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06 outubro 2010

Risco




A figura mostra a evolução do nível de risco do Brasil, calculado pela metodologia do Riskmetrics. Por este método, utiliza-se a variação do comportamento da bolsa de valores, determinando a volatilidade através da seguinte expressão:

Volatilidade Hoje = 0,94 Volatilidade de Ontem + 0,06 Retorno de Hoje ao quadrado

Assim, quando existem mudanças bruscas na bolsa de valores, isto seria um reflexo de ambientes conturbados. Em outras palavras, com maior risco.

Observe que a figura apresenta três momentos distintos. O momento A, durante a crise do México, o risco aumentou substancialmente. Isto ocorreu logo após a implantação do Plano Real, no início do governo FHC. Alguns anos após, em 1998 e 1999, o risco aumenta, em razão da crise Russa e dos problemas cambiais, incluindo a maxidesvalorização. O final do governo FHC e durante o governo LIS o risco ficou em níveis reduzidos. A manutenção da política econômica foi a grande responsável por este fato.

Entretanto, em 2007 e 2008 o risco volta a aumentar, com a crise financeira. Entretanto, mais recentemente, voltou aos níveis anteriores.

IFRS para combater a corrupção

Expertos del Banco Mundial (BM) y Banco Interamericano de Desarrollo (BID) subrayaron hoy la necesidad de universalizar el uso de las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF) para combatir la corrupción y transparentar la gestión de la ayuda internacional e inversión extranjera.

Ambos organismos impulsan sendos programas de adopción de las NIIF entre los países miembros y mantienen un diálogo abierto con los gobiernos con la finalidad de que también se apliquen las normas de información gubernamental, según los representantes de estas instituciones en el cuarto foro CReCER Liderazgo y Compromiso.

La cita, convocada por el Colegio de Contadores Públicos Autorizados de Panamá, reunió hoy en el país centroamericano a representantes de los gobiernos y del sector privado de América Latina para un intercambio de información sobre las mejores prácticas aplicadas para armonizarlas regionalmente.

El representante del BID en la reunión, Héctor Rabade, explicó que "la gobernabilidad y rendición de cuentas" pasa por la aplicación de las NIIF porque aligera el proceso de atracción de nuevas inversiones y fomenta el combate al "fraude y la corrupción".

En ese sentido, señaló que el Banco Interamericano va a exigir la aplicación de este tipo de normas porque en los próximos cinco años esperan atender proyectos por unos 14.000 millones de dólares.

"No estamos preparados para ese volumen sostenido" de peticiones de fondos, afirmó.

Además, la transparencia es una exigencia, por lo que, anunció, a partir del próximo año el BID comenzará a publicar los informes de auditoría de los proyectos que financia en cada país.

"Esta fiscalización no sólo será de lo financiero, por ello se busca un diálogo al más alto nivel con los gobiernos", acotó.

Por su parte, la directora de servicios operacionales del BM, Elizabeth Adu, explicó que para esa institución las NIIF cobran más relevancia por la reciente crisis financiera global, y que la contabilidad y auditoría se han convertido en herramientas útiles para el combate a la corrupción.

"La visión del Banco Mundial es contribuir a una globalización sostenible, donde disminuya la pobreza y se defienda el medio ambiente", comentó.

Desde las pequeñas y medianas empresas, los gobiernos locales y comunidades, las instituciones, hasta los temas trasnacionales como el movimiento de capitales, que impliquen la recepción de ayuda, deben someterse a la aplicación de las normas comunes de contabilidad financiera para lograr transparencia, apuntó.

Para ello, estas instituciones financieras facilitan programas de formación y simplificación de su aplicación con el fin de que no queden en el papel por complicadas.

Respecto a las normas gubernamentales, un socio de la firma de auditoría KPMG en Panamá, Milton Ayón, dijo que, en general, Latinoamérica "marcha todavía lenta" en su aplicación, y advirtió de que este proceso llevará años por los cambios que implican.


BID y BM promueven normas información financiera para combatir la corrupción
5 Out 2010 - Agencia EFE - Servicio Económico

Risco financeiro

O sistema financeiro continua sendo o calcanhar de Aquiles da recuperação econômica mundial, disse ontem o diretor do Departamento dos Mercados Monetário e de Capitais do FMI, Jose Vinãls. Essa é, acrescentou, a principal mensagem do novo Relatório de Estabilidade Financeira Global.

