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05 outubro 2025

Uso do termo intangível na contabilidade

 

O uso do termo Intangível na contabilidade brasileira é bastante antigo. O trecho acima, do Estado de S Paulo de 24 de agosto de 1905, p. 2 mostra que o saldo de uma associação foi transferido para o fundo intangível. Não foi o primeiro exemplo, em termos históricos, que encontrei. Mas veja que o termo intangível não significa o que entendemos como ativo intangível, mas como algo intocável ou inviolável. 

Ou seja, os recursos não poderia ser usados livremente. Seria próximo ao que conhecemos como reserva. 

04 outubro 2025

Sobre o efeito limitado da IA no crescimento econômico

Tim Harford reflete sobre o impacto da IA na taxa de crescimento econômico. Há empresas de investimento que estão trabalhando com um valor de 7% de crescimento do PIB por conta da inteligência artificial. Mas provavelmente a taxa será muito, muito menor. 

Boa parte da conclusão de Harford está baseado na história recente. E há obstáculos que provavelmente a IA não irá conseguir resolver. Sobre o passado, Harford volta para os anos sessenta, quando começa a aparecer uma revolução tecnológica com o computador, que reduziu o custo do cálculo. Mesmo com esse instrumento tão poderoso, a economia dos países desenvolvidos desacelerou. Harford não lembra, mas nos anos oitenta um economista chegou a afirmar que não conseguia enxergar a melhoria de produtividade do computador nas estatísticas de contas nacionais. Parte da resposta estava na forma de medição dos economistas, mas realmente não houve um crescimento absurdo. 

Eis a parte interessante do texto de Harford: 

Um ensaio recente do economista Luis Garicano aponta algum


as razões para isso. Uma é o efeito “O-ring”, ideia batizada em referência à falha de um componente simples que destruiu a nave espacial Challenger, matando os sete tripulantes. Em economia, o O-ring representa a ideia de que, às vezes, um sistema sofisticado e altamente produtivo é tão bom quanto seu elo mais fraco.

Imagine o robô massagista que só ocasionalmente quebra seu pescoço; o carro autônomo que raramente confunde você com um pedaço de lixo voando pela estrada; o sistema de IA generativa que consegue escrever textos para você e pode passar dias, até semanas, antes de produzir um erro capaz de arruinar sua carreira. Em alguns casos, é fácil contornar uma fraqueza no sistema de IA. Em outros, essas fraquezas — como o frágil O-ring — podem ser a única coisa que realmente importa.

Um desafio relacionado é o Efeito Baumol, batizado em homenagem ao economista William Baumol. Baumol e seu colega William Bowen descreveram originalmente a economia de um quarteto de cordas, mas produziram um insight de relevância muito mais ampla. Qualquer parte da economia que seja valorizada, mas que não possa ser facilmente tornada mais produtiva, tende a consumir uma fatia crescente dos gastos.

Isso já aconteceu muitas vezes. Primeiro, a agricultura tornou-se vastamente mais produtiva. Depois, as máquinas a vapor; depois, a manufatura; o cálculo; a comunicação, e assim por diante. Apesar desses milagres de produtividade — na verdade, por causa deles —, cada vez mais gastos são destinados a setores como saúde, educação e refeições em restaurantes. Se a produtividade agrícola dobrasse novamente amanhã, isso mal apareceria nas estatísticas do PIB. A produtividade computacional está dobrando o tempo todo, mas o crescimento do PIB teimosamente permanece abaixo do que se via nos anos 1960.

Há razões para especular que desta vez seja diferente, mas criar inteligência de silício não é o único problema a ser resolvido se quisermos ver os padrões de vida crescerem 20% ao ano. Uma lição a tirar de tudo isso pode ser: uma taxa de crescimento de 1% pode ser modesta pelos padrões do século XX, mas ainda assim é crescimento exponencial — e crescimento exponencial pode ser mais difícil de sustentar do que supomos.

Imagem: GPT 

Taylor Swift e Father Figure

Taylor Swift acaba de lançar um álbum e, na faixa 4, Father Figure, a cantora processa a famosa música de George Michael, com o mesmo nome, através de uma interpolação. Um texto que apareceu no The Conversation explica o significado disso e há aspectos financeiros e contábeis na escolha.


