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29 outubro 2008

GM faz pressão por ajuda do governo


GM faz lobby para fusão com a Chrysler
Gazeta Mercantil - 29/10/2008

Michigan (EUA), 29 de Outubro de 2008 - O presidente da General Motors, Rick Wagoner, está encabeçando campanha de lobby para obter ajuda federal no momento em que a maior montadora dos Estados Unidos ensaia fusão com a Chrysler, disseram fontes próximas.

Wagoner, de 55 anos, esteve em Washington no domingo e também se encontrou na semana passada com altos funcionários do Departamento do Tesouro, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas porque as conversações são reservadas. A GM tem solicitado fundos governamentais para ajudar na associação com a Chrysler.

A GM é uma das montadoras aptas a receber US$ 25 bilhões em empréstimos de juros baixos para reequipar fábricas, enquanto os bancos que concedem empréstimos automotivos podem receber recursos do fundo de resgate de US$ 700 bilhões para comprar títulos lastreados por empréstimos hipotecáros e outros ativos problemáticos.

A GM pode pedir US$ 10 bilhões para o governo, disseram duas fontes a par das discussões.

O secretário do Tesouro, Henry Paulson, preferirá que qualquer fundo para a GM, com sede em Detroit, venha dos empréstimos a juros baixos, não do pacote de resgate do sistema bancário de US$ 700 bilhões..


O Cartoon foi postado aqui.

Volkswagen torna-se a empresa mais valiosa do mundo

A Volkswagen tornou-se a maior empresa do mundo em valor de mercado. O motivo foi o anúncio da Porsche em aumentar a participação na empresa para 75%. Uma das conseqüências foi obrigar

os investidores com posições de venda a descoberto, ou seja, com mais contratos de venda do que de compra, a cobrirem suas apostas de queda das ações.
VW vale mais que a Exxon Mobil - Gazeta Mercantil - 29/10/2008


Uma notícia mais recente informa que

A fabricante alemã de automóveis Porsche anunciou hoje a venda de parte de suas ações da Volkswagen para acabar com as turbulências e a especulação em torno da cotação da bolsa desta última empresa.

Porsche anuncia venda de ações da Volks
Gazeta Mercantil News (Tempo Real) - 29/10/2008


O valor da Volks chegou a 367 bilhões de dólares (fonte, aqui). As perdas dos fundos hedge podem chegar a 150 bilhões de euros (fonte, aqui)

Lei 11638

O Jornal do Commércio publica um texto sobre a Lei 11.638. A jornalista que assina a matéria escutou dois especialistas do setor privado.

Novas regras para elaborar balanços
GISELLE SOUZA
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 29/10/2008

As empresas que têm até o final de dezembro para elaborar os balanços referentes ao exercício social deste ano precisam estar atentas às regras introduzidas pela Lei 11.638, aprovada no fim do ano passado. A norma ainda não foi plenamente aplicada porque a maioria das companhias estavam com os demonstrativos prontos quando ela entrou em vigor, em janeiro. De acordo com especialistas, as novas regras já terão que ser seguidas no próximo ano. E não são poucas. Segundo afirmaram, as mudanças foram profundas, principalmente em relação às companhias limitadas.

A advogada Anna Christina Pereira Brener, do escritório Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Advogados, explicou que a norma modificou a Lei das Sociedades Anônimas e introduziu no ordenamento jurídico o conceito de sociedade de grande porte. Pela norma, podem ser classificadas como tal empresas ou o controle de sociedades sobre o mesmo controle que tiverem ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual maior que R$ 300 milhões.

Dessa forma, a norma acabou incluindo na nova sistemática empresas limitadas e por ações de capital fechado. “A norma trouxe as limitadas para o mundo das S/As. Todas as disposições da norma que regulam as sociedades por ações, relativa à escrituração e a elaboração de demonstração financeira, aplica-se a elas, se forem consideradas de grande porte”, disse a advogada, citando outros procedimentos introduzidos pela lei.

