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30 novembro 2011

Marfrig 2

O frigorífico Marfrig afirmou nesta segunda-feira, em resposta a um texto publicado no blog da empresa de análise de ações Empiricus Research, que suas demonstrações financeiras são auditadas por uma empresa independente e que seus balanços cumprem "plenamente todas as normas do IFRS [padrão internacional de normas contáveis, International Financial Reporting Standards]".


O texto publicado na manhã desta segunda-feira no blog da Empiricus apontava a existência de irregularidades no balanço da Marfrig. No cálculo da empresa de análise, os supostos erros do frigorífico levaram a um impacto "considerável" no patrimônio líquido da companhia.


A Marfrig afirma, entretanto, que as considerações do blog da Empiricus "carecem de fundamento" e que "em nenhum momento" recebeu "quaisquer consultas" da Empiricus. A companhia acrescentou ainda que em 2011 foi premiada pela "qualidade de suas demonstrações contábeis" pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).


Veja a íntegra da resposta da Marfrig:


"Com referencia ao artigo publicado sem identificação de autoria pelo blog Empíricos, o Grupo Marfrig esclarece que mantém canais de comunicação de voz e Internet abertos para o esclarecimento de quaisquer dúvidas dos seus acionistas e analistas de mercado, e que, em nenhum momento, recebeu qualquer consulta do blog Empíricos. A Empresa entende que cumpriu plenamente todas as normas do IRFS e que os questionamentos e considerações do blog Empíricos carecem de fundamento. As demonstrações financeiras do Grupo Marfrig são auditadas por empresa independente e a Companhia é referência em rigor técnico no setor, reconhecida pela qualidade de suas demonstrações contábeis com o Troféu Transparência 2011 da ANEFAC - Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade."


Fonte: Aqui

Marfrig 1

A Empiricus Research, empresa de análise de ações, publicou uma carta em seu blog na qual aponta a existência de irregularidades no balanço do frigorífico Marfrig. Intitulada “Carta aberta por uma Marfrig mais aberta”, o texto enumera “erros” na contabilidade feita pela empresa pelo padrão internacional de contabilidade, o International Financial Reporting Standards (IFRS).


“Regra geral, achamos que algumas importantes (e até triviais) correções de erros foram jogadas embaixo do tapete do IFRS”, afirma a carta. “Note que não há problema em fazer os ajustes. Errou, confessou, está perdoado! Mas eles teriam que ser apresentados como uma correção de erros, dentro do arcabouço da CPC 23 ”, diz o texto. CPCs são os pronunciamentos (normas) contábeis do IFRS.


“Levando em conta a agregação dos ajustes supracitados, chegamos a um impacto considerável no saldo do PL (Patrimônio Líquido) de 1 de janeiro de 2009: de R$ 379,6 milhões para a controladora e de R$ 394,3 milhões para o consolidado. Aplicando os mesmos critérios sobre a reconciliação do patrimônio líquido entre o saldo de abertura de práticas anteriores e o saldo de acordo com as CPCs em 31 de dezembro de 2009, concluímos por um impacto agregado ainda mais substancial: de R$ 525,4 milhões para a controladora e de R$ 552,0 milhões para o consolidado", afirma a carta.


"A ordem de magnitude dos valores em jogo apenas reforça a necessidade de esclarecer essas questões, de modo a dirimir ruídos na comunicação com o mercado”, escreve a Empiricus, que possui, entre os seus sócios, o investidor Marcos Elias.


A carta publicada no blog, que não está assinada, faz uso de metáforas e seu tom é, às vezes, irônico.


"Nesta carta, apresentamos - sob forma franca e aberta - os pontos de nervura que dificultam o mastigar digesto de Marfrig. Talvez sejam resultado de nossa ignorância e incompreensão, mesmas faltas que induzem alguns experientes gestores a apostar contra as ações. Talvez sejam problemas menores, irrelevantes, que não merecem carta, sequer um parágrafo. Por isso, somos tão boca quanto seremos ouvidos. Não há aqui ironia, tampouco perseguição. Há - isso sim - a vontade de esclarecer, sob vias democráticas e independentes", afirma o texto.

