Translate

19 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Versão final

Google

O Google surpreendeu o mercado ontem e divulgou seu balanço durante o pregão da Nasdaq, bolsa de tecnologia de Nova York, enquanto investidores aguardavam os números para depois do fechamento. Segundo o resultado anunciado, o lucro líquido da gigante de internet caiu 20,3% no terceiro trimestre em bases anuais e chegou a US$ 2,18 bilhões, ou US$ 6,53 por ação. (...)

Além de ser revelado antes do prazo estipulado pela empresa, o arquivo enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), reguladora dos mercados nos EUA, estava incompleto. Logo no começo da nota à imprensa aparecem os dizeres "pending Larry quote" (faltam as aspas de Larry), referindo-se ao comentário que o presidente do grupo, Larry Page, ainda precisava enviar à equipe.

Por causa do engano, a Nasdaq foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter, ontem. E, rapidamente, #PendingLarry virou um "hashtag" no microblog. "Alguém no Google já deve estar sentindo falta da cafeteria", comentou um participante sobre o possível culpado. "Que manhã emocionante em Mountain View [sede do Google], ahahahah", escreveu outro.

O Google responsabilizou a editora de balanços RR Donnelley Sons pela publicação antecipada de seu resultado trimestral. Segundo a empresa, a terceirizada enviou à SEC as demonstrações sem autorização prévia.

Para que os números fossem revisados e a divulgação pudesse ser feita de maneira completa - faltou, por exemplo, o comentário de Larry Page. -, a companhia pediu à Nasdaq que a negociação com suas ações fossem paralisadas.

A cotação da gigante de internet na bolsa foi congelada quando os ativos valiam US$ 687,30, em queda de 9%. Ao mesmo tempo, os papéis da RR Donnelley também caíam, chegando a recuar 2,4% por volta das 14h35, quando eram cotados em US$ 10,59.

A RR Donnelley & Sons disse que está "totalmente comprometida" em investigar o que causou a divulgação prematura do resultado. Doug Fitzgerald, porta-voz da empresa, afirmou que a apuração está em curso para descobrir como se deu o ocorrido.

No fim do dia, o Google divulgou seu balanço oficial, incluindo o comentário de Page que faltava no documento anterior. "Tivemos um trimestre forte. A receita subiu 45% na comparação anual e, com apenas 14 anos, já ultrapassamos o primeiro período com receita acima de US$ 14 bilhões. Ao mesmo tempo, as ações voltaram a ser negociadas na Nasdaq. (Com agências internacionais)


Google agita mercado ao divulgar resultado antes da hora, por engano - 19 de Outubro de 2012 - Valor Econômico - Renato Rostás e Nelson Niero | De São Paulo (Via Clipping CVM)

Efeito vencedor

Quando John Coates passou por um período muito bem-sucedido como corretor de valores do Deutsche Bank e do Goldman Sachs, a euforia que ele experimentou foi tão poderosa que ele decidiu investigar o tema. Assim, após 13 anos trabalhando no pregão da bolsa de valores em Wall Street, ele se mudou para os laboratórios de neurociências da Rockefeller University, em Nova York (EUA), e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

No laboratório, o operador que virou neurocientista se empenhou em descobrir o que aconteceu com seu cérebro quando ele estava mergulhado naquele êxtase. Após vários anos pesquisando estudos feitos com animais e algumas experiências interessantes com a saliva, ele concluiu que a disposição para assumir riscos é motivada por um "efeito vencedor" - um mecanismo hormonal em que cada vitória leva a tomada de mais riscos. "O êxtase era mais poderoso que qualquer coisa que já sentira", disse Coates em uma entrevista concedida durante uma conferência médica em Londres, descrevendo a experiência de conseguir lucros enormes e grandes bonificações em alguns dos maiores bancos do mundo.

Outros especialistas em psiquiatria e neurociências presentes na conferência afirmaram as consequências de um "efeito vencedor" que foge do controle podem levar algumas pessoas a se tornarem políticos corrompidos, ditadores cruéis e até mesmo cirurgiões que gostam de 'brincar de Deus' nos hospitais. "Você fica eufórico, iludido, passa a dormir menos, ter pensamentos competitivos e um maior apetite pelo risco. Basicamente, você se transforma em um negociador sem escrúpulos", diz Coates.


