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15 junho 2013

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1 – O banco UBS foi acusado de ajudar os ricos reduzir os impostos pagos através de uma dupla contabilidade. O país que está acusando o banco é
Estados Unidos
França
Suíça

2 – O bilionário saudita Alwaleed bin Talal fez uma reclamação à revista Fortune:
Que ele paga mais impostos do que revelado pela revista
Que ele possui mais automóveis que revelado pela revista
Que sua fortuna é maior que a revista afirma

3 – A jovem Farrah Abraham está estudando contabilidade e auditoria e irá fazer um filme chamado Internal Auditing. Internal Auditing é um filme
De espionagem
De terror
Pornográfico

4 – No primeiro filme de Abraham ela recebeu
1.500 dólares
150.000 dólares
1.500.000 dólares

5 – Os bancos HSBC, Credit Suisse e ING estão cobrando desta empresa 530 milhões de reais. Eles acusam de ser sócia oculta da Imcopa, que pediu empréstimos e não pagou. Esta empresa é
Cervejaria Petrópolis
CGX
JBS

6 – As empresas que receberiam indenização pelo fim do contrato de concessão tiveram uma grande surpresa: não irão receber aquilo que estavam esperando. Isto ocorreu em razão
Da cobrança de imposto sobre o valor a ser recebido
Pela mudança nas regras do pagamento
Pelo recebimento através de precatórios

7 – O AICPA lançou uma norma para
Empresas de auditoria
Operações de leasing
Pequenas e médias empresas

8 – Ainda com respeito a norma do AICPA, esta entra em conflito com
IASB
PCC
SEC

9 – Esta celebridade foi notícia esta semana por ser mais um com problemas com o fisco. No caso, o fisco espanhol:
Julio Iglesias
Messi
Shakira

10 – Este produto subiu nove vezes acima da inflação e foi a palavra mais procurada na sexta-feira
Feijão
Tomate
Vinagre

Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze

Respostas: (1) França; (2) sua fortuna é maior que a revista afirma; (3) pornográfico; (4) 1.500.000 dólares; (5) Cervejaria Petrópolis; (6) Da cobrança de imposto (7) Pequenas e médias empresas; (8) PCC; (9) Messi; (10) Vinagre

Como estudar sozinho em casa

Dicas rápidas e simples que sairam na Superinteressante. Dica de Rafael Bevilaqua, a quem agradecemos.
(Clique na imagem para ampliá-la).

Consolidação 2

As novas normas para definição de controle e contabilização de empreendimentos em conjunto causaram muita confusão no mercado. O entra e sai de projetos nos balanços e a falta de clareza sobre os impactos da adoção dos IFRS 10 e 11 deixaram investidores e analistas no escuro sobre o desempenho efetivo das companhias no começo do ano.

As maiores queixas vieram do setor de energia elétrica, no qual os efeitos das medidas do governo para reduzir a conta de luz já geraram distorções significativas. "É praticamente impossível saber o que foi efeito de reavaliação de ativos regulatórios, dos novos preços praticados pelas empresas e ou das novas regras de consolidação", afirma o analista de um banco de investimento.

No setor, foram poucas as empresas que divulgaram comparativos sobre o que seria o balanço sob as regras antigas. Por essa razão, a Ernst & Young não conseguiu medir o impacto das medidas para o segmento neste ano. A conta só foi possível para o primeiro trimestre de 2012, comparando os dados apresentados no ano passado e reapresentados neste ano, já sob a vigência das novas regras.

Em relatório, o analista Antonio Junqueira do BTG Pactual afirma que, no balanço da Cemig, R$ 4 bilhões de dívidas "sumiram" sob as novas regras de consolidação, mas não houve divulgação de mais detalhes sobre a redução. "Com base no que foi divulgado, é difícil dizer com alguma clareza ou confiança o que realmente aconteceu", afirmou à época da divulgação dos resultados da estatal mineira.

Com as novas regras de contabilização, projetos importantes para a estatal mineira, como a Light, a transmissora Taesa e a usina de Belo Monte são agora contabilizadas como equivalência patrimonial, com impactos em receita, dívida líquida, Ebitda e margens, lembra Sérgio Tamashiro, do J. Safra em boletim aos clientes.

No setor de construção civil, a transição foi um pouco mais fácil, afirma Guilherme Vilazante, do Bank of America Merrill Lynch (BofA). "Tem ativos importantes que a gente não enxerga mais. Temos que buscar a informação nas notas e refazer algumas contas para fazer a análise por fluxo de caixa", afirmou o analista, para quem a mudança "atrapalhou, mas não comprometeu" a análise.

Em teoria, o IFRS 12, que também entrou em vigor neste começo de ano, exige que as empresas abram uma série de informações nas notas explicativas a respeito de suas joint ventures, coligadas e outras investidas que são contabilizadas por equivalência patrimonial. Na prática, no entanto, os analistas afirmam que as explicações, muitas vezes, não são suficientes.

Segundo auditores que acompanharam o processo adaptação às novas regras, a tendência é que as empresas se aperfeiçoem na divulgação de informações de suas subsidiárias. "É tudo muito recente e os impactos foram significativos. Para atrair o investidor, as empresas vão ter de detalhar melhor os projetos", afirma Danilo Simões, sócio do departamento de práticas profissionais da KPMG.