Fonte: IG

Frase

Sobre a convergência das normas internacionais e das normas dos EUA, o presidente do Iasb afirmou o seguinte:

“The simple truth is that when you have two independent, highly competent boards, sometimes they will agree with each other, and other times they will not,” he said. “It’s not that one is right and the other wrong; they just reach different conclusions. The same would be true if I were to split my board in two and ask them to consider 10 projects. I doubt each smaller board would reach identical conclusions on all 10 projects, so convergence would require compromises to be made. Convergence therefore does not always result in the highest quality outcome. It has served its purpose, but now it is time to move on. Our international stakeholders have supported the current convergence process between the IASB and the FASB as a way to facilitate improvements in financial reporting and global adoption. At the same time, many have already indicated that they will not support an indefinite continuation.”

Olympus, segundo a KPMG

Este blog já postou diferentes textos sobre o problema contábil na empresa Olympus. Num deles divulgamos um texto do The Telegraph que afirma que a KPMG fez a sua parte.

O Valor Econômico publicou um texto da Bloomberg (Fraude era 'evidente' na Olympus, diz KPMG, Debra Mao, 28 nov 2011) sobre a relação entre a empresa de auditoria (KPMG) e a Olympus. O texto inicia-se de forma otimista:


O presidente mundial da KPMG International, Michael Andrew, disse que ficou evidente a prática de fraude na Olympus e que sua firma cumpriu todas as obrigações legais para repassar informações relativas à aquisição do Gyrus Group pela Olympus em 2008, antes de ter sido substituída como auditoria da fabricante de câmeras.


"Fomos dispensados por termos cumprido nossa obrigação", disse Andrew aos jornalistas sexta-feira no Clube dos Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong. "Para mim está bem evidente que houve fraude muito significativa, e com a cumplicidade de um grande número de pessoas."

Entretanto, é importante lembrar que o esquema de fraude contábil já existia há anos e a empresa de auditoria não percebeu. Mas o executivo da KPMG aproveita a ocasião para defender a adoção de normas internacionais de contabilidade, fato vantajoso para as empresas de auditoria, e criticou a possibilidade de normas contra o oligopólio do setor:

Andrew disse também que um conflito entre autoridades reguladoras dos Estados Unidos e da China mostrou a necessidade de adoção de normas mundiais e criticou as propostas da União Europeia de imposição de mais controles sobre o grupo de empresas de auditoria conhecido como as "Quatro Grandes", do qual a KPMG faz parte, como o de obrigá-las a compartilhar trabalhos com suas concorrentes de menor porte.


Falando sobre "Fraude, Crises Financeiras e o Futuro das Quatro Grandes", Andrew disse estar chocado pela interferência de ordem política e regulatória vivenciada pela KPMG em sua auditoria relativa ao endividamento da Grécia e ressaltou a importância da instauração de padrões mundiais.


A crise financeira de 2008 foi o resultado do fracasso dos modelos de negócios e da supervisão prudencial, disse ele, considerando "ingênuas" as propostas da UE de impedir que as firmas com determinada fatia de mercado prestem serviços alheios à área de auditoria aos clientes e como equivocadas as propostas em favor da rotatividade obrigatória das firmas.

Adoção das normas internacionais

Um texto do Valor Econômico informa sobre a adesão ao IFRS no País (Adesão ao IFRS no Brasil é maior do que na Europa, aponta pesquisa, Natalia Viri, 28 nov 2011, via aqui). Como todo texto jornalístico, é necessário uma leitura cuidadosa para não ser enganado. Segundo o jornal, baseado numa pesquisa da empresa de auditoria Grant Thornton, o universo da pesquisa foram 11 mil empresas de 39 países (isto significa uma média de 282 empresas por país).

Das 200 companhias consultadas no Brasil – que incluem desde pequenas e médias empresas até as de maior porte e de capital aberto -, 35,6% seguem todas as recomendações do Iasb (por meio do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, CPC), o que coloca o país na 14ª posição em termos de adoção completa do IFRS.

A posição do Brasil em termos da adoção só faz sentido se a seleção da amostra fosse cuidadosamente escolhida para refletir o universo das empresas de cada país. Prossegue o texto:

O país está à frente das demais nações emergentes que compõem o chamado BRIC. Na China, na Índia e na Rússia, a percentagem de empresas que adotam o IFRS de forma completa é de 28,3%, 20,4% e 19,2%, respectivamente.


