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24 fevereiro 2016

Uma empresa chamada UEPS

Uma empresa chamada UEPS despertou a atenção dos analistas recentemente por um motivo insólito: a qualificação do seu dirigente (CEO em inglês). É bem verdade que a empresa também tem algumas práticas questionáveis, incluindo declarações de dirigentes que são divergentes das constantes das demonstrações contábeis.

O Senhor Belamant, CEO da UEPS, tem a titulação informada pela empresa de PhD em tecnologia de informação e gestão. Especificamente, na Burkes University.

Mas uma pesquisa do ValueWalk indica algo interessante: aparentemente a Burkes nunca existiu na Inglaterra, mas parece existir uma universidade com este nome das ilhas Turcas e Caicos, com cursos on-line.

Moody's tira grau de investimento do Brasil

Saiu no G1:

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota do Brasil e tirou o grau de investimento – selo de bom pagador – do país nesta quarta-feira (24), como já era esperado. A nota do país passou de Baa3, o último nível dentro do grau de investimento, para Ba2, que é a categoria de especulação. A agência também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que pode sofrer novo rebaixamento.

Em nota, a Moody's afirma que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de que a dívida do governo ultrapasse 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos. A agência também aponta a "dinâmica política desafiadora" vai continuar a complicar os esforços de consolidação fiscal e atrasar as reformas estruturais.

"A perspectiva negativa reflete a visão de que os riscos são de uma consolidação e uma recuperação ainda mais lentas, ou de que surjam mais choques, o que cria incertezas em relação à magnitude da deterioração do perfil de crédito do Brasil".

Entre as três grandes agência internacionais, apenas a Moody's mantinha o Brasil com grau de investimento. No dia 9 de dezembro, entretanto, a agência colocou a nota do país em revisão para possível rebaixamento, indicando que ela poderia ser reduzida em breve.

A primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil foi a Standard and Poor's (S&P), em setembro do ano passado. Em dezembro, foi a vez da Fitch, que ao mesmo tempo colocou a nota do país em perspectiva negativa, indicando que ela pode voltar a ser rebaixada.

Como principal motivo para a retirada do grau de investimento do país, as agências apontam a deterioração das contas públicas, o aumento do endividamento público e a preocupação com a retomada do crescimento da economia.

No mercado financeiro, a nota de um país funciona como um "certificado de segurança" que as agências de classificação dão a países que elas consideram com baixo risco de calotes a investidores.

Leia mais: Aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

23 fevereiro 2016

Links

Com deve ser a aparência do homem ideal? Depende do país. (foto)

(E Aqui a mulher ideal)

Conferência sobre fabricação de dados em pesquisa

Venezuela precisa do petróleo em US$200 para equilibrar o orçamento

Tecnologia primitiva: vivendo como homem da idade da pedra (vídeo)

Projeto de uma máquina de passar roupa 

PwC tem vitória parcial no caso Petrobras

Segundo o jornal O Estado de S Paulo, a empresa de auditoria PwC, que auditava as demonstrações da Petrobras, obteve uma vitória e uma derrota na corte dos EUA que está julgando a ação contra a empresa. Segundo o juiz Jed Rakoff a empresa de auditoria não sabia do esquema de corrupção e agiu rápido quando tomou conhecimento.

"A PwC ao invés de ignorar sinais de fraude tomou medidas apropriadas ao saber das evidências de irregularidades diretamente ligadas à Petrobrás", afirma Rakoff em sua decisão. O juiz cita que a Price recusou a assinar o balanço da Petrobrás do terceiro trimestre de 2014, agindo "assim que foi confrontada com indicações de fraude".

Já os advogados dos fundos afirmaram nas acusações contra a firma de auditoria que a Price fez vista grossa ao esquema de corrupção e que até "um auditor júnior" teria visto a "bandeira vermelha" na Petrobrás. Para os fundos, a PwC "sabia ou, no mínimo, foi imprudente em não saber" que os ativos da Petrobrás foram altamente inflados e a "empresa estava podre até o seu núcleo", argumento que o juiz não concorda.


Segundo informa o Estado, o juiz considera que a PwC não sabia da corrupção. Esta foi a vitória da PwC.

A derrota da PwC ocorreu num pedido da empresa de auditoria que seu relatório são opiniões e não fatos.


