crises nos emergentes (inclusive Brasil, com a crise cambial) e a relação esteve em um ponto muito baixo. Entre 2000 a 2010 o mercado dos emergentes valorizou. 

Links

A cultura de acelerar no mundo atual (escutando vídeos no Youtube, aula digital ou séries no 2x)

A barreira de plástico contra o Covid talvez não seja uma boa ideia


Concurso com fotografias de batatas (foto do vencedor)

Novamente a Contabilidade da Tesla

Reforma da auditoria no Reino Unido: questões pendentes

Rir é o melhor remédio

 

Segunda-feira

20 agosto 2021

Simulação climática


Site bem interessante, que apresenta a simulação sobre o comportamento do clima no futuro (via aqui). Informe os pressupostos e veja o que ocorre com a temperatura. Por exemplo, se o crescimento econômico for baixo, o aumento da temperatura cai de 3,6 graus para 3,3. 

No modelo, o preço do carbono é a variável mais sensível. Um preço alto pode reduzir o aumento para 2,6 graus, mantendo as demais variáveis constantes. 

No momento que estamos discutindo a incorporação da questão climática nas demonstrações contábeis, ferramentas como esta podem ser úteis na mensuração contábil. 

(P.S. Ainda não li/ouvi, mas o Five-Thirty-Eight tem um artigo recente sobre o assunto)

Incerteza Brasileira

 

Já comentamos sobre o índice EPU de incerteza política. Analisando os textos da Folha de S Paulo, os autores tentam refletir os problemas de um país. A figura acima é a representação gráfica mais recente do índice. O ano de 2017 foi bastante tenso e o índice atingiu 550 pontos. No início da pandemia, em março de 2020, foi de 369; em outubro, 345. Em julho, o índice baixou para 64, abaixo da média histórica de 133. 

Tempo


O tempo que a terra gira 

É o tempo que a tempo corre; 

O tempo que a vida tira 

Ao tempo que a gente morre. 

 

Sei que ao ser concebido 

Foi meu começo de vida 

Em cada dia vivido 

Fico mais perto da partida 

 

O curso da vida é breve 

Não importa o tempo vivido 

O peso da idade é leve 

Quando ele é bem vivido 

 

Sempre fui um adolescente 

Maduro, fazendo planos. 

Hoje um jovem experiente 

Com mais de oitenta anos.
 
(Baltazar Guimarães, técnico em contabilidade, atualmente com 95 anos) (Via aqui) (foto: Nathan Dumlao)

19 agosto 2021

Materialidade e ESG

Vincent Ryan comenta a questão da divulgação de informações ambientais, sociais e de governança (ESG) por parte de empresas dos Estados Unidos. A SEC tinha recebido mais de 400 comentários sobre a evidenciação do risco climático. O presidente da SEC, Gary Gensler, chegou a listar algumas das informações: detalhes como uma empresa gerencia assuntos relacionados ao clima, métricas sobre impactos na empresa, emissões de gases a partir das operações da empresa e de sua cadeia de valor, como as mudanças climáticas podem influenciar os negócios da empresa, entre outras questões. 


Mas a lista é muito ampla para caber em uma regra abrangente, segundo Ryan. E poderia violar um ponto importante na divulgação de informação: a materialidade. Este ponto é importante por filtrar informações importantes daquelas irrelevantes, defende Ryan. 

Até os mais fortes defensores dos padrões de mitigação e sustentabilidade do risco climático admitem que os investidores estão se afogando em informações de ESG das empresas, algumas das quais são irrelevantes porque não existe um padrão ou estrutura única para o que os emissores devem divulgar.

Há uma pressão para aceitar que toda informação sobre o clima seria material. Há uma norma do congresso dos Estados Unidos sobre o assunto, mas no passado os avanços do legislativo sobre o assunto de evidenciação empresarial relacionado com negócios no Congo foram derrubados no judiciário. Basicamente, a mistura de política (ou seja, congresso) com informação não seria relevante para as decisões de investimento. Em público, Allison Herren Lee (foto), da SEC, considerou que os investidores são os árbitros da materialidade. Isto realmente é muito interessante e deixa claro que este deve ser o usuário da informação contábil, não os políticos, que usam o discurso das necessidades da sociedade para cobrar mais informações.

