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26 abril 2020

Concurso CAF de ensaios universitários: ideias para o futuro


O CAF — banco de desenvolvimento da América Latina — abriu as inscrições para o concurso de ensaios universitários "Ideias para o futuro", que tem como objetivo reunir a visão dos jovens universitários sobre os desafios para o desenvolvimento da América Latina e o Caribe.

O concurso premiará o melhor ensaio em âmbito nacional para, posteriormente, escolher os três melhores ensaios ao nível ibero-americano. Os ganhadores ao nível ibero-americano apresentarão seus ensaios na Conferência CAF, que será realizada na Cidade do México em novembro de 2020, e poderão receber os seguintes prêmios:

Prêmio Guillermo Perry: USD 3.000 (três mil dólares dos Estados Unidos).
Segundo colocado: USD 2.000 (dois mil dólares dos Estados Unidos).
Terceiro colocado: USD 1.000 (mil dólares dos Estados Unidos).

Temática:
A temática dos ensaios deve ser centrada nos desafios de desenvolvimento enfrentados pela América Latina e o Caribe. Seguem algumas perguntas que servem de orientação para elaborar os ensaios:
  • Como podemos preparar nossos países para combater e recuperar-se, com maior rapidez, diante de crises sociais, econômicas ou de saúde?
  • Como os países da América Latina e do Caribe podem evitar cair na armadilha da renda média?
  • Como equilibrar a agenda social com a estabilidade econômica?
  • Como estabelecer mecanismos adequados para a expressão do descontentamento social?
  • Quais são as áreas mais urgentes para acelerar o desenvolvimento da América Latina?
  • Como conseguir que as PME latino-americanas sejam mais competitivas e ofereçam emprego de melhor qualidade?
Critérios para participação:
  • Idade entre os 18 e 29 anos (nascidos estritamente entre 31 de dezembro de 1990 e 1º de janeiro de 2002).
  • Jovens estudantes universitários de graduação e pós-graduação de qualquer disciplina, inscritos em uma universidade de qualquer dos 19 países da CAF, com comprovante de matrícula (comprovante de aluno regular ou equivalente).
  • Não poderão participar desta convocação funcionários, estagiários, consultores, ex-funcionários e ex-consultores, seja da CAF ou dos Bancos Centrais, nem familiares de até segundo grau de consanguinidade dos funcionários da CAF e dos Bancos Centrais.
  • Os autores deverão apresentar, no máximo, um ensaio. A participação é estritamente individual.
  • Os participantes deverão enviar seus ensaios pela página caf.com/pt, preenchendo todos os campos expressamente declarados obrigatórios.
Fonte: http://ideasparaelfuturo.caf.com/pt, enviado por Jaqueline Sales, a quem agradecemos.

08 abril 2020

Clóvis Padoveze

Comunicado da Anpcont:

Com grande pesar, comunicamos o falecimento do Prof. Clóvis Luís Padovese, professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração da Unimep. O enterro ocorrerá hoje (08/04/2020) às 15:30 no cemitério Campo da Ressurreição, em Santa Bárbara D´Oeste.

O falecimento decorreu de uma tragédia doméstica. Ele tinha um dos livros de custos mais usados no Brasil.

24 março 2020

Dez melhores pós dos EUA

Eis os melhores cursos dos EUA em contabilidade do World Report (via aqui)

1. Universidade do Texas em Austin (McCombs School of Business)
2. Universidade de Illinois em Urbana-Champaign (Gies College of Business)
3. Universidade da Pensilvânia (Wharton School)
4. Brigham Young University (Marriott School of Business)
5. Universidade de Chicago (Booth School of Business)
6. Universidade de Michigan (Stephen M. Ross School of Business)
7. Universidade de Nova York (Leonard N. Stern School of Business)
8 (empatado). Universidade de Stanford (Escola de Pós-Graduação em Negócios)
8 (empatado). Universidade do Sul da California(Marshall School of Business)
10 (empatado). Universidade Estadual de Ohio (Max M. Fisher College of Business)
10 (empatado). Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (Escola de Negócios Kenan-Flagler)

27 janeiro 2020

Externalidade com Uber

A opção que muitos motoristas têm feito de deixar o carro em casa quando pretendem ingerir bebida alcoólica, recorrendo ao transporte por aplicativos, como o Uber, tem possibilitado a melhora das condições do trânsito. Essa escolha, aliada aos casos de pessoas que não gostam de dirigir, resultou em condições mais favoráveis ao tráfego Brasil.
Nos dois casos, o resultado é um aumento da qualidade média dos motoristas em circulação. O motorista do Uber tende a ser tecnicamente melhor do que o motorista comum, não apenas o alcoolizado, pois dirigir é o seu meio de sustento, implicando em uma postura mais cautelosa, diz Yuri Barreto, doutorando do programa de pós-graduação em economia da UFPE. A Uber penaliza os maus motoristas, os retirando de circulação. (...) O Uber considera que provocou uma redução de 10% nas mortes de trânsito nas cidades brasileiras onde o aplicativo de transporte funciona em relação a municípios em que isso não ocorre. Em paralelo, também diminuiu entre 11% e 17% as hospitalizações de vítimas de acidentes de trânsito no Brasil, seu segundo maior mercado no mundo em número de viagens, atrás apenas dos Estados Unidos.

