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19 dezembro 2018

Malásia e Goldman

Já contamos aqui o caso do trambiqueiro da Malásia. A história de Jho Low, um financista que usou dinheiro público para pagar celebridades (Paris Hilton), namoradas (Miranda Kerr e Elva Hsiao) e amigos (Foxx, Di Caprio e Alicia Keys. Isto resultou na prisão do primeiro-ministro e na devolução de um iate, símbolo da corrupção.

Agora o governo do país asiático esta processando a Goldman Sachs por cumplicidade na fraude em um fundo chamado 1MDB (nenhuma relação com um partido político brasileiro). Apesar da negativa da empresa, suas ações caíram diante da possibilidade de ter que pagar alguma indenização no futuro.

Ainda vai chegar o momento da empresa de auditoria do fundo.

Amigo Secreto: quem me tirou

Fonte da imagem: aqui.
Eu estava organizando uns desenhos que colori com os meus sobrinhos no natal do ano passado, aí me deparei com um do tio Patinhas. E logo me lembrei: a postagem do amigo secreto!!! 

Apesar da minha demora em me manifestar aqui, eu amei muito o meu presente, que foi um Funko Pop do tio Patinhas. A Disney meio que renega o avarento, então não é lá coisa fácil achar bichinhos do personagem. Mas como ano passado rolou um revival de Duck Tales, esta é uma ótima época para fãs do murrinha e carismático tio Patinhas.


E quem me tirou e enviou essa preciosidade foi o blogueiro do Acervo Contábil, o Sandro, que eu conheci por causa da brincadeira, mas ainda não encontrei na “vida real”! Interessante que essas foram duas observações que também utilizei na minha postagem com as dicas de quem tirei. Será que rolou um vai-e-volta!? São cenas para o próximo capítulo...

Por agora o que vale acrescentar é o quanto sou muito grata pela brincadeira e pela oportunidade de interagir com pessoas incríveis, com quem divido essa paixão de blogar. Uma paixão barata e simples, que me ajudou a conhecer contadores incrivelmente criativos em todos os cantos deste país. Gratidão é realmente a palavra da vez.

Eu demorei um pouco para enviar a caixinha para o meu amigo, mas espero que ele goste. Vai até com um biscoito natalino para compensar o atraso! E com algo que se assemelha a uma piada interna. Espero que goste!!!

Profissões ameaçadas

Profissões ameaçadas:

1. Médicos (...)
2. Abogados (...)
3. Arquitectos (...)
4. Contadores

Sobrevivirán en sus puestos aquellos contadores especializados en asuntos tributarios más complejos. Pero aquellos que llevan los asuntos más comunes y predecibles serán afectados por una falta de demanda en el mercado laboral.

5. Pilotos de guerra (...)
6. Policías y detectives (...)
7. Corredores de propiedades (...)


Esta é uma discussão que sou cético. As previsões sobre o fim da profissão são antigas. Observe que o texto não fala no fim da profissão, mas sua transformação.

P.S.: Aqui uma versão do texto original da BBC em português. 

Mudança na LRF

Mais um exemplo de que na ausência do presidente, uma autoridade que não dependa de pressão política deveria substitui-lo.

O presidente da República em exercício na última terça-feira, 18, e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sancionou a lei que afrouxa a Lei de Responsabilidade Fiscal para municípios e permite que prefeitos ultrapassem o limite de gastos com pessoal sem sofrer punições, desde que haja queda na receita. O texto já tinha sido aprovado pelo Senado e pela Câmara e foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) com data desta terça-feira, 18. (...)

A lei permite aos municípios receberem transferências voluntárias, obterem garantia do Estado da União e contratarem operações de crédito mesmo se não reduzirem as despesas com pessoal que estejam acima do limite exigido pela lei. Segundo cálculo de técnicos da Câmara dos Deputados, a mudança vai abrir brecha para que pelo menos 1.752 municípios, quase um terço do total do País, descumpram as exigências.


Seria importante saber a representatividade destes municípios em relação a população e a economia.