Finalmente, é importante destacar que não está claro quem será o responsável pelas normas para evidenciação de informações de ESG nos Estados Unidos. A aceitação das normas da nova entidade da Fundação IFRS pode aproximar o Fasb dos outros países. Mas será que os Estados Unidos apostariam suas fichas em uma entidade que ainda não está estruturada e foi criada para "criar normas"? 

Como a Intel perdeu a batalha do chip ao focar no valor


(...) O salário executivo baseado em ações, na forma de opções de ações e prêmios de ações, criou incentivos para os CEOs da Intel fazerem recompras em larga escala para dar aumentos manipuladores no preço das ações da empresa. A Tabela 3 documenta a remuneração total, incluindo ganhos realizados com opções de ações e prêmios de ações, dos CEOs da Intel nas últimas três décadas. 

Dos US $ 170 milhões. na remuneração total que Grove levou para casa ao longo de seis anos como CEO, 90% foram obtidos ganhos com o salário baseado em ações, com 89% dos US $ 170 milhões. fluindo para sua conta bancária em 1996 e 1997, com o boom do mercado de ações na Internet decolando. Ajudado pelo boom e pela duplicação das recompras da Intel para US $ 6,8 bilhões. em 1998, a remuneração total de Barrett em seu primeiro ano como CEO foi de US $ 117 milhões., com 98% dos ganhos obtidos com o exercício de opções de ações. (...)

O argumento de Lazonick no seu artigo é que a Intel optou pela recompra de ações (e remuneração para executivos). Isto parecia que o mercado queria, focando sua política no aumento de valor. Mas deixou de investir em pesquisa e desenvolvimento. E agora desejam incentivos do governo. 

Links


Sem café da manhã ou enxaguante bucal: Um advogado de tecnologia chamado Paul Skallas argumenta que devemos colher mais sabedorias da Antiguidade 

Como a medicina controlou o corpo feminino ao longo da história 


Roteiro do FSB para lidar com riscos financeiros relacionados ao clima (de julho deste ano) 

85% das grandes empresas brasileiras elaboram relatórios de sustentabilidade, revela KPMG (o título do texto não identifica que a pesquisa é com empresas de grande porte)

Rir é o melhor remédio

Uma tradição do Vaticano. Todo ano um rabino entra no palácio do Vaticano e entrega um envelope para o tesoureiro. O tesoureiro pega o papel já degastado pelo tempo, ergue acima da cabeça, e contraluz vê o que está escrito nele e balança a cabeça. No ano seguinte, a mesma coisa. 

Uma tradição. Ninguém comenta sobre o assunto. Um estagiário enxerga aquilo e promete que um dia será o tesoureiro e descobrirá o que existe no papel. Os anos passam e isto ocorre. O antigo estagiário agora é o tesoureiro do Vaticano. O tão aguardado dia chega. Sentado na sua cadeira, recebe o rabino, que lhe entrega o envelope. Ele pega o papel, levanta contra luz e começa a entender o que está escrito no papel. 

A conta da última ceia.

18 agosto 2021

Criptomoedas


Eis um trecho sobre a discussão contábil da criptomoedas:

À medida que as criptomoedas continuam a evoluir e são usadas mais amplamente, há um debate contínuo sobre a importância de uma estrutura contábil e reguladora adequada ao seu objetivo.

Na sua documento de discussão propondo requisitos contábeis para ativos e passivos criptográficos, o Grupo Consultivo Europeu para Relatórios Financeiros (EFRAG) define um ativo criptográfico como uma “representação digital de valor ou direitos contratuais criados, transferidos e armazenados em algum tipo de rede de tecnologia de contabilidade distribuída (por exemplo,. blockchain) e autenticado através de criptografia ”.

O EFRAG também sugere que as obrigações criptográficas sejam definidas como “obrigações decorrentes da emissão de ativos criptográficos, resultando em uma obrigação atual de a entidade emissora transferir ou conceder acesso a um recurso econômico na forma digital ou não digital”.

Essas definições abrangem ativos e passivos criptográficos emitidos em particular, como criptomoeda, fichas ou moedas estáveis (ASIC, 2021), bem como moedas digitais do banco central (CBDCs).

Em março de 2019, o Comitê de Interpretações das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IC) discutiu a contabilização de criptomoedas, que representam uma proporção significativa dos ativos de criptografia gerais por capitalização de mercado, abordando a evolução contínua, o potencial de crescimento e a diversidade de ativos de criptografia.