Fonte: Valor, via aqui

10 dezembro 2019

Orientação na Pós-graduação

Um dos principais temas dos corredores da pós-graduação é a questão da orientação. Entretanto este assunto carece de estudos mais aprofundados.

Um artigo da Nature, A message for mentors from dissatisfied graduate students, esclarece um pouco este assunto. Um dado assustador: 25% dos alunos disseram que mudariam de orientador se o tempo voltasse. Já um estudo da US National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine afirmou que a orientação é “fator mais importante na conclusão de um diploma em STEM [ciência, tecnologia, engenharia ou matemática]”. O relatório também cita estudos que mostram que os alunos efetivamente orientados têm mais probabilidade de publicar trabalhos e de concluir seu programa de doutorado.

Mas a pesquisa mostrou outro dado: nem sempre o aluno recebe um tempo adequado por parte dos seus orientadores. 49% dos estudantes afirmaram passar menos de uma hora individualmente com seu orientador a cada semana. Veja a figura abaixo:

27 novembro 2019

Dicionário e-Termos

Um projeto colaborativo permite que a comunidade acadêmica possa padronizar a utilização de termos científicos. Trata-se do e-Termos e já possui pelo menos um dos trabalhos na área de sustentação ambiental.

O Projeto e-Termos, estrutura formal que suporta e abriga os trabalhos do e-Termos, é um projeto acadêmico desenvolvido em parceria entre a Embrapa Informática Agropecuária (CNPTIA), Universidade de São Paulo (USP Campus de São Carlos, SP) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), representados pelos laboratórios de pesquisa LabInfo (Laboratório de Organização e Tratamento da Informação Eletrônica), NILC (Núcleo Interinstitucional de Lingüística Computacional) e o GETerm (Grupo de Estudos e Pesquisas em Terminologia), localizados nas três instituições, respectivamente.

Apoiado nas competências de cada laboratório, o Projeto e-Termos busca propor soluções para a viabilização da pesquisa e da prática terminológica, por meio da ampla utilização de um ambiente computacional colaborativo baseado na Web. Resumidamente, como proposta de pesquisa, os principais objetivos deste projeto são: 1) a criação e implementação do e-Termos (ambiente web) e 2) posteriormente a avaliação do seu uso colaborativo na prática terminológica.

Este projeto tem a cooperação de vários profissionais, autônomos, professores, bolsistas e alunos de graduação e pós-graduação das instituiçõs supracitadas, bem como colaboradores de várias outras instituições de ensino e pesquisa, que contribuem direta e indiretamente para o seu sucesso

13 setembro 2019

Afinal, qual a função de um Congresso (Científico)?

Nos dias atuais, onde há uma grande facilidade de comunicação à distância, podemos questionar o papel do congresso científico. Ir à um Congresso apresentar um trabalho significa um grande volume de gasto para as universidades; para o apresentador, um consumo substancial de tempo, que começa na tentativa de obtenção de recursos e termina com a baixa contribuição recebida. No Brasil, em termos práticos, Congresso Científico não tem uma retribuição associada para os pesquisadores em termos de aumento salarial ou melhoria na nota de um programa de pós-graduação.

Mesmo com estes problemas, os pesquisadores continuam submetendo trabalhos e viajando para os congressos. Alguns deles realmente aproveitam os congressos para fazer turismo; tanto é assim que os "melhores" congressos estão localizados em praias e outras cidades que podem atrair a atenção dos potenciais congressistas. 

Uma pesquisa recente, realizada na área de economia, mostrou que o congresso pode ser uma importante fonte de atrair a atenção para artigos científicos. A pesquisa foi realizada entre 2006 a 2012 e comparou os artigos apresentados em congressos de prestígio da área de economia e medidas de sucesso do texto. Os artigos que passaram por um congresso obtiveram mais atenção, depois de publicado. 

Eis o resumo:
This paper aims to quantify the contribution of conferences to publication success of more than 4,000 papers presented at three leading economics conferences over the 2006-2012 period. The results show a positive link between conference presentation and the publishing probability in high-quality journals. Participating in major conferences is also associated with improved metrics for other measures of academic success such as the number of citations or abstract views. We document that, while the results are broadly similar across fields, annual meetings of the American Economic Association are particularly valuable in these dimensions.

