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15 dezembro 2010

CVM multa

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou nesta terça-feira 2,6 milhões de reais em multas após julgar processo que apura a responsabilidade de administradores [1] da Sadia por eventuais irregularidades relacionadas a derivativos e na divulgação de informações pela companhia.

Segundo a decisão, a qual ainda cabe recurso, dos 14 acusados, apenas quatro foram absolvidos: Alcides Lopes Tapias, Marcelo Fontana, Cássio Casseb Lima e Roberto Faldini.

Adriano Lima Ferreira foi inabilitado de exercer funções administrativas pelo período de três anos e os demais acusados terão de pagar multas estipuladas em 200 mil reais ou em 400 mil reais.

Foram multados em 400 mil reais Everaldo Nigro dos Santos, Francisco Silvério Cespede, Walter Fontana Filho e José Marcos Comparato.

Diva Helena Furlan, Eduardo Fontana D'Avila, Luiza Helena Rodrigues, Norberto Fatio e Vicente Falconi [2] foram multados em 200 mil reais.

A Sadia perdeu cerca de 2 bilhões de reais em 2008 devido a operações com derivativos que acompanhavam a variação do real. A empresa foi surpreendida pela forte alta do dólar naquele ano, com a eclosão da crise financeira internacional, e registrou fortes prejuízos em suas posições.

Os problemas com essas operações debilitaram as finanças da empresa, que registrou prejuízo líquido de 2,5 bilhões de reais no encerramento do exercício de 2008.

Posteriormente, a companhia acabou sendo adquirida pela rival Perdigão, operação que criou a Brasil Foods.


Denise Luna - CVM aplica R$ 2,6 milhões em multas em julgamento sobre Sadia - Reuters

[1] Na verdade a multa incluiu também parte do Conselho e não somente os gestores.
[2] É interessante, e irônico, a multa para Falconi. O famoso consultor de empresas e autor de livros como Qualidade Total, O Verdadeiro Poder, Gerenciamento pelas Diretrizes e Valor dos Recursos Humanos na Era do Conhecimento fazia parte do Conselho. Era bom para o currículo do consultor e bom para Sadia, que ostentava um nome de grife no Conselho.

Excesso de Confiança

Mais de 90% das decisões e reações feitas atrás do volante dependem de boa visão. Enquanto muitas pessoas acham que dias claros e ensolarados são ótimos para dirigir, a verdade é que o brilho cegante do sol, da neve e dos outros veículos é um fator que contribui muito com o número de acidentes de carro fatais. Além disso, pesquisa recente encomendada pela Essilor of America, Inc., líder mundial em lentes para óculos, revelou o fato perturbador de que 20% das pessoas que usam óculos às vezes dirigem sem os óculos de grau e usam óculos escuros sem grau, deixando a direção diurna perigosa sem necessidade.


Uma em cinco pessoas que usam óculos dirigem sem, informa pesquisa - PR Newswire

Isto recebe o nome de excesso de confiança, em finanças comportamentais.

Insistência irracional

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou hoje que os novos investimentos na Bolívia tem por objetivo garantir o cumprimento dos contratos de exportação de gás para o Brasil. A empresa confirmou hoje que vai assumir a operação do campo Itaú, com uma participação de 30%, projeto que era operado pela companhia francesa Total.


Gabrielli defende novos investimentos na Bolívia - Estado de São Paulo

Isto é conhecido em finanças comportamentais como insistência irracional.

14 dezembro 2010

Rir é o melhor remédio


A crise na Europa e os PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha). (Pigs = porcos)

Doze dicas para maximizar o seu potencial

Doze dicas para maximizar o seu potencial - Por Isabel Sales

O professor Ph.D. David Albrecht escreveu um artigo publicado na American Journal of Business Education no qual sugere 12 dicas para que os alunos maximizem seu potencial em aulas de contabilidade, o qual recomendo.

Ele conta a história de uma de suas alunas, Brenda, que não se destacava em suas aulas até tirar uma nota baixa, se irritar e afirmar que ainda daria a volta por cima nessa matéria. Claro que o professor não acreditou tendo em vista que, em sua experiência, aquilo era um grave e comum caso de maus hábitos estudantis. Mesmo que alguns alunos tentem uma reviravolta, não conseguem, simplesmente por não saberem estudar apropriadamente para uma aula de contabilidade. Essa doença pode ser curada, mas é necessária uma mudança no panorama, assim como um considerável esforço.