A interpolação corresponde a reinterpretar partes da letra e da melodia original na gravação, dando créditos ao autor original. Mas não se utiliza a gravação original. Na interpolação, é necessária a permissão dos detentores dos direitos autorais da composição, mas não da gravação original. Além de permitir maior liberdade para o artista, a interpolação tem uma negociação de crédito e royalties distinta.

No cover, é necessária uma licença mecânica, sendo os royalties pagos aos detentores dos direitos autorais da música, geralmente os compositores. A negociação é mais simples. Já a interpolação é uma negociação direta com os detentores dos direitos autorais, com espaço para acordos específicos, podendo ser mais cara e mais complexa, mas traz mais exclusividade e controle para Taylor.

Os donos do catálogo de George Michael aprovaram, pois o uso da música por parte de Taylor tende a aumentar o interesse pelo artista. Para Taylor, a escolha dá mais liberdade artística e, realmente, a música de Taylor lembra um pouco a de George Michael. Além disso, o resultado final da nova música é de Taylor, que garante o controle.

Uso de mídias sociais está em queda

 

À medida que descemos rumo às redes sociais baseadas em “conteúdo raso”, onde os vídeos são falsos e as pessoas são bots, talvez estejamos encerrando nosso período com feeds gerados por algoritmos. No Financial Times, John Burn-Murdoch mostra o tempo gasto em redes sociais na última década.

O sinal mais importante parece estar no uso entre os jovens. O consumo parece ter se estabilizado entre aqueles de 16 a 24 anos e vem diminuindo aos poucos. Ainda assim, mais de duas horas e meia por dia continua sendo muito. Quando os dados são separados por continente, o uso na América do Norte ainda parece estar crescendo.

Fonte: aqui 

Sobre as eleições do CRC

A divulgação das chapas que participarão das eleições dos Conselhos Regionais de Contabilidade mostra uma grande predominância de chapa única. Em dois terços dos Conselhos já se sabe quem ocupará a presidência e as cadeiras de conselheiros. Nesse cenário, o comparecimento às urnas tende a ocorrer mais por obrigação — para evitar multa —, por apoio a algum conhecido ou como forma de protesto.

A presença de disputa em apenas um terço dos Conselhos pode indicar menor polarização, sem embates acirrados que dividem a categoria. Também pode representar redução de custos, já que o esforço de campanha é mais limitado, resultando em um processo mais simples, com menor risco de conflito e menos burocracia.

Por outro lado, a existência de chapa única levanta questionamentos sobre a legitimidade, pois restringe a presença de vozes divergentes. A tendência é de participação reduzida, mesmo com a possibilidade de multa e com a votação online, fatores que não parecem estimular maior engajamento.

Sem concorrência, existe ainda o risco de uma percepção de que não há necessidade de mudanças, como se a proposta apresentada já refletisse plenamente a vontade da categoria. Esse cenário, entretanto, não é novo: eleições passadas também registraram baixa competitividade e presença significativa de chapas únicas.

Diante disso, o que se desenha para este pleito é uma participação possivelmente modesta em muitos Conselhos, refletindo tanto as características estruturais do processo quanto a experiência observada em eleições anteriores.

Uso de mídias sociais para notícias

Ao observar especificamente os adultos que usam o TikTok, o consumo de notícias também cresceu de forma acentuada nos últimos anos. Mais da metade dos usuários da plataforma (55%) agora afirma obter notícias regularmente por lá, em comparação com 22% em 2020. O TikTok já está no mesmo patamar de outras redes sociais — incluindo X (antigo Twitter), Facebook e Truth Social — quanto à proporção de usuários adultos que acessam notícias com frequência.

Via aqui 

Rir é o melhor remédio


A Merriam-Webster fez um anúncio bem divertido para o novo dicionário, que será lançado em novembro. Segundo a editora, o produto seria o último LLM, que teria 217 mil parâmetros, sem alucinação, sem data center, sem uso de eletricidade, uma ferramenta poderosa e para você comunicar para sempre. A postagem foi repercutida aqui e aqui.