19 agosto 2019

Distribuição de recursos orçamentários nas Universidade Federais

O jornal Estado de S Paulo afirma que o MEC pretende mudar a forma de distribuir recursos entre as universidades federais. Atualmente, as universidades federais recebem o orçamento de custeio e capital (exceto pessoal) baseado no seu tamanho, segundo o jornal (mais adiante, mostraremos que a principal base é o orçamento anterior). Segundo a declaração do secretário, nos dias atuais 90% é tamanho e 10% qualidade.

Pela proposta, a alocação seria para àquelas universidades com melhor desempenho em governança, inovação e empregabilidade, entre outros critérios. Haveria uma discussão com os reitores e uma transição para o novo modelo, que seria implantado no longo prazo. Mas o processo de implantação começaria em 2020. Além disto, o governo pretende usar o ranking de governança para priorizar desbloqueio de recursos.

O ranking da governança é algo novo, calculado pelo TCU. A empregabilidade seria feita a partir dos dados do Enade a base da RAIS, que mede os empregos formais no País. As universidades que conseguirem formar alunos que ingressam no mercado de trabalho seriam premiadas. Outro índice seria a criação de patentes, que corresponderia a proxy da inovação.

Para justificar a media, o secretário afirmou:

Temos gasto de R$ 75 mil reais por aluno na Unifesp e na UFRJ contra R$ 30 mil em universidades do Norte e Nordeste.

Esta é uma frase infeliz, já que a Unifesp está focada em cursos de saúde, que são mais caros. Além disto, o custo de vida da cidade de São Paulo ou do Rio de Janeiro é muito diferente do custo de vida de uma cidade do Norte/Nordeste.

O jornal apresenta uma breve explicação sobre o cálculo atual:

A distribuição de verbas entre universidades federais é feita com base em um cálculo que inclui indicadores como o número de estudantes e a qualidade acadêmica. Esse cálculo resulta na Matriz de Orçamento de Custeio e Capital (Matriz OCC), que determina o valor repassado a cada universidade.
Nesse cálculo, a quantidade de alunos matriculados é o fator que tem mais peso. O Ministério da Educação leva em conta informações como número de matrículas, estudantes formados, evasão escolar e o tipo de curso para calcular o número de “alunos equivalentes” de uma universidade.
O ministério considera que cursos com maior número de laboratórios e uso de equipamentos caros devem receber mais recursos, e inclui essa diferença ao contabilizar os “alunos equivalentes” de cada instituição. Esse índice corresponde a 90% do valor da Matriz OCC de uma universidade.
O outro indicador é a Eficiência e Qualidade Acadêmico-Científico (EQAC), que tem peso de 10% na matriz. Nesse cálculo, são utilizadas as notas dos cursos de graduação no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e os conceitos dos cursos de pós-graduação, avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do MEC.

Minha opinião

Em primeiro lugar, a explicação do jornal deixa de lado um aspecto importante das regras atuais que ajudam a defender uma mudança no atual sistema de distribuição: nenhuma universidade perde recursos com a divisão orçamentária. Vamos imaginar que a aplicação das regras para o ano de 2019 indicou que uma universidade teria a receber $100. No ano passado, esta mesma universidade recebeu $105. Independente dos seus indicadores (e das demais), a universidade receberá $105. Isto significa dizer que a matriz de distribuição é conservadora nas mudanças, beneficiando as universidades mais antigas e que, no momento da definição inicial da regra de distribuição, estava bem posicionada.

Outro aspecto importante: apesar dos dados serem auditados, algumas regras são específicas de cada instituição. Por exemplo, o desligamento dos alunos. Alguns instituição são mais rigorosas que outras, mas de uma maneira geral, as universidades postergam ao máximo o desligamento. Isto distorce estes índices.

Sobre a proposta, é preciso tomar cuidado com a sugestão. Se uso o índice da RAIS termino por favorecer locais onde o mercado de trabalho formal é mais forte (geralmente regiões mais desenvolvidas). O índice de governança do TCU pode ser uma boa proxy, mas deve ser visto com muito cuidado. Será que mediria a qualidade da gestão?

Talvez a análise do MEC pudesse ser voltado para os cursos que deseja incentivar. Em algumas universidades, os profissionais são colocados no mercado, mas com uma salário um pouco acima do mínimo. Outros cursos são feitos por pessoas que já estão empregadas, adicionando pouco valor para economia. Finalmente, usar patentes como sinal de inovação é muito questionável. Mas teremos algo melhor?

Creio que a ação do MEC deveria ser para induzir as universidades a serem mais “seletivas” nas suas escolhas. As grandes universidades do mundo fizeram opções para alguns campos de conhecimento. As universidades brasileiras se sentem pressionadas a oferecer todo tipo de curso. A minha universidade ofereceria 81 cursos. Seria isto relevante?

Se o MEC conseguir criar incentivos para que as universidades possam melhorar a eficiência/eficácia e efetividade na utilização dos recursos do contribuinte, isto será bastante positivo.