A lei complementar nº 164/2018, sancionada nesta terça-feira, 18, retira as restrições previstas no artigo 23 da Lei de Responsabilidade Fiscal que impedia cidades com despesas com pessoal acima de 60% da receita corrente líquida (obtida com tributos, descontados os repasses determinados pela Constituição) de receber transferências de recursos da União ou contratar novas operações de crédito (com exceção de refinanciamento da dívida ou para reduzir despesas com pessoal). O prazo que os municípios tinham para se adequar era de 8 meses.


Mas o texto indica que isto já era uma realidade:

Na mudança da gestão municipal entre 2016 e 2017, a Firjan também mostrou que cerca de 2 mil prefeituras estavam fora da lei. Dessas, 575 estouraram o limite de gastos com pessoal em 2016 e outras 715 deixaram um rombo de R$ 6,3 bilhões de restos a pagar para a nova gestão municipal. Pela lei em vigor até agora, esse descumprimento poderia resultar na prisão dos ex-prefeitos. Veja a íntegra da Lei Complementar nº 164/2018.


Fonte: Aqui

Luxo e prejuízo

Victoria Beckham fez parte do grupo Spice Girls e teve uma carreira de sucesso na música. Casada com o ex-jogador de futebol David Beckham, tornou-se uma grande celebridade internacional. Em 2008, Victoria lançou uma empresa de moda, o que incluiu uma marca mais popular de roupas. Ao contrário do imaginado, Victoria está conseguindo muito sucesso na área de moda, já que ela (e sua empresa) recebeu diversos prêmios. A riqueza do casal está na casa de meio bilhão de libras.

Se Victoria Beckham é um sucesso na área de moda, sua empresa parece que não tem um desempenho tão interessante, como revela a BBC. No último ano, as vendas cresceram 17%, atingindo 42,5 milhões de libras. Mas o prejuízo operacional foi de 10,2 milhões. No ano anterior, o prejuízo foi de 8,2 milhões. E a empresa tem prejuízo desde 2013. Alguns dos produtos da empresa custam mais de 3 mil libras, enquanto outros menos de 30 libras. A marca tem parceria com a Estee Lauder, Chole, Calvin Klein e Reebook.

O prejuízo é interessante já que a empresa vende produtos de "marca", onde é possível fixar um preço elevado para seus produtos. Ao mesmo tempo, o nome Beckham pode reduzir as despesas de publicidade.

Será que falta um gestor financeiro de qualidade?

Rir é o melhor remédio



Adaptado daqui

18 dezembro 2018

Fim das Pedaladas? Acho que não ...

Eis uma notícia divulgada pelo G1:

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, informou nesta terça-feira (18) que uma mudança no processo de pagamentos da União vai impedir que as despesas de um ano sejam adiadas para o ano seguinte, acabando com as chamadas "pedaladas fiscais" [1].

Almeida explicou que, atualmente, entre a emissão da ordem bancária e o efetivo pagamento há uma demora que pode chegar a sete dias. Por isso, na virada do ano, é comum que uma ordem seja emitida nos últimos dias de dezembro, mas que o desembolso só ocorra em janeiro.

Essa burocracia contábil [2] pode ser usada como forma de adiar o pagamento de despesas, no mecanismo que ficou conhecido [3] como "pedaladas fiscais". Dessa forma, o impacto para as contas públicas no ano corrente é reduzido, melhorando as estatísticas fiscais da União.

O uso desse expediente se intensificou durante o governo da presidente Dilma Rousseff e foi um dos motivos que levaram ao seu impeachment, em 2016.

Gestão de recursos

Com a mudança anunciada nesta terça-feira, a ordem bancária e o saque do dinheiro da Conta Único do Tesouro serão feitos no mesmo dia. A regra começa a valer em janeiro.

"Essa diferença de dias entre ordem bancária e o efetivo pagamento fazia sentido há alguns anos atrás, porque as ordens bancárias eram preenchidas de forma manual. Você tinha que assinar um papel e tinha que pegar o papel físico e levar ao Banco do Brasil para ocorrer o pagamento. Hoje é feito de forma eletrônica", explicou Mansueto.

De acordo com o secretário, a medida vai gerar uma economia de R$ 35 milhões ao ano por causa da melhoria na gestão dos recursos [4]. No entanto, ele avalia que o principal ganho é na transparência das contas públicas.

