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15 outubro 2006

Pagamento de Propina em diversos países


A organização Transparência Internacional fez uma pesquisa entre 11.232 executivos de negócios para saber a propensão que a empresa tem que pagar propinas para fazer negócios em certos países. Os respondentes tinham uma escala de 1 (propinas são comuns) a 7 (proprinas nunca ocorrem). Os resultados foram convertidos numa escala de zero a dez e refletem uma média das respostas.

A pesquisa analisou 30 economias, entre elas o Brasil. A escolha da amostra deveu-se a liderança internacional ou regional de um país exportador. Os países que fizeram parte da amostra respondem com 82% do comércio mundial.

1317 executivos responderam sobre o Brasil, que obteve uma nota média de 5,65 e ficou em 23o. lugar. Os três países mais corruptos fazem parte dos países emergentes: Russia, China e Índia, com média de 5,16, 4,94 e 4,62, nesta ordem.

O relatório separou os 30 países em quatro grupos: muito pouco provável ter propina, alguma possibilidade de propina, provável ter propina e muito provável ter propina. O nosso país foi classificado no terceiro grupo.

Uma análise interessante seria comparar esta pesquisa com duas anteriores (1999 e 2002). Infelizmente o sítio não permite acesso aos relatórios anteriores e o atual relatório não faz esta análise

Clique aqui para ler o relatório completo, em PDF e inglês

Clique aqui para ler um resumo em espanhol

14 outubro 2006

Evidenciação Contábil através de Blogs

O executivo Jonathan Schwartz, da Sun Microsystems (Nasdaq: SUNW) pergunto a Securities and Exchange Commission se as empresas podem evidenciar suas informações financeiras através de blogs.

Existem hoje um número cada vez maior de empresas que utilizam os blogs para comunicar com seus clientes e usuários. 30 das grandes empresas norte-americanas publicam agora em blogs corporativos, o dobro do número existente de dezembro de 2005. Fazem parte deste seleto grupo de empresas a Amazon.com, a Cisco Systems e a Oracle. Além disto, executivos de empresas como a Boeing e a General Motors também estão utilizando o blog como canal de comunicação.

Clique aqui para ler mais

Statoil condenada por subornar

A SEC, órgão de fiscalização do mercado norte-americano, anunciou que está investigando a Statoil, ASA, uma empresa norueguesa com ações negociadas na bolsa de Nova Iorque por violação do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA).

Esta legislação proibe suborno a oficiais de governos estrangeiros. No caso da empresa, a SEC encontrou que a Statoil pagou propina para servidores do governo iraniano para obter contratos e abrir as portas para projetos adicionais naquele país.

A empresa terá que pagar uma penalidade de $10.5 milhões de dólares e desistir de tais práticas.

Para ler a notícia da SEC, clique aqui

Nobel para os banqueiros dos pobres

O Nobel da Paz saiu para a área de finanças. O ganhador é conhecido como "Banqueiro dos Pobres".

Como em 2004, quando o ganhador foi Wangari Maathai, a fundação Nobel expandiu a definição de "paz" para incluir também o desenvolvimento econômico e social.

Apesar de prêmios serem importantes para destacar certos comportamentos aceitáveis das pessoas, será que a microfinanças irá ter um papel decisivo no desenvolvimento de países pobres? Não existe uma evidência neste sentido e por esta razão talvez o prêmio questionável. Clique aqui para um crítica neste sentido

No Brasil os conceitos de Yunus foram "aplicados" no Banco Popular, do Banco do Brasil. Foi um fracasso. Eis a reportagem do Estadão:

'Banqueiro dos pobres' de Bangladesh ganha o Nobel da Paz

REUTERS, AP, EFE e AFP

O Banco Grameen (Banco Rural) de Bangladesh e seu fundador, o economista bengali Muhamad Yunus, ganharam ontem o Nobel da Paz de 2006 por criar uma rede de microcréditos para os pobres e bases para o desenvolvimento social e econômico, ajudando milhões de pessoas a sair da pobreza.

Ao anunciar o prêmio, o Comitê do Nobel disse que o trabalho de Yunus mostrou como o esforço para a eliminar a pobreza pode resultar em uma paz duradoura: “Essa paz não pode ser alcançada a menos que grandes grupos da população encontrem meios de sair da pobreza. O microcrédito é um desses meios. O desenvolvimento que vem de baixo também serve para ampliar a democracia e os direitos humanos.”

O economista muçulmano de 66 anos formado nos EUA, apelidado de “banqueiro dos pobres”, e o banco que ele ajudou a fundar em 1976 dividirão o prêmio e o cheque de US$ 1,4 milhão, que serão entregues em 11 de dezembro em Oslo. Eles foram citados por seus esforços para ajudar a “criar o desenvolvimento econômico e social” em seu país com seu inovador programa econômico de microcréditos.

Yunus, o primeiro bengali a ganhar o Nobel da Paz, disse que usará parte do dinheiro de seu prêmio na criação de uma empresa para produzir alimentos de baixo custo, mas altamente nutritivos, para os pobres. Outra parte será usada na criação de um hospital oftalmológico para pobres em Bangladesh.
“Nem posso acreditar. É uma notícia fantástica não apenas para mim, mas também para toda a nação e as pessoas no mundo que receberam um microcrédito”, declarou Yunus em sua casa em Daca. Segundo ele, o Nobel da Paz dará um novo impulso a seu movimento e à luta contra a pobreza em todo o mundo.