24 julho 2019

Qualis novo

Uma discussão para quem está envolvido em pesquisa (e ensino) foi a mudança no Qualis. O que significa isto? Como isto pode afetar a pesquisa contábil? São perguntas interessantes para serem respondidas.

Tudo começou no início dos anos 2000. Com o crescimento da pós-graduação, o governo entendeu que deveria continuar avaliando os cursos de pós-graduação. Em muitos países, isto é uma tarefa de empresas, mas no Brasil, o governo optou por construir uma avaliação para ajudá-lo na concessão de bolsas de estudos, na destinação de verbas e na autorização de funcionamento dos cursos. Um dos grandes problemas deste processo é como avaliar um curso. Muitas vezes os efeitos da educação só serão notados muitos anos depois. Para resolver isto, a avaliação da pós-graduação utiliza os resultados obtidos pelos cursos. Como geralmente estes resultados são publicados em periódicos ou congressos, esta seria uma escolha natural. A questão era como diferenciar uma pesquisa de boa qualidade de outra de baixa qualidade. Sabendo que as melhores pesquisas são publicadas sob forma de artigos em periódicos de boa fama, o governo estabeleceu que este seria o parâmetro.

No exterior, a qualidade geralmente é medida por uma variável chamada Fator de Impacto. Quando um artigo é muito citado, isto poderia indicar que a pesquisa teve uma influencia e foi importante para a sociedade. Por uma série de razões, há quase vinte anos o governo brasileiro decidiu não usar o Fator de Impacto. Quais eram estas razões? São várias as respostas: muitas áreas não publicavam regularmente, não publicavam em um idioma que fosse relevante em termos de ciência (inglês, geralmente) ou não tinham uma tradição de pesquisa. Para suprir o Fator de Impacto, o governo federal criou uma listagem de periódicos com uma classificação respectiva. No início, um especialista olhava a listagem, consultava alguns colegas e com base no seu conhecimento decidia qual nota dar para cada periódico. O processo era realmente rudimentar, mas com o tempo foi melhorando. Os editores de periódicos passaram a ter uma listagem de tarefas que conduzia uma melhoria na classificação: cadastro em algumas bases, publicação em língua estrangeira, corpo editorial de renome etc.

Existia um grau elevado de subjetividade no processo. Mas dois problemas eram notórios. O primeiro era que cada área da Capes tinha sua análise. Por exemplo, a revista Espacios, originária da Venezuela, era considerada de boa qualidade pela área de Educação e na área de História, recebendo a nota B1, a terceira maior nota de um total de oito. Mas em muitas áreas este periódico tinha nota C, a pior de todas. Além desta incoerência, cada área tinha seu critério de análise. A área de Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo tinha uma regrinha interessante: se alguém publicasse em periódico de outra área, a nota da outra área seria válida, menos um grau. Se um pesquisador de contabilidade publicasse uma pesquisa no Advances in Quantum Chemistry, que possui a classificação B3 na área de Astronomia e Física, o artigo seria considerado como equivalente a um B4, um degrau abaixo do B3. Isto fez com que a área de Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo classificasse um artigo publicado na Science, talvez o periódico de maior prestígio em termos mundiais, como sendo A2. O que é um absurdo.

Além disto, em algumas áreas existia um grande número de periódicos de “alta qualidade” (A1, A2 e B1) e em outras este número era menor. Não tínhamos uma distribuição igualitária. Na área Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo eram 323 periódicos A1, mas 427 na classe B2.

O “novo” Qualis resolveu estes dois problemas. Em primeiro lugar, a avaliação de um periódico será a mesma para qualquer área. Afinal, uma boa ciência é sempre boa independente do assunto tratado. Assim, a publicação na Science será sempre A1 (espera-se). Em segundo lugar, o número de periódicos em cada classe será o mesmo. Aqui temos uma consequência interessante: se um periódico melhorar de qualidade, deve também melhorar sua nota. Mas isto irá fazer com que um periódico melhor classificado seja rebaixado.

Como isto pode afetar a pesquisa contábil? Acredito que o novo Qualis irá fortalecer alguns periódicos, mas penalizar outros. Existe hoje uma tendência de cada IFES, cada programa de pós, ter o "seu" periódico. Isto não faz muito sentido nos dias atuais. Provavelmente os periódicos que possuem o patrocínio de mais de uma entidade sairão fortalecidos.

27 maio 2019

Qualis Inflado?

"Uma decisão na Capes, entidade do Ministério da Educação responsável por avaliar cursos de pós-graduação, acabou por aumentar, por meio de critérios subjetivos, os conceitos de um grupo reduzido de cursos de mestrado e doutorado de Administração (1). E, por tabela, abriu um caminho mais fácil a verbas de pesquisa dos órgãos de fomento a um grupo de pesquisadores. Só em bolsas de produtividade oferecidas na área pelo CNPq foram quase R$ 19 milhões, entre 2013 a 2016, sem contar a possibilidade de sair na frente na corrida para receber recursos de outros programas de investimentos públicos (2).