Posteriormente, em junho de 2019, o IFRS IC emitiu um decisão de agenda para esclarecer o tratamento contábil adequado baseado em IFRS para criptomoedas.

O IC IFRS concluiu que as reservas de criptomoedas deveriam ser contabilizadas como está no IAS 38 Ativos intangíveis, a menos que sejam mantidos à venda no curso normal dos negócios, nesse caso IAS 2 Inventários se aplicaria.

Embora algumas partes interessadas considerem o esclarecimento do IFRS IC suficiente no momento, outras pediram esclarecimentos e desenvolvimento adicionais dos requisitos do IFRS para ativos e passivos criptográficos.

O Conselho Internacional de Normas Contábeis (IASB), em um documento de pessoal de novembro de 2019, destaca o fato de que, em uma base global, apenas um pequeno número de grandes empresas relatoras de IFRS relatou ativos criptográficos e atividades relacionadas.

Embora o documento do IASB confirme que as participações em ativos criptográficos entre as empresas do IFRS foram insignificantes em 2019, reconheceu um potencial futuro significativo para o aumento da aceitação como resultado de um desenvolvimento inovador do mercado (por exemplo,. a implantação de moedas estáveis e o lançamento de CBDCs), o crescimento contínuo de modelos de negócios baseados em blockchain e criptoeconômicos e aprimoramentos nos requisitos regulatórios e na supervisão.

Investimentos corporativos recentes no Bitcoin pela Tesla, bem como o anúncio do Morgan Stanley de que oferecerá a certos clientes acesso aos fundos de Bitcoin, já estão sugerindo o aumento da atividade de investimento institucional.

O Reserve Bank of Australia também fez parceria recentemente com o Commonwealth Bank, National Australia Bank, Perpetual e a empresa de tecnologia blockchain ConsenSys Software para conduzir um projeto de pesquisa que explora o uso potencial e as implicações de um CBDC atacadista usando a tecnologia de contabilidade distribuída.

Além disso, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, anunciou que o Federal Reserve planeja publicar um documento de discussão que explorará as implicações da tecnologia em rápida evolução para pagamentos digitais, com foco especial na possibilidade de emitir um CBDC dos EUA

Tais desenvolvimentos enfatizam a relevância contínua de estabelecer requisitos contábeis para a geração atual e próxima de ativos criptográficos. O documento de discussão do EFRAG define as seguintes opções possíveis para o desenvolvimento de requisitos de IFRS que tratam de ativos e passivos criptográficos :

Opção 1 - Nenhuma alteração aos padrões atuais do IFRS: Os preparadores continuariam a aplicar o IFRS existente, incluindo a necessidade de desenvolver sua própria política contábil (IAS 8 Políticas contábeis, mudanças nas estimativas e erros contábeis).

Opção 2 - Alterações e / ou esclarecimentos às normas atuais do IFRS: Várias alterações ou orientações de esclarecimento seriam feitas às normas atuais do IFRS para a contabilidade por detentores e emissores de ativos e passivos criptográficos.

Opção 3 - Desenvolvimento de um novo padrão IFRS para tratar de ativos e passivos criptográficos: Um novo padrão IFRS independente para ativos e passivos criptográficos seria desenvolvido com a premissa de que eles são únicos.

O novo padrão pode abordar os vários problemas em diferentes tópicos relacionados a ativos e passivos de criptografia.

Quando do Fórum Consultivo de Normas Contábeis os membros foram questionados sobre sua opinião sobre o documento do EFRAG em dezembro de 2020, cada uma das três opções acima encontrou apoiadores entre os normatizadores.

Enquanto os criadores de padrões continuam a debater o melhor caminho a seguir, diferentes formas de classes de ativos criptográficos, como fichas não fungíveis (NFTs), continua a emergir.

Com novos ativos de criptografia cada vez mais sobrepostos a ativos físicos do mundo real e atraindo investimentos institucionais significativos, eles aparecerão nas demonstrações financeiras com crescente frequência.

"Hoje, os ativos de criptografia têm um limite de mercado superior a US $ 1,6 trilhão [US $ 2 trilhões no momento da redação deste artigo]", diz Andrew Hunter, CEO da CPA Austrália.