Rakoff não concorda com os argumentos da PwC e avalia que opiniões de firmas de auditorias são, sim, fatos. "Uma estimativa baseada em fatos é diferente de uma opinião subjetiva", escreve o juiz, ressaltando que as análises dos auditores são feitas com base em números e demonstrações financeiras. Para o juiz, uma inferência possível é concluir que as opiniões da Price foram baseadas em evidências que eram falsas ou não verdadeiras.

Contabilidade em Igrejas

Andrea Freire fez uma dissertação muito interessante sobre a contabilidade na igreja católica, sob orientação da professora Renata Câmara.

Este estudo aborda a temática relacionada ao Terceiro Setor, tendo como objetivo principal analisar se as prestações de contas apresentadas pelas paróquias da Arquidiocese de Natal/RN estão estruturadas de acordo com a Interpretação Técnica Geral – ITG 2000 (R1) – Escrituração contábil – e segundo a nomenclatura utilizada pela matriz Diocesana, buscando dar destaque à base que alicerça o tema de potencial relevância no contexto acadêmico, organizacional e social, a escrituração contábil, especificadamente, das entidades sem fins lucrativos. (...) Foi utilizado o site da Arquidiocese de Natal/RN e realizou-se visita in loco ao departamento de contabilidade da Cúria Metropolitana para obter as informações das organizações religiosas que nortearam os resultados deste estudo. Os dados coletados dos 174 demonstrativos de prestação de contas, sendo 87 do mês de janeiro de 2013 e 87 do mês de janeiro de 2014, foram tabulados utilizando o software Excel. Os resultados apontam que a forma como a escrituração foi realizada no período analisado demonstra que os responsáveis pela escrituração auxiliar não seguem as exigências estabelecidas na ITG 2000 (R1) – escrituração contábil –, os registros foram lançados sem atender à maioria dos critérios e procedimentos estabelecidos para a escrituração contábil. Quanto à análise da uniformidade da nomenclatura utilizada, pode-se afirmar que as paróquias da Arquidiocese de Natal fazem uso de alguns nomes comuns para as contas representativas de origem de recursos, entretanto a nomenclatura adotada para registrar as despesas apresentou-se muito diferente da constante no plano de contas da matriz.

Via Varejo

O gráfico (via Valor Data) mostra a queda no preço da Via Varejo após o comunicado da CVM no dia 17 determinando que a Via Varejo refaça e republique as demonstrações contábeis de 2013 e 2014, assim como os dados trimestrais.

A notícia apareceu na imprensa somente ontem. Na página principal da CVM nada é comentado. E na página da empresa (RI) também nenhum comentário:

Mercado Fechado da Economia

Recebi por e-mail o artigo de Frederico Fubini de um leitor do blog. O texto é do início do ano, mas ainda vale a leitura. Fubini fala da inércia entre os autores mais lidos da área de economia:

comparei os "rankings" de Dezembro de 2006 e de Setembro de 2015 para perceber se o índice RePEc tinha evoluído de acordo com a realidade económica.

Isso não aconteceu. Apesar das profundas – e, em grande medida, imprevistas – dificuldades económicas e financeiras da década decorrida, a influência intelectual de quem sustentava as teorias mais afectadas pela crise manteve-se intacta.

Após uma sucessão de estoiros de bolhas de crédito representando vários biliões de dólares, seria de nos questionarmos sobre o que sucederia à visão de Robert Lucas de que as expectativas racionais permitem que "agentes" calculem na perfeição a forma de maximizar a utilidade económica. Também poderíamos reconsiderar a hipótese dos mercados eficientes, de Eugene Fama, segundo a qual os preços dos activos financeiros reflectem sempre toda a informação disponível sobre os fundamentais económicos.

Mas parece que os economistas não se questionam sobre estes assuntos. Com efeito, tanto Lucas como Fama subiram nos "rankings" do RePEc no período que analisei, do 30.º para o 9.º lugar e da 23.ª para a 17.ª posição, respectivamente. E a persistência dos que estão no topo é impressionante, de uma forma geral. De entre os 10 primeiros economistas da lista, em Setembro de 2015, seis deles já lá constavam em Dezembro de 2006 e havia dois que ocupavam as 11.ª e 13.ª posições

A mobilidade nos "rankings" do RePEc continua a ser ténue mesmo ampliando a amostra. A título de exemplo, dos economistas no top 100 em Setembro de 2015, apenas 14 não figuravam no top 5% dos economistas em 2006 (leque muito mais largo) e somente dois tinham avançado mais de 200 lugares ao longo da década anterior. Entre os economistas recentemente classificados entre as 101.ª e 200.ª posições, apenas 24 não constavam do top 5% em 2006 e apenas 10 tinham subido mais de 200 lugares. A taxa de renovação entre os 200 economistas mais influentes foi de apenas 25% - e apenas de 16% no top 100 - durante uma década em que o poder explicativo da teoria económica predominante se viu seriamente afectado.