Yunus não dá esmolas e sua filosofia é ajudar os pobres a ajudar a si mesmos. Seu sonho é a erradicação da pobreza. “O Grameen é uma mensagem de esperança, um programa para colocar os destituídos e os sem-teto em um museu que nossas crianças visitarão um dia e perguntarão como permitimos que coisas terríveis como essas durassem tanto”, disse Yunus.

O Banco Grameen foi o primeiro a conceder microcréditos, fazendo pequenos empréstimos a bengalis pobres que não tinham qualificações para empréstimos em bancos convencionais. O chamado “banco dos pobres” informou ter mais de 6,7 milhões de tomadores de empréstimos, 96% deles, mulheres. O Grameen ampliou suas formas de crédito alternativo oferecendo empréstimos imobiliários, financiando pesca e irrigação e oferecendo as tradicionais contas de poupança.

A escolha de Yunus para o Nobel foi uma surpresa, pois ele venceu candidatos mais citados, como o ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari, o ex-chanceler australiano Gareth Evans e o roqueiro Bono, do U2. Segundo o comitê, sua decisão de escolher Yunus entre os 191 candidatos teve o objetivo de encorajar processos em andamento em prol da paz, em vez de premiar missões já concluídas.

Yunus viu seu país afetado pela fome em 1974 ao voltar dos EUA, onde concluiu uma bolsa de estudos. Ele disse que teve seu “momento Eureka” ao conversar em 1976 com uma bengali que fazia bancos de bambu em um vilarejo. Ela lhe contou que havia feito um empréstimo com um agiota para comprar o bambu e ele ficava com quase todo o lucro de seu trabalho. Yunus fez uma pesquisa e descobriu que 43 moradores tinham empréstimos com o agiota no valor de US$ 27. “Dei-lhes os US$ 27 e disse que podiam me pagar quando pudessem. A idéia era que comprassem seu material sem usar o agiota.” Todos pagaram o empréstimo e sua generosidade cresceu até transformar-se em um conceito de negócio que levou à criação do Grameen.

13 outubro 2006

Rir é o melhor remédio - 10




Escondendo do orientador

Novo Escândalo Corporativo nos Estados Unidos

Backdating de opções de ações faz cabeças rolar e pode custar caro a empresas americanas
October 13, 2006 4:05 a.m. Por Charles Forele e James Bandler
The Wall Street Journal

A mais recente onda de escândalos corporativos nos Estados Unidos não tem feito tantas manchetes internacionais como a debacle da Enron. Mas a descoberta de empresas que fazem "backdating" — opções retroativas de compra de ações para a alta diretoria que dão aos beneficiários um ganho imediato e sem risco — tem feito cabeças rolar e pode levar grandes empresas a sair das bolsas de valores.

Dentre as baixas mais recentes, Shelby Bonnie, fundador e diretor presidente do provedor de conteúdo online CNET Networks Inc., e George Samenuk, presidente da fabricante de softwares de segurança do computador McAfee Inc., deixaram os cargos após investigações internas revelarem a prática de backdating. Até agora, mais de 20 executivos ou diretores de empresas já foram demitidos, suspensos ou renunciaram diante das investigações. Entre eles estão executivos de alto escalão da Apple Computer Inc., do operador de websites Monster Worldwide Inc., e da fabricante de softwares Comverse Technology Inc., cujo ex-diretor-presidente enfrenta um processo de extradição na Namíbia.

Especialistas dizem que mais baixas são prováveis. Mais de cem empresas estão sob investigação por backdating, e centenas de outras ainda estão conduzindo sindicâncias internas. As empresas enfrentam pressão para encerrar as investigações porque podem não conseguir fechar seu balanço trimestral no prazo legal se não souberem se precisarão fazer provisões ligadas a possíveis irregularidades.

Muitas empresas já informaram que não conseguirão cumprir os prazos para o trimestre. Isso cria o risco de terem suas ações excluídas das bolsas, de caras disputas com portadores de títulos de dívida — que têm o direito de receber relatórios financeiros no prazo apropriado — e prejuízos potencialmente grandes em qualquer processo por parte dos acionistas.

Charles Elson, diretor do Centro John L. Weinberg para Governança Corporativa na Universidade de Delaware, acredita que mais pessoas vão perder seus empregos. "É uma quebra fundamental na confiança dos investidores", disse.

O backdating equivale a fingir que uma opção de ação foi dada antes da data verdadeira, durante um momento benéfico, quando a ação era cotada por um preço menor. Já que opções de ações dão aos beneficiários o direito de lucrar diante de uma alta na cotação, fazer o benefício retroagir a um período em que as ações estavam em baixa pode fornecer ao recipiente um lucro imediato.

No mínimo, backdating geralmente envolve violações de práticas contábeis e de transparência nos EUA. A prática também pode constituir fraude.

As resoluções na CNET e McAfee, juntamente com outras demissões recentes, mostram que os conselhos estão levando o problema a sério.

Num comunicado, Samenuk expressou "arrependimento" por alguns dos problemas ocorridos "sob a minha responsabilidade". O diretor superintendente Kevin Weiss, que teve sua demissão anunciada quarta-feira, não estava disponível para comentar. Exatamente o quê Samenuk e Weiss fizeram que apressou suas demissões não é conhecido; uma porta-voz da McAfee informou que os dois "estavam envolvidos no escândalo de backdating", mas se recusou a revelar detalhes.

A CNET disse que a sua sindicância, conduzida pela firma de advocacia Davis Polk & Wardwell e liderada por um comitê especial de conselheiros, descobriu "episódios de backdating" na abertura de capital em 1996 até "pelo menos 2003".

11 outubro 2006

Rir é o melhor remédio 09


Da série PhD Comics.

