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24 abril 2017

Curso de Contabilidade Básica: Venda do Ativo não Circulante

O ativo de uma empresa é classificado em dois grandes grupos, conforme sua liquidez. Quando o ativo deverá ser convertido em dinheiro até o final do exercício seguinte, o mesmo é classificado no grupo do ativo circulante. Caso isto não ocorra, é considerado como ativo não circulante. Considere o exemplo do estoque. Se existe a pretensão da empresa de vender o estoque até o final do exercício seguinte, o mesmo será considerado como um item do ativo circulante. Por outro lado, se a chance de venda for reduzida, classifica este estoque como um ativo não circulante.

Observe que existe um grau de imprecisão nesta classificação, já que é impossível prever com certeza que um item será convertido em dinheiro até o final do exercício. Aquele estoque que a empresa acreditava vender até o final do exercício pode não ter sido transacionado. Assim como o estoque que existia a previsão de não ser convertido em dinheiro pode ser comercializado. Por isso, a classificação é dada com base na pretensão de venda e não na realização, propriamente dita.

Dessa forma, o que é válido para o estoque também é aplicado a outros itens do ativo. É o caso de terrenos. Se a empresa tiver a pretensão de vender um terreno até o final do exercício seguinte, o ativo é classificado no circulante. Não existindo a intenção de venda, trata-se de um ativo não circulante.

O exemplo apresentado a seguir é da CEB, uma empresa de energia elétrica com atuação no Distrito Federal e entorno. Observe o balanço da empresa:
No dia 31/12/2015 constava do circulante a conta “ativo não circulante mantido para venda” no valor de R$276 milhões. No ano seguinte o valor era de quase R$4 milhões. A empresa pretendia vender diversos terrenos que possuía em Brasília em 2016. Para isto, classificou os valores como circulante, na conta em destaque. No final de 2016 o valor caiu. Pode ter acontecido dois fatos: ou a empresa vendeu parte destes terrenos e por isto não consta mais do seu ativo ou desistiu da venda e novamente considerou estes terrenos como não circulante.

Como os valores são expressivos, a empresa faz um esclarecimento em nota explicativa:

Veja o leitor que ocorreu a segunda hipótese: a empresa não vendeu e passou a considerar os terrenos novamente como não circulantes.

Ao fazer a classificação como “não circulante mantido para venda” a empresa informa ao usuário a intenção de vender seu patrimônio. As razões para isto são as mais diversas. Uma consequência talvez não prevista (ou intencional) é que a classificação adotada no final de 2015 altera a liquidez da empresa.

Links

100 pessoas mais influentes da Time (Neymar na lista)

Estácio faz ocorrência sobre espionagem do presidente (e ex-CEO é suspeito)

Prêmio Sony de fotografia

Reino Unido perde 1 bilhão por fraude de vendedores da Amazon e eBay

HSBC irá pagar para encerrar processo de fraude nos EUA

River piracy ocorreu no Canadá

Rir é o melhor remédio



Dica do Lino! \o/

23 abril 2017

Aulas de Contabilidade no YouTube: Eugenio Montoto

Recebemos um comentário mencionando canais de contabilidade no YouTube e vamos dar algumas dicas. A primeira é o canal relativamente novo do professor Eugênio Montoto, autor do livro "Contabilidade Geral e Avançada" da coleção "Esquematizado".

Abaixo um exemplo do vídeo com resolução de exercícios relacionados à DVA. Os comentários às questões acrescentam conteúdo considerável ao tema tratado.



Como já mencionei anteriormente, acho mais produtivo aumentar um pouco a velocidade de reprodução. Basta colocar o mouse em cima do vídeo sem clicar em nada até que o menu apareça sobre o vídeo. Depois clique no símbolo de engrenagem, vá para a opção "velocidade" e escolha a que melhor se adéqua ao conteúdo assistido.

E você, que vídeo indica?