Os cursos de mestrado e doutorado no Brasil são classificados em uma escala de 1 a 7. A nota mínima para funcionamento de cursos de mestrado é “Capes 3” e, de doutorado, “Capes 4”.

Cerca de 40% da nota de um curso de mestrado e doutorado depende da “produção intelectual” dos seus professores permanentes. A produção intelectual é medida pela quantidade de artigos publicados pelos docentes em revistas de prestígio e/ou pela qualidade das revistas de prestígio editadas pelo curso.

Para classificar as revistas da forma mais objetiva possível, a Capes criou o sistema “Qualis”. O Qualis utiliza uma série de critérios para classificar as revistas em 8 categorias ou estratos: A1 (100 pontos), A2 (80 pontos), B1 (60 pontos), B2 (50 pontos), B3 (30 pontos), B4 (20 pontos), B5 (10 pontos) e C.

Como as áreas do conhecimento são diferentes – os critérios utilizados em Biologia não são os mesmos adotados em revistas de Educação, por exemplo –, cada uma delas tem um comitê dentro da Capes que, a cada quatro anos, reclassifica todas as revistas dos cursos.

A manobra feita pelo comitê responsável por avaliar as revistas científicas de Administração consistiu em promover, por serem “considerados os mais relevantes” (página 6, último parágrafo) – sem explicar o que isso significa (3) –, 23 periódicos, 17 dos quais do estrato “B1” para o estrato “A2”. A decisão foi tornada pública em dezembro de 2017. Com isso, 3.015 artigos passaram de “B1” para “A2”, injetando 60,3 mil pontos (4) a esse grupo de revistas.

Com isso, programas conceito 4, 5, 6 e 7 concentraram 83,68% dos artigos, se beneficiando do ajuste “inflado” do Qualis. Os cursos 7, por exemplo, perderiam 68% de seus artigos “A2” caso não tivessem sido beneficiados. (5)

“Pelos critérios da área, o docente de um programa de pós-graduação deve ter pelo menos dois artigos ‘A2’ (6). Mas esses artigos que foram alçados para ‘A2’, na verdade, seriam ‘B1’, o que diminuiria a nota desses cursos”, afirma um professor da área, que não quis se identificar, e que fez o levantamento para a Gazeta do Povo.

Critérios mutantes
Outro professor aponta como problemático o fato de o comitê de Administração, como outros dentro da Capes, mudar os critérios constantemente (7). “Se você tomar a última década, os critérios mudaram nas últimas avaliações. Em 2010, contava a quantidade de papers em periódicos e congressos, 150 pontos; de 2013 a 2016, usou-se a mediana com o Qualis, etc.; e os professores que não têm contatos lá dentro só sabem dos critérios no fim do período, eles fazem a barra do gol depois que o cara chuta. Para este ano, por exemplo, não foram publicados os critérios ainda”, afirmou.


Fonte: Aqui

(1) Não é bem assim.
(2) As bolsas de produtividade não possuem relação com as notas do programa, a princípio. Há aqui uma manipulação
(3) Acho que quem escreveu não leu o documento. Existe uma relação com o fator de impacto.
(4) Este número me pareceu estranho. São 60.300 pontos a mais, por sair do B2 para A1, que corresponde a mais 20 pontos. Como são 17 periódicos, isto corresponde a: 60300 / (20 x 17) = 177 artigos publicados nestes periódicos. Supondo 3 números por ano, cada um desses periódicos precisa publicar perto de 60 artigos.
(5) Há um grande desconhecimento. Em geral a nota é feita de maneira comparativa entre os cursos.
(6) Não é verdade. Cada área estabelece uma pontuação mínima e existe uma "produção qualificada", que pode ser A1, A2 e B1.
(7) Aqui eu concordo com o texto, muito embora isto ocorra desde sempre. Uma defesa da comissão: em geral eles fazem palestras com os coordenadores de cursos, indicando as mudanças. Será que o professor que não foi identificado não recebeu a informação?

29 abril 2019

Economia da informação

Com o processo de globalização e internacionalização da economia, das finanças e da tecnologia, a informação contribui estrategicamente para o avanço dos mercados.

Para esclarecer mais sobre o assunto - Economia da Informação - o Projeto de Extensão - Contabilidade num Ambiente Conectad@ com a Sociedade, vinculado ao Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da UnB, promoverá a palestra:

A Informação no Mundo Atual

Palestrante: Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva - Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Professor Titular do CCA/UnB

Data: 9/maio/2019
Horário: 19h
Local: Auditório Verde - FACE/UnB

As inscrições para a palestra são gratuitas e realizadas pelo link para emissão de certificado:

Participem!