Wikipedia e propaganda

Clique aqui para link sobre os problemas que as empresas estão enfrentando na Wikipedia. Postado em 21/9

Melhora a qualidade das informações

O coordenador do prêmio Abrasca diz que as demonstrações contábeis estão melhores. Fonte: Gazeta Mercantil. Vide abaixo:

Cresce qualidade dos relatórios financeiros

São Paulo, 11 de Outubro de 2006 - As empresas estão ampliando o esmero na confecção dos relatórios anuais. A conclusão é do professor Lélio Lauretti, coordenador do prêmio Melhor Relatório Anual, promovido pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). Segundo ele, o número de companhias que chegaram perto da nota máxima cresceu do ano passado para cá. "Mesmo com elevação da nota de corte, o desempenho das empresas foi bem maior", diz.

Na categoria empresa aberta, das 71 que se inscreveram, foram escolhidas 20 finalistas: ALL, Aracruz, Banco do Brasil, Itaú, Brasil Telecom, Cemig, Vale do Rio Doce, CPFL, CSN, Duratex, Embraer, Energias do Brasil, Gerdau, Itausa, Natura, Petrobras, Sadia, Unibanco, Usiminas e VCP. Serão premiadas as que obtiverem as cinco melhores pontuações.

Na categoria empresas fechadas, foram selecionadas sete dentre as 13 inscritas. São elas: Aché Laboratórios Farmacêuticos, Santander Banespa, Camargo Corrêa, Coimex, Petroquímica Triunfo, Primav Ecorodovias e Serasa. Serão premiadas as três primeiras.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Aluísio Alves)

A Cauda Longa 01

Para quem leu A Cauda Longa, uma reportagem do Wall Street Journal comentando sobre a reação dos varejista ao DVD distribuído on line. Segundo o Wall Street Journal, grandes varejistas que vendem DVDs não querem que os serviços de download de filmes pela internet sejam vistos pelos consumidores como uma vantagem.

Recentemente a Apple Computer Inc. anunciou um acordo com a Walt Disney Co. para vender online cópias eletrônicas dos filmes da Disney na Apple iTunes Store, por US$ 12,99 cada lançamento. A maior preocupação dos varejistas está relacionada à Apple, pois outros participantes pagam preços de atacado compatíveis com os pagos pelos varejistas de DVD.

Até agora, os serviços de download têm representando pouco perigo aos varejistas convencionais. Porém, o corte de preço obtido pela alarmaram os varejistas

Clique aqui para ler a reportagem completa.

Ou aqui

Machismo 02

Onde foi postado uma reportagem sobre o machismo no Brasil. (Clique aqui)
Hoje uma reportagem do Wall Street comenta as demissões de duas mulheres poderosas da HP, Fiorina e Dunn, as semelhanças e diferenças dos casos. Também lá fora é raro uma mulher chegar ao poder. A seguir:

O lado feminino da crise na HP

October 11, 2006 4:05 a.m.

Por Alan Murray
The Wall Street Journal

Se existissem mais mulheres no topo da pirâmide corporativa, talvez fosse mais fácil ignorar o fato de que o conselho de administração da Hewlett-Packard expulsou duas delas nos últimos 20 meses. Mas não existem. Então você tem que se perguntar: será que o sexo tem alguma coisa a ver com isso?

Não há ressentimento entre Carly Fiorina, demitida do cargo de diretora-presidente da HP em fevereiro de 2005, e Patricia Dunn, que foi cortada da presidência do conselho no mês passado. Dunn teve um papel importante na demissão de Fiorina. De acordo com os outros membros do conselho, ela foi um dos últimos integrantes a tomar partido na briga amarga sobre a ex-diretora-presidente.

Fiorina suspeita que Dunn, no final das contas, juntou-se aos seus oponentes como parte de um acordo para tornar-se presidente do conselho. Dunn diz que o cargo só foi discutido com ela depois que o conselho votou pela saída de Fiorina. Fiorina critica Dunn em seu novo livro, Tough Choices (Escolhas Difíceis), ao escrever que "suas opiniões eram freqüentemente difíceis de discernir". Dunn acusa Fiorina de fechar os ouvidos para o conselho de administração.

Mesmo assim, há uma estranha irmandade entre as duas mulheres. Elas têm quase a mesma idade — Fiorina tem 52 anos e Dunn, 53. Dunn ainda refere-se a Fiorina como uma "heroína" e escreveu-lhe um recado carinhoso depois que ela foi demitida e que dizia quase a mesma coisa. Fiorina é menos amigável com Dunn, mas a poupa da maioria das acusações lançadas sobre os outros integrantes do conselho. As duas foram forçadas a sair principalmente sob o incentivo dos mesmos homens: George "Jay" Keyworth, um ex-conselheiro científico para o presidente Ronald Reagan, e Tom Perkins, um milionário capitalista de risco.

A similaridade ainda mais impressionante é esta: ambas as mulheres deixaram seus empregos com demonstrações de indignação. Ambas caíram atirando.

Fiorina soube da sua demissão numa reunião do conselho de administração perto do aeroporto de Chicago. Dunn, portadora da má notícia, sugeriu que Fiorina anunciasse ter decidido sair por conta própria. É um truque comum no mundo corporativo. O predecessor de Fiorina na HP, Lewis Platt, retratou sua demissão como se fosse uma decisão dele, mesmo que, como é revelado no livro de Fiorina, ele estivesse sob intensa pressão dos conselheiros para ir embora. Ainda mais, Fiorina facilmente poderia sustentar a farsa, já que havia rumores de que ela poderia deixar o cargo para ocupar um posto no gabinete de George W. Bush.