“Não vai mais ter essa discrepância entre ordem bancária e pagamento. Acontecia muito, no final do ano, de você fazer emissões de ordens bancárias e o pagamento só ocorrer no ano seguinte. Isso deixa de acontecer. Vai dar muito mais controle de fato do que está no orçamento e na execução. O maior benefício é a transparência”, defendeu.

Entre este e o próximo ano, será feita uma transição da regra. No final deste mês, o governo teria que emitir uma ordem bancária de cerca de R$ 32,9 bilhões referentes a benefícios previdenciários e folha de pagamentos, a serem pagos em janeiro de 2019. Com a mudança, essa ordem será emitida somente no mês que vem.

Almeida explicou que o dinheiro não será direcionado a outras despesas, pois serão inscritas como “restos a pagar processados”, garantindo sua utilização para essa finalidade em janeiro. A partir de 2019, a ordem bancária e o pagamento serão feitos sempre no mês de dezembro.


[1] Não acho que esta medida acabe com todas as possibilidades de pedaladas.
[2] Então a burocracia é contábil. Qual a razão desta injúria?
[3] As pedaladas vão além.
[4] Este número dá razão a tese que a medida não acaba com as pedaladas. Em um orçamento de 2018 é de $3,6 trilhões ou 10 bilhões por dia, aproximadamente. Esta medida irá trazer uma economia de 35 milhões ou 0,35% deste valor. Se fosse acabar com as pedaladas, certamente a economia seria maior.

A primeira vez do Google

No livro A Googlelização de Tudo, o autor relata a primeira vez que o Google apareceu na imprensa dos Estados Unidos:

A Business Week mencionou o Google pela primeira vez em setembro de 1998. Numa breve menção ao modo de funcionamento dos mecanismos de busca e ao desafio de avaliar a qualidade de seus resultados, seus editores escreveram: "Há outro sistema de classificação que pode ser ainda melhor para os empresários e administradores. O Google (http://google.stanford.edu/) avalia outros sites da rede pelo número de outros sites ligados a eles. Em outras palavras, as avaliações são determinadas não pelos navegadores, mas por webmasters que supostamente levaram algum tempo para avaliar um site antes de colocar um link para ele. (...)"

É digno de nota que o link oferecido nesse artigo para acessar o Google estivesse no sistema de computadores da Stanford University. Essa é a referência mais antiga que consegui encontrar do mecanismo de busca que, dez anos depois, dominaria a rede (...)

Veja que curioso. Encontrei o termo "google" no Estado de São Paulo de 1929 (1  de jun, p. 6):
 Interessante a existência de alguém como sobre Google no Brasil. Além disto, era notícia de jornal que viajava de avião naquela época.

O nome da empresa só irá aparecer no jornal no ano 2.000.

Mito do Capitalismo: pouca concorrência, muita concentração


[..]
In industry after industry, they can only purchase from local monopolies or oligopolies that can tacitly collude. The U.S. now has many industries with only three or four competitors controlling entire markets. Since the early 1980s, market concentration has increased severely. We’ve already described the airline industry. Here are other examples:
  • Two corporations control 90 percent of the beer Americans drink.
  • Five banks control about half of the nation’s banking assets.
  • Many states have health insurance markets where the top two insurers have an 80 percent to 90 percent market share. For example, in Alabama one company, Blue Cross Blue Shield, has an 84 percent market share and in Hawaii it has 65 percent market share.
  • When it comes to high-speed Internet access, almost all markets are local monopolies; over 75 percent of households have no choice with only one provider.
  • Four players control the entire U.S. beef market and have carved up the country.
  • After two mergers this year, three companies will control 70 percent of the world’s pesticide market and 80 percent of the U.S. corn-seed market.
The list of industries with dominant players is endless. It gets even worse when you look at the world of technology. Laws are outdated to deal with the extreme winner-takes-all dynamics online. Google completely dominates internet searches with an almost 90 percent market share. Facebook has an almost 80 percent share of social networks. Both have a duopoly in advertising with no credible competition or regulation.