Pela norma, as companhias também têm a obrigação de realizar uma auditoria independente, a ser feita por empresa registrada na Comissão de Valores Imobiliários (CVM). “O problema é que não está claro na lei quem vai fiscalizar essa obrigatoriedade. Em tese, a CVM não tem competência para fiscalizar as limitadas e as sociedades anônimas de capital fechado”, afirmou a advogada.

Victor Rizzo, gerente de Negócios da e-Xyon, empresa especializada na gestão de risco jurídico e que administra por ano mais de 1,2 milhão de processos, explicou que a nova lei veio para conferir mais transparência às práticas contábeis, possibilitando maior controle e prestação de informações aos acionistas e investidores.

De acordo com ele, a Lei 11.638 estabeleceu os critérios para a avaliação e demonstração dos ativos, passivos e riscos inerentes ao negócio desenvolvido. Para isso, alinha-se a normas internacionais. “Existe no Brasil, há algum tempo, esforço de seguir padrões internacionais de contabilidade. O que é importante, à medida que há investidores estrangeiros”, afirmou Rizzo, acrescentando a importância desse detalhamento, principalmente em relação ao passivo jurídico.

Segundo afirmou, as empresas terão que adotar procedimentos e sistemas mais detalhados para a avaliação desses passivos, que ficam previstos no balanço e não podem ser incorporados ao ativo. “Dentro desse contexto, é importante que as empresas façam uma avaliação de seu passivo jurídico. Todas as questões jurídicas são traduzidas em valores financeiros para as empresas. Isto é o que deve estar provisionado”, disse Rizzo, citando como exemplo o balanço de um grande banco, que registrou lucro de R$ 7 bilhões, mas um passivo de R$ 3 bi.

Rizzo explicou que esses valores não são incorporados justamente para garantir a execução, no caso de uma condenação pela Justiça.

Gratuidade, Filantropia e Hospitais

Antes, para obter o título de filantropia, essas instituições precisavam realizar um certo número de atendimentos gratuitos à população (o equivalente a 20% de suas receitas). Agora, devem oferecer "conhecimento e capacidade técnica" para qualificar o SUS (Sistema Único de Saúde) -como pesquisas científicas, projetos de inovação tecnológica e treinamento de gestores e médicos.

A nova regra já vale, em São Paulo, para os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, do Coração e Samaritano, e, em Porto Alegre, para o hospital Moinhos de Vento. Juntos, deverão somar no próximo ano perto de R$ 240 milhões em isenções tributárias.

(...) As regras especiais para os hospitais de ponta foram criadas em 2006 e regulamentadas em 2007. Na semana que vem, o ministro José Gomes Temporão anunciará os 120 projetos que servirão de contrapartida para as isenções tributárias dos seis hospitais de ponta.

"É um novo padrão de relacionamento entre o SUS e o sistema privado", disse anteontem o ministro.

O Hospital do Coração, por exemplo, fará um trabalho de telemedicina. Os eletrocardiogramas realizados dentro das ambulâncias do Samu de todo o Brasil serão analisados em tempo real pelo hospital.

Cirurgias

Os hospitais dizem que pode haver uma redução no número de atendimentos gratuitos feitos atualmente. O Ministério da Saúde, porém, afirma que fechou acordos com as instituições para que isso não ocorra.

O Hospital do Coração realiza cerca de 350 cirurgias cardíacas gratuitamente a cada ano. Era assim que cumpria sua cota de 20%. Metade das cirurgias continuará sendo feita dessa maneira. A outra metade deverá ser feita por meio do SUS (paga pelo governo federal).

O presidente da Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Brasil, Antônio Brito, também elogia as mudanças. Elas, no entanto, não afetam as Santas Casas, que, para ter o título de filantropia, precisam reservar 60% de seus atendimentos a pacientes do SUS. "O governo olhou para os hospitais de ponta, mas se esqueceu das Santas Casas, que estão sucateadas."

