Translate

29 agosto 2012

Exu tranca-tese

Estou com uma cefaleia há vários dias, então a Polyana (após eu ter pedido pra ela trazer uma garrafada pra mim do Mercado Ver-o-Peso, em Belém, onde ela está no Congresso Brasileiro de Contabilidade) me falou brincando que pode ser o Exu Tranca-Tese atrasado. Eu não entendi e fui procurar no Google... Risos. Eu não conhecia, e você?

Do blog Dando um Vasari:

“Hoje, as 12h30, no meio de um jogo de paciência enrolativo, recebi por email o texto abaixo de meu amigo Edson Silva, do Recife, que acabou de acabar de passar por isso. Não sei quem é o autor da coisa, mas com certeza merece nossos parabéns!

[...] Você está na reta final da sua tese, dissertação ou monografia? Leia!!!Se não está, guarde, que poderá vir a ser útil.
Você sente que existe uma força misteriosa que tira seu ânimo? Faz seu orientador adoecer ou sumir do mapa inexplicavelmente? Seu computador quebra ou é roubado com todos os seus dados e análises?
Lamento ser o portador dessa má notícia, mas... VOCÊ TEM UM EXU TRANCA TESE NA SUA VIDA!!!


Pode isso? A criatividade está rolando em excesso por aí - para assuntos que não envolvem pesquisa. Para ler mais clique aqui. Espero que eu não esteja passando por isso, ou vocês, com ou sem atraso! ^.^

Em tempo:
Aqui tem uma oração. Vai que...

28 agosto 2012

Rir é o melhor remédio




Fonte: Aqui

Teste 580

Esta personalidade foi um esportista famoso e também atuou em alguns filmes. Mas envolvido em encrencas, não paga o imposto de renda desde 2008: sua dívida é de 180 mil dólares.

Arnold Schwarzenegger
O J Simpson
Paul Breitner

Resposta do Anterior: Shell; Nintendo; Kodak; IBM; Mozilla; Cannon. Fonte: aqui
Dica de Eric Adrian, grato.

Deloitte e o Irã 3

Anteriormente informamos aos leitores sobre a investigação de lavagem de dinheiro iraniano pelo Standard Chartered e a acusação de que a empresa de auditoria Deloitte tenha ajudado a instituição financeira no esquema.

Um texto do The Telegraph chama atenção para o suicídio de Daniel Pirron, partner do escritório de Nova Iorque da empresa de auditoria. Um fato muito lamentável. O irmão de Pirron, falando sobre o trágico acontecimento, disse que acredita que exista uma conexão entre o caso e a atitude de Daniel. A empresa nega existir uma relação entre os dois acontecimentos, informando que Pirron não trabalhava para o Chartered.

A polícia está investigando. Ao mesmo tempo, a família de Pirron contratou um advogado para liberar o computador, que tecnicamente é da empresa. A notícia não teve destaque na imprensa dos EUA.

Armadilha da mente 3



Alguns especialistas acreditam que armadilhas que soam comuns aos investidores de mercados mais desenvolvidos devem ser vistas com cautela quando o assunto são os maus hábitos dos brasileiros. A avaliação é que, em matéria de investimentos, nossos pecados - assim como nossos mercados - estariam um passo atrás dos americanos e europeus. Eduardo Glitz, diretor de operações da XP Investimentos, avalia que alguns dos embustes que o investidor impõe a ele mesmo no momento de tomar uma decisão atingem mais as pessoas já acostumadas a operar, por exemplo, via 'home broker' - parcela ínfima no mercado local.

A maior parte da população, diz ele, ainda não sabe o que fazer com o próprio dinheiro, teme a indústria de investimentos e não se sente à vontade em lidar com isso. "Por conta disso tudo, essas pessoas acabam delegando suas decisões ao gerente do banco, que têm que bater metas e está longe de ter seus interesses alinhados ao cliente."

Segundo Glitz, ao investidor local faltam características mais prosaicas, como disciplina para abdicar dos apelos fáceis do consumo e disposição para comparar produtos e rentabilidades, da mesma forma que ele se dispõe a comparar carros, casas ou marcas de sabão em pó. "A pessoa coloca dinheiro em qualquer produto e não dá atenção a custos e rentabilidades. O que parece ser uma bobagem, como uma economia de 0,1% ao mês, durante 20 anos equivale a 100% a mais."

