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14 novembro 2015

Fato da Semana: Petrobras (46 de 2015)

Fato da Semana: Nesta semana a empresa divulgou os resultados do terceiro trimestre de 2015. Com um prejuízo de 3,8 bilhões, a empresa não mudou sua estimativa dos efeitos da corrupção na empresa, alegando não existir fato novo. Mas recentemente a Polícia Federal indicou que talvez o valor que a empresa estimou não esteja correto. Apesar disto, é fato que a Petrobras está aumentando seu caixa.

Qual a relevância disto? A Petrobras é a maior empresa brasileira em diversos parametros. A divulgação dos números é sempre uma possibilidade de estudar diversos aspectos da contabilidade.

Positivo ou negativo? Por um lado, o não reconhecimento adequado dos efeitos da corrupção e o resultado negativo. De outro, o fluxo de caixa das operações e um caixa e equivalentes próximo a cem bilhões de reais. Nem positivo nem negativo.

Desdobramentos - Apesar do aumento do caixa, permanece o problema da dívida. Recentemente a empresa tentou um lançamento de debentures que teve que ser cancelado por falta de interessados. Mas será que conseguirá se manter sem fazer uma grande captação ou uma venda de seus ativos?

Petrobrás, again

A imprensa destacou que o prejuízo de R$3,8 bilhões na divulgação dos resultados do terceiro trimestre da Petrobras. Logo na página da empresa, o destaque para uma medida horrorosa chama Ebitda Ajustado, com valor de 15,5 bilhões de coisa nenhuma. O título de empresa mais endividada do mundo também não ajuda e o mercado acionário parece que não gostou dos números da empresa, já que o preço das ações caiu 4% nas preferenciais e 2,66% nas ordinárias.

As demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2015 não tiveram o suspense daquelas do ano passado, quando se criou uma expectativa sobre como a empresa iria reconhecer as graves falhas do controle interno da empresa e se a auditoria aceitaria a estimativa da Petrobrás.

Alguns dos números divulgados não tão ruins. Apesar do prejuízo, a empresa conseguiu gerar caixa com suas operações num de 61 bilhões de reais, suficientes para os desembolsos líquidos para investimentos, de R$28 bilhões e R$3 bilhões para financiamento. Estes números ajudaram a aumentar o caixa da empresa em 56 bilhões no ano, o que fez com que o caixa da empresa chegasse a quase 100 bilhões de reais. Esta reserva pode ser útil para ajudar a empresa a enfrentar as negociações com os credores.

Mas as demonstrações contábeis mantiveram a estimativa de perdas contábeis com a corrupção no nível de 6 bilhões, conforme a empresa considerou no ano passado. Este blog tinha feito uma estimativa de 20 bilhões e insiste que os números da empresa apresentam alguns problemas. Segundo as demonstrações não existiu nenhum fato novo que alterasse o valor dos efeitos da corrupção na empresa. Na semana passada um blog de oposição afirmou que a Polícia Federal tinha obtido um valor de até 42 bilhões de reais. Este valor foi confirmado pelo Estado de S Paulo esta semana e mesmo assim a empresa insiste que não existe nenhum fato novo. Isto significa que a empresa não efetuou a amortização necessária para ter um balanço mais próximo da realidade.

Para finalizar, a empresa recebeu uma pequena parcela que foi desviada durante anos. A contabilidade registrou estes valores como “outras despesas, líquidas (ressarcimento de gastos adicionais capitalizados indevidamente)”.

(Cartoon: Aqui)

O Mágico de Oz: Iris e as partidas dobradas

Uma das manias no mundo literário é recontar clássicos. Há uma série de livros intitulada “Dorothy Must Die”, escrito por Danielle Paige, que apresenta histórias que acontecem após o “final feliz” de “O Mágico de Oz” original, de L. Frank Baum.

A trama é desenvolvida em uma trilogia, mas há algumas “novelas” (semelhantes a contos, se relacionam à história principal, mas apresentam-se sob o ponto de vista que não o do protagonista).


Na novela #0.3, “The Wizard Returns”, Iris quer mostrar à sua rainha que o chanceler está desviando recursos. A forma como ela encontra a traição é por meio da contabilidade – ela gosta muito de números e fala disso o tempo todo, mas é "apenas uma guarda" então ninguém a leva a sério. 

Quando questionada sobre o porquê de não usar os dados para provar o ponto de vista dela, ela diz que ninguém mais consegue entender as informações (partidas dobradas)! Achei inusitado e por isso resolvi postar aqui!


E já lá para o meio da história, quando seu amigo fala: "boa sorte", ela responde algo como: "Contabilidade com partidas dobradas não é uma questão de sorte, mas de habilidades".



O que você acha? Na minha opinião contabilidade é legal. ;)
Mas acho que muitos alunos vão dizer que é preciso um pouco de sorte para balanço fechar.
Será?