Construção civil: Formação Estratégica e Sistemas de Controle Gerencial

Saiu a nova edição da revista Contabilidade, Gestão e Governança e gostei muito deste artigo:

Relação Entre Formação Estratégica e Sistemas de Controle Gerencial dos autores: Marcia Athayde Moreira, Danilo Lacerda Borges, Ana Margarida Santiago

O resumo diz: Esta pesquisa teve como objetivo analisar as relações existentes entre a formação estratégica das empresas e seus sistemas de controle gerencial [...]. Foram realizados dois estudos de caso em duas empresas do setor de construção civil da região metropolitana de Belo Horizonte/MG. Nessa perspectiva, identificou-se que as empresas pesquisadas utilizam estratégia genérica de enfoque para vender seus empreendimentos, sendo que uma empresa possui planejamento de longo prazo e a outra se guia por perspectivas de curto prazo. As empresas analisadas possuem diversas ferramentas formais de controle, contudo notou-se que parte dessas ferramentas existem com o objetivo de atender as normas e auditorias estabelecidas por órgãos certificadores, não sendo utilizadas para a tomada de decisão. Nesse sentido, concluiu-se que a relação existente entre os controles gerenciais e a formação da estratégia dessas empresas se dá de forma passiva, servindo os sistemas de controle gerencial como garantidores da realização das estratégias e metas organizacionais, mas não sendo os mesmos usados efetivamente como forma de identificação de oportunidades e fonte da formação de novas estratégias.

A pesquisa com duas empresas já foi bem interessante, imagina com mais! Torna-se ainda mais atraente quando consideramos que as empresas de construção civil têm chamado muita atenção do público em geral frente aos escândalos sobre a corrupção no Brasil. Dá pra fazer uma campanha pras empresas obrigarem incentivarem os gestores e contadores a participarem com mais afinco de questionários e trabalhos acadêmicos?

Sobre a amostra:

Foram realizados dois estudos de caso em duas empresas do setor de construção civil da região metropolitana de Belo Horizonte, MG, entre 19 empresas originalmente selecionadas junto ao Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), tendo como critério o nível de estruturação dos controles internos. Todas as 19 empresas foram contatadas por e-mail e telefone e as duas empresas pesquisadas foram as que aceitaram o convite.

Rir é o melhor remédio


22 abril 2017

Fato da Semana: Efeitos do combate à corrupção

Fato: Efeitos do combate à corrupção

Data: durante a semana

Contextualização
- Na medida que as investigações e os processos da operação lava-jato e de outras investigações avançam é possível sentir seus efeitos. Numa semana é os dirigentes de uma empreiteira, revelando os bastidores de corrupção da política brasileira; na outra, é a delação de algum político; a seguir, mais revelações, prisões e segredos revelados. Sabemos hoje que muitas empresas só conseguiam competir através de esquemas que envolviam fraudes, pagamentos indevidos e outros crimes. Outras, parece que foram constituídas com esta intenção.

Nesta semana tivemos mais um pouco do que já ocorre nos últimos meses. Podemos estar neste exato momento construindo as bases de um país mais honesto, onde o dinheiro público do contribuinte é usado de maneira mais justa. Ou veremos nas próximas semanas a reação dos investigados.

Relevância
- Trata-se de um momento histórico, onde a forma desonesta de fazer negócios está sendo julgada.

Neste cenário é interessante o esforço da Odebrecht em tentar salvar algo que resta do império, vendendo ativos e tentando negociar dívidas.

Notícia boa para contabilidade?

Sim. As instituições estão funcionando e colocando nas grades vários corruptos. Não, onde estão as entidades de classe da profissão?

Desdobramentos
O otimista dirá que estamos fazendo algo inédito no mundo. O pessimista irá lembrar que os corruptos não ficarão parados, esperando sua condenação. Haverá um pacto? Quanto à Odebrecht acredito que hoje suas chances de sobrevivência são iguais as de descontinuidade.