Depois de pensar sobre o pedido de Dunn durante algumas horas, Fiorina recusou. Quando a perguntei por que, ela respondeu: "Porque não era verdade. Eu não poderia explicar a decisão do conselho. Então eu não iria nem tentar."

Desde então, as críticas de Fiorina sobre o que chamava de "um conselho que não funcionava" vêm murchando, e ela diz que o conselho nunca explicou o motivo pelo qual ela foi demitida — mesmo que as preocupações do conselho tivessem sido explicitadas, dentre outros lugares, em um artigo de primeira página do Wall Street Journal.

Dezenove meses depois, a própria Dunn enfrentou uma escolha similar. Nessa hora, a empresa estava afogada num escândalo sobre a investigação iniciada por Dunn para esclarecer um vazamento no conselho. Seria fácil para ela dizer que estava saindo da HP por conta própria, para poupar de mais controvérsias a empresa que amava. Ao invés, como Fiorina, ela continuou lutando. Em seu testemunho ao Congresso americano, Dunn culpou outros por a terem enganado e recusou-se, sob intenso interrogatório, a aceitar qualquer responsabilidade. Diferentemente do diretor-presidente Mark Hurd, que disse ao comitê do Congresso que "a troca de acusações acaba aqui", Dunn continou acusando.

Resumindo, Fiorina e Dunn escolheram retratar a si mesmas como vítimas. Fiorina diz que o fato de ela ser mulher tem alguma coisa a ver com o motivo pelo qual o conselho a tratou da maneira como tratou; Dunn diz não ter tanta certeza. Mas enquanto o número de diretoras-presidentes nas 500 maiores empresas da revista Fortune puder ser contado nos dedos, é inevitável que suas experiências serão generalizadas. Certo ou errado, a queda destas duas mulheres talentosas reflete sobre todas as mulheres.


Fonte: Wall Street Journal de hoje

10 outubro 2006

Uma empresa e os índios



É preocupante quando uma empresa brasileira, com ações negociadas na bolsa, uma das maiores produtoras do mundo do seu setor, utiliza outdoors para jogar a população de um local contra os índios.

O caso envolve a Aracruz e os índios do Espírito Santo. Conforme pode ser visto nas imagens, os outdoors são agressivos.

Abaixo, uma reportagem do jornal Independente, que defende o lado dos índios:

Aracruz usa mídia e outdoors para voltar a população contra comunidades indígenas
Por ARACRUZ CELULOSE X COMUNIDADES INDÍGENAS 07/10/2006 às 22:46

"A Aracruz trouxe o progresso. A Funai, os índios". Espalhando frases como esta em outdoors pelo Espírito Santo, a multinacional Aracruz Celulose espera ter apoio da população para impedir a demarcação de 11 mil hectares como terras indígenas. O ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos tem aproximadamente 4 dias para assinar uma portaria que declara a área propriedade das comunidades Tupinikim e Guarani, acusadas pela Aracruz de não serem índios e índias de verdade.

Além dos outdoors, a Aracruz vem usando a mídia local para criminalizar o movimento indígena. Um exemplo é a nota do "empresário e escritor" Carlos Lindenberg Filho, um dos diretores da Rede Gazeta, uma subsidiária da Rede Globo no Espírito Santo. A multinacional também conseguiu apoio de seus funcionários por meio de ameaças de desemprego indiretas e apoio da população do município de Aracruz, que agora reage com medo de supostos saques e violência por partes de indígenas.

Durante a Copa do Mundo deste ano, a empresa lançou um comercial de TV sob o slogan "O Brasil fazendo um bonito papel no mundo inteiro", com a música "Balé de Berlim", do ministro da Cultura, Gilberto Gil. De fato, a maior parte do papel produzido pela Aracruz é produto de exportação. Segundo a geógrafa Simone Batista Ferreira, da Rede Alerta Contra o Deserto Verde, "99% são exportados para a produção européia de fraldas descartáveis, absorventes femininos e lenços de papel, e não para a produção brasileira do papel utilizado nas escolas, tão necessários". Destroem as reservas naturais brasileiras, expulsam comunidades quilombolas e indígenas de suas terras e "fazem um bonito papel" lá fora.

Em defesa das comunidades indígenas, a artista Ana Amorim escreveu uma carta para Gilberto Gil. A carta traz dados de um relatório feito pela Swed Watch, apontando todos os danos causados pela Aracruz no Brasil. E ela conta que "antes da expansão da Aracruz, em 1967, havia 40 vilarejos indígenas na área onde a Aracruz atuava. Após a Aracruz ter estabelecido todas as suas plantações de eucalipto na área, restaram somente três vilarejos". A artista sugere que Gil seja mais responsável antes de participar de uma próxima campanha a favor desta empresa.


A seguir, uma nota da Aracruz, divulgada no sítio Bluebus:


"A comunidade de Aracruz, cidade no centro-norte do Espírito Santo, realizou manifestaçao no dia 15 de setembro, em solidariedade aos funcionários e fornecedores da Aracruz Celulose, que vem sendo intimidados constantemente por manifestaçoes de índios e de organizaçoes como o MST. Os outdoors foram veiculados como parte dessa manifestaçao, que reuniu 6 mil moradores da cidade com total apoio do comércio local".