A aplicação do IFRS 12 também vai de encontro à tendência de tentar reduzir o tamanho das demonstrações financeiras - cada vez mais inchadas por um número sem fim de notas explicativas. "O IFRS 12 não é exatamente um exemplo de como simplificar as coisas", afirma Ramon Jubels, também da KPMG.

Alexandre Cassini, da Deloitte, lembra que, nesse caso, entra novamente o embate entre quantidade e qualidade. "A empresa tem que prestar as informações que têm utilidade para o investidor, para o analista. No caso do IFRS 12, as informações sobre a controladas são imprescindíveis. É o tipo de informação que agrega", afirma.


Mudanças de regras causam confusão - Valor Econômico - 13/06/2013

Consolidação

As incorporadoras mudaram de tamanho no primeiro trimestre - e não foi apenas por causa do ritmo de lançamentos ou da perda de fôlego da economia. Levantamento feito pela consultoria Ernst & Young com base nas demonstrações contábeis de oito empresas do setor mostra que as receitas encolheram em média 4% no período apenas por conta da adoção do conjunto de normas que altera o conceito de controle e a contabilização de empreendimentos administrados em parceria.

Porém, ao contrário do observado nos setores de energia elétrica e aluguel de propriedades comerciais, que também trabalham com muitos projetos em associação, no segmento de incorporação a tendência geral não foi de "redução" dos balanços. Na amostra considerada pela E&Y, os efeitos foram díspares. Enquanto a Tecnisa viu sua receitas minguarem 12%, o faturamento da Helbor cresceu 20% só pelo efeito das novas normas. Outras empresas, como Cyrela, PDG e Direcional tiveram pouco impacto na primeira linha do balanço.

Na prática, o que ocorreu foi que algumas empresas do setor se viram donas de empreendimentos dos quais não reconheciam o controle pelas normas anteriores - e vice-versa. Pela regra vigente até o ano passado, os projetos controlados em conjunto, as joint ventures, podiam ser contabilizados linha a linha nas demonstrações de resultados, de acordo com a participação no capital da empresa investida e essa era opção amplamente adotada. No modelo, conhecido como consolidação proporcional, se uma companhia tinha uma fatia de 50% em um empreendimento, contabilizaria metade de suas receitas, custos, despesas, ativos, passivos e assim por diante.

Pelo IFRS 11, que passou a ser obrigatório neste ano, as joint ventures passaram a ser contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial e entram em apenas uma linha no balanço. Nada muda no lucro e nem no patrimônio, mas há redução de receitas, custos e despesas. Ativos e passivos também podem sofrer alterações significativas. A expectativa, portanto, era de que as empresas "encolhessem".

Mas uma revisão no conceito de controle, introduzida pelo IFRS 10, que também entrou em vigor neste ano, trouxe um efeito inesperado. Anteriormente, o controlador era quem, independentemente da participação acionária, definia as políticas financeiras e operacionais da investida. Agora, o controle está nas mãos daquele que tem o poder de gerir as atividades relevantes e que afetam os retornos variáveis do projeto.

Dois termos nessa definição foram suficientes para produzir uma revolução nos balanços das construtoras. O primeiro é o "poder de gerir". Ainda que uma das partes atualmente não esteja no comando das principais decisões no dia a dia, se o contrato, no momento de sua constituição, prevê que ela possa influenciar de forma significativa essas decisões, há controle.

O segundo ponto foi ainda mais relevante para as incorporadoras: a definição de atividades que geram os principais retornos. Nas parcerias formadas para empreendimentos imobiliários, as atividades relevantes são construção e financiamento: se o contrato prevê que uma determinada empresa é que tem o poder se interferir sobre essas atividades, ela é a controladora. As demais atividades são consideradas "acessórias".

De acordo com Paul Sutcliffe, sócio responsável pela área de IFRS da E&Y e coordenador do levantamento, os dois efeitos foram observados para a maior parte das empresas. Houve empreendimentos que mantiveram o status de joint ventures e passaram a ser contabilizados por equivalência patrimonial. Outros projetos que eram classificados como operados em conjunto passaram a ter um controlador definido, e a consolidação foi integral. "No fim das contas, em algumas empresas, um efeito falou mais alto que o outro", afirma.

No caso da Cyrela, 49 empreendimentos mantiveram o status de joint ventures, enquanto outros 29 passaram a ser considerados como controlados, o que compensou o impacto na primeira linha do balanço: o efeito na receita foi de apenas 1%. Já a Helbor, que registrou o maior salto na receita pela adoção das novas normas, a companhia se viu controladora de pelo menos 45 projetos a mais do que no modelo anterior.

Nesses casos, o resultado do projeto é consolidado integralmente no balanço, linha a linha: 100% das receitas, custos e despesas são incorporados ao balanço do controlador. A diferença referente à fatia do capital não detida é retirada na apresentação do lucro dos não controladores.

Os profissionais ouvidos pelo Valor afirmam que houve alguma resistência dos empresários em relação às novas normas. "Houve algumas discussões mais "apimentadas" porque os empresários se julgavam controladores apenas por mandar no dia a dia", afirma Sutcliffe, da E&Y.