Nova regra de filantropia gera mais controle, diz ministério
Folha de São Paulo - 29/10/2008
RICARDO WESTIN - MÁRCIO PINHO

28 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

Paris Hilton não corre risco com zumbis. fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

A tentativa de acordo entre GM e Chrysler, segundo o cartoon:

Links


Imagem do Vaso

A Obra de Escher, um gênio da pintura

Razões para ignorar Buffett

Em crise, este analista sugere comparar P/L atual com o P/L histórico

Origami de Star Wars com dinheiro

Ética

O texto a seguir é muito interessante. É sobre a ética profissional (no caso, dos médicos) e os laboratórios. Tenho continuamente afirmado em sala de aula que o melhor congresso deve ser o de "médicos". Os "jantares" para apresentação de novos fármacos são comuns na profissão. Como o profissional deve agir?

Nos EUA, 94% estão ligados a laboratórios
Fabiane Leite e Emilio Sant´Ana - O Estado de São Paulo - 26/10/2008

Médico americano recebe até alimento; brasileiros defendem relação ética

No Brasil não há dados sobre a relação médicos-indústria farmacêutica, mas pesquisa realizada nos Estados Unidos e publicada no ano passado no New England Journal of Medicine apontou que 94% dos profissionais do país tinham algum tipo de relação com a indústria. A mais comum era o recebimento de alimentos no local de trabalho, mas 28% ganhavam por palestras e consultorias.

Conferencista em eventos da indústria e convidado em congressos, o endocrinologista e professor titular da Unifesp Antônio Chacra diz aceitar cada vez menos convites por falta de tempo e que vê com preocupação o financiamento de médicos inexperientes.

“Em determinada fase, é uma maneira de difundir assuntos. A educação médica continuada tem sido feita pela indústria, tendo em vista que os simpósios são caros e as sociedades médicas não têm recursos para organizá-los. Os conferencistas devem ser principalmente os acadêmicos, mas infelizmente o que se vê é que têm sido chamadas pessoas sem uma análise crítica”, afirma o professor. Ele diz ser a favor de novas regras para a interação com a indústria, a mesma posição da colega Carmita Abdo. “Eu sempre pude divulgar dados levantados e aceitamos apoio de todos os tipos de indústria”, diz a psiquiatra, que coordena projeto no Hospital das Clínicas da USP e foi chamada pela indústria para apresentar nos últimos anos diferentes estudos sobre sexualidade. “Existem jantares, não vou dizer que não vou. Mas meu diferencial é que falo do assunto, não do remédio.”

“Ética não é elástica nem varia de acordo com a situação”, diz a cardiologista Jaqueline Issa, speaker de remédio contra o fumo que não concorda com novas regras. “Essa regulação parte do princípio de que o médico não é ético”, diz ela.

Papel do medo

O papel do medo no mercado
Renae Merle *
O Estado de São Paulo - 26/10/2008

As desvairadas oscilações horárias do mercado se tornaram o exemplo da turbulência provocada pela crise financeira, mas ainda deixam perplexos muitos profissionais do mercado. A média industrial Dow Jones agora viaja rotineiramente centenas de pontos em questão de horas, apenas para mudar de direção em muitos casos. Num único dia no início do mês, o índice percorreu mil pontos pela primeira vez na história. Em outro dia, uma recuperação de 400 pontos durante a última hora de pregão conferiu ao índice um ganho histórico de 936 pontos.

Durante a última hora de pregão no dia 20, o índice Dow subiu mais de 100 pontos. Os analistas financeiros sugerem que as agudas guinadas para cima e para baixo refletem a incerteza dos investidores quanto à velocidade com a qual a crise financeira pode ser resolvida e se a recessão vai ser transmitida do setor bancário para outros setores da economia.

Ganhos e perdas íngremes também foram detonados conforme as ações atingem patamares predeterminados de compra e venda, provocando negociações automáticas e causando um efeito chicote entre os investidores.