“Olhando para o futuro, podemos ver os ativos de criptografia se definirem como um meio de troca integral ou uma reserva de valor no sistema financeiro.

“Por esse motivo, é importante concordar com requisitos claros de contabilidade e relatórios e que os auditores considerem cuidadosamente como auditar esses ativos."

(Traduzido pelo Deepl.com)

Cisnes verdes


A aparência dos cisnes verdes é indiscutivelmente mais previsível do que a dos cisnes negros, pois as mudanças climáticas os tornam inevitáveis. 

Mas não há comparações históricas para nos ajudar a entender como os riscos climáticos e ecológicos, como ciclones, incêndios florestais, secas e inundações, podem afetar o sistema bancário, o setor de seguros ou qualquer número de outras atividades econômicas.

À medida que a atividade econômica é realocada de combustíveis fósseis para fontes de energia limpa, algumas atividades desaparecem, outras surgem e o valor de "ativos ociosos" despenca. Embora esse processo seja necessário, ele deve ser gerenciado de uma maneira que não crie instabilidade no sistema financeiro.

Devido ao seu mandato de estabilidade financeira, os bancos centrais, supervisores e autoridades macroprudenciais têm um papel central a desempenhar na transição verde. O recente Conferência dos Cisnes Verdes organizado pelo Banco de Pagamentos Internacionais, o Banque de France, Fundo Monetário Internacional, e o NGFS (Rede de bancos centrais e supervisores para ecologizar o sistema financeiro) aponta para um reconhecimento crescente desse fato, embora a mobilização permaneça muito lenta e muito tímida em algumas áreas geográficas.

Com o objetivo de antecipar os efeitos do risco climático, o Banque de France foi o primeiro banco central a introduzir um teste abrangente de estresse climático para bancos e companhias de seguros. Analisando três cenários climáticos de 30 anos criados pelo NGFS (uma transição ordenada baseada em uma estratégia de baixo carbono; uma transição tardia e desordenada; e um cenário de negócios como de costume), o teste procurou avaliar a exposição das carteiras bancárias e de seguros a riscos físicos e de transição.

Este exercício mostrou que a exposição atual do sistema francês é apenas moderada (sob as premissas utilizadas). Mais importante, o teste de estresse climático demonstrou o que será necessário para melhorar nossa compreensão do risco climático.

Há muito mais trabalho a fazer. Por exemplo, ainda não temos bancos de dados detalhando as condições geográficas nas cadeias globais de valor. Essas informações são essenciais para avaliar os riscos físicos à produção e também seriam úteis para monitorar questões de governança social e ambiental de maneira mais ampla.

O aumento da frequência e gravidade dos desastres relacionados ao clima será gradualmente refletido na cobertura e nos custos dos seguros, afetando a lucratividade e as taxas padrão das carteiras de empréstimos no setor bancário. Ao mesmo tempo, banqueiros e gerentes de ativos ajustarão suas carteiras de acordo. E se o preço do carbono continuar subindo, como deveria, eles se afastarão dos setores intensivos em carbono, aumentando sua exposição a outros fatores de risco.

Esses comportamentos variáveis no tempo (e seus efeitos indiretos) serão importantes para a estabilidade financeira; mas eles são difíceis de modelar. Ainda assim, algumas políticas essenciais ajudariam muito as autoridades macroprudenciais e os investidores a gerenciar a mudança. Primeiro, aqueles que embarcam na transição verde precisarão de uma bússola: deve haver um aumento totalmente previsível no preço do carbono em uma área econômica o mais ampla possível. A União Europeia pode estar no caminho certo aqui com seu Sistema de Comércio de Emissões, em que o preço do carbono está ressuscitado de € 25 (US $ 30) por tonelada em janeiro de 2020 a € 50 por tonelada hoje. Mas o progresso permanece limitado, porque o ETS cobre apenas cerca de 40% das emissões da UE.

Como um relatório recente do G30 mostra que são necessários compromissos credíveis para fornecer um preço de carbono previsivelmente crescente para permitir que investidores, reguladores e formuladores de políticas monetárias ajustem suas estratégias de maneira prospectiva. Na ausência deles, não poderemos liberar investimentos públicos e privados nos ajustes estruturais necessários para reduzir os custos da transição mais ampla.