Amazon is crushing retailers and faces conflicts of interest as both the dominant e-commerce seller and the leading online platform for third-party sellers. It can determine what products can and cannot sell on its platform, and it competes with any customer that encounters success.
Apple’s iPhone and Google’s Android completely control the mobile app market in a duopoly, and they determine whether businesses can reach their customers and on what terms. Existing laws were not even written with digital platforms in mind.

So far, these platforms appear to be benign dictators, but they are dictators nonetheless.

[..]

 Fonte: aqui



Periódico para publicação

Para quem deseja publicar, a Revista da CGU pode ser um oportunidade interessante: a revista está na base de dados REDIB e está adotando a publicação continuada.

A revista pode ser acessada aqui.

Aula ou Consultoria

Vale a pena o governo ajudar as pequenas e médias empresas? No momento em que o Brasil discute a qualidade da destinação de recursos privados para o Sistema S, seria importante ter elementos para verificar se a destinação de bilhões de reais para estas entidades, entre as quais uma delas destinada a fomentar empresas de pequeno porte, é justificado. O problema é que não temos um levantamento sério sobre o desempenho das entidades (aqui um texto do jornal Valor Econômico sobre a dificuldade de obter esta informação). As entidades de fiscalização do gasto público não conseguem romper a barreira.

Uma pesquisa (via aqui) realizada no Quênia mostrou que pode valer a pena, mas depende da forma como é feita a ajuda. A pesquisa comparou o lucro das empresas que não receberam nenhum apoio com as empresas que tiveram aulas e aquelas que foram orientadas. O lucro seria uma medida do sucesso da empresa.

Quando se compara a empresa sem apoio com outra onde o apoio estava restrito a sala de aula é possível notar pouca diferença. Já quando é empresa é orientada, como seria a “consultoria” do Sebrae, há claramente uma melhoria na lucratividade.

Isto não garante que o Sebrae seja rentável para a sociedade. Em primeiro lugar, a pesquisa foi realizada em outro país; segundo, seria necessário levar em consideração o custo da "consultoria" fornecida pelo Sebrae para saber se é viável ou não.

Rir é o melhor remédio

Com os astros:
 Com uma pequena adaptação:



17 dezembro 2018

Profissões Comuns

Eis as ocupações mais comuns no Brasil:

1) Auxiliar de escritório = 2.127.915 pessoas ou 4,54% do total
2) Assistente administrativo = 2.112.999 ou 4,51%
3) Vendedor de comércio varejista = 1.976.793
4) Faxineiro = 1.437.387
5) Alimentador de linha de produção = 1.058.543
6) Motorista de caminhão = 907.832
7) Operador de caixa = 817.895
8) Professor de nível médio no ensino fundamental = 757.397
9) Servente de obras = 639.424
10) Vigilante = 615.840
11) Técnico de enfermagem = 598.258
12) Trabalhador de serviços de limpeza e conservação de áreas públicas = 576.145
13) Porteiro de edifícios = 570.055
14) Recepcionista, em geral = 568.230
15) Cozinheiro geral = 531.992
16) Repositor de mercadorias = 511.468
17) Almoxarife = 437.309
18) Professor de nível superior do ensino fundamental (primeira a quarta série) = 430.509
19) Dirigente do serviço público estadual e distrital = 427.864
20) Atendente de lanchonete = 410.197

Isto representa 41% de todas as pessoas com emprego formal no Brasil. A ocupação de contador apresentava 122.659 registros, abaixo de escriturário de banco (207.988) e auxiliar de contabilidade (186.478).Os auditores de diferentes formas somam 46.835.

Fonte: aqui

Onde estão os profissionais contábeis?

A relação entre a questão geográfica e uma profissão já foi explorada em diversos trabalhos e teorias. Há mais de dez anos, Gary Richardson mostrou que as guildas (associações de profissionais) conseguiram criar e defender os interesses profissionais de pessoas de uma mesma região. Através de diversos mecanismos, as guildas regulavam as atividades econômicas de seus sócios. Elas tiveram tanta influência que até os dias de hoje falamos no queijo parmesão (de Parma), por exemplo.

