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07 janeiro 2020

Conformidade da NBC - SP nos estados e municípios

As Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Público vêm passando por transformações. Um dos objetivos dessas transformações é a promoção de maior transparência na aplicação do dinheiro público. Sendo assim, foi estabelecida a seguinte questão: qual o nível de conformidade inicial das normas contábeis das capitais e estados brasileiros? Foi calculada a frequência de adoção dos 32 itens elencados neste estudo, nos estados e capitais; depois empregada a análise do teste de médias; e posteriormente a análise de regressão em painel, efeitos aleatórios, para testar se as variáveis Ativo Total, Liquidez e Endividamento permitiam identificar uma propensão desses em atender aos itens requisitados pelas normas. Observou-se uma evolução das capitais sobre a conformidade das normas na ordem de 50% do ano de 2014 para 2015. Já nos estados, observou-se uma evolução da conformidade na ordem de 81% do ano de 2014 para 2015. O teste de médias indicou que não há diferença entre as conformidades dos estados e capitais. Foi identificada uma relação positiva entre a variável Tamanho dos estados e capitais com a adoção inicial das normas, sugerindo que as unidades com maiores recursos disponíveis estão mais adequadas às exigências normativas contábeis. As unidades com menor recurso e mais endividadas, por sua vez, apresentam grau de conformidade inferior à média.

Texto completo aqui

Estatística da década: Amazônia

Much like Oxford English Dictionary’s “Word of the Year” competition, the international statistic is meant to capture the zeitgeist of this decade. The judging panel accepted nominations from the statistical community and the public at large for a statistic that shines a light on the decade’s most pressing issues.

On Dec. 23, we announced the winner: the 8.4 million soccer fields of land deforested in the Amazon over the past decade. That’s 24,000 square miles, or about 10.3 million American football fields. (...)

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Efeito da crise no Oriente Médio

A crise entre EUA e Irã, com a morte de Soleimani, trouxe a maior queda no preço das ações da Saudi-Aramco. A empresa já perdeu US$200 bilhões em valor de mercado, quando comparado com o máximo após a oferta pública de ações. Agora, a empresa tem um valor estimado de US$1,8 bilhão. É interessante que o preço do petróleo subiu com a crise.

A preocupação é com eventual retaliação do Irã. Apesar da mudança nos preços, o volume de negociação é relativamente baixo, conforme a figura (parte de baixo). Mas uma queda maior pode levar o governo da Arábia Saudita, que é o grande acionista da empresa, a entrar no mercado

Rir é o melhor remédio

Existem dois tipos de pessoas: (1) aqueles que podem extrapolar com dados incompletos ...

06 janeiro 2020

Fator alavancagem: ciclo de crédito e retorno dos ativos

Resumo:

Research finds strong links between credit booms and macroeconomic outcomes like financial crises and output growth. Are impacts also seen in financial asset prices? We document this robust and significant connection for the first time using a large sample of historical data for many countries. Credit boom periods tend to be followed by unusually low returns to equities, in absolute terms and relative to bonds. Return predictability due to this leverage factor is distinct from that of established factors like momentum and value and generates trading strategies with meaningful excess profits out-of-sample. These findings pose a challenge to conventional macrofinance theories.

The Leverage Factor: Credit Cycles and Asset ReturnsJosh Davis and Alan M. TaylorNBER Working Paper No. 26435November 2019

Evidenciação

Parece que falta uma melhor evidenciação no terceiro setor em todo lugar do mundo. E no caso das igrejas, o problema também é grande. Nos Estados Unidos, há uma denúncia sobre a forma como os mórmons, como são conhecidos a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, estão usando os recursos obtidos pelas doações de seus fiéis. O díziimo de 10% arrecadado estaria sendo desviado para outras finalidades. Como muitas vezes tenta-se evitar uma discussão pública, isto termina por aumentar a especulação sobre as finanças da Igreja.

São 16 milhões de fiéis que deve gerar algo em torno de 7 bilhões de dólares de doação.

Scielo

Um texto interessante sobre a função do Scielo:


O SciELO (Scientific Electronic Library Online) foi concebido no Brasil em 1997 – há 22 anos – como uma biblioteca de acesso aberto, baseada na web, com um modelo de publicação que visa indexar, preservar, melhorar e dar alta visibilidade a uma coleção de periódicos avaliados por pares publicados independentemente por sociedades científicas, associações profissionais, universidades e outras instituições de pesquisa.