O líder do ranking são os Emirados Árabes, onde 68,3% das empresas divulgam seus balanços de acordo com as regras do Iasb, seguidos por Espanha (65,8%) e Geórgia (59,8%). Na outra ponta, estão Japão (2,3%), Vietnã (7,1%) e Estados Unidos (8,3%), países nos quais a adoção do IFRS não é obrigatória. (...)


A principal exceção, segundo ele, fica por conta das instituições financeiras. Mesmo quando têm seu capital aberto – e, por consequência são fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) -, os bancos respondem, em última instância, ao Banco Central, que manteve o padrão contábil anterior a 2010.


As instituições financeiras de capital aberto precisam apenas publicar um balanço anual adicional em conformidade com o IFRS. Os balanços trimestrais ficam livres dessa exigência.

Estádios para Copa

Uma reportagem do Valor Econômico aborda a questão dos estádios que estão sendo construídos para Copa do Mundo (Arenas da Copa vão demorar até 198 anos para pagar custo, Rodrigo Pedroso, 28/11/2011). A partir de um estudo realizado por uma empresa de consultoria, o texto afirma que

os 12 estádios que foram escolhidos para os jogos da Copa custarão mais e terão receita menor depois da competição que aqueles construídos para as últimas duas edições da Eurocopa. Os piores prazos estão em Cuiabá, Natal, Brasília e Manaus e variam de 130 a 198 anos.

O estudo usou dois cenários, mas a fragilidade do mesmo é evidente de imediato. Observe o que afirma sobre Manaus:

A previsão é que o seu faturamento anual depois do torneio fique em torno de R$ 2,51 milhões. Com o custo - até agosto - estimado em R$ 499,5 milhões, a arena esportiva demoraria 198 anos para se pagar.

O valor de 198 anos foi obtido dividindo 499,5 milhões por 2,51 milhões. Dois problemas sérios nesta operação: (a) está usando o faturamento, sem levar em consideração os custos de manutenção e funcionamento; (b) deixa de levar em consideração o valor do dinheiro no tempo.

O estudo ainda ressalta o alto custo dos estádios brasileiros para a Copa. As 12 arenas, somadas, estão orçadas em RS 6,71 bilhões. O gasto é 32% maior do que foi dispendido pela África do Sul na última edição do torneio, e 46% maior do que o gasto pela Alemanha em 2006. O montante, no entanto, pode aumentar. Estimativas do próprio governo apontam que os gastos devem chegar a R$ 7 bilhões.

Em outro texto (Para consultoria, estádios terão de buscar fontes de receita após o torneio), o jornal aponta uma possível solução para reduzir o prejuízo:

Como o custo dos ingressos não pode subir demais, sob risco de o público cair, a saída para aumentar o lucro líquido deve ser focada em quatro frentes de exploração: camarotes, restaurantes, espaços VIP e boxes especiais para empresas em dias de jogos; patrocínios e licenças, como "naming rights", publicidade externa e interna e licenças de uso de restaurantes e bares na arena; aluguel do espaço para shows, feiras e eventos; e outras fontes de renda com o uso de hotéis, museu, lojas e complexos comerciais na parte externa do estádio.

29 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Petrobras registra mais vazamentos que a Chevron



Os vazamentos de petróleo no Brasil são mais comuns do que se pensa. Só a Petrobras, a maior empresa do setor, encerrou o ano passado poluindo mais e recebendo um grande volume de autos de infração dos órgãos de fiscalização.

Em 2010, a estatal registrou 57 vazamentos, contra 56 ocorrências em 2009. O volume de petróleo e derivados derramado cresceu cerca de 163%, pulando de 1.597 mil barris, em 2009, para 4.201 mil barris espalhados na natureza no ano passado, quase o dobro dos 2.400 barris que teriam vazado do poço da Chevron no campo de Frade (Bacia de Campos), onde a Petrobras tem 30%.

O óleo vazado pela Petrobras em 2010 foi o maior em pelo menos quatro anos, segundo levantamento do GLOBO com base em seus relatórios de sustentabilidade. O número ficou acima do Limite Máximo Admissível, índice anual usado pela estatal, de 3.895 mil barris.

Especialistas dizem que as empresas não estão investindo o suficiente em sistemas de segurança e ressaltam que os desafios são maiores com o pré-sal.