O aspecto mais impressionante está na diferença entre o ritmo de mudança no "ranking" dos economistas e da própria economia. As barreiras à entrada no clube das 10 pessoas mais ricas do planeta ou nas 10 empresas mais valiosas do mundo parecem ser muito menores do que as barreiras à entrada na lista dos 10 principais economistas. Segundo a Forbes, apenas dois dos 10 indivíduos mais ricos do mundo em 2015 (Bill Gates e Warren Buffett) estavam no top 10 em 2006. E apenas três empresas – ExxonMobil, General Electric e Microsoft – constavam do top 10, em termos de capitalização de mercado, tanto em 2006 como em 2015.

Em contrapartida, no "ranking" dos economistas, os critérios tais como o sexo ou a origem geográfica confirmam uma inércia generalizada. Apenas quatro mulheres figuravam no top 200 do "ranking" do RePEc em Setembro de 2015, em comparação com três em Dezembro de 2006, e duas estavam incluídas em ambas as listas. Da mesma forma, os países emergentes – que representam mais de 90% da população mundial, 75% do crescimento do PIB global na última década e quase 50% do rendimento total em dólares correntes – estavam presentes em apenas 11 posições do top 200 dos economistas em Setembro de 2015, contra 10 em Dezembro de 2006. E 10 desses 11 – três iranianos, quatro indianos, dois turcos e um chinês – vivem e trabalham nos Estados Unidos ou no Reino Unido desde os seus tempos de estudante.

Os restantes economistas do top 200 do "ranking" do RePEc são geralmente homens, caucasianos, e com 60 anos ou mais – uma idade superior em quase três décadas à idade em que um cientista ou economista tende a ser mais inovador, de acordo com um estudo do economista Benjamin Jones. Nenhum indivíduo negro (norte-americano ou de outra nacionalidade) consta do top 200.

Será de surpreender que, mesmo após uma Grande Recessão que lançou sérias dúvidas sobre as teorias do mercado racional tão dominantes há uma década, as melhores posições nos "rankings" da investigação económica se mantenham praticamente inalteradas? Afinal de contas, muitos destes académicos deram contributos enormes – e duradouros – para a nossa forma de entender como funcionam os mercados e as sociedades. E as ideias tendem a avançar e a retroceder lentamente, como os glaciares – e não rapidamente, como os exércitos.

Rir é o melhor remédio


22 fevereiro 2016

BTG Pactual

Em janeiro, o banco BTG Pactual divulgou os números das demonstrações contábeis, sem o parecer de auditoria. Os números eram incompletos e não contemplavam toda a situação da entidade. O blog considerou o assunto o fato da semana em razão do inusitado.

O Valor Econômico informa que os números divulgados há um mês foram confirmados nas demonstrações colocadas no endereço da CVM. Mas que o relatório de auditoria ainda não constava do endereço.

Links

Tempo para fazer a previsão e índice de acerto

Futuro do emprego e impacto sobre a contabilidade (notícia ruim: contabilidade deve sofrer muito com a tecnologia)

Vídeo de Taiwan ridiculariza as Olimpíadas do Rio

Efeitos visuais de Deadpool (antes e depois) 

25 anos do CCA na Universidade de Brasília

Se você fez parte do curso de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, ou se quer dar uma espiada nesses 25 anos do departamento de Ciências Contábeis, entre no grupo do Facebook. Ele está sendo organizado pelo Neander Nazário e pela professora Fernanda Fernandes.

Compartilhe a foto do seu trote, da sua colação ou de um momento legal com a sua turma, os professores ou servidores. A intenção é fazer um mural na FACE e colocar no site do departamento para compartilhar a história do curso.

Parabéns a todos que fazem parte desta história.

Em tempo:
Não é 25 anos do curso, mas do departamento, o CCA. O curso antes pertencia ao departamento de administração.