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Mostrando postagens com marcador auditoria. Mostrar todas as postagens
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10 janeiro 2019

Auditoria

Várias notícias sobre auditoria, todas de ontem ou hoje:

1) O PCAOB, que fiscaliza as empresas de auditoria, adotou novo padrão que expande as exigências de auditoria em estimativas contábeis, incluindo valor justo. As normas ainda não foram aprovadas pela SEC e devem entrar em vigor no final de 2020.

2) A CVM irá promover um sorteio para "avaliar os procedimentos adotados pelos contadores que atuam como auditores independentes e pelas sociedades de auditoria".

3) O governo irá fazer uma auditoria em 2 milhões de benefícios pagos pelo INSS

4) O parlamento de Portugal quer ter acesso a auditoria da Caixa Geral de Depósitos, ocorrida entre 2000 a 2015. O acesso tem sido negado por estar sob segredo de justiça.

5) O TCU (?) realizou uma "auditoria" na resolução da Anac que autorizou a cobrança por bagagem nos voos.

6) O ex-presidente do Bankia (e ex-FMI) Rodrigo Rato (este é o seu nome), preso pelos problemas que ocorreram na instituição bancária espanhola, prestou depoimento sobre o caso e demonstrou, segundo o El País, ter uma "memória seletiva"

09 janeiro 2019

Qualidade da auditoria

Para ajudar as empresas de auditoria a desenvolver essas divulgações, o Centro de Qualidade de Auditoria (CAQ) desenvolveu uma nova Estrutura de Divulgação de Qualidade de Auditoria . O CAQ é afiliado ao AICPA.

A estrutura baseia-se em trabalhos anteriores do CAQ e de outros profissionais para desenvolver e buscar indicadores de qualidade de auditoria. Uma combinação desses indicadores ou métricas, juntamente com uma discussão aprofundada, pode levar a divulgações úteis sobre como uma empresa monitora a qualidade da auditoria.(...)


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14 dezembro 2018

Estimativa e auditoria

A entidade que regula os pareceres de auditoria, o IAASB, anunciou uma norma sobre estimativas contábeis, ISA 540. Este seria um primeiro padrão em que o IAASB pretende abordar os elementos de auditoria mais relevantes. Entre os aspectos contemplados, uma ênfase em promover uma mentalidade cética e independente dos auditores nas estimativas contábeis.

Mais informação aqui. (Fonte da imagem aqui)

02 outubro 2018

Razão para auditoria não encontrar as fraudes

Here are seven reasons why audits don’t typically find fraud.

1. Auditors are nice. Auditors are rule-followers who hold themselves accountable to high honesty and ethical standards. They wouldn’t dream of doing something the “wrong” way; therefore, they can’t comprehend that seemingly nice people would steal from their employer. If they spot something amiss during a routine audit, and in return were given documents or explanations that resolved the anomaly, it is more likely than not that they will proceed with the explanation without obtaining outside substantive documents or evidence to resolve the aberration. Because they presume honesty, auditors often take the explanations and documents at face value.

auditors

2. The nature of an audit isn’t designed to find fraud. During an audit, auditors look at the financial statements of the company (usually the assets and income figures) and calculate what’s called “materiality.” Materiality is the calculated threshold by which, if the information is withheld or misrepresented in the financial statements, it would impact the decisions of the stakeholders who rely on those documents to make economic decisions. Because of this, auditors look at transactions at or above the materiality level. While this is an effective method of making sure financial statements do not contain material errors, it does not lend itself to detecting fraud. Why? Because taken on an individual basis, fraudulent transactions are not typically at or above the materiality level.

3. A sample doesn’t tell the whole story. During an audit, auditors aren’t looking at everything. They gather random samples of transactions to verify that they were correctly recorded and that the internal controls were in place and working. The odds that a random sampling would include a fraudulent transaction among the thousands of available transactions is extremely small. Put simply: an arbitrary sample doesn’t tell a story or show a pattern. It’s akin to finding a needle in a haystack.

4. Fraudsters are clever. In the remote likelihood the auditor spots a questionable transaction, the oddity can often be easily explained away. That’s because fraudsters are clever: they can produce fake documents or pretend the paperwork has been misplaced, appeasing the busy auditor, who, as was pointed out earlier, assumes best intent, never imagining someone would be dishonest.

5. Fraud often looks like a simple error. Most of the time, fraud doesn’t even look like a “red flag.” It often looks like a regular bookkeeping or accounting error. Humans make mistakes, and it’s certainly not uncommon for a transaction to be entered incorrectly. So long as the number of errors doesn’t trigger the threshold of materiality, those inaccuracies will likely not be further investigated.

6. Auditors are constrained by time and budget. Many people are unaware that, in addition to testing transactions and checking internal controls, auditors are also required to conduct excessive due diligence, file copious paperwork, and conduct peer reviews of their audit processes. With competing deadlines and projects stacked back-to-back, in some cases, an auditor may green-light a company’s books even if something didn’t feel quite “right.” It’s not that the audit wasn’t thorough or inaccurate, but rather it’s the limitation of resources and demanding projects that lead to auditors not being as thorough as they might like to be.

