A partir de uma reflexão de Bryan Caplan sobre o financiamento público da radiodifusão pelo governo, podemos também pensar no uso de verbas públicas no Brasil para empresas de rádio e televisão. Caplan parte de algo óbvio: o número de alternativas disponíveis para uma pessoa, em termos de conteúdo audiovisual, aumentou significativamente nas últimas décadas. Qual seria, então, a razão para o contribuinte financiar conteúdo que a maioria das pessoas jamais irá consumir?
Outro ponto é a captura ideológica. No entanto, há argumentos favoráveis à manutenção desses gastos. Um deles é que o valor destinado é reduzido. Mas é importante lembrar que a eliminação de gastos inadequados pode resultar na redução de outras coisas igualmente "desagradáveis", como os impostos.
O exemplo de Caplan também ilustra a inflexibilidade das despesas públicas, uma vez que certos gastos, como o financiamento de emissoras de rádio e televisão, tendem a se perpetuar independentemente da mudança nas condições tecnológicas, na demanda da população ou na existência de alternativas mais eficientes. Mesmo diante disso, o Estado continua destinando recursos a um modelo de comunicação que já não atende à maioria dos contribuintes. Essa rigidez orçamentária dificulta o redirecionamento de verbas para áreas mais prioritárias e reforça a ideia de que, uma vez estabelecido, um gasto público é difícil de eliminar — ainda que seu benefício marginal seja cada vez menor.
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