Antes dele, Michael Porter enfatizava o papel dos clusters. Algumas regiões tinham certas vantagens sobre outras que permitiam a criação de negócios vinculados a certos produtos. É o caso da região do Porto, que produz um vinho que excelente qualidade, ou do Vale do Silício, que reune empresas de tecnologia. Porter tentou estruturar um teoria que explicasse a existência destas regiões e da razão da concentração de produtos/profissões em certos locais do mundo. Recentemente, Stephens-Davidowitz mostrou que a presença de uma grande universidade parece ser um razão para que uma região geográfica produza pessoas famosas. A existência de imigração seria outra possível razão.

Mas será que existe cluster de contadores? Existiria alguma região onde seria mais favorável a presença destes profissionais? Usando dados municipais, um artigo analisou a possível relação entre o número de profissionais contábeis e variáveis como o PIB per capita, a densidade populacional, o número de estabelecimentos e o IDH. O que a pesquisa encontrou é algo muito positivo para a contabilidade: parece existir uma relação entre o número de profissionais em cada região (estado ou município) e o índice de desenvolvimento humano.

Apesar do achado, não é possível afirmar que exista uma relação de causa e efeito entre o IDH e a região geográfica. Mas pode ser um início de uma investigação para tentar verificar se existe “cluster” profissional.

SOUZA, Francisca Aparecida de; SILVA, César Augusto Tibúrcio; SILVA, Polyana Batista da; SOUZA, Paulo Vitor Souza da. Onde estão os profissionais contábeis no Brasil?. Ambiente Contábil

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

16 dezembro 2018

Vale a pena continuar Angra 3?

O novo governo pretende retomar as obras de Angra 3. Os dados mostram o seguinte:

a) a capacidade da usina é de 1.405 megawatts
b) uma usina hidrelétrica equivalente custa o equivalente a 3 bilhões de reais
c) desistir da usina agora teria um custo de 12 bilhões para quitar os empréstimos e desmontar a estrutura
d) mas continuar com a construção exigiria 15 bilhões de reais. Como o custo de oportunidade é de 12 bilhões, o valor adicional seria de 3 bilhões de reais.

Vale a pena? Existem benefícios que não estão mensurados nesta conta: (a) a redução do risco energético global e (b) o controle de uma tecnologia que pode ser estratégica para o país. Confesso que não consigo lembrar que outro risco. Mas existem custos não mensurados nos números acima. Talvez o principal é o fato de que a energia só estará disponível para o consumidor em 2026, em uma hipótese otimista. Assim, é necessário levar o prazo de início de operação na conta.

Mas é preciso cuidado com o problema do custo perdido. Acredito que exista uma tendência do gestor a favorecer a continuidade da obra. 

História da Contabilidade: Ensino por correspondência

Uma história que ainda está por ser contada é do ensino a distância no Brasil nos seus primórdios. Eram os chamados cursos por correspondência. O aluno se inscrevia, mandando uma carta com suas informações. Recebia uma propaganda do curso desejado. Se tivesse interesse, efetuava o pagamento para receber o material instrucional. Lendo este material, ao final de alguns meses, o aluno aprendia uma profissão. Muitas pessoas aprenderam a consertar rádio, a desenhar e a ser uma modista (corte e costura, como se dizia) através desses cursos. Provavelmente as escolas que preparavam o material tinha um receita razoável, já que anunciavam nas principais revistas da época. O Instituto Universal Brasileiro, o Instituto Monitor e Dom Bosco eram algumas das escolas mais conhecidas.

Entre as matérias ensinadas havia a contabilidade. É sempre bom lembrar que a contabilidade, desde os tempos do império, era um meio de ascensão social para aqueles que desejam trabalhar e não vinham de uma família rica. Ao ler os anúncios destas matérias, também temos um boa noção do tipo de conteúdo era ensinado.