7. The Scarlet A. In an ode to Nathaniel Hawthorne’s masterwork, it can be asserted that auditors unknowingly have an invisible scarlet A (for auditor) under their respective suits. Their status as an auditor creates a barrier between themselves and the very people they need to talk to, the whistleblowers. And, as mentioned earlier, auditors are nice. They view themselves as likable, approachable, and friendly. Unfortunately, people often view them as scary, unapproachable, and “out to get them.” The result is that auditors are rarely successful in gaining the trust of the very people who have information that can help them.

Most importantly, though, is the fact that fraudsters are always a company’s most liked and trusted employee. They’ve earned the respect and admiration of their coworkers and supervisors, and often have special privileges and access to company funds. Couple this dynamic with the fact that auditors assume honesty, and the general misunderstanding of what an audit’s purpose is, and it’s easy to see why audits rarely uncover fraud.

Despite this, CFOs need not feel defenseless against fraud. The fact is, management’s due diligence in identifying and assessing risk, addressing known risks with appropriate internal controls and oversight, implementing a hotline, and promoting a culture of honesty can deter or detect the fraudster in the company. (Por Tiffany Couch, via CFO)

Parece razoável os itens (4) e (7). Os demais, nem tanto. 

21 agosto 2018

Auditoria

Parece notícia velha. Em lugar da PwC, entra a KPMG. Em lugar da BHS, uma empresa de moda chamada Ted Baker. A multa foi de 2,1 milhões de libras aplicada pelo FRC, o que mesmo que multou a Price há dias. O motivo foi a KPMG ter prestado serviço de perícia para Ted Baker

Enquanto isto no Brasil, na divulgação do balanço da Caixa, o parecer da PwC foi com ressalva:

A PricewaterhouseCoopers (PwC) manteve ressalvas no balanço do segundo trimestre da Caixa devido a investigações de supostos casos de corrupção envolvendo executivos do banco público. A consultoria explica que as demonstrações financeiras da instituição estão adequadas com exceção da seção “base para opinião com ressalva” uma vez que as ações em questão estão em andamento e os possíveis impactos decorrentes não são conhecidos.

“Consequentemente, não foi possível determinar se havia necessidade de ajustes ou divulgações adicionais relacionados a esse assunto sobre as demonstrações contábeis consolidadas em 30 de junho de 2018”, acrescenta a PwC, em relatório que acompanha as demonstrações financeiras da Caixa.

A EY foi recentemente punida pela CVM por não respeitar as normas de contabilidade na empresa TPI em 2012 com uma multa de 650 mil reais. O auditor foi suspenso por dois anos. A EY regateou o valor e reduziu para 350 mil.

Este é também o valor que será pago pela PwC por problemas na auditoria da ALL de 2012 a 2014. O problema foi a contabilização da ALL no capital da Vetria Mineração:

Segundo a área técnica, os registros contábeis referentes à aquisição do controle compartilhado da Vetria, bem como aqueles referentes aos reflexos da utilização da contabilidade de hedge, não teriam representado adequadamente os eventos econômicos e os desdobramentos ao longo do tempo, de forma que estariam em desacordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

08 agosto 2018

Regras contábeis e a Crise da Auditoria

Em postagem anterior discutimos algumas possíveis soluções para as Big Four. Posteriormente, um artigo do Promarket defendeu a possibilidade do auditor ser nomeado de maneira independente. Antes disto, mencionamos a dificuldade de medir o trabalho do auditor.

Agora, o Financial Times publicou um longo artigo sobre os escândalos e a necessidade de rever as regras de auditoria. Este artigo foi traduzido e publicado no Valor Econômico de terça.

O cenário é o mesmo entre a nossa postagem e o texto do Financial Times. Entretanto, o enfoque é diferente. Acredito que a nossa postagem é mais abrangente, enquanto o FT centra sua atenção na contabilidade. E este é um ponto que ficou escondido no amplo texto que publicamos. Realmente, as normas contábeis tem um grande papel na crise do trabalho do auditor e justamente naquilo que tem sido considerado como sua grande vantagem: a subjetividade dos princípios e a capacidade de usar conceitos “modernos” de finanças. A análise do FT centra nas normas internacionais promulgadas pelo Iasb, como se estes problemas não existissem nas normas no Fasb, a entidade de emite as normas nos Estados Unidos.