Para conseguir isso, os conselhos independentes de carbono podem gerenciar a inflação dos preços do carbono de maneira semelhante à maneira como os bancos centrais gerenciam a inflação que afeta os preços dos produtos. Essas instituições devem ter um mandato para mapear um caminho de inflação de preços de carbono alinhado aos objetivos líquidos de zero de 2050 de seus respectivos governos. Essas políticas devem ser acompanhadas de compensações das pessoas mais afetadas por uma queda no poder de compra, devido, por exemplo, a um aumento nos preços dos combustíveis.

Os requisitos de capital para instituições financeiras podem estar vinculados à sua exposição a um aumento do preço do carbono, o que alteraria sua probabilidade calculada de inadimplência e perdas em seu portfólio. Os supervisores também precisarão garantir que as instituições financeiras estabeleçam sistemas eficazes de governança para lidar com o risco climático. Ao contrário do que aconteceu com os bancos-sombra, cujo crescimento refletia a capacidade de contornar regulamentações bancárias mais rigorosas, devemos nos esforçar para rastrear os “emissores-sombra” de muito perto. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA recentemente revelado que cinco dos dez principais emissores de metano nos Estados Unidos são produtores de petróleo e gás pouco conhecidos, apoiados por empresas de investimento pouco conhecidas.

Devemos esperar que as empresas de private equity tentem adquirir propriedades arriscadas de petróleo e gás, desenvolvê-las e vendê-las com lucro. Mas não podemos tolerar investidores "abaixo do radar" comprando ativos intensivos em carbono a preços de venda de fogo e depois operando-os em jurisdições relaxadas. Prevenir isso exigirá um alto nível global sobre preços do carbono, impostos sobre ajustes nas fronteiras de carbono ou ambos. O custo de capital para esses investimentos deve se tornar proibitivamente alto, mesmo que isso signifique ajustar o perímetro regulatório.

Fonte: aqui. Foto: aqui

Custo e Benefício do Lockdown


Nos últimos meses tenho lido vários textos sobre a relação custo-benefício do lockdown. Particularmente achei este texto do AstralCodex como sendo o melhor entre os textos de li.

O autor discute não somente a relação custo-benefício, mas retoma a necessidade de discussão do que seria o bloqueio. Afinal, os bloqueios não foram iguais. Outra questão: em que momento do tempo estamos medindo?

Mais: o que significa que um bloqueio esteja ou não funcionando? Como a mudança de comportamento pode afetar a análise? Como medir os benefícios? E os custos? Tudo é tão complicado. 

No final do artigo, um breve resumo com algumas conclusões. O ideal é ler o texto.

Links

 


A evolução da temperatura global (gráfico acima)

Rir é o melhor remédio


Um contador estava no cais de uma pequena vila do Nordeste, quando viu um pescador chegando com seu barco e muitos peixes. 

O contador elogiou o pescador pela qualidade dos seus peixes e perguntou quanto tempo demorou para pescá-los. O pescador respondeu que demorou apenas um pouco. O contador então perguntou porque não ficou mais tempo fora e apanhou mais peixe. O pescador disse que já tinha o suficiente para sustentar as necessidades imediatas da sua família. 

O contador perguntou então: "Mas o que você faz com o resto do seu tempo?". 

O pescador disse: "Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, passeio pela aldeia todas as noites onde bebo um pouco e toco violão com os meus amigos. Tenho uma vida cheia e ocupada.” 

O contador falou: "Tenho uma especialização em contabilidade e finanças, fiz o curso com o professor Alexandre Alcântara e poderia ajudar você. Devia passar mais tempo pescando e com os lucros, comprar um barco maior. Com os lucros do barco maior, poderia comprar vários barcos. Até uma frota de barcos de pesca. Em vez de vender seu produto para um intermediário, venderia diretamente ao produtor, quem sabe até abrindo sua empresa de processamento. Teria controle do produto, o processamento e a distribuição. Poderia deixar sua aldeia e mudar para capital, depois até para São Paulo. De lá você poderia gerir sua empresa.” 

O pescador perguntou: "Mas quanto tempo isto vai demorar?". 

O contador respondeu: "Quinze ou 20 anos". "E aí?", perguntou o pescador. 

O contador riu e disse: "Essa é a melhor parte. Você poderia abrir o capital da sua empresa, venderia as ações e ficar rico. Ganharia milhões”. 

 "Milhões? E..." 