"O conteúdo dos outdoors é uma reaçao da sociedade, talvez um pouco carregada nas tintas, aos atos extremistas que vem sendo praticados na regiao como forma de pressionar o Ministério da Justiça a tomar uma decisao favorável à ampliação da reserva indígena no Espírito Santo (,,,,,) Nesta 5a feira, 12, expira o prazo para o Ministro da Justiça se pronunciar sobre a questao da ampliação em 11 mil hectares da reserva indígena em Aracruz, no Espírito Santo. A Aracruz Celulose confia em uma decisao favorável, já que sua contestaçao, com 15 mil páginas de documentos, apresentou argumentos fundamentados em ampla pesquisa histórica, realizada por grupo multidisciplinar, que trabalhou durante 8 meses com o intuito de fazer um resgate histórico e investigar a questao da terra no Espírito Santo (.....)".

Segue - "A Aracruz Celulose gostaria de esclarecer que respeita as comunidades indígenas do Espírito Santo, a quem reconhece como uma de suas partes interessadas importantes, e com as quais gostaria de desenvolver um relacionamento construtivo e duradouro. Trabalham hoje na empresa, entre funcionários e colaboradores, quase uma centena de descendentes de índios (.....)".

Esclarece - "A Aracruz nao patrocinou a colocaçao dos outdoors, nem apóia mensagens que possam vir a ser interpretadas como discriminatórias. Por outro lado, nao tem como impedir que os diversos movimentos sociais de apoio à empresa que vem surgindo no Estado expressem as suas posiçoes".


Sendo irônico, será que isto consta do Balanço Social da Aracruz?

Artigo de Phelps

O ganhador do Nobel de Economia deste ano escreveu o seguinte artigo para o Project Syndicate, traduzido pelo Valor de hoje. Gostei muito do primeiro parágrafo, que poderia ser aplicado a própria contabilidade e finanças.

Ciência econômica deve ser baseada em evidências

Edmund S. Phelps
Existe um movimento na medicina que exige que as solicitações das licenças para a venda de um novo medicamento sejam "baseadas em evidências". Os economistas experientes, por outro lado, consideram que sua disciplina já teria alcançado este padrão científico. Afinal, eles manifestam as suas opiniões com a matemática e chegam a estimativas quantitativas de relações implícitas a partir de dados empíricos.

A ciência econômica não é baseada em evidência na seleção dos seus paradigmas teóricos. Iniciativas de política econômica são muitas vezes tomadas sem todos os pré-testes empíricos que poderiam ter sido realizados.

Um exemplo notório é a elaboração de política macroeconômica posterior à Segunda Guerra Mundial sob os keynesianos radicais. Eles se basearam na teoria não testada de Keynes de que o desemprego dependia da "demanda efetiva" em relação à "renda assalariada", porém suas políticas ignoraram a parte sobre salários e procuraram estabilizar a demanda num nível suficientemente elevado para assegurar "pleno" emprego.

Cecil Pigou e Franco Modigliani objetaram, afirmando que, se a demanda fosse elevada com êxito, o nível de renda assalariada aumentaria, se equipararia à demanda, e empurraria o nível de emprego de volta ao seu nível anterior. O nível de emprego não pode ser sustentado acima da sua linha de equilíbrio inflacionando a demanda efetiva.

Apesar disso, os radicais triunfaram por meio daquilo que o economista Harry Johnsom chamou de "desdém e escárnio". As políticas macroeconômicas do pós-guerra foram dedicadas ao "pleno" emprego, sem nenhuma evidência de que a renda assalariada não atrapalharia.

No fim da década de 50, os neokeynesianos finalmente reconheceram o argumento postulado por Pigou e Modigliani. O trabalho de Will Phillips sobre salários não lhes deixou nenhuma escolha. Eles ainda insistiam, porém, que aumentos regulares na demanda a uma taxa suficientemente elevada manteriam a demanda um passo adiante do nível da renda assalariada, de forma que o nível de emprego poderia ser mantido num patamar alto, embora ao custo de uma inflação constante.

De formas distintas, Milton Friedman e eu nos opusemos, argumentando que esse tipo de política exigiria uma taxa de inflação em alta constante. A renda assalariada ficará defasada em relação à demanda, sustentei, somen-te enquanto uma determinada empresa for dissuadida de elevar os salários pela falsa percepção de que os salários nas demais empresas já estariam num nível inferior em relação aos seus - um desequilíbrio que não pode durar.

A exemplo dos radicais, os neokeynesianos não desafiaram esses questionamentos com testes empíricos. A eficácia da demanda elevada era uma questão de fé. Os eventos da década de 70, porém, submeteram aquela fé a um teste cruel. Quando os choques de oferta atingiram a economia dos EUA, a reação dos neokeynesianos foi despejar mais demanda, acreditando que ela poderia ressuscitar a taxa de emprego. Houve pouca recuperação - apenas mais inflação.

A época atual oferece um paralelo. Ainda que a política tenha mudado desde então, para refletir a economia do lado da oferta e a teoria do ciclo de negócios real, os novos elaboradores e defensores de paradigmas da vez mostram a mesma aversão à verificação dos dados na busca de erros graves.

Uma lição acadêmica anterior foi bem-fundamentada: alíquotas de imposto temporariamente abaixo do normal que incidem sobre o trabalho neste ano, quando combinadas com a perspectiva de um retorno às alíquotas normais no próximo ano, estimularão as famílias a concentrar mais trabalho neste ano e a trabalhar menos nos anos futuros. Esta proposição foi recentemente testada de novo em dados da Islândia e deu bons resultados.