Depois que publicou os primeiros estudos científicos que exploram esses traços presentes nos operadores do mercado, Coates diz que foi procurado por pesquisadores que analisam políticos, soldados e até mesmo esportistas. "Conforme as pesquisas avançavam, ficou claro que estávamos indo além de estudar a biologia da tomada de riscos no mercado financeiro, estávamos estudando a biologia de todos os tipos de tomada de risco", disse


Com as evidências das consequências extremas do "efeito vencedor" - operadores que partem para falcatruas e quebram bancos inteiros, líderes políticos corrompidos pelo poder e que tratam seus subordinados com crueldade ou soldados que se transformam em máquinas de matar -, Coates está indo mais fundo. "Quando você vê essa transformação ocorrendo nas pessoas, vê que elas começam a se portar como senhores do universo. E não se trata de um processo cognitivo. Não se trata nem mesmo de ganância. É mais a sensação de consumar o poder, uma sensação de que você está dominando o mundo."

Coates diz que ficou muito impressionado com o fato de que quase todos os estouros envolvendo mais de US$ 1 bilhão - do tipo que sacode as estruturas de um banco - foram obra de um operador que se encontrava no fim de um período de resultados excepcionais. "Uma sequência de vitórias parece estimular uma tomada de riscos excessiva", diz.

Intrigado e na ânsia de aplicar sua experiência anterior em sua função de pesquisador em neurociências, Coates pediu a alguns ex-colegas da City de Londres que concedessem a ele algum tempo e um pouco de saliva. Ao longo de oito dias úteis consecutivos, pesquisadores colheram amostras de saliva de 17 operadores do sexo masculino, de manhã e à tarde, para medir os níveis de testosterona durante o dia de trabalho.

Os resultados foram reveladores. O nível diário de testosterona esteve significativamente mais alto nos dias em que os operadores ganhavam mais dinheiro do que a média mensal em um mês. E no período da manhã, quando eles estavam com os níveis de testosterona elevados, seus lucros eram significativamente maiores do que quando os níveis de testosterona estavam baixos. Essas constatações refletem estudos parecidos feitos com animais que também já constataram o "efeito vencedor" entre machos que brigam por território ou por uma parceira, por exemplo.


Segundo Coates, elas também mostram que a decisão de assumir riscos pelos humanos é psicológica e não apenas uma atividade cognitiva. "Há na economia a crença de que andamos por aí com um supercomputador em nossas mentes, que não é afetado pelo corpo e tem a capacidade de calcular os retornos, as probabilidades e a alocação ideal de capital", afirmou. "Mas é claro que a ciência não dá suporte a isso."


As observações feitas por Coates na conferência encontraram respaldo nas de outros participantes. O evento reuniu psiquiatras e neurocientistas para examinar o fenômeno do excesso de confiança na vida pública - em outras palavras, o que leva as pessoas com poder a se tornarem corruptas e se comportar de maneira arrogante e destrutiva. Nassir Ghaemi, professor de psiquiatria da Tufts University, de Massachusetts, disse na conferência que desordens como a depressão podem frequentemente auxiliar líderes políticos, econômicos e militares em tempos de crise, porque os depressivos são mais compreensivos, são mais autocríticos e mais realistas em relação ao mundo que os cerca.

Coates sugere que o que dá errado no caso dos operadores mal intencionados é que o mecanismo hormonal que está por trás do "efeito vencedor" se torna patológico, alimentando a "exuberância irracional" e a tomada excessiva de riscos. Ele também disse que não basta os comentaristas e analistas simplesmente observarem os erros. Eles devem exigir estudos científicos adequados que possam fornecer respostas conclusivas sobre o que deu errado. "O que estou descrevendo são dados científicos negligenciados", disse.

A hipótese de Coates é que num certo nível de aumento da testosterona, a tomada de risco efetiva gradualmente se transforma em uma onda biológica de comportamento de risco excessivo. Se este for o caso, é preciso mudar a maneira como os operadores são monitorados. "O problema com os bancos é que seus sistemas de gerenciamento de riscos e planos de remuneração estão ampliando essas ondas biológicas, quando deveriam fazer o contrário. Em vez de sempre aumentar os limites de risco de operadores que acumula vitórias, eles deveriam limitá-los ou mesmo dizer a eles para liquidar suas posições e tirar três semanas de férias até reequilibrar os hormônios", afirma. (Tradução Mario Zamarian)

O "efeito vencedor" e o perigo de perder tudo depois de ganhar muito - 18 de Outubro de 2012 - Valor Econômico - Kate Kelland | Reuters, de Londres (via CVM Clipping)

Nota

O Banco Monte Paschi, conhecido por ser o mais antigo banco do mundo, teve sua nota cortada pela Moody para "junk", diante da possibilidade material que a entidade teria que necessitar de recursos.