Atualmente, o modelo está sendo usado por 17 países que compõem a rede SciELO de coleções nacionais de periódicos, com mais de 1.200 periódicos publicando 50 mil novos artigos por ano, apenas 42% em inglês, cobrindo todos as áreas, mas principalmente ciências da saúde, ciências humanas, ciências sociais aplicadas e agricultura. O repositório da Rede SciELO acumulou mais de 700 mil artigos em acesso aberto, que atendem a uma média diária de 1.2 milhão de downloads, de acordo com as regras COUNTER, que excluem robôs.

A principal contribuição do SciELO é o reconhecimento da relevância de seus periódicos para o avanço da pesquisa em uma perspectiva global, pois eles comunicam pesquisas básicas e, principalmente, aplicadas, relacionadas a questões nacionais. Em um aspecto, o SciELO atende à academia e, em outro, informa políticas públicas, comunidades profissionais, currículos educacionais e questões públicas em geral. Juntamente com o Professor Rogerio Meneghini, que cofundou o SciELO comigo, enfatizamos a ideia de que fazer boa ciência significa também fazer bons periódicos. Também estou convencido de que o SciELO e coleções de periódicos similares operam de forma semelhante nos limites de uma dualidade ideal de ciência aberta e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).

O modelo de publicação SciELO é orientado pelas características e fortalezas intrínsecas da web:

A desintermediação de conteúdo, que nos levou a adotar o acesso aberto via dourada e as licenças CC-BY. Durante a Conferência SciELO 20 Anos em 2018, nos comprometemos a adotar as práticas abertas de comunicação científica nos próximos três a cinco anos, incluindo a operação de um servidor de preprints, suporte ao gerenciamento de dados de pesquisa e a abertura da avaliação por pares.
O hipertexto e a interoperabilidade permitiram uma Rede SciELO totalmente descentralizada, que provou ser altamente eficiente na promoção de capacitação nacional, sustentabilidade, operação acessível, escala de conteúdo e visibilidade, e, particularmente, gerenciamento bem-sucedido de assimetrias. O SciELO é um produto de centenas de instituições e milhares de pessoas; autoridades de pesquisa, profissionais da informação, editores, pareceristas etc., para atender a milhões de usuários.
Ser, na medida do possível, “independente das tiranias”, permitindo estruturar uma rede de adesão voluntária e sem acordos formais, garantindo a independência editorial dos periódicos e buscar avaliação e relevância da pesquisa além da simplicidade do ranking deus ex-machina do fator de impacto.

O SciELO possui, desde o início, um status de pesquisa e informação científica certificada, conferida pelas organizações por trás da Rede SciELO. Desejo apenas fazer referência a três delas, pioneiras do SciELO: a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), uma das mais importantes agências de fomento à pesquisa brasileiras, o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e a Comissão Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica do Chile (CONICYT), que adotou o modelo pela primeira vez, iniciando o desenvolvimento da Rede SciELO.

Em resumo, em uma dimensão, a publicação SciELO serve de estrutura para a implementação de políticas públicas nacionais para o desenvolvimento de periódicos avaliados por pares sob condições nacionais e, ao mesmo tempo, faz parte de uma rede internacional seguindo o estado da arte da comunicação científica. E, em outra, a Rede SciELO incorpora um programa de cooperação internacional para o progresso da pesquisa e sua comunicação aberta, com vistas a um fluxo global inclusivo de informação científica que considere a diversidade de áreas geográficas, áreas temáticas, culturas, multilinguismo e a resultante riqueza de assimetrias.

Mudança na auditoria: EUA x Reino Unido

Dois dos principais mercados do mundo estão pensando em mudar as regras para os auditores independentes. Nos Estados Unidos, a SEC, entidade que fiscaliza o mercado de capitais, está trabalhando no sentido de relaxar as regras. No Reino Unido, o Financial Reporting Council (FRC) está pensando em fortalecer a independência.