Os defensores da economia do lado da oferta tiraram as conclusões temerárias de que um corte permanente nas alíquotas dos impostos que incidem sobre o trabalho incentivariam mais produto do trabalho permanentemente, sem nenhuma diminuição da eficácia. Larry Summers e eu duvidamos que essa afirmação pudesse ser geralmente verdadeira. Se cada aumento na taxa de salário líquido [após a dedução do imposto] conferisse um estímulo permanente à quantidade de trabalho ofertada, ponderamos, salários líquidos em altas crescentes a partir de meados do século XIX teriam produzido um aumento extraordinário no número total de horas de trabalho semanais e nas idades de aposentadoria. Ambas registraram queda, porém, e na Europa continental o nível de desemprego é maior.

Em minha opinião, este dogma central da economia do lado da oferta está calcado sobre um erro crasso simples. O que interessa para a quantidade de trabalho ofertado é a taxa de salário líquido relativa à renda proveniente das fortunas. Se por um lado as taxas salariais líquidas dispararam por mais de um século, por outro, as fortunas e os rendimentos que gerava cresciam à mesma velocidade.

Certamente, se as alíquotas dos impostos fossem reduzidas permanentemente neste ano, haveria inicialmente um efeito fortemente positivo sobre o trabalho ofertado. Mas também haveria um efeito positivo sobre a poupança e, portanto, sobre as fortunas no próximo ano e depois. No longo prazo, as fortunas tenderiam a subir na mesma proporção dos salários líquidos. O efeito sobre o trabalho desapareceria.

Precisamos avançar com cautela, contudo. Em análises padronizadas, o corte nos impostos provoca uma redução nas compras governamentais de bens e serviços, como gastos com defesa. Mas um corte de impostos poderia, por sua vez, fazer encolher o Estado do bem-estar social - a assistência social e a seguridade social, que constituem a riqueza social. Neste caso, o corte de imposto, ainda que aumente gradualmente a riqueza privada, poderá reduzir a riqueza social. O tema é de natureza empírica.

Pesquisas que realizei com Gylfi Zoega há uma década confirmaram que cortes em impostos que incidem sobre o trabalho elevam a taxa de emprego no curto prazo. Mas e o longo prazo? Os vastos efeitos de longo prazo das alíquotas de imposto ficam realmente evidentes nas diferenças internacionais existentes na taxa de emprego?

Em 1998 examinamos dados da OCDE para [estabelecer] uma correlação entre as taxas de desemprego nacionais em meados da década de 90 e as alíquotas de imposto atuais sobre o trabalho. Não encontramos nenhuma. Em 2004, verificamos as taxas de participação na força de trabalho e, mais uma vez, verificamos a taxa de desemprego. Ainda sem nenhuma correlação.

Países com altas taxas de desemprego incluíam países com altos impostos, como Alemanha, França e Itália, mas também Japão e Espanha, que têm impostos mais baixos. Países com baixos níveis de desemprego incluíam aqueles com baixos impostos, como Reino Unido e os EUA, mas também países com impostos extremamente elevados, como Dinamarca e Suécia.

Os neoliberais estão agora dizendo à Europa continental que cortes dos impostos que incidem sobre o trabalho podem dissolver as altas taxas de desemprego. Mas a eficácia destes cortes de impostos seria grandemente, se não completamente, transitória - especialmente se o Estado de bem-estar social fosse poupado. Em duas décadas, as altas taxas de desemprego voltariam sorrateiramente.

As falsas esperanças provocadas pelos cortes de impostos teriam afastado os formuladores de políticas das reformas fundamentais necessárias para o continente [europeu] alcançar o dinamismo, do qual dependem as altas taxas de inovação, a geração abundante de empregos, e a produtividade em nível mundial.

Copyright: Project Syndicate 2006 - www.project-syndicate.org

Edmund S. Phelps, ganhador do prêmio Nobel em Economia para 2006, é professor de Economia na Universidade Colúmbia (EUA), onde dirige o Center on Capitalism and Society

Machismo

Reportagem do Valor Econômico de hoje fala sobre o machismo na gestão das empresas brasileiras:

Perfume de mulher

Por Daniele Camba
O mercado de capitais no Brasil é conhecido como um segmento em que os homens reinam e as mulheres ainda são exceção. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - o xerife do mercado - é uma boa fotografia dessa relação desigual. Nos 30 anos da autarquia, o percentual de mulheres aprovadas em concursos que exigem nível superior evoluiu, mas num ritmo muito lento para um período tão longo. No primeiro concurso da CVM, em 1978, das 146 vagas, 12% foram ocupadas por mulheres. No último, em 2003, 17% das 108 vagas ficaram com o público feminino. Mas se numericamente elas ainda são minoria, nos últimos anos, já têm ocupado cargos importantes, como os de diretoria. Dos 57 profissionais que chegaram à direção da autarquia, apenas quatro são mulheres - Flora Valladares Coelho, Maria Isabel do Prado Bocater, Maria Cecília Rossi e Norma Jonssen Parente. A quinta é Maria Helena Santana, que este ano deixou a Bovespa a caminho do órgão regulador.

Algumas dessas mulheres viram a CVM nascer. Em 1978, a ex-diretora Norma Parente era funcionária do banco Banerj e fez parte da equipe de cinco advogados emprestados para a autarquia, até que os concursados começassem. O que era para ser transitório durou sete anos. Em 1985, já como gerente jurídica, Norma deixou a autarquia para ser procuradora do Estado do Rio e trabalhar no escritório de seu colega Nelson Eizirik.