Gilberto Poso, superintendente-executivo de gestão de patrimônio do HSBC, também acha que em alguns pontos ainda estamos um tanto distantes das questões que preocupam investidores de mercados mais avançados. Como exemplo, ele diz que não vê como um problema a informação em excesso. "Uma minoria sofre desse mal. Na verdade, o investidor brasileiro é movido por um nível de informação superficial", diz. "Todo mundo sabe discutir sobre Petrobras e Vale, mas quando a questão são empresas sobre as quais é preciso cavar mais para obter informações é difícil encontrar alguém que se disponha a isso", complementa.
Para Poso, o que mais afeta o investidor local é a angústia de não saber lidar com objetivos e prazos, o que acaba tendo impacto sobre as operações mais arriscadas e levando as pessoas a tomar decisões equivocadas. "O fato é que a instabilidade traz um desconforto gigante."

Para aquele que está começando no mundo dos investimentos, Philipe Biolchini, sócio da First Value, recomenda paciência e humildade. Ter um julgamento isento do que são erros e acertos só é possível com a vivência. Enquanto ela não vem, a dica é diversificar as aplicações e investir em empresas pouco endividadas e com lucro. "O investidor deve montar uma estratégia para não perder, depois ele pensa em como ganhar", diz.

Jurandir Macedo, professor e consultor do Itaú Unibanco, destaca que é preciso investir sempre e com um horizonte maior de tempo. "Na bolsa, em especial, só há criação de valor no longo prazo, porque a companhia vai ter dinheiro e tempo para produzir."

O cenário de juro mais baixo, porém, deve levar os investidores a agir de modo diferente - e com mais sofisticação tanto nos acertos quanto nos erros. Logo, prestar atenção ao problema desde já pode ser um atalho para o sucesso. 

Brasileiro tem de evitar outros 'maus hábitos' - Por De São Paulo - Valor Econômico - 27 de Agosto de 2012

Discordo bastante do texto acima. Acredito que o que foi considerado característica do investidor brasileiro é mais um juízo de valor, que pode - em vários dos casos apresentados - ser considerado válido para qualquer tipo de investidor. As pesquisas têm mostrado que o investidor brasileiro não difere muito de outros países.

Armadilha da Mente 2

Além do apego às projeções e ao acúmulo de informações, a crença exacerbada no que dizem os executivos das empresas também faz parte da lista de armadilhas sedutoras com grande potencial de induzir o investidor ao erro. 

Na visão de um dos principais estrategistas da atualidade a usar as finanças comportamentais em suas teses de investimento, o gestor James Montier, muitos investidores profissionais acham que o acesso a pessoas que ocupam posições importantes nas companhias é uma vantagem competitiva, mas se esquecem de que esses executivos sofrem dos mesmos vieses de comportamento: excesso de otimismo e autoconfiança. Além disso, lembra Philipe Biolchini, sócio da First Value Capital, as pessoas tendem a ouvir apenas o que combina com a sua própria tese de investimento, um fenômeno chamado de viés de confirmação. 

 Outra armadilha em que o investidor acaba se enredando sem refletir a respeito é a sua disposição para acreditar. "A sedução por histórias bem contadas, que capturem corações e mentes, é muito forte. Isso ocorre principalmente nas aberturas de capital na bolsa", diz o superintendente-executivo de gestão de patrimônio do HSBC, Gilberto Poso. Para ele, é legítimo, por parte da empresa interessada em achar um sócio, buscar contar uma boa história. Separar o joio do trigo é que é a grande questão e, para isso, diz Poso, o investidor deve buscar saber se a empresa tem um passado concreto, com vendas reais, ou se tudo é feito com base em expectativas. 

 Na bolha da internet, no início de 2000, lembra Poso, "vendiam-se expectativas aos montes e deu no que deu". Para evitar erros como esse, o investidor precisa ter cuidado com modismos e, conforme destaca Biolchini, sair da comodidade e fazer sua própria análise. 

 Tomar decisões em grupo, inclusive, é outro erro apontado por Montier no seu estudo. Para ele, os grupos amplificam, em vez de minimizar, os problemas na tomada de decisão. Poso, do HSBC, destaca que as pessoas têm sempre a necessidade de seguir o outro. "Isso reflete o medo de ter uma opinião isolada porque, até que ela se prove correta, você vai ser questionado mil vezes e pode ser ridicularizado." Mas, Biolchini, da First Value, lembra que muitos dos ganhos vêm justamente de apostas contrárias. 