Felizmente Brenda ganhou destaque como uma das alunas preferidas do professor Albrecht. Ela se tornou mais participativa em aula e rapidamente seus comentários refletiam pontos-de-vista fantásticos. Conseguiu, ainda, tirar a nota máxima nas duas avaliações subseqüentes e encerrou o semestre com uma das maiores pontuações.

Muitas vezes os alunos perguntam aos professores como alcançar um bom desempenho nas matérias de contabilidade. Para ajudar, seguem as 12 dicas de Albrecht:

1. Saiba o que o professor espera: Os professores de contabilidade, quase sem exceções, se importam com seus alunos e ficam ansiosos para que se saiam bem nas avaliações. É possível tirar notas máximas, desde que os alunos entendam e identifiquem os conceitos, além de aplicá-los corretamente a qualquer pergunta que o professor fizer. Isso depende mais de boas técnicas de estudo do que de uma excelente inteligência.

2. Aprenda sozinho: A função do professor é apresentar o conteúdo do curso e explicá-lo. Não é responsabilidade dele que você aprenda o material, mas sim que o conteúdo seja apresentado de uma forma que possibilite o aprendizado. Aceite a responsabilidade e seja seu próprio professor.

3. Se empenhe desde o primeiro dia: Não procrastine e deixe o estudo apenas para a véspera das avaliações. Estudar de forma distribuída entre diversos dias ajuda a pensar sobre a matéria, contemplar potenciais aplicações, associar o conhecimento aos conceitos e deixar o subconsciente trabalhar no aprendizado. Estudar na véspera ocasiona ansiedade e estresse que são, comprovadamente, prejudiciais à atividade do lóbulo frontal (onde o aprendizado acontece).

4. Frequente todas as aulas: Há alta correlação entre a frequência regular de alunos e as notas finais. Assim, pense no tempo gasto em aula como tempo de estudo intensificado. Se a sua mente divagar, puxe-a de volta. Mesmo que você saiba a matéria, quanto mais repassar o assunto, maior será o conhecimento, a lembrança e a precisão.

5. Faça boas anotações: Em geral as anotações feitas por alunos não são boas o suficiente. Se esforce para que a sua seja. Anote o que o professor fala e, especialmente, o que coloca no quadro. Dentro das próximas 24h reescreva tudo, isso reforçará os pontos-chave. Se as aulas forem com base em apresentações de slides, confie nos arquivos do professor. Nesse caso o foco deverá ser voltado para o estudo do livro-texto.

6. Participe da aula: Se dois alunos estudarem o mesmo tanto, terá desempenho melhor o que participar ativamente das aulas. Quando o professor falar, imagine que ele está se dirigindo diretamente a você. Se importe, pois aquela é a sua aula. Não tenha medo de participar e dar respostas erradas, você poderá aprender com seus erros.

7. Leia e releia o livro-texto várias vezes: A primeira leitura deverá ser prazerosa, identificando os tópicos do capítulo. A segunda deve ser bem detalhada, com duração de cerca de duas a quatro horas. Ao resolver o dever de casa faça a terceira leitura e volte aos pontos-chave. Após o tópico ser apresentado em aula, leia o capítulo pela quarta vez.

8. Procure padrões: Após fazer boas anotações e ler o livro de forma crítica, você está em uma ótima posição para identificar padrões-chave. Comece enumerando os passos utilizados nas resoluções de problemas. Em seguida, utilize essa lista como guia e inicie a resolução de novas questões. Se você não conseguir completar o exercício com precisão com base nessa lista inicial, acrescente alguma mensagem explicativa ou pontos adicionais.

9. Faça o dever de casa: As regras contábeis foram feitas pelos homens e, nem sempre evidentes por si só, precisam ser aprendidas com base em um processo que inclui repetição e reforço. Resolva todos os exercícios e problemas do livro-texto.

10. Estude com amigos: Pratique a explicação e compreensão estudando com outros colegas. Como benefício adicional, o ato de analisar se o que o seu colega está elucidando é correto ajuda o desenvolvimento do seu senso crítico.

11. Estude muito e com determinação para cada prova: Recomenda-se 15 horas de estudo com foco apenas nas provas. Isso pode aparentar muito esforço, mas ser um bom aluno acarreta um alto custo de oportunidade. Se você não se preparar adequadamente para as avaliações prejudicará uma das principais razões em se fazer uma faculdade. De tal modo, identifique o que o professor espera que você saiba e quão bem, identifique o formato da prova (discursiva, múltipla escolha), refaça provas antigas, reveja suas anotações, trabalhe cada problema, se concentre nos princípios e padrões, assim como em sua aplicabilidade em cenários variados.