O Chairman da SEC já afirmou que esta será a prioridade da entidade para o próximo ano. A expectativa é que a mudança de regra possa trazer mais competição no mercado. Já o foco do FRC é evitar um potencial conflito de interesse. No caso britânico, os recentes escândalos (Carillion e Tomas Cook, por exemplo) é a justificativa da escolha.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Barulho no Carro

05 janeiro 2020

Narrativas Econômicas: o novo livro de Shiller

Resumo:

This address considers the epidemiology of narratives relevant to economic fluctuations. The human brain has always been highly tuned towards narratives, whether factual or not, to justify ongoing actions, even such basic actions as spending and investing. Stories motivate and connect activities to deeply felt values and needs. Narratives “go viral” and spread far, even worldwide, with economic impact. The 1920-21 Depression, the Great Depression of the 1930s, the so-called “Great Recession” of 2007-9 and the contentious political-economic situation of today, are considered as the results of the popular narratives of their respective times. Though these narratives are deeply human phenomena that are difficult to study in a scientific manner, quantitative analysis may help us gain a better understanding of these epidemics in the future.

Fonte: aqui

Resultado de imagem para narratives economics




Trabalhando no feriado

An analysis of submissions to two top journals showed that scientists in the U.S. were highly likely to be working during holidays.
A study found that more than a tenth of U.S.-based researchers who submitted manuscripts and peer review reports to journals did so during the holidays.

By Dalmeet Singh Chawla

Dec. 18, 2019

Jay Van Bavel, a social neuroscientist at New York University, is vowing not to work during the Christmas holidays.

A few years ago, Dr. Van Bavel had agreed to conduct peer review on a couple of manuscripts before the end of the semester. But he got really busy and ended up having to do one on Christmas Day and another on New Year’s Eve, while his family was visiting.

“I felt like I let down myself and my family,” said Dr. Van Bavel, who gets asked to conduct peer-review 100 to 200 times a year. But he says he has now learned his lesson, and is not planning to do any work in the Christmas holidays this year, except perhaps the odd email.

If Dr. Van Bavel holds to his vow, he’ll beat the trend of many of his colleagues. While you might be setting an out-of-office message and backing away from your keyboard as the winter holidays set in, many researchers in academia can be found working straight through the season. Scientists based in the United States are, in fact, the third most likely to work during holidays, behind only their counterparts in Belgium and Japan, according to a study published Thursday in BMJ.

The study — aiming to quantify some of the overwork and burnout experienced by researchers in the sciences — examined nearly 50,000 manuscript submissions and more than 75,000 peer-review submissions to BMJ and its sister journal, BMJ Open. More than a tenth of U.S.-based researchers who submitted manuscripts and peer review reports to journals did so during the holidays.

At the same time, researchers in China lead the world in working on weekends, where more than a fifth of academics submitted papers and peer-review reports, followed by those based in Japan, Italy and Spain. More than a tenth of researchers in the United States turned in studies on weekends, and more than 15 percent conducted peer review.

Scandinavian nations had the best work-life balance. Scientists in Sweden were least likely to work during holidays, and those in Norway generally kept their weekends free.

Adrian Barnett, a statistician and metascience researcher at Queensland University of Technology in Australia, who co-wrote the analysis, thought of conducting the analysis while submitting a paper on the weekend.

“This is a real marker of how hard I’m working,” he said.

The study has shortcomings. Among them, it only accounts for manuscript submissions and peer review, just two of many tasks on an academic’s plate, for instance.

“While this study provides a starting point to demonstrate that academics are indeed spending time working on weekends and holidays, it does not delve deeper into the types or amounts of work that academics may be doing on weekends or holidays,” says Valerie Miller, assistant director of postdoctoral affairs at the University of Chicago.

Dr. Barnett acknowledges these shortcomings, although he noted that these markers were most easily traceable because academic publishers time-stamp electronic study and peer-review submissions.

Dr. Miller is currently conducting a survey on the work of postdoctoral researchers, who are usually considered to be early in their careers. A study conducted by the Young Academy of Europe earlier this year found that around half of early-career researchers there work more than 50 hours a week. Other studies have also reported a mental health crisis among graduate students, with large numbers saying their Ph.D. is the cause of their mental condition.

Another limitation of the BMJ study is that it can’t distinguish between researchers’ career stages, and only includes scientists working predominantly in health and medicine.

While submitting a study can lead to a publication that is valuable for an academic’s career, peer-review can be a more thankless task.

Some countries, like Italy, Spain, France and New Zealand report higher percentages of peer-review activity on weekends than manuscript submissions. Dr. Barnett suggests that academics find themselves lacking the time to perform this labor during their workweek because it’s often not considered “actual work.”

As a measure of how peer review is regarded, a survey published earlier this year found that around half of just under 500 researchers had during their careers ghostwritten peer review reports on behalf of senior faculty.

