15 novembro 2024
Incerteza e política
Este gráfico, retirado do e-mail da Bloomberg, apresenta a incerteza na política econômica nos Estados Unidos desde 1985. Mesmo durante a crise de 2008, o índice permaneceu abaixo de 200. Nesse contexto, quanto maior o índice, maior é a incerteza. No entanto, durante o primeiro mandato de Donald Trump, o índice saltou para níveis superiores a 200. Embora isso possa ter sido influenciado pela pandemia, é importante destacar que não houve uma grande variação no início da crise de saúde, mas sim alguns meses depois.
Abaixo, compilei os dados referentes ao Brasil, cobrindo o período de 1991 a 2024. Naturalmente, a incerteza no Brasil é significativamente maior, atingindo seu pico em março de 2017, com um índice de 677. Esse período corresponde ao governo de Michel Temer, que havia assumido a presidência em agosto do ano anterior, após o impeachment de Dilma Rousseff.
14 novembro 2024
Identificação de trabalhos potencialmente problemáticos
Uma startup de integridade científica chamada Scitility, que visa ajudar os editores a identificar trabalhos potencialmente problemáticos, compartilhou exclusivamente com a Nature suas descobertas iniciais sobre periódicos com altos volumes ou taxas de trabalho suspeito. Sua ferramenta Argos dá aos artigos uma pontuação de risco com base nos registros de publicação de seus autores e sobre se o artigo cita fortemente pesquisas já retiradas. Um artigo categorizado como “alto risco” pode ter vários autores cujos outros estudos foram retratados por razões relacionadas a má conduta, por exemplo. Os editores dizem que estão trabalhando duro para melhorar a integridade da pesquisa – e que suas retratações demonstram seu compromisso com a limpeza da literatura.
Fonte: aqui
12 novembro 2024
Atenção do investidor e Qualidade da informação contábil
O estudo investigou a relação entre a atenção do investidor e a qualidade da informação contábil durante o período da pandemia de covid-19. Para atingir este objetivo, utilizou-se o Índice de Volume de Pesquisa (IVP) como proxy para a atenção do investidor, e o Índice da Qualidade da Informação Contábil (IQIC), construído por meio de análise de conteúdo, além de variáveis de controle. Os resultados foram obtidos através de regressão quantílica. Foram observadas associações tanto negativas quanto positivas entre a atenção do investidor e a qualidade da informação contábil nos relatórios financeiros. Altos níveis de atenção dos investidores podem facilitar a identificação de discrepâncias ou inconsistências nos relatórios fiscais, promovendo uma correção mais rápida e um aprimoramento contínuo da qualidade da informação. Em contrapartida, baixos níveis de atenção podem estar associados à qualidade subótima das informações disponíveis nos relatórios. Quanto às variáveis de controle, o tamanho da empresa, a internacionalização e a concentração acionária impactaram positivamente a qualidade da informação contábil, enquanto a auditoria teve um impacto negativo, e o endividamento não mostrou significância estatística. Este estudo contribui para a literatura existente, investidores e reguladores econômicos ao fornecer novos insights sobre como a atenção do investidor se relaciona com a qualidade da informação contábil, especialmente em situações de crise, como a pandemia de covid-19. Também contribui ao demonstrar que a atenção do investidor pode servir como um precursor para análises mais detalhadas e decisões de investimento mais informadas.
Não é preciso dizer que o volume de informação nos dias de hoje altera o comportamento das pessoas.
A questão financeira do clima - 2
Eis aqui uma lista de razões para ser pessimista quando a COP (vide postagem anterior também. Baseado na newsletter Semafor Net Zero)
- Reeleição de Donald Trump, que representa um recuo na posição do clima na maior economia e no maior mercado de capitais do mundo
- Há sempre dúvidas sobre os resultados e as promessas realizadas
- Os países em desenvolvimento não estão recebendo os recursos financeiros para tentarem atingir metas climáticas
- Os líderes dos Estados Unidos, China e Índia estarão ausentes na conferência, o que enfraquece as decisões
- Há muitos líderes com interesses diretos em combustíveis fósseis, incluindo executivos de empresas como a Exxon ou de países produtores de petróleo
Custo de reprodução da natureza
Algumas espécies de peixes morrem de fome porque carregam ovos e filhotes na boca. Elefantes gestantes levam até dois anos para dar à luz. Uma pesquisa australiana buscou quantificar o custo energético do processo reprodutivo e concluiu que as estimativas anteriores subestimavam esse valor.
Embora pareça uma mera curiosidade, essa informação pode auxiliar na compreensão de diversas escolhas comportamentais dos animais e de sua evolução. No caso dos seres humanos, por exemplo, os pesquisadores se basearam em um estudo de 2004 que mediu a taxa metabólica de mulheres antes e durante a gestação. Com base nesses dados, estimaram o gasto energético adicional durante os nove meses de gravidez — os custos indiretos — e combinaram essa informação com os custos diretos estimados, como o conteúdo energético total de um recém-nascido.
Uma das descobertas mais relevantes é que, em muitos casos, os custos indiretos superam os custos diretos, como ocorre em diversos mamíferos.
A questão financeira do clima
A cúpula climática da ONU, COP29, foi inaugurada no Azerbaijão, reunindo representantes de quase 200 países para discutir soluções para as mudanças climáticas. Apelidada de "Conferência das Partes sobre Financiamento", o encontro terá como foco o aumento de recursos para que nações em desenvolvimento possam se adaptar ao aquecimento global. Embora cerca de US$ 1,5 trilhão tenha sido destinado ao financiamento climático desde 2022, menos de 3% desse valor chegou aos países menos desenvolvidos do mundo.
As discussões incluem o estabelecimento de uma nova meta anual de financiamento climático para substituir uma promessa de US$ 100 bilhões, destinada a apoiar nações mais pobres na transição para energia limpa. Um relatório da ONU sugere que entre US$ 455 bilhões e US$ 584 bilhões por ano, oriundos de 98 países, serão necessários. A COP29 também visa atualizar as metas nacionais de redução de emissões e estratégias para transição dos combustíveis fósseis, considerando que 2024 deve ser o ano mais quente já registrado.
Notavelmente, líderes da China, dos EUA e da Índia—os três maiores emissores de carbono—não estão presentes. As nações do G20 produzem cerca de 77% dos gases de efeito estufa, e especialistas afirmam que o investimento global precisa aumentar cinco vezes para limitar o aquecimento dentro das metas do Acordo de Paris.
Fonte: 1440 Newsletter