"Given the weak growth prospects for Italy's economy and the EU operating environment, there is a strong probability that the bank would not be able to generate sufficient capital internally to maintain regulatory capital levels,"

A queda na nota poderá forçar o Monte Paschi a ter mais dificuldades em obter recursos, informou o The Telegraph.

Joint Ventures

A julgar pelas notícias na imprensa especializada em negócios, a convergência das práticas de contabilidade no Brasil às normas do IFRS, no que diz respeito a consolidação de balanços corre riscos de distorções. O fio indutor das possíveis distorções, como não poderia deixar de ser, tem em sua origem uma disputa entre as partes diretamente envolvidas de como divulgar os resultados consolidados quando os negócios estão desenhados sob o formato jurídico de joint ventures. (...)

As mudanças em curso sobre as práticas de consolidação de balanços nas sociedades constituídas sob "joint ventures", ao meu ver, proporcionam muito mais clareza na evidenciação dos resultados. Agora, dizer que a opção por um modelo de negócio, num dado formato, por sua vez com direitos e deveres entre as partes formalizados em um contrato, depende de como as práticas contábeis evidenciam o seu resultado, merece ser visto com cuidado. (...)

o que está em jogo não é a prática contábil influenciando o modelo de negócio, mas, a impossibilidade de "evidenciar" /divulgar ao mercado grandes valores de faturamento etc, bem como indicadores de "desempenho superiores". Ao que parece, as manifestações catastróficas [muito ao gosto dos agentes mercado quando contrariados em suas práticas e/ou interesses], não tem razão de ser. Por fim, o mais interessante é que, apesar de o texto ser equivocado em seu conteúdo, abre espaço para investigar e promover uma ampla discussão sobre dos benefícios ou não para os agentes de mercado em relação às práticas contábeis adotadas, especialmente aquelas que afetam os valores nas demonstrações contábeis divulgadas.


O uso do cachimbo deixa a boca torta ... - Lauro Brito de Almeida

Ciência 2

A revista científica britânica "Nature", uma das mais importantes do mundo, destaca em sua edição de hoje as mudanças que estão afetando a geografia da ciência.

Segundo o periódico, novas redes regionais de colaboração entre cientistas estão aumentando a capacidade de pesquisa de países de economia emergente, entre eles o Brasil, e mudando o equilíbrio global da ciência.

As superpotências da área, os EUA e a Europa, que vêm dominando a pesquisa desde 1945, podem perder a primazia nas próximas décadas, afirma a "Nature". (...)

Segundo a revista, o Brasil possui uma emergente rede de pesquisa na América Latina. A despeito da diferença linguística, o país dobrou sua colaboração científica com Chile, Argentina e México nos últimos cinco anos.

Na edição da "Nature", há também um texto do diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique de Brito Cruz, em que ele apresenta números robustos da ciência nacional: 35 mil artigos científicos no ano passado, levando o Brasil à 13ª posição mundial no número de publicações.

Contudo, o país ocupa apenas a 35ª posição no ranking de impacto da pesquisa. "Durante uma fase do desenvolvimento científico, é importante enfatizar a quantidade da produção, mas já atingimos um estágio em que devemos incluir na agenda a questão do impacto", disse Brito Cruz à Folha.

A média de citações de artigos de cientistas brasileiros (principal medida de sua importância para a comunidade científica) em 2011 foi 65% da média mundial. Pior, é a mesma proporção de 1994. O número já foi 75% em fins da década de 2000.

Brito Cruz propõe que o governo desenvolva um plano de apoio a algumas universidades, que as coloque entre as cem melhores do mundo em uma década. "Deve haver uma concertação nacional, em nível federal e estadual, para montar um plano de programa de excelência para algumas universidades."

Para ele, esse programa deve prever "uma autonomia real para as universidades federais, um sistema totalmente baseado no mérito, um plano agressivo de internacionalização e um sistema mais rigoroso na seleção de alunos e pesquisadores".

"Não adianta só ter dinheiro, as melhores universidades precisam ter os melhores alunos e professores", diz.


Folha de S Paulo

Ciência

Um artigo de Marcie Rathke, foi provisoriamente aceito para publicação em Advances in Pure Mathematics. O texto continha sentenças ligadas pelo uso de fórmulas matemáticas.

A curiosidade é que o artigo foi criado por um programa chamado Mathgen, que gera, de maneira aleatória, sentenças, fórmulas técnicas, dentro da estrutura convencional de um artigo científico. Mas sem nenhum sentido...

O criador do Mathgen já tinha feito algo parecido para ciência da computação, tendo o artigo sido aceito para publicação em congressos acadêmicos.