Siga também o perfil no Instagram do projeto - @contabilidadeconectada e fique por dentro de todas as novidades!

Coordenação Geral - Profa. Dra. Ducineli Botelho

17 março 2019

Palestra

Análise de grande volume de dados de gasto público para identificação de corrupção - oportunidades para agendas de pesquisa

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília (PPGCont/UnB) convida a comunidade acadêmica para a Aula Inaugural do 1.º período letivo de 2019, a ser ministrada pelo Prof. Me. Rafael Antonio Braem Velasco, da FGV-RJ, no dia 18 de março de 2019, a partir das 14 horas, no Auditório Azul (subsolo) da FACE (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas), na Universidade de Brasília. O referido docente participou da equipe da força-tarefa da Lava-jato e da 4.ª edição do Congresso UnB de Contabilidade e Governança (CCGUnB), ocorrido em novembro de 2018.

13 março 2019

Melhores cursos de pós em contábeis dos EUA

Uma nova listagem dos melhores cursos de graduação em Contábeis dos Estados Unidos:

1. University of Texas at Austin (McCombs School of Business)
2. University of Illinois at Urbana-Champaign (Gies College of Business)
3. University of Pennsylvania (Wharton School)
4. Brigham Young University (Marriott School of Business)
5. University of Michigan (Stephen M. Ross School of Business)
6. University of Chicago (Booth School of Business)
7. University of Southern California (Marshall School of Business)
8. Stanford University (Graduate School of Business)
9. New York University (Leonard N. Stern School of Business)
10. Ohio State University (Max M. Fisher College of Business)

O curso do primeiro colocado custa 54 mil dólares para out-of-state, full-time. Por ano. Aqui mais informações.

27 fevereiro 2019

Viagens acadêmicas


  • Gerhards propõe a redução no número de viagens acadêmicas para ajudar na redução da emissão de CO2
  • Na proposta, redução dos membros de conselhos e comissões, uso de tecnologia, pagamentos compensatórios e evidenciação do número de viagens
  • Na prática, no Brasil, esta redução já esta ocorrendo

O professor de sociologia Jurgen Gerhards defende a posição de que os acadêmicos deveriam reduzir o número de viagens realizadas. Uma vez que as viagens aéreas contribuem com a emissão de CO2 e estudantes e docentes estão entre aqueles que viajam com frequência, Gerhards propõe algumas medidas para reduzir este número de viagens:

(a) redução dos membros dos conselhos consultivos e comissões acadêmicas
(b) usar tecnologia de videoconferência em palestras e reuniões
(c) fazer pagamentos compensatórios dos danos ambientais
(d) evidenciar o número de voos realizados nos últimos anos para que a comparação entre as universidades criasse pressão para reduzir as viagens.

Dois comentários sobre a proposta. Em primeiro lugar, creio que o número de viagens já reduziu, pelo menos no Brasil, em razão do uso de tecnologias e restrição orçamentária. No passado, toda comissão examinadora de mestrado e doutorado tinha pelo menos uma passagem aérea. Nos dias atuais, os participantes preferem ficar na sua cidade. Em um programa médio de pós-graduação isto significa pelo menos 10 passagens por ano. O segundo aspecto é reduzir os incentivos para participação em congressos e eventos acadêmicos. Entretanto, estes eventos são importantes como ponto de encontro e discussão entre os cientistas.

10 janeiro 2019

Pesquisa em Contabilidade Pública

"Edição 2019 do Meu Mestrado e Doutorado em Contabilidade Pública"

"Futuros mestrandos e doutorandos podem aprimorar e refletir suas propostas de projeto de pesquisa antes de iniciarem o processo seletivo. Essa é a idéia da inicativa Meu Mestrado e Doutorado (MMD) em Contabilidade Pública. Em sua 3a edição, a iniciativa já ajudou candidatos a entrarem em programas de pós-graduação pelo país, dando a chance de refletirem suas propostas de pesquisa.

Essa é uma inicativa da Série de eventos 'Young Reserchers in Public Sector Accounting', para desenvolvimento de jovens pesquisadores no tema, para que tenha contato com o que tem sido pesquisado na área, teorias e métodos. Se você é um orientador no tema, está convidado a se juntar na avaliação dos projetos. Entre em contato com a coordenação. Se você é um candidato a mestrado e doutorado, veja as condições para submissão da proposta e venha discuti-la conosco. Os debates acontecem totalmente online, participantes de todo país podem apresentar suas propostas

Participar da iniciativa não garante vaga em qualquer programa de pós-graduação, e nem orientador. Vagas e orientadores devem ser vistos no programa de pós-graduação de seu interesse.

Submissões: de 10/01/19 a 30/04/2019
Confirmação dos selecionados e do programa: até 30/05/2019
Debate dos projetos (online): 04 e 05/06/2019 das 10h às 13h.