 Humildade é outra característica fundamental para evitar tropeços. Quem acha que é mais inteligente que os outros, que vai bater o mercado, sofre do que Montier qualifica de 'inveja' e, mais uma vez, de excesso de otimismo e autoconfiança. Mas isso é bastante comum. Jurandir Sell Macedo, consultor do Itaú Unibanco, elenca vários exemplos de golpes no mercado, da pirâmide financeira montada pelo ex-presidente da Nasdaq, Bernard Madoff, nos Estados Unidos, aos investimentos em boi gordo e avestruz, no Brasil. 

 Por último, mas não menos importante, o investidor tem de superar o olhar de curto prazo para não ficar sujeito ao excesso de operações. Para Montier, isso não é investimento, mas pura especulação, além de onerar o bolso.

Otimismo, credulidade e efeito manada machucam o bolso - 27 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Flavia Lima e Alessandra Bellotto | De São Paulo

Armadilha da mente

No cenário atual de juro mais baixo, o investidor disposto a se arriscar um pouco mais em busca de retornos diferenciados, principalmente na bolsa, deve ficar atento para não cair em armadilhas pregadas pelo seu pior inimigo: ele mesmo, conforme já disse o influente investidor americano Benjamin Graham. Afinal, há evidências de que os indivíduos agem de forma irracional com certa frequência quando o assunto é dinheiro. E se os novos tempos levam esse aplicador a correr um pouco mais de risco, o cuidado merece ser dobrado.

Conforme evidenciaram trabalhos acadêmicos ainda das décadas de 70 e 80 de dois psicólogos experimentais, Amos Tversky (morto em 1996) e Daniel Kahneman - ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2002 -, as pessoas usam "regras de bolso" para simplificar a tomada de decisões em situações de incerteza, o que acaba gerando vieses de comportamento que levam a erros sistemáticos e previsíveis.

Para os adeptos das finanças comportamentais, contudo, se o investidor conseguir reconhecer algumas armadilhas da mente poderá adotar estratégias para lidar com elas e, assim, aumentar suas chances de sucesso. "Não há um antídoto para os vieses de comportamento, mas dá para criar um processo de investimento que busque blindar tais armadilhas", afirma Philipe Biolchini, um dos sócios-fundadores da First Value Capital, gestora que adota conceitos de psicologia na hora de escolher ativos.

Jurandir Sell Macedo, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor do Itaú Unibanco, lembra que a mente humana trabalha com dois sistemas, conforme modelo apresentado no livro "Rápido e Devagar, Duas Formas de Pensar", mais recente obra de Kahneman. Para que a racionalidade prevaleça, o sistema 2 - que é devagar, porém mais lógico e deliberativo - precisa agir. Contudo, mostrou Kahneman, o indivíduo está sempre exposto a influências que podem minar sua capacidade de julgar e agir com clareza. É aí que entra em ação o sistema 1, rápido e intuitivo, porém mais suscetível a erros.

James Montier, que integra a safra jovem de gestores notórios que exploram os vieses de comportamento em suas análises nos Estados Unidos, elencou os sete pecados mais comuns verificados no processo de investimento em relatório de estratégia de ações quando ainda estava na Dresdner Kleinwort Wasserstein, em 2005. Hoje, com pouco mais de 40 anos, é membro do comitê de alocação de ativos da GMO - gestora adepta do investimento em valor com mais de US$ 100 bilhões em ativos -, e sua paixão pelas finanças comportamentais continua.

Trazer as projeções de ativos para o centro da estratégia de investimento aparece entre os primeiros erros identificados por Montier. Para ele, elas são pouco confiáveis e, em geral, carregadas de otimismo e autoconfiança. A crença nas projeções, segundo especialistas, pode ser explicada por um fenômeno conhecido como 'ancoragem', caracterizado pela necessidade do indivíduo de se agarrar a um número diante da incerteza. Para Macedo, do Itaú Unibanco, a projeção vale apenas como uma ferramenta para imaginar situações extremas e traçar um plano de ação.