“Peer review is central to the scientific mission and ought to be re-centered in our evaluation systems, not something to be done in an academic’s ‘free time,’” said Rebeccah Lijek, a biologist at Mount Holyoke College in Massachusetts who led the ghostwriting study.
It’s also getting more difficult to recruit academics to conduct peer review, a report released last year showed, and a small batch of reviewers seem to be doing a disproportionate amount of peer review.

Dr. Lijek thinks Dr. Barnett’s findings are only the tip of the iceberg: “What’s still under water are the many hours of labor performed by teams of junior researchers that precede submission.”

Dr. Barnett feels that academics are forced to do too much.

“We’re pushed to produce more so that universities can rise up the league tables,” he said.

With that in mind, Dr. Van Bavel is trying to take a new approach in his lab.

“A few weeks ago, I had a lab meeting where we created a work life balance policy to minimize the pressure to work on the weekend,” he said.

© 2020 The New York Times Company

Retratações

O RetractionWatch é um site especializado em monitorar as retratações na pesquisa científica. É um trabalho notável e já usamos algumas das notícias do site aqui no blog (aqui, aqui e aqui). Ao fazer um levantamento de 2019, o site computou mais de mil retratações. Na verdade, mais de 1.433 (até meados de dezembro).

O site também fez uma lista de dez casos interessantes, que foi publicado na The Scientist. Entre eles selecionamos os seguintes:

a) A retratação de Eric Potts-Kant tem um valor específico: 112 milhões de dólares. O pesquisador, quando vinculado a Duke University, usou dados falsos nas suas pesquisas. E estas pesquisas foram usadas para pedir ajuda pública para a escola. O governo não gostou e cobrou da universidade.

b) O periódico Journal of Fundamental and Applied Sciences teve 434 retratações. Em maio, a Clarivante tirou o periódico do Web of Science.

c) O coreano Cho Kuk publicou em 2009 um artigo no Korean Journal of Pathology em co-autoria com sua filha, que era primeira autora.O detalhe que sua filha estava no ensino médio. Tempos depois, a filha de Cho Kuk estudou na Pusan National University, onde foi reprovada por duas vezes nos exames e recebeu 10 mil dólares de auxílio financeiro.  

d) Em 2017 dois indianos publicaram um artigo no CrystalEngComm. O artigo tinha uma grande semelhança com um manuscrito submetido em outro periódico, Dalton Transactions, onde um dos autores tinha sido parecerista.

Número de autores

A quantidade de papers por número de autores revela um grande número de artigos com mais de mil autores. Parece exagero. Além disto, entre 2009 a 2013 versus 2014 a 2018, este número cresceu para mais de mil artigos. (Via aqui)

Rir é o melhor remédio

Reunião de família

04 janeiro 2020

Luca Pacioli: Father of Accounting

Um vídeo sobre Luca Pacioli. É um pouco antigo (veja os computadores que aparece), mas é bem interessante para quem gosta de história. Infelizmente, sem legendas em português.

Como Custos ajuda a explicar o setor de Streaming

Uma entrevista de Jimmy Iovine tem alguns detalhes interessantes. Iovine é executivo que ajudou a criar a empresa Beats e a Apple Music. Quando questionado sobre o maior problema do streaming de música (como Spotify, Apple Music, Amazon Music, entre outros) e afirmou que era a margem, que não aumenta. Fazendo uma comparação ele disse que na Netflix, ao contrário, “quanto mais assinantes você tiver, menor o custo”. Obviamente ele se refere ao custo unitário. E continua afirmando que “na transmissão de música, os custos seguem você”.

Isto é interessante pois lida com os conceitos básicos de custos: custo variável e custo fixo. O que Iovine disse é que no streaming de música, os custos são essencialmente variáveis. Ou seja, o que interessa é a margem de contribuição, que deve ser necessariamente positiva. Já na televisão, como é o caso da Netflix, as produções próprias fazem com que a existência dos custos associados ao produto exclusivo de cada canal possam ser absorvidos pelo preço. Assim, o aumento no número de assinantes permite a existência de uma economia de escala, que não existe na música.

No setor de música, Iovine destaca que os serviços são iguais. Assim, as músicas existentes na Amazon ou na Spotify são semelhantes. O mesmo parece não ocorrer na televisão: se gosto dos desenhos da Disney, tenho que assinar o streaming da Disney; se quero ver La Casa del Papel, devo assinar a Netflix. Em setores customizados, a guerra de preços pode ser fatal, já que não existe diferenciação no produto.