O contador diz: "Então você poderia mudar para uma pequena aldeia, dormiria até tarde, pescaria um pouco, brincaria com seus netos, passeava à noita, tocaria violão e beberia com os amigos.” 

Adaptado daqui. Foto: Roland Denes

17 agosto 2021

Famoso e técnico


Durante uma fase da história da contabilidade, o curso técnico era uma válvula de ascensão social importante. Muitas pessoas encontraram no trabalho de técnico de contabilidade - e nos estudos do curso técnico - uma forma de ganhar recursos com a profissão. 

Antes de mais nada é importante lembrar que dois dos maiores escritores da língua portuguesa trabalharam com contabilidade. Machado de Assis, no Brasil, e Fernando Pessoa, em Portugal, tinha um vínculo com a profissão contábil. 

Mas durante os anos 50 aos anos 70, a opção de fazer o técnico em contabilidade era bastante considerada no país. Muitos começaram o curso, mas não terminaram. No ano passado e este ano resolvi anotar o nome de algumas pessoas famosas, por outra razão, mas que também estudaram contabilidade. Eis a minha relação provisória:

Cantores - Wanderley Cardoso (M721), Milton Nascimento (M849 e M1867), Leonardo (dupla caipira, mas não completou) (M2066), Lindomar Castilho (M1690), Paulo Sérgio (AC69, não terminou, foto) e Paulinho da Viola (P)

Atores - Claudio Marzo (M878, trabalhava com contabilidade) e Zezé Mota (M1075, incompleto)

Empresário - Edson Queiroz (M1072) e Sargentelli (M1352)

Atletas - Zico (M1160 e 1345) e Rodrigues Neto (P)

Siglas - fonte da informação, sendo M = revista Manchete, AC = A Cigarra e P = Pasquim

Olimpíada de Educação Financeira 2


Comunicamos que ainda estão abertas as inscrições para a III Olimpíada Brasileira de Educação Financeira e foram prorrogadas. Em 2021, devido ainda a pandemia da COVID-19, a III OBEF será 100% online!

Abrangência: Nacional.

Quem pode participar: crianças e adolescentes, regularmente matriculados em instituições de ensino público e particular - do 2o ano do Ensino Fundamental I ao 3o ano do Ensino Médio.

Período das inscrições:

i) pelas escolas - de 21/junho a 5/setembro/2021; ou

ii) pelo aluno/participante (que a escola não inscrever) – de 16/agosto a 5/setembro/2021.

A OBEF é organizada pelo projeto de extensão Educação Financeira para Toda a Vida, da UFPB, em parceria com o projeto de extensão Olimpíada Brasileira de Educação Financeira e Olimpíada de Educação Financeira do Distrito Federal, da UnB.

Se você conhece alguém que se enquadra neste perfil, compartilhe o edital e/ou inscreva seus alunos e/ou escola. Vamos divulgar a importância da Educação Financeira no Brasil!

Link - Edital III OBEF 

Link – Divulgação SEEDF

Link - Vídeo de divulgação da III OBEF no DF

Link - OBEF DF: Experiências e Desafios

Link – Tutorial de cadastro das escolas no formulário de inscrição da III OBEF 

Link – Divulgação da OBEF – Estadão

Olimpíada de Educação Financeira 1

Texto do Estadão de ontem:

Olimpíada de educação financeira mobiliza estudantes brasileiros 


As inscrições estão abertas para alunos do ensino fundamental ao médio de todo o País. 

Veja o relato dos jovens 

REBECA SOARES rebeca.soares@estadao.com.br 16/08/2021 

Além de um brinquedo novo, chocolate ou passeio, uma das maiores alegrias das crianças é receber mesada. Entretanto, para alguns, a relação com o dinheiro é maior que o cofrinho, há dedicação e estudo para participar da Olimpíada Brasileira de Educação Financeira Com inscrições abertas até o fim de agosto, o evento teve mais de 38 mil inscritos em 2019. Apesar das dificuldades da pandemia em 2020, quando alcançou apenas 6 mil inscritos, a Olimpíada chegou a todos os 26 estados e ao Distrito Federal Ao todo, as provas são aplicadas para cinco diferentes níveis de conhecimento. Entre os temas abordados na prova estão Consumo, Planejamento Financeiro, Investimentos, Juros, Capital, Montante, Desconto, Amortização, Cooperativismo de Crédito e Educação Fiscal  

Além de um brinquedo novo, chocolate ou passeio, uma das maiores alegrias das crianças é receber mesada. Entretanto, para alguns, a relação com o dinheiro vai além da administração do cofrinho: há dedicação e estudo para participar da Olimpíada Brasileira de Educação Financeira (OBEF), que está com inscrições abertas até o fim de agosto.  