Os bancos atingidos pela turbulência terão de rolar US$ 4 trilhões de débitos nos próximos dois anos, o endividamento dos governos chegou a níveis sem precedentes e a crise de confiança permanece nos mercados financeiros. Para os países emergentes, grandes fluxos de capital volátil são a principal ameaça. A nova medida do governo brasileiro contra essa ameaça é um aumento de imposto sobre o ingresso de capitais (leia a avaliação de Viñals na pág. B3.).

Os governos do mundo rico terão de conciliar o ajuste das contas públicas e o crescimento econômico, segundo os autores do relatório. Se os governos não iniciarem um ajuste confiável, a insegurança poderá aumentar, os bancos diminuirão de novo suas operações e novos danos à economia serão causados. Em contrapartida, se o crescimento econômico for muito lento, a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) poderá tornar-se insustentável. O desafio é conciliar as duas linhas de ação.

Nos países afetados pela crise, as perdas bancárias a partir de 2007 são agora estimadas em US$ 2,2 trilhões, US$ 100 bilhões abaixo do valor divulgado na reunião de abril do Fundo Monetário Internacional. Os bancos já reconheceram pouco mais de três quartos dessas perdas em sua contabilidade e essa é uma das poucas novidades positivas.


Risco financeiro continua alto, diz FMI - Rolf Kuntz - 6 out 2010 - O Estado de São Paulo

A contabilidade ...

Muitas empresas pedem concordata ou vão à falência nos primeiros dois anos de vida. O percentual é altíssimo: 70% a 80%. O que as leva a essa situação mesmo tendo bons produtos, quando têm bom marketing e bom RH?

A resposta é que todas foram mal administradas. Não deram atenção e não exigiram uma boa contabilidade e não deram atenção aos relatórios. Vejo empresários que ainda pensam que contabilidade é coisa para o Imposto de Renda. Erro crucial. Se tivessem uma boa contabilidade e se prestassem atenção aos seus relatórios, garanto que os percentuais de concordatas e falências seriam muito menores.

A contabilidade mostra se a empresa vai bem. Uma empresa à qual dei consultoria estava matando o dono de susto – porque ora tinha lucro, ora prejuízos. Tinha contabilidade, mas ninguém olhava os relatórios. Pedi as demonstrações contábeis e lá estava o erro. Os insumos da produção eram registrados como “despesa”. O dono estava quase tendo um ataque cardíaco. Feitas as alterações, o problema maior foi resolvido. E conseguiu-se ver quais produtos eram rentáveis.

Em uma consultoria, pergunto logo se o dono olha as demonstrações contábeis. Quando ele os vê uma vez por ano, já sei onde procurar falhas. Relatórios contábeis devem ser examinados todos os meses! Outra avaliação é saber se a empresa se preocupa com a contabilidade. Se não dá a mínima não adianta olhar os relatórios.

Uma contabilidade malfeita gera maus relatórios para as empresas. A contabilidade foi “descoberta” em 1494. Tem mais de 500 anos de serviços para as administrações.

A contabilidade se presta também para se pagar menos Imposto de Renda. Mas, em primeiro lugar, são os donos que devem se interessar. As corporações mais bem-sucedidas são as que dão valor a essa simples e excelente ferramenta da administração. Saber o que a empresa é e como está. Entender sua lucratividade. Tudo em uma empresa gira em torno de uma só ferramenta, simples de se ter e de acompanhar. Se você pretende ser um bom empresário, não esqueça: comece sua administração pela contabilidade.


Como administrar sua empresa - NUNO DE LIMA NETTO, PROFESSOR E CONSULTOR DE EMPRESAS
6 Out 2010 - A Noticia

Estrangeiras na Bovespa

A BM&FBovespa inicia hoje a negociação de recibos de ações (Brazilian Depositary Receipts, os BDRs), de dez grandes empresas estrangeiras – as chamadas “blue chips”. O primeiro lote envolve BDRs da Apple, Google, Bank of America, Arcelor Mittal, Goldman Sachs, Avon Products, Wal Mart Stores, Exxon Mobil, McDonald’s e Pfizer.