De acordo com Alessandro Cassini, da Deloitte, a intenção por trás da novas regras foi adotar uma política mais conservadora nos balanços: "Numa joint venture, não necessariamente uma empresa tem acesso às receitas, ao caixa e aos ativos que consolidava antes no balanço", afirma. Mas, segundo ele, muitos empresários afirmaram que o novo modelo não reflete bem a cara do negócio.

"O IFRS 10 é altamente conceitual e é muito menos prático que a norma antiga", afirma Ramon Jubels, sócio do departamento de práticas profissionais da KPMG. Segundo ele, aplicar o IFRS 10 a cada uma das centenas de contratos de parceria firmados pelas empresas exigiu um esforço comparável à adoção das normas contábeis internacionais, na virada de 2009 para 2010.

A Rossi não conseguiu se adequar às novas normas a tempo e publicou seus números do primeiro trimestre ainda sob o modelo antigo. O balanço, auditado pela Deloitte, levou uma ressalva, o que indica que há inconsistências relevantes em relação aos padrões contábeis. Procurada pela reportagem, a Rossi informou que está em processo de avaliação das parcerias e que a expectativa é que no segundo trimestre as normas já sejam aplicadas.


Nova definição de controle mexe com balanço de incorporadoras - Natalia Viri - Valor Econômico - 13/06/2013

Banco Rural

A Rural Agroinvest, pertencente ao Grupo Rural, não conseguiu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) impedir o bloqueio e a transferência de mais de R$ 100 milhões para o pagamento de dívidas trabalhistas da falida Vasp. Na quarta-feira, a 2ª Seção analisou novo recurso da empresa - embargos de declaração - e manteve sua decisão. (...)

A fraude, de acordo com o processo, consistiria na alienação de cabeças de gado, por meio da Rural Agroinvest, na época no valor de R$ 38 milhões. O objetivo seria ocultar os bens de Canhedo. Segundo o advogado Carlos Duque Estrada Jr., que defende o Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo e 800 ex-trabalhadores da companhia aérea, "nenhuma cabeça de gado foi transferida", e o valor atualizado chega a R$ 140 milhões. Segundo ele, a decisão traz uma grande vitória aos trabalhadores. (...)


Banco Rural responderá por dívidas da Vasp - Adriana Aguiar - Valor Econômico - 14/06/2013


Cultura é uma (des)vantagem competitiva?

Quando a pergunta é a se a cultura organizacional é mesmo importante para a empresa, a resposta mais comum é: "Sem dúvida! Veja os nossos valores!". Na maior parte das vezes, porém, os valores que estão amplamente divulgados nos quadros, nas agendas e nos documentos oficiais não espelham a realidade da organização.
Então o que é cultura organizacional? É o jeito de ser e de fazer de uma empresa. Ele é modelado pelos que estão na direção e influenciado pela cultura do país onde a companhia está inserida.
Não tenho dúvida de que a cultura pode ser a maior vantagem competitiva de uma organização, inclusive porque sustenta ou não a execução da sua estratégia. Ela vai muito além da simples divulgação de valores porque está no coração de cada um, na "causa" de todas as pessoas, que se sentem inspiradas (ou não) a oferecer aquela sua "energia extra".
As estratégias de negócio, fonte histórica de vantagem competitiva, são cada vez mais facilmente copiáveis, com raríssimas exceções. Os processos também. A estrutura organizacional mais ainda. O que, de fato, faz a maior diferença? Pessoas, claro. Em alguns momentos, porém, as empresas buscam no mercado indivíduos que têm o que elas querem. Na maioria das vezes, atinge-se o almejado, mas paga-se caro por isso. Embora não exista a intenção de copiar, a busca é por um certo modelo de talento. Já a liderança, não na perspectiva individual, mas na coletiva, e a cultura são duas faces de uma mesma moeda. E aqui eu diria que é impossível copiar- embora seja possível, e não raramente necessário, mudar.
Mas é mesmo possível transformar a cultura de uma organização? A resposta é sim. Só que não se faz isso rapidamente, nem sem dor. E não se trata de sofrimento. Como disse Drummond, "a dor é inevitável, o sofrimento é opcional".
São três as principais situações de mudança de cultura. A primeira é a fusão ou aquisição. Porém, atenção: não significa que em todas as operações de F&A a cultura mude. Em alguns casos, por estratégia, ela é mantida. A segunda situação é a troca do presidente da empresa. Novamente, há casos em que isso não altera significativamente a cultura. Não raro, porém, opta-se por mudar o presidente da empresa porque ele já estabeleceu relações tão fortes com a organização que se torna muito mais difícil orquestrar uma mudança verdadeira. Por último, mas não menos importante, estão as situações de crise. A mais comum é a financeira: nesses momentos, ou se muda, ou se morre. E algumas organizações desaparecem por não conseguirem engendrar uma nova forma de ser e de fazer.
O ponto mais importante de uma situação de crise é aquele em que o momento econômico-financeiro está muito bom, mas o dirigente ou seu time tem a consciência de que a cultura existente não garantirá um futuro tão brilhante como o presente. Aqui, sim, é indispensável a decisão de um comandante, aquele que tem a coragem de, mesmo em momentos de bonança, não se acomodar, enxergar além, ver o que a maioria não vê e, conscientemente, mudar o fluxo natural das coisas.
É assim que se engendram novas formas de pensar, de sentir e de agir, que são promovidas por meio de diálogo, reflexão conjunta, troca de ideias e, consequentemente, envolvimento emocional. E o que torna tudo isso possível é a confiança, pedra angular de um processo de transformação.
Em síntese, a mudança de cultura só é realizável por meio das lideranças, cuja essência, influenciar pessoas, se concretiza através do relacionamento, da interação pessoal, do compartilhamento.
No processo de mudança de cultura é preciso conversar, conversar e conversar, abrir espaço na agenda frenética para compreender mais profundamente o outro.
A criação de um novo mapa mental requer o questionamento contínuo das certezas culturais que conduzem às práticas vigentes. Assim você aumenta a possibilidade de a cultura da sua empresa ser, de fato, uma vantagem competitiva sustentável. Esta ninguém copia.