Ao abrir a geladeira e olhar para uma caixa de leite, Wenner Lucena, professor do departamento de finanças e contabilidade da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), decidiu fazer um cofre para ensinar os três filhos a economizar. Mas a brincadeira educativa não parou por aí. Em 2017, Lucena levou a ideia para a Universidade e criou a Olimpíada Paraibana de Educação Financeira, que ganhou robustez ao longo dos anos e tornou-se um evento nacional.  

Em 2019, a Olimpíada teve mais de 38 mil inscritos em todo o País. Apesar das dificuldades da pandemia em 2020, quando alcançou apenas 6 mil inscritos, o evento chegou a todos os 26 estados e ao Distrito Federal, por meio da digitalização de todo o processo. Além da UFPB, outras 37 universidades e institutos federais contribuem para a realização do projeto.  

Mesmo com um número menor de participantes na edição do ano passado, a organização registrou dois grandes avanços: conseguiu adaptar as provas e o conteúdo disponibilizado para pessoas com deficiência (PCD) e adequar a Olimpíada aos diferentes fusos horários do País. De acordo com Lucena, alguns dos organizadores fizeram longas viagens de barco levando conexões com a internet para que alunos indígenas também pudessem participar.  

O público-alvo da Olimpíada são os estudantes do 2º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas. Ao todo, as provas são aplicadas para cinco diferentes níveis de conhecimento. Entre os temas abordados estão consumo, planejamento financeiro, investimentos, juros, capital, montante, desconto, amortização, cooperativismo de crédito e educação fiscal.  

Aos oito anos, Pedro Henrique Negrini (foto) participou da edição de 2020 e se prepara para a prova deste ano. Em casa, jogos de tabuleiro, administração da mesada e brincadeiras fazem com que o menino já entenda conceitos como poupança, juros, rendimento e até Bolsa de Valores.  

Érico Negrini, pai de Pedro, conheceu a iniciativa por meio de amigos do mestrado na área de contabilidade. Por discutir finanças em casa, levou a proposta para o filho. Segundo ele, Pedro ficou muito animado, pois já havia participado de outras Olimpíadas no ensino básico. “Já tínhamos o costume de falar sobre dinheiro de forma lúdica em casa, a OBEF uniu esse interesse prévio com a curiosidade de aprofundar certos temas”, afirma.  

Assim como Pedro, que mora em Brasília, Stella Bortolocci, que vive em Campo Grande, demonstrou interesse em participar da OBEF pelo gosto pela matemática e para se preparar para o futuro. “Quando ela tinha quatro anos, queria um brinquedo e eu disse que não tinha dinheiro. Para minhas surpresa, ela respondeu: ‘mas mamãe, pode pagar com cartão’. Foi nesse momento que entendi que precisava falar sobre educação financeira. Aos poucos, com uma mesada, fui atribuindo certas responsabilidades à ela”, explica Márcia Bortolocci, mãe de Stella.  

Segundo Ana Paula Hornos, especialista em educação financeira e colunista do E-Investidor, os aprendizados sobre o tema são importantes pelo conteúdo técnico, mas, principalmente, porque eles impactam também no sucesso e nos valores morais, éticos, e na relação emocional do indivíduo com o dinheiro ao longo da vida.  

“Dinheiro é assunto de criança, de adolescente e de adulto. Os pais podem ensinar desde cedo sobre prioridades, recursos escassos, flexibilidade e espera. É importante que os pais se envolvam para dar bons conselhos e trabalhar a saúde financeira da própria família”, destaca Hornos.  

Sarai Molina, gerente de educação financeira da Ágora Investimentos, reforça que a partir dos sete anos de idade é recomendado começar a conversar sobre finanças já que é uma idade, em geral, na qual a criança já entende o conceito de dinheiro. “A mesada é uma ferramenta muito importante para dar início à criação de responsabilidade para a criança que toda família pode fazer. Seja com R$ 10, R$ 5 ou até R$ 1, os pais já podem usar esse meio para começar a introduzir, de forma lúdica, o tema para os pequenos”, afirma.  