Os chamados recebidos de depósitos de ações são papéis de companhias sediadas fora do país, que passam a ser negociados na bolsa local, custodiados por um banco local e que oferece ao acionista o direito sobre todos os dividendos e ganhos de capital. Ou seja, em vez de comprar ações de companhias estrangeiras nos mercados externos, agora os brasileiros podem comprá-las na BM&F Bovespa, sob a forma de um BDR.

O lançamento envolve BDRs "não patrocinados", ou seja, que não têm o envolvimento das empresas emissoras no fornecimento de informações ao mercado, por exemplo. Justamente por isso, o novo produto só poderá ser negociado por instituições financeiras, fundos de investimento, além de administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – estes dois últimos somente utilizando recursos próprios.

Já os investidores pessoas físicas, no entanto, só poderão participar da nova modalidade de investimento por meio de fundos de investimento. A negociação será no mercado de balcão organizado do segmento Bovespa.

A filial do Deutsche Bank aqui no Brasil é a instituição financeira responsável pela emissão desses recibos, que são considerados investimento no exterior.


Apple, Google e MCDonald's agora na BM&FBovespa - Flavia Lima

Links

Moody´s alerta sobre a concessão de crédito no Brasil

Moody´s comenta sobre a possibilidade (ou não) de mudança da nota do Brasil

Moody´s: Brasil precisa de política fiscal conservadora

Como definir e aplicar os indicadores de compliance

O vencedor do Nobel de Física venceu, há dez anos, o Ignóbil, com trabalho sobre imãs para levitar sapos

Jerôme Kerviel, do escândalo do SG francês, condenado

Valor de uma hora de trabalho

Um índice interessante é comparar o PIB per capita de um país pelo número de horas trabalhadas. Esta relação, foi denominada de valor de uma hora de trabalho. Assim, o PIB per capita de Luxemburgo, de 84.713 dólares, dividido por 1.555 horas de trabalho produz 54,48 dólares por hora de trabalho. Numa amostra de diversos países do mundo, Luxemburgo ficou em primeiro lugar. Perto dele, a Noruega, com um valor da hora de trabalho de 41,29 dólares. O México, mais próximo da nossa realidade, possui um valor de 7,66 dólares.

Como o PIB per capita do Brasil é de 10.296 dólares, e considerando 44 horas trabalhadas mensais por 46,5 semanas (ou seja, 52 semanas num ano, menos 4,5 semanas de férias e 1 semana de feriado) isto produz 2.046 horas por ano. Ou seja, o valor da hora de trabalho do Brasil seria de 5,03 dólares a hora, menos de 10% do valor da hora de Luxemburgo.

Risco das Big Four

As empresas de auditoria fazem um trabalho de certificação das informações contábeis. Em casos onde as empresas (ou produtos) auditadas (os) apresentam problemas, elas podem sofrer conseqüências judiciais. A crise econômica trouxe, junto com ela, escândalos contábeis e potenciais passivos para as auditorias.

Analisando as instituições que estiveram nas páginas dos jornais durante a crise econômica percebemos o seguinte:

CCB / PwC
JPM / PwC
Deutsche / KPMG
Goldman Sachs / PwC
Royal Bank of Scotland / Deloitte
Credit Suisse / KPMG
UBS / EY
Morgan Stanley / Deloitte
Citigroup / KPMG
Barclays / PwC
Lehman EUA / EY (parte)
HSBC / KPMG
Fannie Mae e Freddie Mac /PwC e KPMG

Fonte: Auditors Aren’t Forcing Full Repurchase Risk Exposure Disclosure

Um texto do jornal inglês The Guardian (Lehman Bros accountants to be investigated by UK watchdog) destaca mais o caso do Lehman Bros e os efeitos prováveis sobre a E&Y.

Outro artigo, no Wall Street Journal, destaca o bom momento destas empresas. (Contraditório? Talvez não.)

05 outubro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Auditoria no Carrefour

A subsidiária do Carrefour no Brasil é alvo de uma auditoria de seus resultados financeiros, a pedido da matriz, na França. A medida foi tomada por conta da necessidade de fazer "ajustes contábeis" nas contas da rede varejista, a segunda maior rede supermercadista do país, com R$ 25,6 bilhões de faturamento no ano passado.

Em São Paulo, auditores da KPMG, responsável pela análise dos números do grupo no mundo, foram contratados para verificar a necessidade de computar perdas que , até então, a companhia não havia relatado no último balanço encaminhado à matriz, na França.