14 junho 2013

Inflação do vinagre

O vinagre está liderando a lista de palavras mais procuradas no Google nesta sexta-feira, 14, segundo o site trendsmap.com, que permite ver no mapa global as principais palavras chave buscadas na internet mundial por região a cada instante.

Presente diariamente na mesa do brasileiro, o preço do produto subiu quase nove vezes acima da inflação em maio na cidade de São Paulo, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O vinagre subiu 0,86% em maio, enquanto a inflação média dos produtos pesquisados, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ficou em 0,10%.

Mas, o motivo da fama do vinagre da noite para o dia não foi a inflação, e, sim, a prisão de manifestantes nos protestos contra as tarifas de ônibus.

Mais de 30 pessoas foram detidas por porte de vinagre. O produto costuma ser usado pelos frequentadores assíduos de manifestações pela sua qualidade química de abrandar efeitos do gás lacrimogêneo, outra presença garantida nos protestos que terminam em choque com a polícia.

Inflação do vinagre. A inflação do vinagre desde o início do ano, porém, é negativa, ou seja, houve deflação de -8,86% no preço do produto na capital paulista. A inflação da Fipe este ano foi de 1,57%.

Em 12 meses, a alta do vinagre é de apenas 1,5%, enquanto a alta inflação da Fipe chega a 5,11%.

Mas, se na matemática dos preços o comportamento do vinagre é exemplar, na área de segurança o produto virou figura procurada pela polícia.

Segundo o tenente-coronel Ben-Hur Junqueira, comandante da operação militar que resultou em pancadaria em São Paulo, o vinagre representa uma série de riscos em grandes aglomerações, e pode até ser usado na fabricação de bombas.

As demais palavras mais buscadas no Google também referem-se às manifestações. As palavras 'policial', 'viatura' e 'borracha' mostram outro efeito da manifestação desta quinta-feira: a moral da polícia foi, literalmente, para o vinagre.

Fonte: Aqui
Autor da charge: Carlos Ruas

Rir é o melhor remédio


João Gilberto Falleiros

Faleceu no dia 12 de junho o professor João Gilberto Falleiros, da Universidade de Brasília. Falleiros, como era conhecido por todos nós, era mestre em administração e foi o segundo chefe da história do departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília. Ele geralmente ministrava as disciplinas de Contabilidade Geral 1, Comercial, Administração dos Recursos Materiais e Prática Comercial.

Durante anos trabalhamos juntos para criar e consolidar o Departamento. Logo após a criação do mesmo, quando o então coordenador do curso assumiu a chefia do novo departamento, Falleiros esteve sempre presente ajudando no processo de conquista do espaço físico e da organização da nova unidade. Lembro-me quando fomos procurados por uma entidade filantrópica e ele prontamente interessou em ajudar a arrumar a contabilidade da mesma. Era um jovem mestre e aprendi muito com ele nesta ocasião.

Depois de aposentado, Falleiros costumava passar pela Faculdade para uma conversa e um cafezinho. Sempre bem humorado e sábio, estas conversas era uma situação ideal para continuarmos aprendendo com sua experiência.

Existiu alguém que não gostava dele?

Myriad Genetics, Angelina Jolie e Mercado de Capitais

Myriad Genetics possui tecnologia capaz de avaliar riscos, progressões de doenças e tratamentos mais indicados para cada caso

As ações da Myriad Genetics, responsável pelo teste genético a que Angelina Jolie se submeteu para detectar risco de câncer - e que a levou à mastectomia dupla - subiram 15% desde o caso ganhar as páginas dos jornais do mundo todo.

O teste, conhecido como BRCA, custa US$ 3 mil - aponta matéria do El País.

A Myriad é pioneira na medicina preventiva. Seu exame avalia riscos e progressões de doenças e pode sinalizar quais os tratamentos mais indicados. E, embora seja de última geração, já é acessível nos Estados Unidos em 95% dos planos de saúde.

Os americanos que não possuem planos podem, em breve, conseguir fazer o teste. O mais alto tribunal dos Estados Unidos avalia se a tecnologia da Myriad deve ser compartilhada para incentivar a inovação. E, caso a decisão seja positiva, os exames devem se tornar mais baratos e, provavelmente, serão fornecidos no sistema público de saúde.