O óleo vazado pela Petrobras em 2010 foi o maior em pelo menos quatro anos, segundo levantamento do GLOBO com base em seus relatórios de sustentabilidade. O número ficou acima do Limite Máximo Admissível, índice anual usado pela estatal, de 3.895 mil barris. Especialistas dizem que as empresas não estão investindo o suficiente em sistemas de segurança e ressaltam que os desafios são maiores com o pré-sal.

Segundo o Relatório de Sustentabilidade de 2010, o Sistema Petrobras recebeu, em 2010, 21 autos de infração ambientais, que geraram multas de R$ 80,75 milhões. O número é 131,04% maior em relação a 2009, quando três autos totalizaram R$ 34,95 milhões. Esses números consideram multas com valores iguais ou superiores a R$ 1 milhão.

Fonte: O Globo

Leia também :Será o pré-sal um bilhete premiado, sem riscos ou custos?

Lógica Bolivariana em Economia

Fase 1. O Banco Central da Venezuela dobra a oferta de dinheiro nos últimos quatro anos

Fase 2. Em razão disto, a inflação chega a 27% ao ano

Fase 3. O governo, para controlar a inflação, decide controlar os preços de produtos básicos evitando que os monopólios se aproveitem da situação

Fase 4. Os consumidores, em pânico, provocam a escassez dos produtos

Fase 5. O governo acusa os especuladores de se aproveitarem da situação

Para Karlin Granadillo, chefe de Controle de Preços da Venezuela "A lei da oferta e da procura é uma mentira".

Adaptado daqui

Endividamento

A notícia seguinte é um exemplo de como não fazer um texto jornalístico:


De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), 41% das famílias na capital paulista estão endividadas em novembro (1).


O estudo realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostra que o resultado é o menor desde outubro de 2009, quando a inadimplência registrou 40,9% (2).


Além disso, apenas 8% das famílias na capital paulista têm contas atrasadas em novembro, com queda de 2,8 pontos porcentuais ante o mês anterior. (3)


Segundo a pesquisa, 3,3% dos paulistanos não terão condições de pagar total ou parcialmente suas dívidas. (4)


O cartão de crédito é o principal meio utilizado para adquirir essas dívidas, com 76,3% do total de endividados (5). Já 22,4%, assumiram dívidas nos carnês e 11,4% no crédito pessoal.


A maior parte dos endividados (57,1%), comprometeu de 11% a 50% da renda familiar e cerca de 49,1% têm contas vencidas há mais de 90 dias.


(1) A rigor isto significa que qualquer família que possua uma dívida estaria nesta categoria. Este valor é, portanto, muito reduzido. Acredito que o termo "endividado" é incorreto.
(2) Aqui a comparação é inadimplência, que é completamente diferente de endividamento. Você pode ter dívida, mas estar em dia com as obrigações. Outra questão é que a variação foi de 40,9% para 41%. Isto provavelmente deve estar dentro da margem de erro de uma pesquisa por amostragem.
(3) Esta informação já é diferente da anterior e mostra que o problema é menor agora. Mas observe que o termo usado é "contas atrasadas"
(4) Como é calculado isto?
(5) Esta é uma informação preocupante, já que o cartão possui juros elevados. Mas observe que ter dívida com cartão parece classificar a família dentro do grupo dos 41%.

Estádios

Conforme um estudo do Journal of Economic Perspectives (citado aqui):

um trabalho independente sobre o impacto econômico de estádios e arenas descobriu que não existe uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a construção de instalações desportivas e desenvolvimento econômico.

Estes resultados contrastam com os estudos promocionais que normalmente são feitos por empresas de consultoria com a contratação de equipes ou câmaras de comércio locais, para o apoio a construção. Tipicamente, tais estudos de impacto futuro do projeto quase inevitavelmente partem de pressupostos irrealistas sobre valor agregado local, novos gastos e multiplicadores.

Pensadores

A revista Foreign Policy elegeu os cem pensadores globais. Nos primeiros lugares, os revolucionários árabes. Logo após, os presidentes dos bancos centrais (Fed, Europa e China). Na lista Dilma Roussef (42), Krugman (32), Stiglitz (33), El-Erian (54, de When Markets Collide), Martin Wolf (55), Tyler Cowen (blogueiro de Marginal Revolution)e Kahneman (71, da área comportamental).