Biolchini, da First Value, acredita que não há porque gastar tempo tentando prever o futuro, que é incerto por natureza. "O bom investidor faz análise, mas isso não tem nada a ver com projeção." Esse é um pecado que pode custar caro, como tem acontecido com investidores de empresas pré-operacionais do setor de petróleo, diz. "Muitos estão frustrados porque colocaram o foco nas projeções." A dica dele é buscar dados concretos, como o desempenho da empresa nos últimos anos, do setor em que atua e de concorrentes.

Outra armadilha que Montier chamou de 'ilusão do conhecimento' é a disposição do investidor em acreditar que, quanto mais informação, melhor será a performance do investimento. Essa crença, segundo ele, funcionaria se os mercados fossem eficientes, o que não é verdade. E a psicologia já mostrou que há limites cognitivos na capacidade de lidar com informações.

Quem tem gula não necessariamente sente o prazer do alimento, brinca Macedo. E qualidade, em investimento, não está associada à quantidade de informações, acrescenta Biolchini. O investidor, apontam os especialistas, deve se concentrar em dados que realmente são relevantes, como resultados das empresa, endividamento e preço.


Armadilhas da mente - 27 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Alessandra Bellotto e Flavia Lima | De São Paulo

Cartão x Dinheiro


Avanço de cartões esbarra em apreço por dinheiro vivo
Autor: Por Felipe Marques De São Paulo
Valor Econômico - 22/08/2012

A missão de garantir que o dinheiro chegue aos bolsos dos brasileiros sem nenhuma imperfeição está sob os olhos treinados de 63 mulheres. Elas formam a seção de crítica da Casa da Moeda do Brasil e passam 24 horas dedicadas ao escrutínio minucioso das cédulas, em busca das mais diminutas falhas. "As mulheres têm um poder de concentração maior e mais acuidade visual", diz Edmundo Viana da Cruz, superintendente-adjunto do departamento de cédulas, da Casa da Moeda. Os defeitos mais comuns são borrões, erros de enquadramento e outras falhas de impressão.

A seção de crítica atesta que, por mais que avance a tecnologia, na linha de produção do dinheiro brasileiro ainda há espaço para uma etapa quase artesanal. Não é só na fabricação das cédulas, porém, que a tradição se mescla a elementos de ponta. Uma combinação semelhante compõe a dinâmica dos meios de pagamento.

Enquanto os cartões de crédito ou débito ocupam hoje o espaço que já pertenceu aos cheques na carteira do brasileiro, o dinheiro "em espécie" segue bem à frente do dinheiro de plástico como preferência nacional na hora de pagar as compras. Hoje, circulam no Brasil cerca de 4,6 bilhões de notas e 19,6 bilhões de moedas.

Isso não quer dizer que os cartões não venham ganhando espaço nos últimos anos. Em dezembro de 2011, 29,8% das vendas do comércio foram pagas com cartões. Em janeiro de 2004, a fatia era de 16,5%. Os cálculos foram feitos pela Tendências Consultoria, em estudo encomendado pela bandeira Visa, e mostram a relação entre as vendas feitas em cartões com as vendas totais do comércio.

Um levantamento feito pelo Banco Central no ano passado, com base em dados de 2010, confirma o avanço dos cartões nos últimos anos, mas mostra ainda a liderança folgada do dinheiro. O BC calcula que, em 2010, o gasto médio mensal da população com pagamentos de contas e compras de produtos ficou em R$ 807,93. Dessa cifra, 59% foi pago em dinheiro, 36% em cartões e 2% em cheque. Em 2007, o gasto médio de R$ 577 era pago 77% em dinheiro, 19% com cartões e 2% com cheque.



"A participação absoluta de cartões é muito pequena, ainda há espaço para migração para cartões", diz Ruben Osta, diretor-geral da Visa. Segundo ele, indicadores semelhantes de uso dos plásticos nos Estados Unidos e Canadá estão próximos de 60%. "Nosso concorrente principal é o dinheiro."

Mesmo com o ganho progressivo de participação dos cartões como forma de pagamento, em termos absolutos o dinheiro "vivo" em circulação deve crescer nos próximos anos. Antes de 1994, a proporção do meio circulante (moedas e cédulas) em relação ao PIB era 0,8%. Hoje, o percentual está em 4%. O Banco Central espera que a relação chegue a 6% nos próximos dez anos e depois se estabilize, patamar semelhante ao dos Estados Unidos, diz João Sidney de Figueiredo Filho, chefe do departamento do meio circulante do BC.