Mas, por enquanto, a Myriad impede que outros cientistas e laboratórios desenvolvam exames alternativos semelhantes aos seus.

Fonte: Aqui

13 junho 2013

Rir é o melhor remédio

Futebol e dinheiro. Veja também: Messi e o Fisco

Consequências econômicas da criação de municípios

Por Cristiane Agostine e Raphael Di Cunto

O projeto de lei que regulamenta a criação de municípios, aprovado na semana passada pela Câmara, deve trazer pelo menos três problemas econômicos, segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As pesquisas indicam que a divisão de cidades pode reduzir os investimentos nas áreas sociais dos novos municípios, em detrimento ao custeio da máquina. Além disso, tende a diminuir o crescimento econômico dos municípios vizinhos às novas cidades e a reduzir recursos para as regiões metropolitanas.

De acordo com o economista Rogério Boueri, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, os municípios do entorno das cidades que se dividiram tendem a crescer anualmente, em média, 0,8 ponto percentual a menos do que as demais cidades do mesmo Estado. "O efeito sobre o crescimento econômico da região é negativo", diz. Segundo Boueri, isso ocorre porque a cidade que deu origem a um novo município deve receber menos recursos e, por isso, tende a prejudicar o crescimento de cidades vizinhas.

Outro problema apontado pelo pesquisador é o impacto sobre os municípios das regiões metropolitanas. Eles já recebem proporcionalmente menos recursos per capita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) do que as cidades do interior e com mais cidades veem sua fatia diminuir ainda mais.

O FPM é composto de parte da arrecadação dos impostos de renda e sobre produtos industrializados (IPI) e é repartido de acordo com o tamanho da população. Nos municípios com menos de 10 mil habitantes, há uma cota mínima igual para todos, o que faz com que a criação desse tipo de cidade tire dinheiro dos que terão de repartir o bolo.

Isso provoca uma distorção nos recursos em favor das cidades com até 5 mil habitantes, cuja receita corrente per capita era de R$ 2,9 mil em 2010, acima da obtida por outras prefeituras (veja tabela). É o dobro, por exemplo, da receita de municípios com população entre 20 mil e 100 mil. O problema se agrava ao considerar que 53% das 1,4 mil cidades criadas desde 1989 têm até 5 mil moradores.

Quando há emancipação de um município, a soma das transferências do FPM para as cidades resultantes da divisão é maior do que o FPM recebido pelo município original, segundo o Ipea. Por exemplo, o FPM per capita recebido por uma região originalmente constituída por um município de 10 mil habitantes e que se divide em dois de 5 mil moradores dobrará. Esses recursos adicionais serão compensados por uma redução do FPM dos demais municípios - prejudicando especialmente as cidades da região metropolitana. As capitais têm regras próprias para o FPM.

De acordo com estudo de Gustavo Gomes e Maria Cristina Dowell feito em 2000 para o Ipea, a criação de cidades não causa mais gastos para a União ou aos Estados, mas resulta em uma queda nos investimentos sociais na medida em que os novos municípios retiram dinheiro dos que já existem e usam os recursos para custear a administração pública, como a Câmara de Vereadores e o funcionalismo.

[...]

Fonte: aqui

Índios Capitalistas

Miseráveis até há vinte anos, os índios americanos
fazem fortunas com cassinos e outros negócios

Denise Dweck
Os indígenas americanos, aqueles idealizados pelo cinema como guerreiros indômitos do oeste selvagem, chegaram aos tempos modernos em condições nada gloriosas. Pobres, habitando aldeias precárias ou a periferia de grandes cidades, ainda enfrentaram ao longo do século XX sucessivas quebras de acordos feitos com o governo sobre a delimitação de suas terras. Há vinte anos, a sorte dos peles-vermelhas começou a mudar. A Suprema Corte americana decidiu que os estados não poderiam proibir os jogos de azar nas reservas indígenas caso os permitissem no restante de seu território. A lei foi promulgada para proteger um dos negócios de fundo de quintal mantidos na época pelos índios: as casas de bingo. Livres para explorar a jogatina, os caciques transformaram os bingos em pequenos cassinos. O negócio se expandiu a tal ponto que hoje os indígenas são os reis do jogo nos Estados Unidos – têm nada menos que 391 cassinos, inclusive alguns dos maiores e mais suntuosos do mundo. Entre eles está o Morongo Casino Resort Spa, a 150 quilômetros de Los Angeles, erguido por 250 milhões de dólares pela tribo morongo. Juntos, os cassinos pertencentes a tribos indígenas faturam 22,6 bilhões de dólares por ano, mais do que Las Vegas e Atlantic City juntas.