Quinze anos depois, em 2000, Norma cogitou que talvez fosse hora de voltar, só que desta vez como diretora. "Pensei em pedir para o meu primo Pedro Parente (na época ministro-chefe da Casa Civil) que me indicasse, mas logo mudei de idéia", confessa Norma. Não foi preciso ter um padrinho: no mês seguinte, José Luis Osório tomou posse como presidente e convidou-a para fazer parte da diretoria. "Apenas liguei para tia Bebel (mãe de Pedro Parente) pedindo que avisasse ao Pedro, que estava no governo, que eu seria diretora da CVM", recorda a advogada.

Recém-formada, Maria Isabel Bocater viu na autarquia a chance de uma carreira promissora. "A idéia era muito atraente, acompanhar de perto a formação do principal órgão do mercado, a criação das primeiras regras e ainda ser bem remunerada por isso", diz Maria Isabel, que lembra que os salários eram ótimos no início e foram sendo achatados no decorrer dos anos. Ela foi um dos 20 advogados que passaram no primeiro concurso da autarquia, em 1978. Diferentemente dos outros concursos, desse total, a maioria (12) era de mulheres. Pouco tempo depois, Maria Isabel licenciou-se para acompanhar seu marido, que estava de mudança para Nova York.

Quando regressou ao Brasil, assim como Norma, Maria Isabel voltou para a CVM como gerente jurídica. Foi galgando postos até ganhar a cadeira de diretora, na qual permaneceu de 1993 a 1999 - o maior mandato entre todas as mulheres do colegiado.

Além das diretoras, outras mulheres fizeram carreira na CVM e hoje ocupam postos importantes. Elizabeth Machado entrou no primeiro concurso como analista de mercado e hoje é superintendente de Relações com Empresas. Isso significa que tudo que diz respeito a companhias abertas necessariamente passa por suas mãos. Nesses 26 anos ininterruptos de CVM, Elizabeth pensou algumas vezes em deixar a autarquia - principalmente na década de 80, quando os salários estavam muito achatados -, para ter uma vida mais tranqüila e cuidar dos três filhos.

"Ainda bem que ficou apenas no pensamento, os meus filhos estão grandes e o lado profissional ganhou ainda mais peso na minha vida", diz Elizabeth. Além dela, há apenas mais uma superintendente mulher: Lúcia Amorim, responsável pela regional de Brasília.

Apesar do número de diretoras caber nos dedos de uma única mão, essas mulheres testemunharam e foram peças imprescindíveis em fatos que fizeram a história do mercado. Antes de ser diretora, Norma acompanhou, por exemplo, o julgamento da primeira oferta de compra hostil no mercado, quando a Cemig tentou adquirir a Companhia Mineira de Eletricidade, e também o primeiro caso de informação privilegiada da diretoria da Cervix Engenharia.

Já como diretora, Norma lidou com questões importantes, como a reformulação da Lei das Sociedades Anônimas (S.A.), sendo a representante da autarquia junto aos deputados e senadores em Brasília. "Eu discuti com políticos importantes que faziam lobby para derrubar alguns avanços da Lei, aprendi muito com tanta pressão", diz Norma, que foi diretora por cinco anos, deixando a autarquia no ano passado para ser consultora. Conhecida como "a defensora dos minoritários", Norma comprou boas brigas em prol do mercado, como a multa histórica de R$ 62,5 milhões que aplicou ao empresário da Bombril Sérgio Cragnotti. Sem contar os desafetos que deve ter angariado nas empresas de consultoria, como ferrenha defensora do rodízio de auditores.

Na época como superintendente jurídica, Maria Isabel Bocater acompanhou de perto o caso Naji Nahas. "Foi um golpe muito duro, a CVM estava enfraquecida, com os quadros de técnicos esvaziados pelos baixos salários, e tendo de cuidar de uma fraude sem precedentes", lembra ela. Já como diretora, Maria Isabel pegou toda a fase de privatização, em que a CVM atuou ativamente em questões como a definição do valor do "tag along" aos minoritários das estatais. Hoje, como sócia do escritório Bocater Camargo Costa e Silva Advogados, ela acredita que os anos de CVM contribuem para que ela preveja quais serão as indagações da autarquia nos casos dos seus clientes.

Enquanto algumas passaram boa parte de sua vida profissional a serviço da CVM, outras vieram do mercado. Antes da autarquia, Maria Cecília Rossi passou pela BM&F, onde ajudou a criar os contratos futuros. Depois, foi ser gerente de novos produtos da Bovespa. Na CVM, Maria Cecília acompanhou toda a abertura do mercado, com a criação do Anexo IV, instrumento que regulamentou a entrada de capital estrangeiro no país, e os ADRs, recibos de ações negociadas no exterior. "A CVM foi um divisor de águas na minha carreira, passei a ter uma visão mais global do mercado e a entender as preocupações de um órgão fiscalizador", diz Maria Cecília, que hoje tem uma consultoria - a Interlink.

A atual diretora, Maria Helena Santana, também veio da Bovespa, onde era superintendente de relações com empresas e foi uma das grandes responsáveis pela criação do Novo Mercado. Flora Valladares Coelho foi diretora da CVM entre 1991 e 1992 e hoje é secretária de Gestão Administrativa do Estado do Acre.

09 outubro 2006

Mea Culpa 02

As palavras que coloquei no Mea Culpa também são das professoras Ducineli e Fernanda, ambas da UnB, que se sentiram prejudicadas com o ocorrido.

Aproveito para agradecer o apoio de Rodrigo Rodrigues Pereira e de Olavo Pereira Gomes.