As maiores oscilações têm ocorrido com freqüência durante as últimas horas do pregão, o que demandou uma supervisão mais atenta por parte da Agência Reguladora da Indústria Financeira(FIRA), uma reguladora não-governamental de empresas seguradoras. O fim de um dia de negociações é o momento no qual os investidores institucionais, incluindo fundos de hedge e fundos mútuos, correm para atender as demandas dos clientes e tirar o dinheiro do mercado.

Os giros transformaram até os mais experientes profissionais do mercado em investidores desconfiados, a espera de uma pequena notícia capaz de virar a maré e dar início a um estouro da manada, seja em alta ou em queda. “O psicológico e o emocional constituem boa parte daquilo que impulsiona o mercado”, disse Andrew Brooks, chefe de comércio de ações junto à T. Rowe Price. “Estamos obviamente passando por um momento extremamente emotivo e esquizofrênico.” O índice de volatilidade da bolsa de commodities e valores mobiliários da Chicago Board Options Exchange, conhecido como VIX, tornou-se um indicador diário da ansiedade dos investidores. O VIX mede o quanto os investidores esperam que oscile o valor das ações, e é freqüentemente chamado de “medidor do medo”. Este índice fechou em 70,33 na sexta-feira, 17 de outubro, o maior valor já registrado, e atingiu o valor de 81,17 durante os dias de negociação da semana passada. Em tempos normais, seu valor transita na casa dos 15 a 20.

“Não fazemos idéia de que rumo as coisas irão tomar. É isso que ‘alta volatilidade’ quer dizer”, disse Robert F. Engle, professor de finanças e diretor do Centro de Econometria Financeira da Universidade de Nova York.

O índice de volatilidade baixou para 53 no dia 20 enquanto Wall Street celebrava os sinais precoces de que os esforços do governo para descongelar os mercados de crédito estariam obtendo resultado positivo.

Mas os analistas dizem esperar que a volatilidade perdure durante algum tempo, quem sabe por todo o fim do ano. A volatilidade do mercado proporciona uma oportunidade para alguns negociadores por meio do lucro com mudanças abruptas. “É ruim para nós, mas alguém está prosperando em cima desta volatilidade”, disse Ashwani Kaul, diretor de pesquisas da Thomson Reuters. “Sempre que há volatilidade, alguém está ganhando dinheiro.”

O último período de volatilidade contínua foi entre 2000 e 2003, após o colapso da bolha da internet e os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, disse Engle. “Já excedemos em muito o que ocorreu naquele período”, disse.

Mas a volatilidade atual não se compara à da Grande Depressão, disse Engle. “As notícias durante a Grande Depressão eram ainda mais dramáticas. Tivemos milhares de falências de bancos. O desemprego chegou a 30%”, disse ele. “O mercado de ações perdeu 70% do valor, em vez dos 35% a 40% que estamos vendo agora. Foi uma catástrofe econômica muito maior.” Os analistas dizem que parte da volatilidade recente poderia ter sido evitada se os investidores tivessem começado a reavaliar o mercado num momento anterior, talvez depois da falência do banco de investimentos de Wall Street, Bear Sterns, em março.

Um certo nível de volatilidade é natural quando os investidores reavaliam apressadamente o valor de setores inteiros, em vez de fazê-lo gradualmente ao longo do tempo, disseram. “Se o investidor inteligente tivesse se retirado gradualmente de suas posições mais arriscadas, não teríamos passado por uma queda tão abrupta”, disse Kaul.

O momento mais volátil do dia tornou-se a última hora de pregão, quando os fundos de hedge e fundos mútuos enfrentam pressão por parte dos seus clientes para obter lucro. Os negociadores às vezes recebem um pacote determinado de ações para vender e passam a maior parte do dia tentando obter o melhor preço. Mas ao final do dia, muitos deles precisam vender sem se importar com o preço, simplesmente para cumprir metas.

“Ao invés de trabalhar a venda para obter o melhor preço, eles acabam vendendo por qualquer valor apenas para atingir o patamar de lucro que seus chefes exigem”, disse Art Hogan, analista-chefe de mercado da Jeffrey’s & Co.