Há quatro meses, a tribo dos seminoles, da Flórida, deu seu passo mais ambicioso: desembolsou 965 milhões de dólares pela rede de restaurantes, hotéis e cassinos temáticos Hard Rock. Ao anunciar a compra, numa cerimônia em Times Square, no coração de Nova York, o chefe da tribo fez blague referindo-se ao fato de que a Ilha de Manhattan foi comprada dos índios pelos colonizadores no século XVII. "Vamos comprar todas as terras de volta, um hambúrguer de cada vez", disparou. A riqueza ainda não chegou a todas as 561 tribos do país. Calcula-se que, do total de 1,8 milhão de índios americanos, 26% ainda vivam abaixo da linha de pobreza. Mas, para a maioria deles, os tempos mudaram. Além dos cassinos, seus negócios incluem redes de postos de gasolina, shopping centers e atrações turísticas. No mês passado, a tribo hualapai inaugurou uma passarela sobre uma parte do Grand Canyon que fica em sua reserva, e cobra 25 dólares pelo ingresso. A obra custou 40 milhões de dólares. Para tocar suas empresas, os índios lançam mão de recursos dos grandes bancos e fundos de investimento americanos. Parte do lucro dos negócios é dividida entre os membros das tribos e parte é gerenciada por administradores. Cada um dos 775 morongos adultos recebe hoje entre 15 000 e 20 000 dólares por mês.

O sucesso dos índios incomoda muita gente. Como as reservas são consideradas nações soberanas em muitos aspectos, os empreendimentos que estão dentro de seus limites não seguem as mesmas leis dos estados onde estão localizadas. Isso significa que os negócios indígenas pagam muito menos impostos, ou não pagam imposto algum, criando uma concorrência desleal com os caras-pálidas. Em cidades próximas às reservas, comerciantes vão à falência por cobrar preços mais altos que os dos estabelecimentos indígenas. Além disso, disseminou-se entre os índios enriquecidos a prática de comprar terras e requerer do governo que estenda a elas – e aos negócios que passarão a abrigar – os privilégios fiscais das reservas. Geralmente os pedidos são atendidos, já que os índios possuem um lobby forte em Washington. Nas últimas eleições legislativas americanas, eles doaram 7,6 milhões de dólares para campanhas de candidatos. A soma é o dobro do que foi doado pela indústria de tabaco, um dos setores que mais contribuem para campanhas eleitorais nos Estados Unidos. São freqüentes as denúncias de corrupção na concessão de privilégios aos índios. "O sistema que regula os cassinos indígenas está totalmente corrompido. Os índios já constroem cassinos em estados onde a lei os proíbe", disse a VEJA o advogado americano John Warren Kindt, professor de administração da Universidade de Illinois.

No caso da recém-adquirida rede Hard Rock, os seminoles terão de abrir mão de suas prerrogativas com relação aos impostos. Não seria possível transformar legalmente todas as filiais do complexo, a maioria delas fincada no centro de grandes metrópoles, em território indígena. Mas os seminoles, que compõem uma das tribos mais ricas dos Estados Unidos, não sentirão a mordida do Leão. Seus sete enormes cassinos instalados na Flórida geram capital suficiente – livre de impostos – para quitar as dívidas contraídas com bancos para a compra da rede. A prosperidade dos índios americanos é ainda mais surpreendente quando se considera que três décadas atrás eles ainda faziam invasões armadas em áreas que pertenceram a seus antepassados, como Wounded Knee, em Dakota do Sul, para exigir mais atenção do governo. Hoje, eles compram terras em lugar de invadi-las.

O IMPÉRIO PELE-VERMELHA  
David W. Hamilton/Getty Images

• Os Estados Unidos têm hoje 1,8 milhão de índios em 561 tribos  
• Os indígenas são donos de 391 cassinos, que faturam 22,6 bilhões de dólares por ano, mais do que Las Vegas e Atlantic City juntas  
• A tribo seminole, da Flórida, comprou recentemente a rede Hard Rock por 965 milhões de dólares 
• Nas últimas eleições legislativas americanas, os índios doaram 7,6 milhões de dólares a campanhas de candidatos

Fonte: aqui

Salários maiores para as mulheres

Embora as médias salariais no mercado de trabalho brasileiro ainda sejam favoráveis aos homens, as mulheres têm mais chances de alcançar remunerações até 31% maiores em sete profissões, segundo dados de um levantamento feito pela empresa de pesquisa SalárioBR. A maior diferença é percebida entre os analistas de marketing. De acordo com a pesquisa, as profissionais do setor ganham, em média, R$ 3 mil mensais, enquanto os trabalhadores do sexo masculino não passam dos R$ 2,3 mil. Em segundo lugar, os homens que exercem funções relacionadas à analise de construção civil ganham cerca de 19% a menos do que elas e os engenheiros de automoção, 12%.

Empatados no quarto lugar, os cargos ligados à engenharia cartográfica, direção de recursos humanos e gerência de agricultura e pecuária pagam 3% a mais para as mulheres, enquanto as assistentes de comunicação ganham 1,17% a mais. Mesmo assim, informações divulgadas pelo IBGE no início deste ano mostram que, em geral, os homens ainda têm salários quase 25% maiores e ocupam cerca de 57,7% das ofertas de trabalho no Brasil. [BNMercado]

Messi e o Fisco

O melhor jogador de futebol do mundo, o argentino Lionel Messi, está sendo acusado, junto com seu pai, de evasão fiscal pelas autoridades espanholas. Segundo a revista Forbes, a acusação refere-se ao período de 2007 a 2009 e o total de impostos que não foram pagos chega a 4 milhões de euros (um pouco mais de 10 milhões de reais). Este valor corresponde a menos de 40% do que ele recebe por ano no Barcelona.