12. Tenha uma vida saudável: O lobo frontal do seu cérebro pode reagir negativamente a um estilo de vida prejudicial. Portanto, durma bem, pratique exercícios, beba muita água, se alimente de forma saudável, tome banhos de sol.

Aí estão as dicas para que você se torne um aluno melhor. Te desejo uma boa jornada!

Links

O fracasso do carro barato da Tata

A escolha da profissão

Uma campanha publicitária: camisinhas custam menos que bebês

CVM multa KPMG por conta do balanço da PErdigão

Governo do Timor Leste melhora a evidenciação das suas contas públicas

O clube de futebol do Barcelona possui o melhor contrato de publicidade do mundo do futebol

A língua mais controversa mundo: pirahã

A reação da Deloitte ao Wikileaks

Reconhecimento da Receita

A questão do reconhecimento da receita, nas atividades imobiliárias, foi sempre objeto de disputa e discussão na contabilidade. No passado, através do lobby das empresas fabricantes de avião, criou-se a possibilidade de reconhecer a receita no momento da produção. Isto nos Estados Unidos. Esta regra espalhou-se pelo mundo e tornou-se comum nos mais diversos países.

Recentemente uma tendência de eliminar a confusão do reconhecimento da receita. Mas parece que a posição brasileira será um pouco diferente, conforme texto a seguir:

(...) No caso específico decidido na sexta, a dúvida estava na definição de quando a incorporadora transfere, ao comprador, riscos, benefícios e o controle de um imóvel vendido ainda na planta.

A tese que prevaleceu é a de que essa transferência ocorre no momento da assinatura do compromisso de compra e venda, ou ao longo do período de execução da obra, o que permite que a receita seja reconhecida paulatinamente, desde a assinatura do contrato, como vinha sendo feito na contabilidade brasileira.

Entre os argumentos para isso está o de que o comprador já pode vender o imóvel em construção e que, caso haja uma desapropriação, ele recebe indenização proporcional ao valo pago.

Em relação ao controle, ainda que um comprador sozinho não possa alterar o projeto, a incorporadora tampouco tem esse poder, sendo obrigatório seguir o que foi registrado em cartório.

Se houvesse o entendimento de que os riscos e benefícios só são transferidos quando o imóvel está pronto e há a entrega das chaves, apenas nesse instante a receita de venda do imóvel seria registrada no balanço, toda de uma vez. (...)


Construtoras vencem disputa para manter regra contábil - Por Fernando Torres | De São Paulo - Valor Econômico

Aqui, reportagem anterior sobre o tema

Quarta-feira no supermercado

O texto a seguir lembra um pouco os textos do livro O Economista Naturalista:

Nacional, Zaffari, Extra, Carrefour: o que esses nomes têm em comum? Todos eles, de fato, são grandes redes de supermercado existentes no Brasil. No entanto, é possível apontar mais uma semelhança entre esses estabelecimentos: a prática de promoções, sempre às quartas-feiras. Qual a racionalidade econômica que está por trás dessa decisão? Porque os preços são menores na quarta-feira, e não no início ou fim-de-semana?

Aqui, mais uma vez, a característica de sinalização dos preços relativos pode nos ajudar a fornecer algumas respostas. A queda nos preços nada mais é que uma resposta a uma redução na demanda. Dada essa situação, os ofertantes oferecem incentivos para que seus produtos sejam consumidos através de promoções. Os motivos exatos pelos quais ocorre esse ajustamento podem ser os mais variados, mas é possível refletir um pouco sobre a questão e elencar algumas conjecturas.

O ato de realizar compras de acordo com a necessidade diária (on demand), mesmo para as pessoas que gostam de fazer isso, acarreta custos. Entre eles, existe o custo de oportunidade do tempo, o deslocamento, estacionamento, entre outros. Como os agentes econômicos são racionais, quanto mais essas despesas puderem ser evitadas, melhor. Por esse motivo, o maior movimento nos supermercados se dá no fim-de-semana, quando o custo de oportunidade do tempo para a maioria desses agentes é baixo, já que, ao longo semana, pode ser simplesmente impossível deixar de trabalhar para fazer compras, ou mesmo aproveitar pra descansar depois de um dia estafante no serviço. Dessa forma, alguns indivíduos têm o perfil de realizarem ranchos com periodicidade semanal, quinzenal, ou mesmo mensais e o fazem no início da semana (domingo ou segunda-feira, por exemplo). Ademais, existem pessoas que desejam descansar no fim-de-semana e não estão dispostas a enfrentar os transtornos causados pelo grande movimento das redes no fim-de-semana. Ocorre, portanto, um movimento de antecipação, de tal sorte que as compras são realizadas, por exemplo, na quinta ou sexta-feira.