De acordo com o TrimLabs Investment Research, os investidores retiraram US$ 43 bilhões dos fundos de hedge em setembro, o maior saque jamais registrado num único mês. Cerca de US$ 22 bilhões foram retirados dos fundos mútuos americanos no mês passado, outro recorde.

Espera-se que outubro seja pior. “Claramente estamos testemunhando vendas forçadas”, disse Tobias Levkovich, estrategista-chefe para títulos do governo americano da Citigroup Investment Research. “Se você possuía uma ação que perdeu 60% do seu valor ao longo de três ou quatro meses, o único motivo para vendê-la agora seria a obrigação de fazê-lo.”

A FIRA também confirmou no dia 20 que está observando se a histórica volatilidade de final de dia está relacionada com a manipulação dos investidores. A agência está examinando se os negociadores têm estabelecido inapropriadamente durante os últimos 20 minutos de pregão - um período conhecido como “mercado em fechamento” - preços artificiais para as ações, em desacordo com o patamar de venda do dia.

As oscilações têm se mostrado inquietantes para alguns investidores.

“O período entre as 15 horas e 16 horas foi seqüestrado por alguns destes fundos de hedge e fundos mútuos maiores, seja quem for que disponha de grande volume de transações”, disse Kaul. “É necessária uma enorme quantidade de dinheiro e um imenso volume de transações, mas se eles quiserem elevar os preços, eles o fazem. Se quiserem derrubá-los, eles os derrubam.”

*Renae Merle escreve para o Washington Post

Escrituração digital

Escrituração digital será obrigatória em 2009
Ethevaldo Siqueira
O Estado de São Paulo - 26/10/2008

Quase tudo em nossa sociedade ainda depende de documentos de papel: dinheiro, ações, recibos, notas fiscais, escrituras e uma infinidade de documentos essenciais ao funcionamento da economia, da política, da cultura, da Justiça e da administração pública. Só recentemente documentos eletrônicos ou virtuais passaram a fazer parte da vida e da cultura das pessoas. Para muita gente, no entanto, parece estranha uma nota fiscal digital, virtual, eletrônica ou mesmo um recibo ou documento importante que não seja físico, tangível, de papel.

Essa situação, no entanto, começa a mudar, com a introdução do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), projeto criado pela Receita Federal e que entrará em vigor a partir de 2009. Em lugar fazer sua escrituração e contabilidade em papel, armazenar toneladas de cópias no mesmo material ou em microfichas, as empresas produzirão e armazenarão seus registros sob a forma de bits, em fitas magnéticas, em discos rígidos ou ópticos, em data centers próprios ou de terceiros.

A partir de janeiro de 2009, as empresas passam a ser obrigadas a entregar documentos fiscais e contábeis digitalizados, segundo as regras da escrituração digital contábil, escrituração fiscal digital e da nota fiscal eletrônica (NF-e).

Uma boa parcela das empresas brasileiras, contudo, ainda não sabe bem nem o que é o Sped nem como implantar esse novo tipo de registros digitais contábeis e fiscais. No velho estilo brasileiro, de deixar quase tudo para o último minuto, muitas empresas ainda ignoram pura e simplesmente a obrigatoriedade de adoção desse sistema que irá, sem dúvida, mudar profundamente o relacionamento das empresas com o fisco, dentro do processo de modernização da economia e da administração pública brasileira.

O COMEÇO

A nota fiscal eletrônica tornou-se obrigatória desde abril de 2008 para os segmentos de fabricação e distribuição de cigarros e combustíveis líquidos. A partir de dezembro de 2008, vários outros segmentos - como os de cimento, bebidas, medicamentos e automóveis - serão também obrigados a emitir a NF-e. Segmentos de gás, siderurgia, tintas, alumínio, embalagens, autopeças dentre outros estarão obrigados à emissão de NF-e a partir de abril de 2009.

É urgente, portanto, que todas as empresas brasileiras iniciem o quanto antes o processo de adequação ao novo sistema. Pela nova lei, nenhuma companhia que esteja enquadrada no Sped poderá fazer transações ou negociações comerciais se não estiver plenamente adaptada ao novo sistema.