Mas a semana só teve isto?
A questão da governança da Aramco, a persistência do problema do desemprego do setor e os 11 anos do blog são outras notícias da semana.

P.S. Como ocorre muitas vezes, tive muita dificuldade de escolher o fato da semana. Confesso que a questão dos efeitos do combate à corrupção é um fato de várias semanas, como o leitor já deve ter notado. E o fato da semana é algo mais pontual e específico e nas semanas anteriores sempre encontrei algo relevante. Nesta semana as alternativas disponíveis não me pareceram tão importantes assim: Aramco é uma notícia que já se estende há semanas; os dados do desemprego não apresentaram uma grande mudança recente que fosse motivo de destaque; e os 11 anos do blog pareceu uma notícia de interesse dos nossos leitores.

Rir é o melhor remédio


21 abril 2017

Saga do Desemprego Continua no Setor Contábil

Segundo dados do Ministério do Trabalho, divulgados esta semana e coletados por este blog, o problema do desemprego no setor contábil continua. No mercado de trabalho formal foram contratados 8.221 profissionais em março e demitidos 9.790, indicando uma variação negativa de 1.569 vagas.

É interessante lembrar que em janeiro de 2017 tivemos o primeiro mês com criação de vagas no mercado de trabalho formal do setor contábil desde outubro de 2015. Em fevereiro foi a vez dos dados globais apresentarem criação de vagas, a primeira desde março de 2015. De 2014 para cá foram quase 3 milhões de vagas de empregos que foram destruídas na economia brasileira. No setor contábil foram 33.450 vagas a menos de janeiro de 2014 até março de 2017.

Assim, a reversão de tendência ocorrida em janeiro no setor contábil (e em fevereiro na economia) parece muito mais algo passageiro. Os números do mês são ruins: o salário dos demitidos é 22% mais alto do que o salário dos admitidos e o tempo médio de emprego dos demitidos está aumentando (36,83 meses em média) indicando que a crise também ocorre nos funcionários com maior experiência de trabalho. O pior é que o número de demitidos foi sempre maior do que os admitidos, não importa o gênero, o grau de escolaridade e o tipo de trabalho. Em nove categorias pesquisadas (gênero, escolaridade e tipo), em todas tivemos destruição de vagas de trabalho.

20 abril 2017

Texto Como Dado

As primeiras pesquisas na área contábil usavam os números produzidos pela contabilidade e os preços das ações das empresas. Nos últimos anos, cresce as pesquisas que extrapolam o conforto de tomar as cotações das ações e fazer relações estatísticas com alguma variável (divulgação de uma notícia, desempenho da empresa, evolução temporal são alguns dos itens de uma lista grande). Os pesquisadores começaram a perceber que contabilidade não significa só número. Quando uma empresa divulga suas demonstrações contábeis, a grande maioria das informações, nos dias de hoje e para grandes empresas, são apresentadas em textos. Somente uma pequena parcela sãos os números das demonstrações contábeis. Mais ainda, a comunicação de desempenho de uma empresa com seus investidores não ocorre somente em quatro datas fixas ao longo do ano; nos dias de hoje, uma empresa está entregando informações sobre seu desempenho cada vez que divulga uma informação na rede social ou num fato relevante ou numa declaração de um gestor para algum canal de comunicação.

Se o número tem o poder de dar uma informação de forma “precisa”, o texto pode ser amorfo. Se a coleta do valor do lucro de uma empresa é feita rapidamente através da linha deste item na demonstração do resultado, o mesmo não se pode dizer do sentimento da empresa sobre as suas perspectivas futuras, que poderia estar expressa no relatório da administração ou num comentário do seu twitter oficial.