13 novembro 2015

Rir é o melhor remédio


Lista: os 40 melhores departamentos de contabilidade do mundo

Um artigo bem recente fez um ranking dos 100 melhores departamentos de contabilidade do mundo, usando como critério o número de citações nos 23 melhores periódicos de contabilidade. Só foram classificados as universidades da América do Norte, Europa e Ásia, pois as demais regiões do mundo publicam muito pouco nos melhores periódicos e, por conseguinte, têm pouco impacto na pesquisa contábil em nível internacional.

1-U Penn

2 -U Chicago

3- Stanford U

4 -U Michigan

5- Harvard U

6- U Southern California

7- New York U

8- MIT

9- U Washington

10- U North Carolina-Chapel Hill

11- Columbia U

12- Northwestern U

13- U Rochester

14- Duke U

15- Cornell U

16- U Texas-Austin

17- UC-Berkeley

18- London School Economics

19- U Iowa

20- U Manchester

21- Indiana U

22- UW-Madison

23- Michigan State U

24- U Illinois

25- Hong Kong U Science Tech

26- Monash U

27- U New South Walesa

28- Emory U

29- Lancaster U

30- Georgia State U

31- Ohio State U

32- Penn State U 

33- U Utah

34- Washington U

35- U Arizona

36- UCLA 

37 -U Missouri

38- U British Columbia

39 -London Business School

40- U Georgia

Fonte: Using Google Scholar citations to rank accounting programs: a global perspectiveJY Chan, KC Chan, JY Tong, FF Zhang - Review of Quantitative Finance and Accounting, 2014

Má conduta

A justiça de Nova Iorque está investigando a empresa Exxon por fraude. Ao longo dos últimos anos a empresa questionou as mudanças climáticas utilizando, para isto, pesquisas financiadas pela empresa. A justiça está verificando se a empresa está enganando o público com estas pesquisas.

Já se sabe que a empresa contrata pesquisadores para reforçar sua posição ou para criar dúvidas sobre pesquisas científicas. Em algumas empresas as técnicas incluem ataques aos pesquisadores por “má conduta”.

Leia mais aqui

Fasb aprova Leasing

O FASB aprovou novas normas de arrendamento que devem ser emitidas no início de 2016, informou o Journal of Accountancy.

As novas normas irão promover a contabilização de muitos contratos de arrendamento como ativos das empresas. Pelas normas, o contrato transmite o direito de controlar o uso de um ativo, que deve representar um ativo e um passivo para os locatários. Os contratos podem ser do tipo A ou B, sendo que a classificação irá determinar a forma de contabilização. Isto é uma diferença para o Iasb, que irá considerar somente uma forma de contabilidade. Mas os contratos de curto prazo não serão contabilizados.

O Fasb também votou o projeto de classificação e mensuração de instrumentos derivativos. Ao contrário do arrendamento, onde a votação foi um tranquilo 6x1 no placar, esta norma apresentou mais polêmica: 4x3. Os membros divergentes do Fasb consideraram que a norma não traz melhorias representativas.

Links

Adicionar mais fotografias do produto vendido na internet pode reduzir o desejo de comprá-lo

Fasb deve estar votando sobre a regra de Leasing nos próximos dias

Os efeitos de um acadêmico nos conselhos das empresas: melhor desempenho, mais patentes, menos remuneração do CEO ...

Palavras de amor em diversas línguas difíceis de serem traduzidas (inclui Cafuné)

Postou fotografia com o bilhete premiado no Facebook e alguém usou o código de barras para retirar o dinheiro (ao lado)

Ebitda Ajustado

O gráfico mostra o crescimento da utilização do Ebitda Ajustado. Geralmente feito para confundir e manipular, o valor do Ebitda ajustado apresenta pouca informação, mas as empresas insistem a usá-lo.

12 novembro 2015

Rir é o melhor remédio


Por que os CEOs aceitam receber salário de 1 dólar?

Resumo:

We examine the determinants and outcomes of Chief Executive Officers (CEOs) accepting a $1 salary, a compensation practice that occurs relatively frequently in high-profile firms and is debated by regulators, investors, and the media. Using a hand-collected sample of 93 CEOs from 91 firms between 1993 and 2011, we examine the triggers preceding the $1 salary decision, the factors associated with the decision, subsequent stock returns, and the outcomes for the CEOs. Our evidence is consistent with two explanations for the phenomenon: (i) it is a gesture of sacrifice by CEOs of firms in crisis, and (ii) it is a signal of better future performance by CEOs of growing firms. Our analyses highlight the two different circumstances and shed light on an interesting debate that has thus far been supported only by anecdotal evidence.

Fonte: Hamm, S. J. W., Jung, M. J. and Wang, C. (2015), Making Sense of One Dollar CEO Salaries. Contemporary Accounting Research, 32: 941–972. doi: 10.1111/1911-3846.12136