28 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Gráfico de Pizza: Pizza que já comi e pizza que ainda não comi

Frase




Lembro-me em uma aula do professor e Dr. Sérgio de Iudícibus em meu Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais na PUC, quando ele disse o seguinte: “Nós contadores não sabemos vender o nosso serviço, pois fazemos muito mais do que débito e crédito, mas ninguém sabe que somos parte da gestão dos negócios”.


Fonte: Controles de incidentes e “não” incidentes como demonstrar? Por: Marcos Assi é professor e coordenador do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios.

Mulher no Trabalho

O gráfico mostra a participação da mulher na força de trabalho e a mulher nos negócios. Apesar do progresso ao longo do tempo, ainda existe a discriminação contra o trabalho feminino.

27 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

O jornal Barriga Verde, de Santa Catarina, publica uma reportagem sobre o desempenho dos catarinenses no Exame de Suficiência. O título  é "Novamente Santa Catarina fica acima da média nacional em educação".  Em destaque os dizeres: "Como aconteceu na primeira edição do Exame de Suficiência da área contábil, os percentuais de aprovação de Santa Catarina, tanto na categoria “contador” como na de “técnico em Contabilidade”, foram superiores à media nacional, nas provas aplicadas no mês de setembro." Para ilustrar o texto a fotografia abaixo: 

Olympus



O tempo não anda nada fácil para a japonesa Olympus. Um mês após admitir que camuflou prejuízos em operações financeiras por meio de um esquema de fraudes contábeis que ocorriam desde a década de 1990, a fabricante de máquinas fotográficas e equipamentos médicos está sendo investigada pela polícia do Japão por supostamente ter repassado dinheiro para a máfia local, a Yakuza. A acusação é pesada. Policiais concluíram que US$ 2 bilhões foram parar nas mãos do crime organizado. É quase metade do valor da fraude.

No total, são cerca de US$ 4,9 bilhões desaparecidos como num toque de mágica dos registros contábeis da Olympus. Segundo reportagem do jornal The New York Times, o repasse à máfia teria se dado de dois modos: em primeiro lugar, empresas controladas pela Yakuza ajudaram a montar o sistema fraudulento. Na sequência, os mafiosos passaram a chantagear para evitar que o esquema viesse a público.

Em nota, a Olympus declarou que a comissão interna que investiga o assunto ainda não encontrou indícios de desvio para “forças antissociais”.

O calvário vivido pela empresa começou a partir de denúncias feitas no mês passado por seu ex-CEO, o britânico Michael Woodford. Primeiro estrangeiro a ocupar o cargo, o executivo foi demitido por supostamente “não se adequar à cultura de negócios japonesa”. Na verdade Woodford, com mais de 30 anos de trabalho dentro da Olympus, descobriu as fraudes e as informou ao conselho de administração. Como prêmio, ganhou o olho da rua e contou a jornalistas a história das fraudes, além de colaborar com as investigações das autoridades.

A dúvida agora é o que a Olympus fará para limpar sua imagem. Desde o começo do escândalo, as ações da empresa perderam 75% do seu valor e a bolsa de Tóquio estuda retirar os papéis de circulação, caso a relação com a Yakuza se mostre verdadeira. Sintomaticamente, um grupo de acionistas passou a defender a volta de Woodford como forma de evitar a falência da empresa de 92 anos.

Fonte: Marcelo Cabral, Istoé Dinheiro

Lei de crimes financeiros



De acordo com o advogado criminalista Arnaldo Malheiros Filho, a Lei 7.492/1986, que trata dos crimes contra o sistema financeiro "é uma das piores que temos no Brasil". Durante o Ciclo de Palestras Ibccrim/Faap, que aconteceu nesta semana em São Paulo, Malheiros criticou a definição muito ampla que a lei traz sobre instituição financeira, e a associação que se faz dos crimes contra o sistema fincanceiro com a formação de quadrilha para justificar prisão temporária.

Malheiros citou julgamento do Supremo Tribunal Federal em que o ministro Cezar Peluso, entendeu que formação de quadrilha é a associação de mais de três pessoas com o fim de cometer ato ilícito. “Os diretores de um banco não se associam para cometer crime algum, se associaram para administrar uma empresa, fazer negócios. Podem até no meio do caminho cometer um crime, mas em princípio não se associaram para isso”, afirmou.