Assim, não é surpresa nenhuma olhar a história da pesquisa contábil e certificar que a grande maioria dos artigos tiveram nas suas informações numa base de dados numérica. Além disto, o pesquisador que se aventurou em usar os dados textuais – oral ou escrito – teve que enfrentar dois grandes desafios. O primeiro é a coleta e tratamento dos dados. As narrativas geralmente não estão disponíveis a um clique da base de dados existente na minha universidade; elas precisam ser coletadas, reunidas, convertidas de PDF para um arquivo texto e criadas as condições de análise. O trabalho é enorme.

O segundo grande desafio é a subjetividade da informação. Quando um pesquisador coleta um lucro de 134 milhões de reais num exercício social de uma empresa, esta é a informação “precisa” e clara que ele irá usar. Mas quando um executivo de uma empresa escreve “outra conquista importante foi conviver e superar um contexto macroeconômico hostil” o que isto significa? (Esta frase peguei por acaso o Relatório da Administração da CEB) Isto é uma afirmação otimista ou pessimista? E junto com a subjetividade existe a desconfiança sobre a existência de “erros” na pesquisa.

Mas o aparente esgotamento das pesquisas estritamente numéricas, a exigência dos avaliadores de que uma pesquisa deve trazer algo mais que uma aplicação de um método quantitativo para um conjunto de números que estão disponíveis, a expansão da comunicação não numérica entre empresa e usuário, além do surgimento de instrumentos para este tipo de pesquisa, podem ser um anúncio de que as pesquisas com textos serão promissoras.

Neste sentido, o artigo “Text as Data”, de Matthew Gentzhow, Bryan Kelly e Matt Taddy não somente destacam a relevância deste tipo de pesquisa, como indicam algumas das ferramentas existentes e apresentam alguns exemplos relevantes. Um exemplo é sua utilização para preços das ações. Outro, a determinação de autoria de um texto. Também é possível usar a pesquisa narrativa para determinar o sentimento de um banco central nos seus comunicados. Ou observar o sentimento da imprensa. E assim por diante.

Futuros pesquisadores: o desafio está lançado.

Links

Ação contra PwC (EUA) por discriminação na idade

Os melhores designs anunciados (ao lado)

As vantagens de fazer o resumo de um artigo numa linguagem simples

A cor do automóvel e a chance de roubo

Fotografias de dentistas no passado

O desafio da marca Sharapova na sua volta ao tênis

Esforço da Odebrecht para sair da crise

O Valor Econômico traz uma análise da situação financeira do grupo Odebrecht. (O texto pode ser acesso aqui, para assinantes). Diante das revelações e da desconfiança do setor financeiro, a empresa trava uma luta pela continuidade. Os processos judiciais representam uma grande saída de caixa, seja em multas, impostos atrasados, além de sinalizar um potencial enorme nos atrasos dos repasses do governo. Reduzindo a entrada de caixa e aumentando os pagamentos, o saldo existente de 17 bilhões de reais pode ser pouco para suportar a crise. O texto também afirma que o balanço deve ser publicado com atraso. E, segundo estimativa deste blogueiro, com um grande prejuízo, já que a empresa deve reconhecer provisões judiciais, perdas de recuperabilidade e resultado negativo na venda de ativos.

Com respeito a este último item, o esforço do grupo é fazer caixa (vide figura acima). É a estratégia do "vão-se os anéis, ficam os dedos". Mas a forma de fazer negócios da empresa precisa ser alterada e este fato também deve ser levado em consideração. Além disto, a Odebrecht virou um nome maldito: fazer negócios com o grupo será visto com desconfiança.

As chances de descontinuidade são grandes neste momento. Uma mudança radical, com a venda do grupo, a saída da família dos negócios, a mudança do nome ou o conjunto destas medidas pode ser a solução possível.