Em um primeiro trecho que destaquei, o Financial Times afirma:

No Reino Unido, nos últimos 30 anos, os responsáveis pelas normas contábeis desmantelaram progressivamente o sistema de contabilidade do “custo histórico” e o substituíram por um baseado na ideia de que o objetivo principal das contas era apresentar informações “úteis ao usuário”. O processo permite aos executivos antecipar lucros previstos ou ganhos ainda não realizados e contabilizá-los como superávits no presente

Há um trecho no jornal britânico onde existe uma clara condenação as normas:

talvez seja um esforço direcionado a analisar os sintomas e não a causa do problema, que pode estar nas próprias normas contábeis

Historicamente a auditoria surgiu da necessidade de proteger o capital, no final do século XIX, lembra o FT. E o centro do processo era a prudência, que impedia que os administradores apresentassem ativos superavaliados e passivos subavaliados. O prudência funcionava como um freio para o otimismo natural dos gestores. Com o passar do tempo a virtude do conservadorismo, como a prudência era conhecida no passado, passou a ser vista como algo ruim. O livro de Teoria de Vernon Kam traz uma grande quantidade de argumentos contrários a sua utilização, começando pelo fato dele sobrepor as demais regras.

As pesquisas de finanças despertaram a possibilidade de que seria possível usar as noções de eficiência e conceitos de valuation na contabilidade. A partir das pesquisas acadêmicas, que iniciaram no final dos anos 60,

desenvolveram a ideia de que para os mercados canalizarem o capital de forma eficiente para atividades mais produtivas, o balanços precisavam dar aos corretores de valores mobiliários uma compreensão clara do valor presente de uma empresa. Isto significava abandonar noções como prudência e conservadorismo; em vez disso, a contabilidade precisava ser “neutra” e usar valores mais atualizados para os itens dos balanços patrimoniais

A mudança radical permitiu que a ideia do valor justo fosse adotada. Assim como a recuperabilidade e a possibilidade de não amortização do intangível proveniente das aquisições de outras empresas. Citando um investidor,

O problema da contabilidade do valor justo é que é muito difícil diferenciar entre marcação a mercado, a marcação a modelo e na chamada ´marcação a mito´

O valor justo baseia-se em suposições e termina por dificultar o papel da auditoria. Mas isto terminou por acontecer. Recentemente, no maior um processo judicial contra uma auditoria, ficamos sabendo que a PwC, diante da recusa do auditor em olhar um operação muito complexa do Colonial Bank, decidiu por mandar um estagiário no seu lugar.

Em 2010, lembra o FT, o Iasb e o Fasb decidiram trocar a confiabilidade pela representação fiel. Ou veja, a verificação factual pelo “palpite”, nas palavras da reportagem. O FT não explora, no entanto, a pressão sofrida pelos reguladores para fazer com que a contabilidade fosse contra cíclica, modificando a contabilidade do valor justo do passivo. Recentemente, o Iasb divulgou sua nova estrutura onde aparece timidamente, em dois parágrafos, a prudência. O Iasb volta a considerar este aspecto, mas afirma, de maneira surreal, que a mesma não inviabiliza a neutralidade.

Recomendo a leitura do artigo do FT para aqueles preocupados com o futuro da contabilidade (e não somente das firmas de auditoria). Apesar de chamar a atenção para pontos relevantes, a abordagem do jornal inglês não aborda outros fatores, como a possível solução de tornar o mercado de auditoria mais competitivo, com sua fragmentação.

Para finalizar, gostaria de dar um depoimento pessoal. Quando li pela primeira vez a norma de recuperabilidade, meu pensamento foi de que aquilo era uma loucura. Sou professor de avaliação de empresas (neste semestre, na graduação, na especialização e no mestrado) e sei como a avaliação é um palpite. No capítulo de impairment do livro de Teoria da Contabilidade, em co-autoria do Jorge Katsumi, tem esta opinião quando citamos Fernandez e sua listagem de erros cometidos nos laudos de avaliação. Em um capítulo que escrevi para um livro da ACICONDF, cito que existe um aspecto comportamental forte no processo de mensuração contábil da recuperabilidade.

27 julho 2018

Mais uma solução para a crise da auditoria

Em uma postagem anterior, mostramos algumas das possíveis soluções para a crise das empresas de auditoria.

No Promarket outra sugestão:

(...) alterar o manual da diretoria para exigir que a decisão de nomear auditores seja feita de forma totalmente independente da alta administração. Os gerentes devem tomar conhecimento da escolha do auditor quando esta decisão for divulgada pela primeira vez pelos membros independentes, não executivos, do conselho.

20 julho 2018

Solução para as Big Four

Quando ocorreu a queda da Enron, os reguladores adotaram algumas medidas para evitar que outro desastre envolvendo a manipulação de dados contábeis ocorresse na mesma proporção. Junto com a Enron, encerrou-se as atividades da sua empresa de auditoria, que deveria cuidar para que as informações refletissem a realidade. Fundada no início do século XX, a Arthur Andersen era uma das maiores empresas de contabilidade do mundo, antes da sua falência.

A crise provocada pela Enron trouxe, como reação, a aprovação da Sarbox nos Estados Unidos. Alguns dos instrumentos criados naquele país foram copiados, em menor ou maior grau, por diversos países do mundo. Apesar da tentativa de consertar o negócio de auditoria, as mudanças ocorridas após a falência da Enron parecem não ter resolvido o problema. Nos últimos anos são diversos os casos de problemas com empresas que os auditores cometeram erros. Em um deles, quase um país declarou falência.