Procurada pelo Valor, a rede varejista na França confirmou a informação, assim como o fato de o grupo já ter começado a contabilizar perdas da filial brasileira nos resultados globais da companhia no mundo neste ano. No Brasil, a empresa não se manifestou.

Em nota encaminhada ao Valor, a porta-voz da empresa em Paris, Hélène Saint-Raymond, informa que a varejista "decidiu contabilizar encargos extraordinários por conta de descontos não recebidos e [pela necessidade de] dar baixas contábeis no estoque" da rede no país. Foram decisões tomadas em meio a mudanças no comando do Carrefour no Brasil.

Em maio, quando a KPMG foi contratada, a companhia começou a demitir empregados do alto escalão no país. No total, cinco executivos, inclusive da área financeira e do comercial, foram demitidos nos últimos quatro meses.

O ex-presidente da cadeia no Brasil, Jean-Marc Pueyo, que havia comandado a filial por sete anos, foi transferido para a França em julho para assumir uma função executiva, mas deixou a empresa no início de agosto. Pueyo não foi localizado em sua residência no Brasil.

Questionada, a matriz não faz relação direta entre as mudanças no comando no Brasil e a necessidade de ajustes no balanço da filial. Informa que o time de administração mudou devido "ao pobre desempenho de nossos hipermercados no Brasil."

A porta-voz do Carrefour, em Paris, observa, em mensagem por e-mail enviada ao Valor, que "até o momento, não temos nenhuma evidência de qualquer má conduta" e que as conclusões da auditoria externa serão comunicadas quando estiverem disponíveis.

Último relatório de resultados mundiais da rede, publicado na França em 30 de agosto, revelam que os ajustes que estão sendo feitos nas contas da filial brasileira reduziram o lucro da operação na América Latina de janeiro a junho. A varejista não informa o tamanho da redução.

Informa que já contabilizou no balanço mundial custos não esperados de € 69 milhões no Brasil, relativos a baixas contábeis verificadas em inventário das lojas neste ano. Esse valor foi constatado pela equipe de auditoria da KPMG.

Para todo o ano de 2010, a expectativa é que esses perdas extraordinárias atinjam € 80 milhões, segundo informou, semanas atrás, o chefe da área financeira da rede no mundo, Pierre Bouchut, em conferência com analistas de bancos.

Relatório de análise do Credit Suisse diz que a notícia é uma "surpresa negativa" e que isso reitera a avaliação de desempenho do Carrefour abaixo da média do mercado. É fato que a cadeia varejista francesa está, há anos, em processo de reestruturação de seu modelo de hipermercados no mundo.

Com a saída de Jean-Marc Pueyo do cargo de presidente do Carrefour no Brasil, o CEO mundial da rede, Lars Olofsson, ligou para o executivo Luiz Fazzio, que estava há apenas sete meses na empresa (ele cuidava da área comercial e logística de supermercados), para que ocupasse a cadeira de CEO no Brasil.

Fazzio comandou as operações da C&A no Brasil de 2002 a maio deste ano e trabalhou no grupo Pão de Açúcar e no Makro.

"Fazzio tinha sido convidado para trabalhar no Walmart e foi pego de surpresa. Agora, ele tem trabalhado nesse assunto dos ajustes praticamente todos os dias", diz uma fonte próxima ao executivo. Quando isso aconteceu, o Carrefour já havia feito, entre os meses de maio e julho, uma série de mudanças no comando da rede.

Foram demitidos quatro executivos do Carrefour: Manoel Antonio de Araújo, diretor comercial de alimentos; Pedro Daniel Magalhães, diretor financeiro; Roberto Britto, ex-presidente do Ponto Frio e diretor geral do Atacadão; e o francês Eric Reiss, diretor de hipermercados. Procurados pelo Valor, eles não retornaram as ligações.


Carrefour investiga contas no Brasil - Adriana Mattos | De São Paulo -
Valor Econômico - 04/10/2010 - Dica de Caio Tibúrcio

Teste #361

Veja o seguinte trecho de uma notícia contábil:

Praia e Mindelo vão receber, nos dias 5 e 7 de Outubro, uma equipa de especialistas portugueses na área das Normas Internacionais de Contabilidade. Técnicos de todo o país vão estar em formação intensa proporcionada pela Primavera, durante um ia, em cada uma das cidades.