Link para inscrições e submissão: https://www.even3.com.br/MMD2019
Mais detalhes de submissão em https://bit.ly/2ABH4AZ
Modelo do projeto em: https://bit.ly/2VCiOre

11 setembro 2018

Tese em formato de artigo

Eu faço parte de um programa de pós-graduação bastante criativo, modéstia a parte. Há anos, diante da restrição de doutores na área, criamos um curso em que quatro (depois três) universidades colaboravam entre si e que permitiu a formação de centenas de mestres e dezenas de doutores. Além de ser criativo no formato, o programa também foi criativo na sua finalização, onde as três universidades optaram, de forma bastante amigável, pela separação.

Na criação do programa da UnB decidimos que a tese de doutorado seria feita no formato de artigo. Algo pouco usual na nossa área, mas que já se torna uma realidade em diversos países. A duas primeiras teses, Rafael e Mariana, já assumiram este formato.

O que seria o formato de artigo? A tese tradicional corresponde a um grande assunto, dividido em uma introdução, uma extensa revisão bibliográfica, uma metodologia, seguida da análise dos dados e conclusão. Para impressionar, geralmente a tese deve ter um tamanho acima das cem páginas. O formato artigo é diferente; a tese é composta por vários artigos, que podem ser inéditos ou não. Isto já é um heresia, já que no meio acadêmico prevalece a noção de que deve existir ineditismo e originalidade. Além disto, estes artigos devem ter uma relação entre si, com uma introdução e conclusão para amarrar os artigos individuais. É possível que um dos artigos seja uma extensa revisão bibliográfica, mas não é obrigatório.

A grande vantagem deste formato é aproximar a tese de um artigo publicável. Acreditamos que o formato pode ajudar a tirar a tese do arquivo da biblioteca da instituição e ser divulgada em um periódico. Isto ajuda o doutorando a conseguir, de forma mais rápida, um currículo acadêmico.

Mas o formato artigo tem alguns desafios. Em primeiro lugar, é necessário vencer a resistência dos acadêmicos tradicionais. Em geral isto é possível diante da longa história de trabalhos que não foram publicados. Para um orientador, a dedicação sem um resultado de publicação é realmente frustrante. E este é provavelmente um grande critério que um professor orientador usa no momento de definir suas orientações: será que este aluno irá ajudar na publicação.

O segundo desafio é evitar a repetição. Se você está construindo três artigos sobre um mesmo assunto, é provável que parte das referências e da própria metodologia esteja repetida.

O terceiro desafio é o fato de que o artigo pode não ser aceito por um periódico. Isto gera uma insegurança no doutorando. Mas este aspecto foi bem abordado no link citado acima:

O importante é lembrar que a rejeição é uma parte normal do processo. A decisão nem sempre é sobre a qualidade do trabalho, mas seu encaixe no periódico naquele momento específico.

O quarto desafio é a relação com o orientador, que será diferente neste formato. Na tese tradicional, o trabalho, depois de aprovado, era transformado em artigo. Na minha experiência de orientador, já tive situações onde o orientando decidiu não publicar; o sentimento do orientador é de perda de tempo. Também já tive situações onde o orientando optou por publicar sozinho; respeito sempre esta decisão, mas se foi um aluno de mestrado, recusarei a orientação no doutorado. E já tive casos em que atuei como um orientador informal em que fui convidado a participar da publicação. Em alguns programas, como é o caso do doutorado da UnB, parte da publicação deve ser com o orientador, obrigatoriamente. Mas esta obrigação não existe no mestrado do programa. Caso o orientador participe do trabalho, conversando, dando ideias e/ou fazendo parte do trabalho é natural que seja considerado como autor do artigo.

O quinto desafio é a curva de aprendizagem do orientador. Estamos acostumados ao formato tradicional; o formato artigo possui diversos problemas - repetição, rejeição de publicação, distinguir pesquisas próximas, entre outros - que não sabemos ainda como lidar. Somente a experiência de orientação vai solucionar isto. Para o orientador é um novo recomeço, uma nova experiência.

Apesar dos desafios, creio que há grandes ganhos no formato artigo. Suas vantagens superam amplamente os desafios. Acredito que permita aumentar a produção de artigos originários dos trabalhos finais de curso.

Aqui uma postagem anterior sobre o mesmo assunto

08 setembro 2018

Publicar ou perecer

O nome é infeliz, mas o assunto é importante: a publicação de pesquisadores em "revistas predatórias", ou seja, periódicos internacionais onde o critério de publicação é frouxo, é reduzido entre os brasileiros, mas a prática está crescendo. Menos de 1% doas artigos foram publicados nestes periódicos.

A determinação de uma "revista predatória" também é controverso. Há uma listagem de 1,5 mil publicações suspeitas, o periódico não fazer parte do Doaj e a inexistência de fator de impacto no Journal Citation Reports.