A revista lembra que Messi foi muitas vezes comparado à Maradona. Mas o próprio Maradona teve problemas fiscais na Itália, com um dívida de mais de 31 milhões de euros. E também lembra o caso de Helio Castroneves.

A acusação das autoridades espanholas referem-se a criação de empresas em outros países para vender os direitos de uso da sua imagem, evitando impostos. Isto é muito parecido à acusação contra Castroneves.

As autoridades fiscais espanholas podem condená-lo a pagar uma multa e a seis anos de prisão.

12 junho 2013

Rir é o melhor remédio

Como me sinto ao passar pela segurança do aeroporto

Almoço com Warren Buffett

Participar do almoço anual com o megainvestidor Warren Buffett é um programa milionário. Esse foi o valor atingido pelo valor de um convite, na verdade, de US$ 1,0001 milhão, para o evento. Apesar de indigesto, ele custou 1/3 dos cerca de US$ 3,457 milhões. pagos ano passado, segundo a instituição de caridade que promove o evento anualmente.

O lance inicial era de US$ 25 mil e dava direito a levar sete convidados. Mais do que a comida, o que atrai os interessados é a sobremesa. Buffett, cuja negócios lucraram US$ 4,5 bilhões no trimestre, já contratou gestor que pagou US$ 5 milhões por almoços.
O ganhador do leilão pediu para não ser identificado. Nos 14 anos de almoços com Buffett, a entidade calcula ter arrecadado cerca de US$ 15 milhões. [Monitor Digital]

Risco Brasil

O mercado secundário de títulos de dívidas internacionais tem registrado um constante mau humor dos investidores estrangeiros com o Brasil, que já embutem nos preços um risco de 'downgrade' das notas de riscos de crédito. Dois dos principais indicadores de risco de probabilidade de calote usados internacionalmente - o Emerging Markets Bond Index Brazil (Embi+ Br) e os Credit Default Swaps (CDS) - refletem uma piora desde o final do ano passado, se acentuando mais recentemente e refletindo uma nota de crédito pior do que as notas das próprias agências de classificação.

O primeiro índice terminou o ano em 146 pontos e agora já ultrapassa os 200 pontos, ou seja com prêmio 2% maior do que os títulos do Tesouro americano, representando uma alta de 35%. Já o segundo índice já subiu subiu 53 pontos nos últimos 30 dias - maior alta desde março de 2009, segundo a Bloomberg - para fechar em 159,9 pontos ontem, alta de 45% no ano.

O custo é o mais alto em 11 meses, e o CDS do Brasil já estão em média 35 pontos mais caros do que os de México, Peru, Colômbia e Panamá. Quanto mais alto, maior a desconfiança dos investidores nos papéis de governo, empresas e bancos brasileiros emitidos no exterior em moeda estrangeira. O EMBI mede a diferença entre as taxas pagas por uma cesta de papéis (brasileiros, no caso) e os juros pagos pelos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Os CDS são contratos de hedge que os investidores em papeis brasileiros compram para se proteger contra um eventual calote do emissor.

A alta pode ser interpretada como indício de que os investidores estão apostando que o corte da nota de classificação de risco do Brasil, atualmente em nível 2 de "grau de investimento" BBB pode ser inevitável, caindo um nível, mas ainda permanecendo no "grau de investimento" (na quinta-feira, a Standard& Poor´s colocou a nota do Brasil em perspectiva negativa - leia mais na página ao lado).


Risco Brasil sobe mais de 35% apenas em 2013 - Léa De Luca - Brasil Econômico - 11/06/13

Seara

A operação de compra da Seara por parte da JBS trouxe algumas consequências interessantes:

1. A JBS passa a ter uma receita de 100 bilhões de reais, tornando-se a segunda maior empresa do Brasil em receita. Em geral os executivos das empresas são orientados para agregação de receita, não de valor. Isto confirma a operação de aquisição.

2. A operação irá aumentar o endividamento da JBS e reduzir o da Marfrig. O aumento de endividamento poderá gerar consequências futuras no custo da dívida da empresa. Já a Marfrig poderá reduzir seu custo de captação.

3. A operação deverá passar pelo Cade.

4. O mercado reagiu como sempre: aumento nos papéis da vendedora e redução na compradora. Em geral operação de compra não é boa para quem compra. A reação do mercado já era esperada.

'Derrepentemente', mais engenheiros

MIGUEL JORGE - O Estado de S.Paulo

O Brasil parece ter acordado para o sério problema da escassez de mão de obra em Medicina e Engenharia. Levantamento do governo mostra que faltam 50 mil médicos em todo o País e deveriam se formar ao menos 70 mil novos engenheiros por ano para acompanhar o número de projetos nas mais diversas frentes de trabalho. Passando ao largo da carência de médicos e da polêmica em torno da proposta de importar profissionais de outros países, uma boa notícia ganhou espaço nos jornais.

Pela primeira vez, o número de calouros em Engenharia superou o de Direito. Em 2006, segundo o Ministério da Educação (MEC), 95 mil estudantes ingressaram na área (5% do total de calouros das faculdades). Em 2011 já eram 227 mil (10% do total) e a quantidade de calouros em Direito caiu 4%. Esse crescimento na procura por Engenharia reflete a demanda aquecida por profissionais da área, necessários para superarmos os graves gargalos na infraestrutura, que atravancam nosso crescimento e desenvolvimento.