Em 2008, um dos subprojetos do Sped, a Nota Fiscal Eletrônica passou a vigorar nos setores de combustíveis, bebidas, tabacos, frigoríficos, cimentos, medicamentos, fornecedores de energia elétrica e outros. Até o momento, aproximadamente 15 mil empresas já emitem a nota fiscal em formato eletrônico (NF-e). No ano de 2009, esse número deve chegar a 45 mil.

Por que digitalizar e virtualizar documentos? O maior argumento do Fisco em favor da implantação do Sistema Público de Escritura Digital é aumentar a competitividade do mercado, de modo a reduzir a informalidade e a burocracia, diminuir custos, em especial os de papéis, impressão, encadernação, espaço para arquivamento e outros. Será possível também a unificação dos dados das empresas, possibilitando um enorme cruzamento de dados.

O Sped tem, entre outros, os objetivos de promover a integração dos fiscos, racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes e tornar mais rápida a identificação de ilícitos tributários. A implementação dos softwares de Sped deve acontecer efetivamente em janeiro e junho de 2009, época da entrega do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, em que as empresas deverão apresentar também a escrituração contábil digital (ECD), do ano base de 2008.

ÉTICA E REFORMA

É claro que o fisco brasileiro será o maior beneficiário do Sped, mas, com a redução drástica da informalidade, haverá mais ética, isonomia e lealdade na competição entre empresas - pois todas, praticamente, estarão submetidas às mesmas regras de tributação.

Para Cláudio Coli, diretor executivo da Mastersaf - empresa especializada na área - “a implantação nacional de da escrituração digital nos moldes do Sped poderá até viabilizar a realização de uma reforma fiscal verdadeiramente justa e capaz de reduzir os elevados índices de tributação vigentes no País”. Um dos problemas atuais é a falta de transparência e de conhecimento do alcance de qualquer mudança nos critérios tributários. É difícil até saber quem ganha e perde.

PARA SABER MAIS

Os sites da internet mais indicados para quem quiser aprofundar sobre o Sped são:

a) www1.receita.fazenda.gov.br/

b) www.normaslegais.com.br/trib/2tributario260208.htm

c) www.mastersaf.com.br/helpdw/documentos_restritos/sped/saiba_tudo_sped.htm []

d) http://sped-informatica.br.telelistas.net/vct/informatica-equip-fab-venda/nucleo-bandeirante/94335483.htm [http://sped-informatica.br.telelistas.net/vct/informatica-equip-fab-venda/nucleo-bandeirante/94335483.htm]

e) www1.receita.fazenda.gov.br/sped-contabil/o-que-e.htm

Acordo Inbev e Anheuser-Busch em Perigo?

O acordo entre as duas empresas deve ser concluído no final do ano. Entretanto existem dúvidas sobre isto uma vez que o valor acertado, de $70 por ação, está muito acima do preço atual de mercado (em torno de $60). Isto tem sido uma oportunidade para os especuladores: o acordo saiu ou não.

Além disto, a volatilidade da ação está alta. Um fator que complica o acordo é o fato de que boa parte do dinheiro seria oriundo de capital de terceiros. Como lembra McIntyre, a crise financeira não ajuda pois o mercado de crédito está numa fase ruim.

Saldo de Caixa e Taxa de Queima

Nos momentos de crise, a existência de um índice de análise que seja útil para determinar o fôlego de uma empresa pode ter é importante. A taxa de queima é um índice que pode ser usado nestes períodos para analisar a capacidade de sobrevivência de uma empresa, pois mensura quanto tempo as reservas financeiras irão durar. Fred Wilson, em The Survival Matrix: Cash Balances and Burn Rates sugere relacionar o que ele denomina de taxa de queima (o valor que está sendo queimando periodicamente pela empresa) e relacionar com a reserva financeira. A relação entre o saldo de caixa e a taxa de queima irá resultar no número de meses que a empresa sobreviverá.