Ações da Gol caem após o acidente



Ações da Gol caem após acidente, em dia de alta na Bovespa

Segunda-feira 2 de Outubro, 2006 2:01 GMT

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Gol foram bem movimentadas na bolsa paulista e chegaram a sofrer queda acentuada na abertura desta segunda-feira, primeiro pregão após o acidente com o vôo 1907, em que morreram 155 pessoas que estavam a bordo, conforme informações da Força Aérea Brasileira.

Ao longo da manhã, porém, a desvalorização arrefeceu e, às 13h54, os papéis da companhia aérea operavam em baixa de 1,45 por cento, a 73,91 reais, após escorregar 4,65 por cento, para 71,51 reais, nos primeiros minutos de negócio.

O Ibovespa, que desde o início do dia operava em forte alta, subia 2,08 por cento

Para um analista que acompanha o setor, a queda brusca dos papéis da Gol foi um reflexo instantâneo do mercado e tende a ser absorvido nos próximos dias.

"A gente pegou oito acidentes nos últimos anos e percebeu que, nesses casos, as ações caíram 5 por cento na primeira semana de negociação... é uma reação extremamente de curto prazo", disse o especialista, que não quis se identificar. "Não vejo razão para a demanda no Brasil e a demanda por vôos da Gol serem afetados."

Segundo ele, em alguns acidentes aéreos até a demanda por vôos em geral chegou a ser abalada, mas havia o temor de ataques terroristas envolvidos.

"No caso do Brasil não tem nada disso, então não acredito numa queda mais longa das ações", acrescentou.

De acordo com a Bovespa, os papéis iniciariam em baixa de quase 6 por cento, o que os levou automaticamente a leilão e retardou sua abertura para 10h18. Segundo a bolsa, o limite de oscilação para papéis de liquidez como os da Gol é de 3 por cento, entre um negócio e outro.

As ordens na pré-abertura estavam acima desse limite e se deu início ao leilão, que dura inicialmente 5 minutos. Depois disso, a operação foi prorrogada por 13 vezes, por um minuto cada. As extensões se deveram, disse a bolsa, a ordens colocadas no final do tempo. Quando finalmente abriram, as ações caíam 3,3 por cento.

Toda a agitação da manhã colocou os papéis da companhia aérea, que não fazem parte do Ibovespa, entre os mais negociados na bolsa. O giro era de 30,9 milhões de reais dos 1,35 bilhão de reais de volume financeiro do pregão.

O Boeing 737-800, que caiu no norte do Mato Grosso após colidir com um Legacy, de fabricação da Embraer, havia sido entregue à Gol em 12 de setembro e tinha 234 horas de vôo, conforme a própria Gol.

O Legacy também era novo, acabara de deixar o hangar da fabricante brasileira, em São José dos Campos, e resistiu à colisão, pousando na base aérea da Serra do Cachimbo, no sul do Pará.

As ações da Embraer, que fazem parte do Ibovespa, apresentavam alta de 0,52 por cento, e giro financeiro de 10,097 milhões de reais.

(Por Marcelo Mota)


(Enviado por Pedro Duarte. Grato.)

Encontro do Mestrado de Ciências Contábeis

Será realizado, na UERJ, nos dias 23 e 24 de novembro de 2006, o "VIII
Encontro do Mestrado em Ciências Contábeis". Para este ano foi escolhido o
tema "A Contabilidade no Século XXI: Os Desafios da Inserção Profissional e
Acadêmica". As inscrições são gratuitas e o prazo para envio de trabalhos vai
até o dia 20 de outubro de 2006. Mais informações:

Secretaria do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ:
Tel. (21) 2587-7362

ou no sítio do congresso, clique aqui

Normas internacionais em Português

Acabo de receber do professor Uverlan (do Ceará) uma versão das normas internacionais do IASB em português, de Portugal.

Grato.

Nobel de Economia

Parece que as previsões falharam: Phelps é o vencedor do Nobel de Economia.

Análise Técnica

Será que a análise técnica pode funcionar? Um dos problemas para verificar isto é a dificuldade de testar a análise técnica. Uma das formas que os pesquisadores encontraram para testar é através da verificação se os números de Fibonacci funcionam no mercado.

Fibonacci foi um italiano que estabeleceu uma seqüência de números formados pela soma dos anteriores. Os primeiros números da seqüência de Fibonacci são 1, 1, 2, 3, 5, 8 e assim por diante. O número 5, por exemplo, é formado pela soma de 2 mais 3. O número 8 é resultante de 3 mais 5, e assim por diante. A matemática já descobriu que a relação entre os componentes tende a 1.618 e este número é conhecido como golden ratio na arquitetura e desenho.

Alguns investidores passaram a acreditar que o movimento futuro dos preços das ações pode ser decorrente dos dados passados. Um estudo de Batchelor e Ramyar não encontrou nenhuma evidência que os números de Fibonacci funcionam no mercado de capitais dos Estados Unidos. O período coberto pelos pesquisadores foi de 1914 a 2002. Os defensores da análise técnica tendem a contra argumentar com a seguinte questão: “se a análise técnica não funciona, por que existem pessoas que ficaram ricas utilizando-a”? Obviamente que isto é um típico problema de viés de sobrevivência pois ignora os inúmeros investidores que, utilizando a análise técnica, saíram do mercado.

Para os pesquisadores, o problema é que a análise técnica não estabelece regras claras que possam ser usadas para testar de forma científica se a mesma funciona ou não. A regra dos números de Fibonacci é uma exceção e por isto a preferência dos testes neste sentido. Um trabalho de revisão destas pesquisas foi realizado por Park e Irwin em “The profitability of technical Analysis: a review.

Fonte: The Economist, Technical Failure, 23/09/2006, p. 85