Ver a declaração dele aqui

Professor demitido por telegrama

Um professor, cujo nome revelaremos no final deste texto, venceu, no Tribunal Superior do Trabalho, um processo contra seu ex-empregador, a Fundação São Paulo-PUC (SP). Irá receber uma indenização de 50 mil reais. Eis a notícia, conforme divulgada no site do TST:

A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a condenação da Fundação São Paulo-PUC (SP) ao pagamento de indenização de R$ 50 mil a um professor que teve sua dispensa comunicada por telegrama. Por maioria, o colegiado entendeu que a forma de dispensa do empregado, “com excelente reputação na empresa e sem qualquer falta ou advertência”, não foi apenas deselegante, mas despótica.

Natal

Na reclamação trabalhista, o professor disse que foi comunicado da dispensa sete dias antes do Natal de 2014. No telegrama, considerado “frio e trágico” pelo empregado, a fundação informava que havia decidido rescindir o contrato a partir de 17/12 e agradecia a colaboração do professor “no período de sua dedicação junto ao seu departamento”. Para ele, foi doloroso tratar de questões rescisórias e realizar exame demissional justamente durante o período de festas natalinas.

Padrão

Em contestação, a fundação afirmou que não houve qualquer irregularidade no fato de a dispensa ter ocorrido às vésperas do Natal e justificou a data com o fim do período letivo e com o agravamento da indisponibilidade de recursos orçamentários. Ainda de acordo com a fundação, a comunicação por telegrama é procedimento padrão, previsto em convenção coletiva de trabalho.

Consideração

O juízo da 60ª Vara do Trabalho de São Paulo (SP) julgou improcedente o pedido de indenização, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região reformou a sentença para condenar a Fundação ao pagamento de R$ 50 mil ao empregado. Para o TRT, não foi apenas a dispensa, mas a atitude abusiva no ato que caracterizou lesão à honra e à imagem do professor.

Função social

Para o relator do caso no TST, ministro Cláudio Brandão, ao rejeitar o exame do recurso contra a condenação, a fundação “não deu ao seu direito potestativo a finalidade social que deveria ser respeitada, cometendo verdadeiro abuso de direito”. O ministro lembrou que o exercício da atividade econômica se condiciona à observância de princípios constitucionais, como a valorização do trabalho humano, a existência digna e de acordo com a justiça social e a função social da propriedade.

Na avaliação do relator, o empregador, ao despedir o empregado por meio de um simples telegrama, após uma vida dedicada à empresa, praticou ato lesivo à sua dignidade. Segundo ele, o ato da fundação configurou tratamento que não pode ser considerado meramente deselegante, mas sim despótico, “porque extrapolou os limites de tolerância de qualquer ser humano”.


O texto não revela o nome do professor, mas um link para o processo mostra que se trata de Rubens Fama, um nome bastante conhecido na área de finanças e contabilidade, com atuação em mercado de capitais, ativos intangíveis, estrutura de capital, governança corporativa e desempenho empresarial. (Atenção, não confundir com Eugenne Fama, da Universidade de Chicago)

Rir é o melhor remédio


03 janeiro 2020

A fuga de Ghosn

O ex-CEO da Nissan, Carlos Ghosn, fugiu do Japão na noite de domingo, após secretamente embarcar em dois aviões particulares para retornar à sua casa no Líbano.

Segundo Robert Allen, um professor da Tulane e especialista em segurança, estima-se que a fuga de Ghosn esteja na faixa de alguns milhões de dólares.

As descrições das pessoas que Ghosn contratou para coordenar a operação de fuga variaram. A Reuters se referiu a eles como uma "empresa de segurança privada", enquanto o Financial Times usou o termo "agentes de segurança privada". Quem planejou a fuga de Ghosn provavelmente era habilidoso, disse Allen, mas provavelmente não foi o trabalho de uma empresa de segurança respeitável, que não iria querer arriscar o dano de ser pego à reputação.

Para realizar esse tipo de operação de alto risco, você precisa planejá-lo de forma a minimizar suas chances de ser detectado. Isso significa viajar à noite e usar um aeroporto privado, o que permitiria ao passageiro embarcar em suas aeronaves mais rapidamente do que em um aeroporto público e evitar verificações de segurança extensas, disse Allen.

Adaptado de: aqui e aqui.