Resenha: Imposters

Um dia Ezra Bloom descobre que sua esposa, a mulher dos seus sonhos, foi embora. Mas não somente isto: ela limpou as finanças da empresa da família e alertou que se Ezra tentasse segui-la, um segredo familiar seria revelado. Ao final do primeiro episódio, Ezra descobre que não está sozinho no reino dos trouxas: Richard aparece para dizer que também sofreu o mesmo golpe. Os dois decidem procurar a vigarista e descobrem Jules, uma artista que também foi enganada. O trio se junta para encontrar a impostora, que aplica estes golpes junto com Max e Sally, sob a supervisão de uma figura sinistra, chamada Doctor. Maddie, a vigarista, está em Seattle para mais um golpe num gerente de banco.

Este é o início da série Imposters. Não é nenhum Breaking Bad ou House of Cards, que permite grandes reflexões. Sua nota é um 7,8 no IMDB, o site com informações sobre filmes e televisão. Mas é aquele programa que tem uma surpresa a cada episódio, sem muita enrolação. Os personagens são simpáticos e a cultura dos golpistas mostra que a malandragem não é exclusividade brasileira. Cada episódio tem o padrão de 41 minutos. Não existe nenhum astro conhecido, a exceção de Uma Thurman (a noiva de Kill Bill e Mia de Pulp Fiction), que faz um papel relativamente pequeno.

No primeiro episódio, Max, um dos parceiros de Maddie, trabalha como contador na firma da família de Ezra Bloom. Em outros episódios existem casos de lavagem de dinheiro, uso de dinheiro público sem controle e outros assuntos pertinentes.

Vale a Pena? - Para quem deseja uma série para passar o tempo, sem muita pretensão, Imposters é uma boa recomendação.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

19 abril 2017

Links

CVM divulga o estado atual dos processos relacionados com a Petrobras

Um site com buscador para os documentos da Lava-Jato: contabilidade tem 1700 resultados

Usar "brancos" em personagens "não brancos" é péssimo para Hollywood

O propósito da felicidade e sua origem

(E a evolução do verbete hapiness na Wikipedia)

Curso de Contabilidade Básica: Processos Judiciais para uma empresa

Há uns dias atrás, fizemos um texto que tratava sobre processos judiciais da empresa BrasilBrokers (ver aqui). Ali, informamos que um processo judicial contra uma empresa deve ser classificado de acordo com a expectativa de perda em: prováveis, possíveis ou remotas. Essa classificação do passivo é importante para o tratamento contábil das provisões. Encerramos o texto com uma pergunta questionando em que situações essa empresa poderia não reconhecer esse passivo em seu Balanço Patrimonial? A resposta é que, nos casos em que a possibilidade de perda é remota, a empresa não contabiliza um passivo em seu Balanço. Ela apenas reconhece o processo judicial em Notas Explicativas.

Vejamos o caso da Tim, empresa de comunicações. Observe o balanço, no passivo de longo prazo. Existe uma provisão para processos judiciais e administrativos, com valor de 478 milhões de reais, na coluna de 2016. Este valor é uma estimativa da empresa, baseada na opinião dos seus consultores jurídicos. É um valor superior ao existente no final de 2015, de 416 milhões. Isto significa que o risco de perdas nos processos que correm na justiça aumentou em 62 milhões (a primeira coluna refere-se ao exercício que terminou em 31/12/2016; a segunda coluna, aquele que terminou em 31/12/2015):


Trata-se de uma provisão, conforme discutimos no segundo volume do livro Curso de Contabilidade Básica. A nota explicativa 24 mostra esta mudança com detalhes:

Em razão do grande número de normas existentes no Brasil e da morosidade do judiciário em julgá-las, as empresas podem estar envolvidas numa grande quantidade de processos, na área cível, trabalhista ou tributária. E quando a empresa atua em certos setores, podem existir clientes com processos de valores elevados.

Observe que a empresa pagou 413 milhões de reais nestes processos, sendo que a maior parte eram processos cíveis, ou seja, ações movidas por consumidores, Procon, Ministério Público, ex-parceiros e outros.

