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24 outubro 2025

Os Auditores do PCC


Um investigação da Polícia Civil de São Paulo prendeu suspeitos de integrarem a estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os presos estariam dez "auditores", um dos cargos mais altos na hierarquia da entidade criminosa. Como é praxe, a operação recebeu uma denominação, que no caso foi batizada de "Auditoria". Na estrutura da entidade, os auditores seriam coordenadores de pontos de tráfico, sendo responsáveis pela fiscalização interna das atividades do grupo vinculado ao tráfico de entorpecentes. Os auditores seriam superiores aos traficantes, que fazem venda direta, e dos que abastecem o ponto. 

Fonte: Gonçalo Junior, RH do PCC tem auditores do tráfico e dá licença médica. Estado de S Paulo, 22 de outubro.  Foto: aqui

Sarkozy irá cumprir pena de cinco anos por corrupção e tráfico de influência


Ainda sobre políticos e justiça: Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, tornou-se o primeiro ex-chefe de Estado do país a ser preso desde a Segunda Guerra Mundial. A decisão decorre de condenações por corrupção e tráfico de influência, após acusações de que tentou obter informações sigilosas de um juiz em troca de favores. O caso é considerado histórico e marca um momento de forte impacto político e jurídico na França, levantando debates sobre integridade das instituições e responsabilidade de ex-líderes. A prisão de Sarkozy simboliza um endurecimento da Justiça francesa em relação a figuras políticas de alto escalão. 

Bom lembrar que processos de corrupção geralmente envolvem fluxos de recursos ocultos, uso inadequado de fundos e tentativa de mascarar transações em documentos oficiais. A contabilidade, e suas técnicas, pode rastrear operações, garantir transparência e identificar inconsistências que servem de prova em tais processos. 

Quando a "justiça" lenta pode ser uma vantagem


Eis um caso onde uma justiça lenta pode ser "interessante":

O presidente Donald Trump entrou com uma ação contra o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, exigindo o pagamento de 230 milhões de dólares como ressarcimento. Ele alega que as investigações e processos movidos contra ele foram motivados por razões políticas e causaram danos substanciais à sua imagem e negócios. O pedido aconteceu em meio à sua campanha para retornar à presidência. 

E ele venceu a eleição e nomeou seus ex-advogados como funcionários, que agora tem o poder de liberar o pagamento. Se você acredita que exista um problema ético aqui, uma justiça lenta pode ser interessante para o bem das finanças públicas. 

Fonte da notícia: NYT, Trump exige que o Departamento de Justiça lhe pague US$230 milhões. Publicado O Estado de S Paulo, 22 de outubro de 2025. Imagem aqui

Padrão contábil para o terceiro setor


Já tínhamos publicado sobre o desenvolvimento de um conjunto de padrões contábeis para entidades do terceiro setor. A International Non-Profit Reporting Foundation (INPRF) acaba de divulgar o primeiro padrão abrangente de relatórios financeiros para organizações sem fins lucrativos em todo o mundo, denominado International Non-Profit Accounting Standard (INPAS).

Baseado na norma para Pequenas e Médias Empresas da Fundação IFRS, o novo padrão pretende atender às organizações sem fins lucrativos, incluindo regras sobre reconhecimento de doações, fundos restritos, subvenções e outros tópicos. É importante destacar que, atualmente, a Fundação IFRS não cobre assuntos relacionados a entidades do terceiro setor.

No Brasil, há muito tempo o Conselho Federal de Contabilidade assumiu a função de tratar desse tema. Talvez fosse interessante, neste momento, que o CFC ajustasse seus documentos a essa norma internacional, ajudando a dar legitimidade ao esforço de criação do INPAS.

Anteriormente postamos aqui e aqui

23 outubro 2025

Uma nova medida para contabilizar as emissões de CO2


Um consórcio global liderado por BlackRock (GIP), Santander e ExxonMobil anunciou a criação da iniciativa Carbon Measures, voltada a estabelecer um novo modelo de contabilidade de emissões de CO₂. O objetivo é elaborar um padrão que acabe com a dupla contabilização das emissões e permita calcular a intensidade de carbono por produto (como aço, cimento ou combustíveis) ao longo de cadeias de suprimentos. Segundo o grupo, o sistema atual — baseado no Greenhouse Gas Protocol — facilita que múltiplas empresas reivindiquem redução da mesma tonelada de CO₂. 

Você pode encontrar mais detalhes da iniciativa aqui e aqui 

22 outubro 2025

Nomes dos novos contadores

A partir da relação dos nomes dos aprovados no Exame de Suficiência, solicitei ao GPT que elaborasse a relação dos primeiros nomes mais populares. Eis o resultado:


Parabéns para as Anas, Marias, Gabrieis e muitos outros. Nessa relação há 4 "César" e 9 "Isabel".

Blockchain e smarts contrats para ajudar a reduzir a corrupção na Bolívia


O novo governo da Bolívia já anunciou que irá adotar a tecnologia blockchain, juntamente com os smart contracts, para combater a corrupção. A ideia é que as licitações e compras governamentais sejam registradas em blockchain, usando contratos inteligentes que executam automaticamente as regras acordadas. Isso reduziria a possibilidade de interferências, manipulações ou decisões arbitrárias. Em uma licitação pública, cada etapa ficaria registrada de forma pública e imutável na rede, permitindo maior controle.

A medida parece promissora na capacidade de ajudar no combate à corrupção, dada a transparência, a rastreabilidade, a redução de intermediários e a possibilidade de fiscalização por qualquer cidadão. Mas, se realmente funciona, por que não foi adotada em larga escala em outros países?

Há experiências em andamento, mas os casos de sucesso indicam que a eficácia da medida depende de vários fatores. Em primeiro lugar, há o custo de implementação e a necessidade de infraestrutura, incluindo profissionais capazes de utilizar a tecnologia. Em segundo lugar, os exemplos positivos surgem em sociedades onde já existe uma cultura de digitalização e de processos confiáveis. Em terceiro lugar, a corrupção pode ocorrer antes mesmo da informação entrar no sistema. É verdade que o uso de blockchain pode reduzir o volume da corrupção, mas, se houver problemas já na fase de licitação, o contrato decorrente continuará comprometido. Em quarto lugar, aqueles que se beneficiam da corrupção tendem a resistir ao processo, o que pode incluir a criação de entraves burocráticos, a má vontade em aprovar recursos para o projeto, entre outras barreiras.