Recentemente, os problemas de uma grande empresa inglesa chamaram a atenção dos órgãos reguladores. Uma das sugestões era simplesmente quebrar o atual oligopólio exercido pelas grandes empresas de auditoria. O setor de auditoria contava, em 1989, com oito grandes empresas. Após 2002, com a falência da Enron e um movimento de fusão e aquisição do setor, sobraram quatro grandes, as Big Four: EY, KPMG, Deloitte e PwC. Juntas, estas empresas possuem uma receita total de 134 bilhões de dólares. Isto corresponde a receita de duas Petrobrás.

Pense em uma grande empresa? Provavelmente sua auditoria é feita por uma das quatro grandes empresas de auditoria. Na Inglaterra, 99 de 100 empresas que compõe o índice FTSE das maiores na bolsa tiveram seu relatório assinado por uma das quatro empresas.

Além dos problemas de qualidade, a existência de quatro grandes empresas de auditoria pode provocar algumas situações práticas constrangedoras. Recentemente o ex-primeiro-ministro da Malásia foi preso em razão de denúncias de desvio de dinheiro de um fundo de investimento daquele país. Durante anos, o fundo foi auditado em 2010 pela EY, pela KPMG entre 2010 e 2012 e pela Deloitte até 2016. Para ajudar na apuração dos problemas e diante da necessidade de ter o respaldo de uma empresa de auditoria de renome, ao atual governo da Malásia restou nomear a empresa que faltava: PwC.

Para tentar resolver os problemas do setor, usualmente são apresentadas cinco possíveis estratégias: restringir a atuação das empresas em consultoria, quebrar o monopólio, modificar o processo de auditoria, alterar a forma como as empresas são remuneradas ou expandir a atuação dos reguladores.

Consultoria - O fato da empresa de auditoria também fazer serviços de consultoria tem sido apontado como uma das razões para alguns dos problemas encontrados em trabalhos de baixa qualidade. Recentemente, uma filial da KPMG em Dubai auditou a Abraaj. O problema é que alguns executivos da Abraaj trabalharam na KPMG também e isto pode ter comprometido a independência do trabalho do auditor. Tem sido bastante comum que o interesse do auditor se voltar para outras tarefas e atitudes, como ocorreu em Dubai, que podem criar conflitos de interesses. Quando os Estados Unidos aprovaram a Sarbox em 2002, os auditores foram proibidos de fazerem alguns tipos de serviços a seus clientes; também exigiu-se que divulgasse o valor pagos aos auditores. Até então, os serviços de “não auditoria” representavam as maiores receitas das Big Four. Nos Estados Unidos o sucesso foi parcial: inicialmente as receitas diminuíram para 40%, mas em 2017 já estava em 70%. Agora as empresas prestam consultorias onde não auditam. Ou seja, as empresas encontraram maneiras de driblar as proibições.

Existem controvérsias se existe relação entre a qualidade da auditoria e o trabalho de consultoria. Algumas pesquisas parecem não serem conclusivas sobre esta relação. Recentemente, um editorial da Bloomberg sugeriu esperar um pouco mais para verificar se as medidas que foram tomadas no passado estão funcionando.

Alguns casos envolvendo as Big Four parecem indicar que a mistura dos negócios de consultoria com a atividade de auditoria pode não ser interessante. Seria realmente necessário uma investigação mais aprofundada sobre o assunto, para que nossas conclusões não fossem baseadas em somente em alguns casos, mas em uma evidência mais concreta. Mas o fato de não termos um consenso sobre o assunto pode não justificar uma atitude passiva, como defende a Bloomberg.

Quebrar o oligopólio - Após a falência da Carillon na Inglaterra, os políticos sugeriram quebrar o oligopólio das Big Four como uma solução para os problemas da auditoria.  O exemplo evocado é da empresa Standard Oil, que foi considerada um monopólio pela Suprema Corte dos Estados Unidos em 1911.

O Financial Reporting Council, a entidade reguladora do Reino Unido, questionou a qualidade do trabalho recente da KPMG e considerou que o declínio da qualidade do trabalho era inaceitável. A resposta seria trazer mais concorrência para o setor, que pode incluir não somente a divisão das atuais Big Four, como a obrigação de redução do número de clientes, o que poderia fortalecer as empresas menores. A Bloomberg acredita que isto pode prejudicar a qualidade dos trabalhos realizados. A EY está se especializando no setor financeiro. Forçar a empresa a deixar alguns clientes pode reduzir os incentivos da EY em promover especialistas no setor. Trata-se de um fator chamado de economia de escala na contabilidade de custos. Para Bloomberg, a solução estaria na separação dos serviços de consultoria, ou seja, o item anterior deste texto.