O balanço da empresa apresenta outra conta que desperta interesse, agora no ativo da empresa: depósitos judiciais. Este é um item com valor expressivo: 1,1 bilhão de reais ou 3,1% do ativo da empresa. Uma pergunta interessante: como um depósito judicial pode ser um ativo?


Em muitos processos que a empresa responde, a justiça determina que a Tim reserve um dinheiro para o caso de perda. A empresa então deposita este dinheiro numa conta bancária, que fica retido até o término da questão. Como já dito, os processos judiciais no Brasil são numerosos e a justiça é lenta. Estes valores vão se acumulando nesta conta bancária. Se a empresa vencer o processo, o dinheiro é liberado e volta para a conta bancária normal da empresa; se perder, o dinheiro é usado para quitar a dívida do processo.

De certa forma, a Tim informa que tem reservados 1,1 bilhão de reais para os processos, mas acredita que deverá pagar menos da metade deste valor. Ou seja, deverá perder 43%. Observe que esta é uma estimativa grosseira, já que nem sempre há uma relação direta entre os Depósitos Judiciais (conta de Ativo) e a Provisão (conta de Passivo).

Escassez de contadores nos EUA

Companies adjusting to accounting-rule changes in the U.S. are running into a problem: There aren’t enough accountants to go around.

Health-products company Johnson & Johnson took six months last year to fill an open position for a junior-level accountant in its financial-compliance department, a delay that annoyed Stephen Rivera, a senior director.

“It’s very difficult to find qualified people,” he said. “The big accounting firms are taking them all.”


Amid accounting changes to the Generally Accepted Accounting Principles that govern U.S. financial reporting, companies are scrambling to find so-called technical accountants, regulatory experts who can understand the rules and ensure that management and staff comply.

Large companies can outsource the work to big accounting firms but would prefer to have their own expertise to maintain internal standards as regulators pay more attention to corporate-accounting practices, said Mr. Rivera.

“It’s a question of creating bench strength,” he said.

The unemployment rate for experienced accountants and auditors was 2.5% in 2016, compared with the overall rate of 4.4% for experienced workers, according to the Bureau of Labor Statistics. The jobless rate for accountants has come down steadily from 4.2% in 2011, the earliest year during which the BLS adopted new job classifications.

“Based on the unemployment rate, it’s going to be harder for everybody to fill a job,” said Paul McDonald, a senior executive director at staffing firm Robert Half International Inc.

Increasingly, the companies are competing for talent with major accounting and audit firms that had once served as a reliable pipeline for corporate finance back offices.

Some of the firms have changed their work culture in a bid to keep workers happy and keep them longer. When Len Combs started working at accounting and consulting firm PricewaterhouseCoopers LLP in 1992, long hours at the office were the norm, and work-life balance wasn’t a priority.

“The idea was, if you don’t like it, go do something else,” said Mr. Combs, now U.S. chief auditor for the firm. Accordingly, many young associates quit and took jobs in corporate-finance departments at public companies.

PwC has recently lowered its turnover rates, in part by allowing associates to work from home and permitting them more flexible hours. Employees also get perks at the office such as treadmill desks, and Ping-Pong and foosball tables.

Turnover in the company’s audit and compliance group for employees who had been there three to five years fell to 20% last year from 26% in 2014, according to a PwC report.

The shrinking pool of available accountants is putting pressure on companies as they begin to apply new Financial Accounting Standards Board rules. The changes affect the way firms book revenue and report the value of leases held on their balance sheets. The rules don’t take effect right away: Public companies must apply new revenue standards for fiscal years beginning after Dec. 15, and new lease rules begin in 2019. Still, corporations must assess and revise two years of past financial reports.


“There is a demand for technical expertise, absolutely,” said Robert Grecco, controller at luxury fashion brand Ralph Lauren Corp. “And that demand is only going to increase.”

Mr. Grecco has four technical accountants on his team. He is paying them annual salaries ranging from $150,000 to more than $250,000. The median salary for accountants and auditors in the U.S. was $67,190 a year, according to the of Labor Statistics.