Os números mostram que os estudantes estão atentos ao mercado e às oportunidades geradas pelo crescimento, que estimula projetos na construção civil, siderurgia, metalurgia, automação, telecomunicações, petroquímica, etc. Mas é preciso cautela na avaliação desse avanço. O próprio ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi realista: os ingressantes em Engenharia são insuficientes para resolver a carência da área.


O déficit é expressivo: foram 45 mil graduados, em 2011, para uma necessidade de 70 mil a 95 mil engenheiros todos os anos, até 2020. A Coreia do Sul, com 49 milhões de habitantes (aqui somos cerca de 190 milhões), forma 80 mil engenheiros ao ano. Não há solução milagrosa: para garantir o crescimento e obter o mínimo de competitividade no cenário internacional, é fundamental reverter nosso cenário de 2,48 engenheiros para cada 100 mil habitantes. No Japão são 17, e na China e nos EUA são 13,8 e 9,5, respectivamente.


Mas o mais preocupante é constatar que menos da metade dos estudantes de Engenharia consegue se formar, em razão de um velho problema de nossa educação: o despreparo e a falta de domínio dos conteúdos exigidos para um desempenho adequado na educação superior. Os estudantes chegam às universidades sem conhecimentos essenciais para a qualificação profissional. Recentemente, o presidente do Instituto de Engenharia, Aluízio de Barros Fagundes, reconheceu que as escolas de Engenharia gastam o primeiro ano para ensinar fundamentos de Matemática, Física e Química.


Não por acaso, dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2009, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apontam que é muito baixo o porcentual de nossos estudantes com habilidades mínimas em Matemática. O exame, que avalia o desempenho em leitura, Matemática e Ciências, foi feito por cerca de 470 mil estudantes de 15 anos em todo o mundo.


Os resultados mostram, de forma contundente, o enorme déficit de habilidade em matemática entre nossos estudantes: coube-nos um triste 57.º lugar. O teste avalia os alunos em seis categorias, com níveis progressivos de dificuldade, e a grande maioria de nossos jovens (88%) situou-se até o nível 2. Só 3,8% conseguiram nível 4 para cima (no 6, o mais alto, nosso resultado foi de 0,1%), e este, sem dúvida, é um dos requisitos capazes de garantir sucesso a alunos das áreas de exatas e tecnológicas.


Os países da OCDE, que reúne as economias mais avançadas, tiveram desempenho bem superior: enquanto somamos 386 pontos, a média dos países foi de 495. Na Coreia do Sul, 51,8% dos alunos estão acima do nível 4 na avaliação de Matemática do Pisa. No Canadá são 43,3% e na China, 71,2%. Isto é: proporcionalmente, esses países têm pelo menos dez vezes mais alunos aptos para as áreas de exatas e tecnológicas que o Brasil.


Mais grave é que nossas autoridades parecem ainda não se dar conta da urgência e da gravidade de nossos problemas na educação. É evidente a necessidade de investimento eficiente, consistente e focado nos anos iniciais de aprendizagem, pois o problema começa nesta etapa. Precisamos melhorar a base, os anos iniciais do ensino fundamental, pois a insuficiente aprendizagem ao longo da educação básica impede que se adquiram as habilidades esperadas, em cada série, em disciplinas básicas como Português e Matemática.


Voltando aos dados do início, é importante repetir que a quantidade de calouros em Direito caiu 4% - uma boa notícia, pois já temos uma reserva de profissionais mais que suficiente para atender à demanda na área. Com uma agravante: há problemas recorrentes de qualificação, como demonstram os resultados do 9.º Exame da OAB, divulgados em março. A reprovação foi de 89,7%: dos 114.763 candidatos, só 11.820 foram aprovados, ou só 1 em cada 10 inscritos conquistou o direito de advogar.


Os números da área são superlativos. Temos 754.685 advogados (1 profissional para 256 habitantes), segundo a OAB, a mesma proporção dos EUA (1 para 253). Ainda segundo a OAB, 100 mil pessoas se formam em Direito anualmente. Levantamento do Inep mostra que, entre 1999 e 2011, a quantidade de matriculados foi de 328,7 mil para 722,8 mil, crescimento de 120%.
Nos últimos 20 anos, o número de faculdades de Direito passou de cerca de 200 para 1.260, ante 1,1 mil em todo o mundo (!). Além disso, mais de cem instituições esperam por autorização do MEC para entrar no mercado - e tudo indica que esperarão por muito tempo, pois o próprio Ministério diz que não autorizará novos cursos de Direito. A medida, correta, chega tarde.
Entre os profissionais de Direito, o excesso de oferta, somado à falta de qualificação, resulta, no mínimo, em ataques brutais à língua portuguesa, como o que surpreendeu um amigo dia destes, em correspondência de seu advogado: o profissional garantiu que "derrepentemente" o juiz poderia encerrar a causa.


* JORNALISTA,  FOI MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO,  INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR NO GOVERNO LULA (2007-2010)