A Deloitte chegou a afirmar que a tentativa de quebrar o oligopólio poderia ser um tiro no pé do Reino Unido. Para a Deloitte, isto poderia prejudicar a posição como centro financeiro global.

Processo de auditoria - Uma tentativa de corrigir do problema seria através da modificação do processo de auditoria. Esta tem sido uma tentativa de solução adotada recentemente e podemos citar a  modificação do formato do relatório e o rodízio dos auditores como exemplos. Recentemente, um grupo de acionistas protestou contra a renovação do contrato da KPMG na General Electric. Além do fato da empresa não ter notado problemas contábeis em algumas unidades do conglomerado, os acionistas estavam incomodados com a presença centenária da Big Four na revisão das contas da empresa. Mesmo diante dos protestos, a GE manteve o contrato com a KPMG.

O rodízio foi uma das mudanças promovidas recentementes no mercado de auditoria. Em alguns países, o rodízio significa apenas alterar o técnico responsável pelo trabalho. Em outros, deve-se contratar outra empresa de auditoria ao término de um determinado prazo. Entretanto, esta medida enfrentou uma forte oposição, inclusive de entidades de classe, como é o caso do Conselho Federal de Contabilidade.

Recentemente, as empresas de passaram a adotar um novo parecer, agora com o nome mais pomposo de relatório. Neste relatório, o auditor deveria indicar os temas que trouxeram maior preocupação na análise das informações contábeis da empresa. Esta pode ser uma solução interessante, mas mais informação nem sempre significa melhor decisão. Além disto, o atual relatório aparenta ser muito mais complexo e chato de ser lido pelo usuário, induzindo a direcionar sua leitura para a linha mais relevante, que define se a informação expressa ou não a realidade.

Ainda é muito cedo para termos um estudo mais profundo sobre a influência destas medidas na qualidade do que está sendo realizado. Entretanto, a oposição forte ao rodízio por parte das Big Four pode ser um sinal positivo de que esta medida pode ajudar na qualidade do trabalho do auditor no longo prazo.

Pagamento - O trabalho do auditor é contratado e pago pela empresa que irá ser auditada. Não é um “desenho” que resolva alguns dos conflitos de interesse entre que está pagamento e quem está fazendo o serviço. Esta mudança seria radical e poderia contemplar a possibilidade da empresa ser contratada pela entidade que faz a fiscalização do mercado de capitais. Assim, o auditor estaria trabalhando para o regulador, não para a empresa auditada.

Outra solução, considerada como elegante pela The Economist, é forçar as empresas a fazerem um seguro contra fraude. A empresa seguradora ficaria com o ônus dos processos legais e seria responsável por fazer a inspeção da informação divulgada. Se uma Petrobras divulgasse informações falsas sobre seu desempenho, como ocorreu nos exercícios sociais recentes, a seguradora deveria efetuar o pagamento dos acionistas que foram enganados pela empresa.

Esta solução permitiria alinhar os objetivos da seguradora com dos acionistas (minoritários, principalmente), dos reguladores e outros interessados. A seguradora teria o interesse de fazer com que a informação divulgada refletisse fielmente a realidade. Atualmente, é muito comum que a Big Four escape de uma maior responsabilização, alegando não ser sua tarefa. A PwC não observou problemas na contabilidade do Colonial Bancgroup, pois seu auditor aparentemente não verificou “um único documento de empréstimo”; o auditor-chefe da PwC afirmou que auditorias não foram projetadas para detectar fraudes.

Regulador - Antes do escândalo da Enron, o setor de auditoria era autorregulado. Isto significa dizer que a ameaça de perda de reputação seria suficiente para colocar nos eixos as empresas. Com a criação do PCAOB nos Estados Unidos e entidades similares em outros países, o regulador ganhou mais força para punir os auditores ruins. Apesar da contabilidade ser um profissão com poucos charlatães, parece que a solução de empoderar o regulador é algo natural. Recentemente, o FRC do Reino Unido decidiu aumentar a fiscalização da KPMG em razão do seu fracasso na Carillion.

Uma forma de atuar tem sido aumentar o valor pecuniário das multas ou tornar a punição mais expressiva. Em um processo contra a Deloitte, uma multa de 25 mil dólares foi considerada insignificante. Mas agora, em um processo sobre a falência de Colonial Bank, no Alabama, a juíza Barbara Rothstein fixou uma indenização de 625 milhões de dólares, naquilo que foi considerado por Francine McKenna, do MarketWatch, como o maior julgamento dos Estados Unidos contra um auditor.

Atuar no bolso das Big Four tem um grande problema. Uma multa muito elevada pode colocar em risco a continuidade de uma destas entidades, tornando o mercado ainda mais concentrado. Jim Peterson, um adversário de longa data das Big Four, calculou um ponto de inflexão entre 4 e 6 bilhões de dólares em termos globais e entre 1 a 3 bilhões para as empresas nos EUA. Isto significa que a multa recentemente estipulada aproxima-se do ponto em que coloca em risco da sobrevivência do auditor.