Enrollment in accounting programs hit a record in 2014, surpassing 250,000 for the first time since at least the 1993-94 school year, according to a study by the American Institute of CPAs, a trade group.

Many accounting firms are plucking undergraduates soon after they complete their degrees, said Pat Hopkins, chair of the graduate accounting programs at Indiana University’s Kelley School of Business.

The school’s enrollment in undergraduate accounting programs rose more than 10% between 2012 and 2016, he said. That could partly be explained by aggressive efforts by schools and accounting firms to market accounting as a career.

The number of accounting graduates hired by accounting firms surged to a record 43,252 in 2014, the most recent year for which the AICPA has statistics. That represented a 7% jump from 2012, when the group conducted its prior study.

PwC has started outreach efforts to entice high-school students to enter accounting programs at college. This suggests the accountant shortage, while immediate, may not be a long-term problem. “The pipeline is full,” said Mark Koziel, executive vice president for firm services at the AICPA.


Fonte: aqui

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Fonte: Aqui

18 abril 2017

Enquanto isso, no Instagram do Blog...

Uma publicação compartilhada por Blog Contabilidade Financeira (@contabilidadefinanceira) em

Ciência e gasto em pesquisa

No Futility Closet uma história interessante sobre a importância da pesquisa (transcrito abaixo com adaptações):

Em 1970, pouco depois do primeiro pouso na lua, o cientista Ernst Stuhlinger recebeu uma carta de uma missionária, Irmã Mary Jucunda, na Zâmbia, questionando como o governo poderia justificar gastar bilhões de dólares em exploração espacial enquanto existiam tantas crianças na Terra morrendo de fome. Ele respondeu com uma história:

Cerca de 400 anos atrás, existia um conde em uma pequena cidade na Alemanha. Ele era uma boa pessoa e deu uma grande parte de sua renda para os pobres em sua cidade. Isso foi muito apreciado, porque a pobreza era grande naquela época e havia epidemias que devastavam o país.

Um dia, o conde encontrou um homem estranho. Ele tinha um pequeno laboratório em sua casa e trabalhava duro durante o dia para que pudesse usar algumas horas da noite para trabalhar em seu laboratório. Ele montou as lentes em tubos e ele usou esse aparelho para olhar para objetos muito pequenos. O conde estava particularmente fascinado pelas criaturas minúsculas que podiam ser observadas com o aparelho e que ele nunca tinha visto antes. Ele convidou o homem a mudar seu laboratório para o castelo e devotar todo seu tempo no desenvolvimento e aperfeiçoamento do seu aparelho ótico.

Os habitantes da cidade, no entanto, ficaram zangados quando perceberam que o conde estava desperdiçando seu dinheiro, como eles pensavam, em algo sem propósito. "Estamos sofrendo a praga", disseram eles, "enquanto ele está pagando esse homem por um hobby inútil!" Mas o conde permaneceu firme. "Eu também apoiarei este homem e seu trabalho, porque eu sei que algum dia algo sairá dele!"

Na verdade, algo muito bom saiu deste trabalho, e também de trabalho semelhante feito por outros em outros lugares: o microscópio. É sabido que o microscópio tem contribuído mais do que qualquer outra invenção para o progresso da medicina e que a eliminação da peste e muitas outras doenças contagiosas na maior parte do mundo é em grande parte resultado dos estudos que o microscópio tornou possível.

O conde, ao destinar parte de seu dinheiro gasto para pesquisa, contribuiu muito mais para aliviar o sofrimento do ser humano do que ele poderia ter contribuído, dando tudo que tinha, para a sua comunidade cheia de pragas.

A história mostrou que o cientista estava correto. A exploração espacial possibilitou o desenvolvimento de inúmeros produtos e melhorias desfrutados por nós dos dias de hoje (figura).