Embora a penetração das revistas predatórias seja restrita, o estudo apontou motivos de preocupação. Um deles é que vem crescendo o número de autores brasileiros que recorrem a esses periódicos. “Entre 2010 e 2015, triplicou o número de artigos de brasileiros em revistas listadas por Jeffrey Beall”, diz o engenheiro Denis Borenstein, especialista em pesquisa operacional aplicada, um dos autores do estudo. O dado mais delicado, porém, é que várias revistas apontadas como predatórias estavam presentes no sistema Qualis Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que classifica cerca de 30 mil publicações para avaliar a produção científica dos programas de pós-graduação do Brasil. “Em todas as áreas do conhecimento, havia revistas recomendadas pelo Qualis que se encaixam nos três critérios adotados por nós para identificar práticas predatórias. Nenhuma delas têm conceito elevado, mas o fato de valerem algo na avaliação estimula pesquisadores a submeterem artigos a elas”, explica Borenstein.


Um aspecto interessante é a questão da idade do pesquisador:

O estudo fez outras constatações. Não se confirmou a ideia de que pesquisadores jovens e inexperientes são o público principal desses periódicos. Observou-se que, quanto mais antigo era o título de doutor, maior era a probabilidade de o autor publicar em títulos suspeitos. “A má conduta está associada a pesquisadores experientes, que possivelmente têm conhecimento das práticas levianas, mas acham que podem se beneficiar delas.”

23 agosto 2018

Algoritmo do amor

Na coluna de Fernando Reinach, publicada no Estado de S Paulo do sábado, o biológo comenta uma pesquisa sobre o encontro entre casais.

A formação de pares entre humanos não é um processo randômico. Apesar da diversidade de raça, nível educacional e classe social, a maioria dos casamentos ocorre entre semelhantes.

Usando dados de sites de namoro, cientistas analisaram as mensagens encaminhadas e recebidas pelas pessoas. Alguns recebem muitas mensagens, mas isto é uma minoria: somente 10% das pessoas receberam mais de 10 mensagens. A partir daí, calculou-se um índice de atratividade dos candidatos: mulheres asiáticas são mais atrativas entre os homens; homens brancos com pós-graduação são as preferencias das mulheres (a pesquisa foi feita nos EUA). Com base nisto, foi possível verificar que as pessoas tendem a mandar mensagens para outras com o mesmo índice de atratividade. Mas o desejo é conquistar uma pessoa com um índice melhor que o seu, muito embora o resultado final - igual ao casamento - geralmente é feito com pessoas com o mesmo índice.

A questão também foi tratada em um artigo recente da The Economist (Amor moderno, traduzido e publicado na edição impressa do Estado de S Paulo de 19 de agosto de 2018, p. A21). Para o periódico inglês, a internet tem transformado a procura do amor, assim como o resultado. São 200 milhões de pessoas que usam apps de namoro online e estes programas se tornando o mercado de namoro mais eficiente. É bem verdade que os números sugerem que 5% dos homens nunca conseguirão marcar um encontro, mas os resultados parecem melhores que a apresentação de amigos ou a ida a um bar, duas outras formas populares para encontrar um parceiro (a).

Uma pesquisa concluiu que nos EUA os casamentos entre pessoas que se conheceram pela internet têm probabilidade de durar mais; esses casais se dizem mais felizes do que aqueles que se conheceram offline. (...) evidências sugerem que a internet está fomentando os casamentos interraciais, contornando os grupos sociais homogêneos. Mas eles também estão mais aptos a escolher parceiros iguais a eles próprios [vide a pesquisa citada acima]

A presença e domínio de apps assusta alguns pela possibilidade de manipulação. Isto pode ser mais perigoso quando estas bases de dados ficarem mais dominantes.

Para ler mais: A matemática do amor, de Hannah Fry.

20 julho 2018

Crime

Do mesmo modo, entendemos que a corrupção é adquirida pelo hábito de praticar atos ilícitos, pela pretensão de obter vantagem em tudo e saber que a punição, em grande parte dos casos, pode ser branda. Neste sentido, estudos apontam que, de certo modo, o crime compensa. Ao que parece, o fator decisivo na escolha pela prática do crime não é a probabilidade de que o criminoso não seja capturado, mas a severidade da punição que irá, ou não, receber.

Zumir Breda, presidente do CFC. 

No dia 23 de agosto o programa de pós-graduação terá a defesa de doutorado de Mariana Bonfim. Sobre honestidade e influência do grupo. A questão da probabilidade está na raiz da teoria do economista Gary Becker. A questão do hábito não tem sido considerada, de forma forte, na teoria, ao contrário da citação. E afirmar que o crime compensa certamente é assustador, para um presidente do CFC.

Finalmente, a questão da severidade da punição é muito, muito questionável. Dan Ariely e cia possuem pesquisas interessantes na área que não podem ser esquecidas. Bonfim avança no sentido de considerar a influência do grupo.