Mas talvez empoderar o regulador não seja a solução. O “poderoso” PCAOB descobriu isto ao constatar que os auditores estavam alterando a documentação antes da inspeção. Mais grave ainda, recentemente se descobriu que ex-funcionários do regulador foram contratados pela KPMG, tendo repassado informações sobre a fiscalização da KPMG. Mais ainda, empregados da KPMG estariam recebendo bônus se seu trabalho não recebessem críticas por parte do PCAOB.

Existe solução possível? - Qualquer que seja a solução, é necessário reconhecer o grande poder que as Big Four possuem. A tal ponto, que a Deloitte criou um grupo para espionar seus concorrentes. Um artigo do mostra como estas empresas dominam não somente o mercado de auditoria, mas possuem presença nos governos, incluindo os reguladores. Seus ex-funcionários controlam os padrões internacionais (e nacionais) de contabilidade. Afinal, as regras promulgadas e a promoção da convergência são assuntos que lhe interessam. E são os maiores contribuintes para que o Iasb, a entidade que cuida das normas internacionais de contabilidade, possa trabalhar. Entre os serviços prestados pelas Big Four estão alguns dos produtos financeiros que provocaram a crise internacional bancária recente.

Não espanta saber que estas empresas promoveram um forte lobby contra o PCAOB, conforme denúncia feita pela Reuters.

A favor dos auditores é bom lembrar dois aspectos relevantes. Em primeiro lugar, é muito difícil mensurar a qualidade do trabalho do auditor (figura). Geralmente sabemos quando a auditoria assinou um relatório sem destaque e a empresa teve problemas, mas não conhecemos quantas vezes a auditoria conseguiu prevenir desastres. Em segundo, nos últimos anos os reguladores contábeis lançaram normas que exigem cada vez mais avaliações subjetivas dos contadores e auditores. Estas normas dependem, em muito, da honestidade da gestão da empresa, o que faz com que o trabalho do auditor seja cada vez mais incerto e difícil de ser feito. A volta a normas mais objetivas poderia ser uma possível solução, mas seria possível no atual ambiente econômico?

Talvez a solução não esteja em “uma” solução, mas em um grupo de soluções. Apesar das restrições a quebra do oligopólio, é inevitável pensar nisto. Ainda mais quando sabemos que existem bons profissionais fora do latifúndio das Big Four.

05 julho 2018

Papel da auditoria

“A profissão de auditoria vive a pressão permanente de aumentar a capacidade de análise de informação, de melhorar a forma como testa os dados recolhidos e de encontrar novas formas de desafiar os pressupostos que lhe são apresentados”, defende Rui Martins, Assurance Leader da EY. O responsável evidencia assim a existência de uma pressão que tem tendência a acentuar-se com o aumento da sofisticação dos modelos de negócio dos clientes, a adoção massiva de novas tecnologias e o próprio ritmo de mudança dos mercados.

“É importante ter presente que o auditor não é imune a situações de fraude e que, apesar de receber do seu cliente a confirmação de que lhe foi transmitida toda a informação relevante para formar a sua opinião, há casos em que isso poderá nem sempre ter acontecido”, afirma Rui Martins.

Assim, as novas regras também vieram impor responsabilidade acrescida aos órgãos de fiscalização, sobre os quais impende a responsabilidade de selecionar os auditores, sendo que, enquanto profissão regulada, cada anomalia detetada serve para identificar novos mecanismos de salvaguarda, para melhorar a qualidade das auditorias e a independência do auditor. Aliás, frisa, “estas foram também algumas das motivações que levaram às recentes alterações na legislação, que acreditamos ser um fator no sentido da mitigação destes riscos e um motivo adicional para confiança dos mercados no papel do auditor externo”.


Continue lendo aqui. Sobre governança corporativa, aqui

24 maio 2018

De olho nas auditorias

AUDITORIAS só são notadas quando as coisas dão errado. Na semana passada, os deputados britânicos emitiram um ataque contundente à KPMG, um auditor, por não ter conseguido evitar o colapso da Carillion, uma empresa contratante. As autoridades sul-africanas estão analisando a auditoria da Deloitte à Steinhoff, uma varejista. PwC, outro auditor, pode enfrentar um veredicto de indenização por centenas de milhões de dólares por não ter detectado fraude no Colonial Bank, um credor americano falido. Também está lutando com uma ação de US $ 3 bilhões na Ucrânia e uma proibição de dois anos na Índia.

Os investidores também estão acordando para auditorias. Quase nunca votam contra a escolha do auditor pela administração. Mas no mês passado, mais de um terço dos acionistas da General Electric, um conglomerado industrial, votou contra a recondução da KPMG. Investidores em Steinhoff estão processando a empresa e a Deloitte por US $ 5 bilhões por suas perdas


(The Economist. Continue lendo aqui)

15 maio 2018

A adoção das normas internacionais aumentou os honorários do auditor

Durante a fase de antecedeu a adoção das normas internacionais de contabilidade era nítido o interesse das Big Four no processo. Seus melhores quadros saíram em defesa da decisão do Brasil de adotar a IFRS. Não que isto tenha sido bom ou ruim, mas era perceptível a torcida. Além disto e conforme já postamos diversas vezes neste blog, as empresas de auditoria são patrocinadoras importantes do Iasb, sendo que boa parte do orçamento desta entidade é tem sua origem nas Big Four.