Fazendo uma análise dos anúncios publicados entre 1959 até a década de 70 na Revista do Rádio, encontrei algumas propagandas interessantes. O primeiro anúncio, embaixo, conclama o potencial cliente a ganhar dinheiro, admiração e posição social com a contabilidade. Em meros cinco meses, o Instituto Monitor prometia que o aluno poderia executar todos os trabalhos de contabilidade de uma empresa, incluindo o encerramento social, sob a denominação de “levantamento de balanços”. Os instrutores resumiram o que se tem de mais útil e essencial na contabilidade. Além do material instrucional, o aluno recebe livros fiscais para a escrituração mercantil. O anúncio é de 1959:


O Instituto Universal Brasileiro promete que o aluno pode fazer a escrituração de uma casa comercial. Além do material de estudo, o aluno receberia uma máquina de calcular de bolso.

E para reforçar, um depoimento de aluno, que fez o curso de contabilidade e tornou-se um vendedor (?) de uma importante firma. Outro, de Três Lagoas, MT, diz que o curso aumentou o seu salário. Este depoimento destaca a importância do curso por correspondência na difusão do conhecimento em uma época que não existia a internet.


O anúncio a seguir é da Dom Bosco Escolas Reunidas. O curso é de contabilidade moderna e prometia desvendar os segredos da contabilidade “Manual” e “Mecanizada”. Com uma duração de cinco meses, o estudante terminaria o curso apto em fazer a escrituração. Observe o desenho, com o profissional na máquina de datilografia.


Outra propaganda do Instituto Universal promete aluno apto a fazer a escrituração completa de uma casa comercial, ensinando o Sistema Ruf de contabilidade mecanizada e as últimas alterações na legislação fiscal. O texto diz: O Brasil sente, nos dias atuais, imensa necessidade de contabilistas práticos.


Você conhece alguém que fez este curso? Se sim, deixe o depoimento nos comentários.

Melhores livros em 2018

Separamos abaixo alguns dos livros premiados em 2018:

Prêmio Jabuti: aqui.
O livro do ano é À Cidade, de Mailson Furtado Viana. A obra está disponível para assinantes do programa “kindle unlimited”.

Prêmio São Paulo de Literatura: aqui.
Melhor livro do ano: Assim na Terra Como Embaixo da Terra, de Ana Paula. Maia.

Pulitzer 2018aqui. O melhor livro de ficção é intitulado Less, do autor Andrew Sean Greer. Eu, particularmente, considerei uma péssima leitura... Talvez por já a ter iniciado com altas expectativas.

Prêmio Goodreads: aqui.
O vencedor da categoria “melhor dos melhores” foi o livro foi O Ódio Que Você Semeia, já resenhado aqui no blog.

Fonte da imagem: aqui
O vencedor em “memória e autobiografia” foi A Menina da Montanha: A trajetória real da americana que pisou numa sala de aula pela primeira vez aos 17 anos até a conquista do doutorado em Cambridge. Também considerado um dos melhores do ano pelo The New York Times e pela Amazon.

Confira ainda a lista de 100 livros notáveis de 2018, também do The New York Times. Dentre eles encontra-se "O Novo Iluminismo" de Steve Pinker e Crashed, de Adam Tooze.

Rir é o melhor remédio


15 dezembro 2018

Enganando um algoritmo de AI

Resumo:

DespDespite  excellent  performance  on  stationary  test  sets, deep  neural  networks  (DNNs)  can  fail  to  generalize  to out-of-distribution  (OoD)  inputs,  including  natural,  non-adversarial ones, which are common in real-world settings.
In this paper, we present a framework for discovering DNN failures that harnesses 3D renderers and 3D models.  That is, we estimate the parameters of a 3D renderer that cause a target DNN to misbehave in response to the rendered image.  Using our framework and a self-assembled dataset of 3D objects, we investigate the vulnerability of DNNs to OoD poses of well-known objects in ImageNet.  For objects that are readily recognized by DNNs in their canonical poses, DNNs incorrectly classify 97% of their pose space. In addition, DNNs are highly sensitive to slight pose perturbations.
Importantly, adversarial poses transfer across models and datasets.  We find that 99.9% and 99.4% of the poses misclassified by Inception-v3 also transfer to the AlexNet and ResNet-50 image classifiers trained on the same ImageNet dataset, respectively, and 75.5% transfer to the YOLOv3 object detector trained on MS COCO

Fonte: aqui