Educação financeira para toda a vida 

A Olimpíada é uma entre as mais de dez ações do projeto de extensão Educação Financeira para Toda a Vida. Reunindo alunos dos cursos de Economia, Contabilidade, Administração, Relações Internacionais, entre outros, o grupo de estudantes universitários levam a temática para escolas e redes sociais.  

Adrielle Macedo, aluna do quinto semestre do curso de Ciências Contábeis, entrou no projeto em 2019 e atua dando suporte à OBEF, além de planejar e executar trabalhos direcionados ao público infantil na Paraíba, que serve como base para outros estados.  

“É comum vermos crianças que têm pais analfabetos e levam o conhecimento da leitura e da matemática para o lar. Percebemos que o assunto finanças é muito importante para as famílias, mas falta acesso à informação. O projeto tenta ultrapassar essa barreira”, explica.  

Na mesma seara, o professor Wenner Lucena, idealizador e coordenador da Olimpíada, que adaptou a linguagem de finanças para os filhos, trabalha para encontrar novas metodologias para ensinar crianças e adolescentes. “Já viajei o Brasil falando de finanças para executivos de grandes empresas até perceber que eu precisava adaptar a palestra para atingir um público diferente, mas tão importante quanto: os pequenos”, diz.  

Para Lucena, apesar do Projeto de Lei 3145/20, que torna obrigatória a inclusão da educação financeira como tema transversal dos currículos do ensino infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, já ter sido implantado, as escolas têm dificuldades para oferecer a disciplina. Por isso, iniciativas como a Educação Financeira para Toda a Vida aliadas às instituições de ensino são fundamentais.  

O que as crianças pensam sobre educação financeira 

Pedro Negrini, 8, Brasília (DF): “Eu recebo uma mesada quando eu ajudo nas tarefas. No meu aniversário, ganhei R$ 150 da minha dinda e deixo guardado no banco. Sempre que vou ao supermercado, fico comparando os preços e, quando gosto de algo, eu fico pensando se compro ou não. Sei que se eu gastar com besteiras, vai faltar depois para algo que preciso. Foi pensando assim que economizei e ajudei a minha família a comprar armários para a casa. Agora, eu quero economizar para comprar um computador novo até o próximo ano.”  

Bianca Bolzani, 10, João Pessoa (PB): “Eu somo o aprendizado de matemática na escola com experiências cotidianas com meus pais, como gerir minha mesada por internet banking, traçar metas, vender itens sem uso, praticar consumo sustentável comprando em brechós. Educação financeira me ajuda a ter mais consciência do esforço necessário para ganhar dinheiro, aprender a fazer escolhas, pensar antes de gastar se aquilo vale mesmo a pena, e entender que coisas paradas sem uso em casa são dinheiro parado que poderia ser usado melhor de outra forma.”  

Stella Maris Bortolocci, 8, Campo Grande (MS): “Me preparo olhando as provas anteriores, estudando bastante matemática na escola e aprendendo a lidar com dinheiro com a mesada que meus pais me dão. A educação financeira me ajuda a saber lidar com dinheiro, banco e cartões de crédito. Isso pode me ajudar a ter uma vida mais saudável no meu futuro.”  

Maria Luiza Ferreira, 15, Campina Grande (PB): “Eu soube da OBEF pela escola e fiquei muito empolgada porque iria ampliar o meu conhecimento sobre educação financeira, fazendo de mim uma consumidora com consciência no futuro. Meus pais já tiveram problemas com o uso do dinheiro e eu gostaria de ajudá-los com isso. Todos os dias somos expostos ao consumo e, se não soubermos como usá-lo, podemos acabar em um prejuízo muito grande. A educação financeira me ajuda a não consumir de forma exagerada ou gastar com coisas desnecessárias. O lanche da escola, por exemplo, eu opto por trazer de casa para impactar menos o orçamento.”

Turismo

 O gráfico a seguir mostra que o turismo internacional ainda não reagiu à crise sanitária:

A comparação é com 2019 e pode existir uma questão sazonal aqui. As mudanças nas regras de recebimento de turista também pode ser um problema. Provavelmente o turismo doméstico deve estar em processo de recuperação.