A razão disto é fácil de entender: a adoção das normas internacionais representava uma grande oportunidade de expansão destas empresas de auditoria, podendo contar com a economia de escala e de escopo, além do aumento da receita.
Um trabalho de três pesquisadores cearenses mostraram o efeito da adoção das normas internacionais nos honorários de auditoria. Usando uma série histórica de 2009 a 2016 e analisando as cem maiores empresas brasileiras, Márcia Cunha, Lorena Mello e Paolo Araújo mostraram que a adoção das normas aumentaram os honorários em média de 9% no período. Os valores pagos foram devidamente corrigidos pela inflação e a pesquisa mostra ainda dois aspectos importantes: que os honorários são maiores quando se contrata uma Big Four e que o rodízio tende a reduzir esta influência.

Fonte: Da CUNHA, Marcia Gabrielle Fontinele; MELLO, Lorena Costa Oliveria; ARAUJO, Paolo G Lima. O Impacto das Normas Internacionais de Contabilidade nos Honorários dos Auditores Independentes das Companhias Brasileiras. RAGC, v. 6, n. 22, 2018.

10 maio 2018

Auditoria de algoritmo

Já sabemos que os algoritmos são construidos, em muitos casos, baseados na experiência prévia. Por este motivo, muitas vezes estão incorporados nas linhas de código preconceitos e falhas, o que pode levar a um aumento da desigualdade e, até, uma ameaça a democracia. O que ocorreu com as eleições dos Estados Unidos e o Facebook é um alerta desses problemas.

Uma solução para corrigir isto é um processo de auditoria. Neste caso, as empresas abrem sua tecnologia para avaliação. O lado negativo é revelar segredos existentes nos algoritmos. Mesmo assim,

as empresas estão começando a empregar auditorias algorítmicas para ajudá-las a pensar nesses sistemas (...) A Deloitte desenvolveuuma prática para ajudar as empresas a gerenciar o risco algorítmico, e a Accenture também relata aconselhando clientes sobre o tópico.

O´Neill, autora de Weapons of Math Destruction e do site Mathbabe, criou uma matriz ética que ajuda as empresas a pensarem nos efeitos dos algoritmos. A matriz olha aspectos como transparência e justiça presente nos algoritmos.

16 abril 2018

Regulador britânico e as empresas de auditoria

Depois de uma série de problemas contábeis envolvendo a auditoria de algumas empresas (Carillion é um exemplo), o regulador britânico FRC decidiu fazer um forte intervenção nas grandes empresas que atuam no mercado sob sua supervisão.

As empresas de auditoria PwC, KPMG, EY, Deloitte, Grant Thornton e BDO são responsáveis pela auditoria das maiores empresas do Reino Unido. E poderão ser objeto de intervenção do FRC. A entidade reguladora irá monitorar o trabalho das grandes empresas de auditoria visando restaurar a confiança do público no trabalho dos auditores:

The firms that approve the accounts of the UK's biggest companies will face greater scrutiny in future when they appoint their top people.

Mais ainda, segundo este sítio (e baseado no Financial Times), o FRC está decidido a quebrar o oligopólio das Big Four.

06 abril 2018

A diversidade dos Tribunais de Contas regionais

Este artigo tem como objetivo analisar a diversidade da configuração interna desses Tribunais de Contas regionais e discutir possíveis associações com a qualidade da auditoria financeira realizada por suas equipes. Foram realizadas entrevistas com auditores externos e diretores de tecnologia da informação de 18 tribunais, trianguladas com documentos oficiais disponibilizados pelos Tribunais de Contas, como relatórios anuais de atividades e manuais de auditoria. Partindo de fatores determinantes da qualidade da auditoria externa identificados na literatura, a análise de conteúdo das entrevistas identificou as características formativas da configuração de cada tribunal analisado. Apesar de todos os tribunais no Brasil terem como origem comum o modelo napoleônico de corte de contas, a análise traz como resultado que suas configurações variam quanto à organização e formação das equipes, ao uso de rodízio na alocação das tarefas de auditoria e à automatização dos sistemas de coleta de dados de jurisdicionados. Discute-se que a diferença na configuração dos tribunais, dada a demarcação de sua área de jurisdição, contribuiria a diferentes níveis de coerção em governos estaduais e municipais, à medida em que a configuração apresenta uma combinação de características que inibe ou amplia a qualidade da auditoria. A partir da literatura de alinhamento organizacional, o artigo alerta sobre o uso de variáveis para tratar o efeito da qualidade da auditoria nos estudos em finanças municipais.