Ao falar que a Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro “é uma das piores leis que temos no Brasil”, o advogado também afirmou que a norma só não foi alterada porque existe receio de piorá-la.

Malheiros recorda que quando foi aprovada, houve diversos vetos de artigos que representavam “verdadeiras aberrações”. “Quando aprovou a lei, o então presidente José Sarney enviou ao Congresso Nacional uma mensagem na qual reconhecia que a lei era ruim, mas como havia um anteprojeto sendo elaborado pelo Executivo, acreditava-se que a Lei 7.492/1986 seria provisória. O fato é que ela completou 25 anos.”

Amplitude


Para o especialista, um dos maiores equívocos da Lei 7.492/1986 é a amplitude do conceito de instituição financeira. De acordo com o artigo 1º, considera-se instituição financeira a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários.

“Além da amplitude do artigo 1ª, o inciso II, do parágrafo único, do mesmo artigo, diz que ‘equipara-se a instituição financeira a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual’. "Ou seja: alguém que pede um empréstimo no banco, tudo e todos podem ser considerados instituições financeiras, o que é um absurdo", disse Malheiros.

Excesso


Outro ponto destacado durante a exposição do criminalista foi a “criminalização do que não é crime”. “Hoje vivemos a moda do criminalizar. Tem-se a ideia errada de que criminalizar condutas e aumentar penas resolve os problemas. Há casos em que isso não é verdade”, disse o advogado que contextualizou sua afirmação demonstrando como a Inglaterra trata a questão do álcool ao volante.

Malheiros explica que naquele país, dirigir alcoolizado não é crime, é infração administrativa. Se pego dirigindo alcoolizado, o motorista tem a habilitação suspensa por um ano e o carro apreendido por igual período. “Veja que a sanção administrativa de lá põe mais medo que a nosso Código Penal aqui, onde o indivíduo sabe que o processo se arrastara por anos, que não é obrigado a fazer prova contra si”, afirmou.

O advogado fez longa explanação sobre a Lei Seca para chegar a outro ponto controverso da Lei 7.492/1986. Os crimes de mera conduta — que não geram resultado. “Como pode ser constitucional a criminalização do ato de dirigir embriagado se esta conduta por si só, não extrapola a figura do agente? Da mesma forma como pode a lei tipificar como crime o ato gerir temerariamente instituição financeira? Ora, isso é inerente a atuação da instituição e ademais, enquanto temerária, não provocou prejuízo a ninguém, como falar em crime?”, disse.

A advogada Marina Pinhão Coelho, doutora em Direito Penal pela Universidade de São Paulo e especialista em Direito Penal, Econômico pela Universidade de Coimbra, também participou do debate. Disse que só o fato de atuar no mercado financeiro já é uma conduta arriscada. Por isso, afirmou, é preciso estabelecer padrões mais específicos do que se seja gerir temerariamente. “Eu nunca ouvi um conceito sobre isso, mas o problema é que, em decisões, juízes se resumem a dizer que temerária é temerária e pronto. Isso me preocupa”, disse.

Grampos

De acordo com Marina Pinhão, outro problema a ser resolvido é a jurisprudência que se instaurou nos tribunais superiores de que crimes contra o sistema financeiro devem ter grampos por tempo indeterminado. “O entendimento dos superiores é de que não existe tempo para investigação, o grampo deve continuar até que se conclua o inquérito. Algumas decisões mostram que esse entendimento possa estar mudando, mas muitas decisões estão nesse sentido.”

Fonte: Rogério Barbosa, repórter da revista Consultor Jurídico,


Revista Consultor Jurídico, 12 de novembro de 2011

Micos da Bovespa



Fonte: aqui

Culpado

A respeito do assunto é imperdível a entrevista do proprietário do restaurante que explodiu na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro quando disse textualmente que a falta das licenças e autorizações de responsabilidade das autoridades municipal e estadual ocorreu por causa do contador. O saldo do acidente foi de 3 vitimas fatais e só faltou o referido proprietário dizer que a culpa foi delas por estarem naquele lugar no momento da explosão!!!


Lino Martins (dica de Rossana Guerra, grato)