O mais interessante de tudo isso é que as promoções surtem o efeito desejado. O dia de maior movimento ao longo da semana se dá justamente nas quartas-feiras, quando os preços são menores. Isso sugere, de um modo geral, que a elasticidade-preço da demanda (em módulo) é alta, de tal sorte que alterações no preço causam grande impacto na quantidade demandada.

Quarta é sempre feira no supermercado - Texto de Oscar Frank (enviado por Pedro Correia, grato)

Nelson Machado sai do governo

Número dois do Ministério da Fazenda, o secretário executivo e ex-ministro da Previdência, Nelson Machado, vai deixar a equipe econômica. Machado confirmou que já começou a negociar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sua saída do cargo. Segundo ele, não está definido, no entanto, quando a mudança ocorrerá, se até o fim deste ano ou no início do governo Dilma Rousseff.


(...) O secretário Nelson Machado informou que, depois de vários anos trabalhando no governo federal, no Estado de São Paulo e na prefeitura paulista, pretende voltar a dar aulas em universidades. Ele é doutor em contabilidade pública. Machado, porém, não quis fazer comentários sobre a escolha de Mantega para ser o seu sucessor no cargo. À frente da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, Machado comanda o dia a dia da administração, mas nos últimos anos preparou uma reformulação da contabilidade pública, que já começou a ser implementada na administração federal. (...)


Nelson Machado vai deixar equipe econômica do governo - Por Adriana Fernandes e Fabio Graner - Estado de São Paulo - 13 de dezembro de 2010

Algumas das recentes conquistas da área contábil deve-se, sem dúvida nenhuma, a Nelson Machado. Nos anos recentes, a contabilidade teve acesso ao núcleo do poder através dele. A notícia, obviamente, não é boa para a área e pode trazer um atraso (senão um retrocesso) nas mudanças contábeis da área pública. A conferir.

(Veja esta postagem, onde comentamos sobre o resultado das eleições e a contabilidade)

Mulheres nos Conselhos

Cotas baseada em gênero foram aprovadas pelo governo da Noruega em 2003 e as empresas tiveram cinco anos para cumpri-las. A partir de 1 de janeiro de 2008, tornou-se obrigatória para as empresas norueguesas de nomear 40% das mulheres nos seus conselhos de administração. Com esta legislação ousada e seu sucesso relativo, as mulheres já ocupam cerca de 38% da composição do conselho, e faz da Noruega um caso de sucesso para cotas de gênero.

Mas o modelo norueguês é o único caminho a seguir? Cotas de gênero fazem sentido na Noruega, mas pode não fazer sentido em outros países. Aqui está o porquê: a Noruega tem uma pequena, mas maioria da população na zona urbana, com menos de 5 milhões de pessoas. Noventa e cinco por cento da população são parte do mesmo grupo étnico, 85% compartilham a mesma religião, o nível de alfabetização é de 100%, e não há uma língua oficial. Em outras palavras, neste contexto, a disparidade de gênero destaca-se como diferença marcante entre as pessoas.


The Best Way to Get Women into Boardrooms - Athena Vongalis-Macrow

As marcas mais valiosas do futebol mundial

Em R$ milhões

1 Manchester United 3.137,8
2 Real Madrid 2.262,3
3 Arsenal 2.019,5
4 Barcelona 1.710,0
5 Bayern de Munique 1.692,9
6 Liverpool 1.405,6
7 Milan 1.368,0
8 Juventus 1.121,8
9 Chelsea 1.104,7
10 Inter de Milão 706,2

Fonte: Crowe Horwarth RCS/Estado de São Paulo

Com a postagem anterior, isto significa o seguinte: o Corinthians é a 10a. marca de futebol mais valiosa do mundo.

As marcas mais valiosas do futebol brasileiro

Em 2009 (em R$milhões)

1 Flamengo 568,1
2 Corinthians 562,6
3 São Paulo 551,9
4 Palmeiras 419,6
5 Internacional 230,9
6 Grêmio 213,7
7 Cruzeiro 138,9
8 Santos 135,1
9 Vasco 121,8
10 Fluminense 108,5

Em 2010 (em R$milhões)

1 Corinthians 749,8
2 São Paulo 659,8
3 Flamengo 625,3
4 Palmeiras 444,1
5 Internacional 268,7
6 Grêmio 222,8
7 Vasco 156,5
8 Santos 153,3
9 Cruzeiro 139,6
10 Atlético-MG 110,3

Fonte: Crowe Horwarth RCS/Estado de São Paulo