Via Vladmir Almeida

12 março 2018

Qualidade do trabalho do auditor

Recentemente postamos sobre a questão da qualidade do trabalho do auditor. Temos uma grande dificuldade de saber se o volume de erros é grande ou não, já que também não sabemos a quantidade de acerto. Fizemos então uma simplificação da questão usando o termos da estatística - erro tipo I e tipo II.

Uma pesquisa do International Forum of Independent Audit Regulators feita com 918 auditores de 120 empresas em 33 jurisdições mostra que o número de erros. Segundo o relatório (via aqui), 40% dos trabalhos tinham pelo menos uma deficiência, sendo que o problema mais comum era a incapacidade de avaliar se as hipóteses usadas eram razoáveis. Outros problemas também foram relatados, como a falta de independência na verificação. 

01 março 2018

Deloitte entra em acordo para pagar multa de US$ 49,5 milhões

Fonte: Aqui
Ontem (28/02) o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou que a Deloitte terá que pagar US$ 49,5 milhões em multa ao governo. A empresa de auditoria falhou em encontrar fraude na falida Taylor, Bean & Whitaker Mortgage Corp (TBW)

Segundo os denunciantes, a Deloitte certificou a TBW como uma empresa solvente, viável, com precisas demonstrações financeiras em todos os anos, de 2001 a 2008. “Apesar das credenciais da Deloitte e a experiência como uma das quatro grandes empresas de consultoria e auditoria, essas eram completamente falsas”, completou.

A justiça alegou que a auditoria da Deloitte se desviou conscientemente dos padrões de auditoria aplicáveis ​​e, portanto, não conseguiu detectar a conduta fraudulenta da TBW e as declarações financeiras materialmente falsas e enganosas. Essa falha que permitiu que a TBW continuasse a oferecer empréstimos hipotecários segurados pela Federal Housing Administration (FHA) até a falência da empresa em 2009.

A Taylor Bean era a 12a maior empresa de empréstimos hipotecários, até ter sido encerrada em 2009. O seu ex-presidente, Lee Farkas, está cumprindo desde 2011 uma pena de 30 anos de prisão, após sua condenação relacionada a 14 casos de fraude e conspiração.


20 fevereiro 2018

Auditoria

Dois textos publicados recentes sobre a auditoria. O primeiro, a relação entre auditoria e a tecnologia:

Numa primeira instância, a função tem ela própria de adaptar as suas metodologias e técnicas para estar apta a auditar com sucesso as novas realidades. Auditar um processo maioritariamente manual é diferente de auditar um processo automatizado, que por sua vez é diferente de auditar um processo robotizado. Com o surgir da inovação, surgem novos riscos e requisitos de compliance a que a função tem de estar atenta.

Por outro lado, sendo premissa fundamental e inquestionável da AI a sua independência funcional, a evolução da função e das organizações em geral tem valorizado a sua vertente de aconselhamento estratégico e operacional. Tendo como grande valência o seu olhar abrangente e isento sobre a organização, a Auditoria Interna pode suavizar o processo de transformação organizacional, sensibilizando as unidades de negócio para riscos emergentes e para boas práticas de controlo em diferentes contextos. A título de exemplo, a figura do Data Privacy Officer (DPO) que o RGPD prevê pode beneficiar imensamente da experiência da AI na sua função de monitorização periódica, p.e. através de checklists.


O segundo, mais polêmico, sobre a atuação do TCU na área pública:

Freitas acusou a equipe técnica do Tribunal de levantar suspeitas sem apresentar provas do que julga estar irregular. “Esse relatório causou muita revolta aqui dentro. Os auditores do TCU não são os ‘papas’ do universo. Tem muito absurdo nesse relatório, que faz insinuações e não apresenta evidências. Vamos rechaçar. Estamos seguros do que colocamos lá e vamos nisso até o fim”, disse.

12 janeiro 2018

Lembra da Satyam? Agora o auditor foi punido

Há alguns anos, a Índia descobriu uma fraude contábil gigantesca na empresa Satyam. Foi em 2009 e a fraude envolvia a manipulação da receita da empresa, em valores de 1,7 bilhão de dólar.

Agora o regulador do mercado mobiliário do país asiático puniu o auditor por não ter sido capaz de descobrir a fraude contábil. A punição inclui a suspensão de trabalhar com empresas listadas na bolsa da Índia por um período de dois anos e uma multa de 2 milhões de dólares, por ter obtido “ganhos ilícitos” com a atividade de auditoria na Satyam Computer Services.

A empresa de auditoria, uma filial da bigfour PwC, não verificou a veracidade dos extratos bancários mensais, confiou nas informações dadas pela empresa e ignorou os saldos recebidos dos bancos. A auditoria se defendeu dizendo que a fraude foi sofisticada e que isto impediu que o auditor tivesse suspeita do que estava ocorrendo.

Com respeito a punição, a PwC possui hoje 75 empresas onde exerce o papel de auditor. Em 2015 os administradores foram punidos.