Fato da Semana


Fato: A divulgação atrapalhada do Google

Qual a relevância disto? – A empresa Google (onde está hospedado este blog) é sinal de eficiência. É para muitos o ideal de uma empresa. Mas as trapalhadas da divulgação do resultado foram tantas que mostram que a Google é uma empresa “normal” como as demais. As demonstrações deveriam ser divulgadas após o fechamento do pregão, mas por um erro foram apresentadas durante do pregão. Pior, de maneira incompleta, com comentários no texto. Além do resultado abaixo do esperado, os erros na evidenciação também ajudaram a derrubar o preço da ação da empresa.
O fato chama atenção para o cuidado que se deve ter no processo de evidenciar uma informação. Erros como os cometidos pela empresa são danosos para sua imagem.

Positivo ou negativo? – Para a empresa, sem dúvida nenhuma foi negativo. Para as empresas e a contabilidade, o fato pode ser positivo ao destacar a relevância da boa evidenciação.

Desdobramentos – A imagem da empresa deverá ser recuperada rapidamente. Mas ficará na história de como não se deve fazer. 

Frase

"E nós queríamos testar "pessoas de verdade" e não apenas estudantes (apesar deu ter descoberto que estudantes não gostam de ouvir que não são pessoas de verdade)."

"And we wanted to test “real people” and not just students (though I have discovered that students don’t like to be told that they are not real people)."

Dan Ariely


ICMS

Qual reforma tributária?
O Estado de S.Paulo - Editorial, 16/10/2012

Empresários e contribuintes em geral gostariam muito de acreditar na afirmação do ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, de que "a reforma tributária já começou e está caminhando". De que é urgente uma reforma extensa e profunda de nosso sistema de impostos, contribuições e taxas, ninguém que conheça o assunto parece discordar, como deixaram claro os participantes do seminário Como avançar na agenda da tributação, promovido pelo Estado e pela Agência Estado, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria. Afinal, há muito tempo a complexidade do sistema tributário - que impõe despesas administrativas extraordinárias às empresas - e o alto peso dos impostos - que onera demasiadamente os custos de produção no País e continua a crescer - retiram competitividade dos produtos brasileiros e retardam o crescimento. Ainda que ela esteja em curso, no entanto, de que reforma falou o ministro interino, em entrevista ao Estado (11/10)?

Quando autoridades, empresários, tributaristas e outros contribuintes discutem a reforma tributária, o único ponto com o qual todos concordam é quanto à sua necessidade e urgência. É preciso fazê-la o mais depressa possível. Por isso, governos vêm anunciando projetos de reformas tributárias praticamente desde a promulgação da Constituição de 1988.

[...]E por que, embora tão defendida, a reforma tributária pouco avança? A reforma não sai porque quem mais está falando em fazê-la, isto é, o governo federal, não é dono do principal imposto a ser reformado, que é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de natureza estadual, observou o economista Raul Velloso. "O dono do ICMS são os governadores, que não querem perder receita."

Criado como um imposto de valor adicionado, o ICMS foi sendo desfigurado e hoje, como observou Panzarini, é "o grande protagonista do manicômio tributário brasileiro". É ele que gera a guerra fiscal entre os Estados, a guerra dos portos (uma forma específica da guerra fiscal) e a guerra do comércio eletrônico. A toda iniciativa de mudança nas regras do ICMS os governadores reagem com desconfiança, pois temem que seus Estados percam receitas e outros ganhem.

[...]Diante da imensa dificuldade para chegar a um projeto abrangente que tenha apoio político suficiente, o governo Dilma tem optado por medidas pontuais, entre as quais o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, apontou a desoneração da folha de pagamentos de 20% da contribuição previdenciária. Outras ainda estão em estudos, como a simplificação das regras do ICMS e do PIS/Cofins, mas poderão ficar para 2014, para evitar perdas de receitas em 2013, quando a economia brasileira ainda deverá estar se recuperando da crise.

Tem havido alguns poucos benefícios para o setor produtivo, e outros poderão surgir futuramente, mas as empresas continuam envolvidas por um cipoal de normas tributárias que afetam seus negócios e seu crescimento - e, com mudanças a conta-gotas, assim continuará por muito tempo.

18 outubro 2012

Rir é o melhor remédio

Desculpe, mas esta noite, o terno é obrigatório.

Fonte: Aqui

Professor, revisa a minha nota?

Eu sempre falo deste vídeo para as pessoas. Vi em uma postagem antiga do Professor David Albrecht. Não foi ele quem fez, foi encontrado no YouTube. Está sem legendas.

Eu estava com planos de acrescentá-las mas desisti. Tem me faltado tempo. Caso alguém encontre o vídeo com legendas, por favor nos informe. ^.^