Que país está adotando as normas internacionais do Iasb?

Resposta do Anterior: Eis a ordem dos dez mais:

Sportscenter – Receita estimada: 6,9 bilhões; Valor estimado = 25,6 bilhões
Spongebob (Bob Esponja) – Receita estimada: 1,9 bilhão; valor estimado = 17,2 bilhões
The Closer – Receita estimada – 2,1 bilhões; valor estimado = 13 bilhões
The O´Reilly Factor – Receita estimada – 1,5 bilhão; valor 11,4 bilhões
Conan – 1,4 bilhão/9,6 bilhões
Hannah Montana – 1,2 bilhão / 9,3 bilhões
Burn Notice – 1,6 bilhão / 7,7 bilhões
Jersey Shore = 1,2 / 7
Shark Week – 0,917 / 7
1st and 10 – 0,981 / 6,9

Fonte: aqui

Bolha Brasil II

O mais influente colunista econômico do mundo [1], Martin Wolf, do ‘Financial Times’, mostra-se cético quanto aos efeitos de médio e longo prazos das medidas anunciadas pelo governo para conter a valorização do real. “Duvido que faça qualquer diferença”, afirmou ao ‘Estado’. Ele foi a principal estrela de um evento promovido ontem à noite pela Faap para discutir o papel do Estado na crise financeira internacional.

Wolf disse não acreditar que as taxas de câmbio reflitam movimentos especulativos de curto prazo - a elevação do IOF de 2% para 4% tem como grande objetivo frear justamente a entrada de dinheiro especulativo no Brasil.

“O principal fator que influi na formação da taxa de câmbio é o fluxo de capitais, que, por sua vez, se move de acordo com as oportunidades de investimento e as diferenças entre as taxas de juros dos países”, argumentou. “O Brasil é um país com taxa de poupança relativamente baixa e taxas de juros relativamente elevadas. Por isso, é muito atrativo para o capital estrangeiro.”

Wolf observou que corporações do mundo todo estão em busca de boas oportunidades de investimento. E essas estão nos países emergentes, como o Brasil, que, diferentemente das nações desenvolvidas, têm registrado forte expansão econômica.

“Se você olhar para as economias emergentes mais atrativas do mundo, com sistemas financeiros relativamente abertos, o Brasil é a número 1”, analisou. “Portanto, é absolutamente inevitável que seja inundado com capitais. Uma pequena taxação não vai fazer diferença.”

O colunista inglês disse acreditar que a próxima crise econômica mundial ocorrerá em um país emergente justamente por causa do enorme fluxo de capitais atual [2]. Ele frisou que não gosta de fazer previsões, mas reconheceu que o Brasil é um dos candidatos a ter problemas.

“O Brasil está superaquecido, está claramente indo rápido demais e há um monte de capital vindo (e por vir). Isso me preocupa um pouco. Não estou prevendo uma crise, que fique claro. Mas há riscos. Há fatos aqui.”

Para Wolf, o fluxo de capitais não faz mal a um país quando é usado para financiar investimentos e, por tabela, uma expansão mais acelerada da economia. [3]

Bolsa. O ex-presidente do Banco Central (BC) Arminio Fraga, que também participou do evento, avalia que, “temporariamente”, a medida do governo pode funcionar um pouco. Ele lembrou que, no início dos anos 90, quando esteve no BC pela primeira vez, chegou a adotar mecanismo semelhante.

“Mas, no longo prazo, não funciona”, disse. “Uma solução mais definitiva é construir condições para termos uma taxa de juro mais baixa, porque isso é um fator de atração de capital de curto prazo. Não adianta tapar o sol com a peneira”, observou.

Fraga, que atualmente preside o Conselho de Administração da BM&FBovespa, considerou positivo o fato de o governo ter excluído os investimentos em Bolsa do aumento do IOF. “Pode parecer correlacionado com a minha presença na Bolsa, mas eu sempre defendi um tratamento diferente (para a Bolsa) porque esse tende a ser um capital de longo prazo”, afirmou.


IOF ‘não faz diferença’, diz Martin Wolf - Leandro Modé - 5 Out 2010 - O Estado de São Paulo

[1] O mais influente é James Grant, segundo esta lista. Woolf estaria em segundo.

[2] Veja esta postagem de hoje do blog.

[3] Que parece não ser o caso.