Dado curioso é que na Europa essa proporção é de 9%, depois de ter avançado em ritmo acelerado nos últimos anos. Isso estaria relacionado à crise econômica do continente, que fortalece a percepção de que cédulas e moedas são uma espécie de porto seguro, avalia Figueiredo.

"Na medida em que as gerações passam, muda o hábito de usar dinheiro", afirma João Pedro Paro, vice-presidente da Mastercard. O avanço dos cartões agora está relacionado à busca de nichos em que possam substituir as formas tradicionais de pagamento, acredita. "Na pessoa jurídica, há espaço para crescer no lugar de pagamentos com boleto", exemplifica.

"A transação eletrônica é mais barata que a manual. Uma migração para cartões pode representar uma economia para o BC", defende Claudio Yamaguti, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Em 2011, a autoridade monetária gastou R$ 790 milhões em manutenção de notas e moedas, para manter um total de R$ 163 bilhões em circulação. Os gastos somam produção, seguro e distribuição do meio circulante.

Se ao gasto do BC forem acrescidos os custos do Banco do Brasil como único custodiante do papel moeda e uma estimativa de gastos dos bancos com distribuição e armazenamento, o custo anual do dinheiro fica em torno de R$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 14,30 por brasileiro). "É barato", diz Figueiredo. "A relação entre o custo de manutenção e o meio circulante tem se mantido estável."

Os defensores dos meios eletrônicos apontam para uma correlação entre o maior uso de cartões e um aumento no tíquete médio de vendas. O estudo feito pela Tendências e pela Visa afirma que, se houver um aumento de 10% na participação dos cartões como meio de pagamento nas vendas do comércio, haverá elevação de 2,8% no valor total das vendas. "É um impacto forte nos tíquetes médios de vendas, que traz um "efeito dominó" no aumento da formalização e da atividade econômica", afirma Andrea Curi, economista da Tendências que conduziu o estudo.

Outra conclusão um tanto óbvia da pesquisa é que os pagamentos com cartões reduzem a sonegação de impostos, pois diminuem a informalidade. Com um avanço de 10% na fatia das vendas pagas com cartões, seriam arrecadados R$ 700 milhões a mais em tributos (PIS/Cofins e ICMS do setor terciário, considerando 2010 como ano-base) do que se os mesmos pagamentos fossem feitos em dinheiro.

Se os cartões custam a avançar sobre o dinheiro, passaram como um rolo compressor sobre o cheque, em especial nas transações de pessoas físicas. Segundo Yamaguti, da Abecs, em 2000, do total de pagamentos não feitos em dinheiro, 71,4% usavam cheque e 28,6% cartões. Uma década depois, o cenário se inverteu, com apenas 14,3% dos pagamentos feitos em cheque e 85,7% em cartões.

27 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Schahin

Um ano depois da venda do banco Schahin para o BMG, começa a vir à tona mais um escândalo no sistema financeiro. O Schahin tinha um rombo de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, resultado de fraudes e outras irregularidades semelhantes às do Panamericano e do Cruzeiro do Sul. O caso está sendo investigado pelo Banco Central, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

O banco pertencia à família Schahin, dona de um tradicional grupo empresarial brasileiro, com atuação em várias áreas e contratos bilionários com a Petrobrás. Era uma instituição de pequeno porte, desconhecida do grande público, com foco em crédito consignado e no financiamento de veículos usados.

Segundo a apuração do BC, a instituição mentia sobre seus números. Inflava os balanços com créditos duvidosos para esconder suas dificuldades e fingir que era saudável. Além disso, concedia empréstimos a empresas do mesmo grupo, o que é proibido.

O balanço fechado em julho de 2011, já após a venda para o BMG, apontou um patrimônio líquido negativo de R$ 1,3 bilhão. Muito diferente dos R$ 229 milhões positivos apresentados ao público em março do mesmo ano, quando a instituição ainda pertencia ao grupo Schahin.

Com esse roteiro, tornou-se a quinta instituição financeira de pequeno e médio porte a quebrar em menos de dois anos no País. As apurações do BC mostraram que ao menos quatro delas eram ninhos de fraudes e outras irregularidades: Panamericano, Morada, Cruzeiro do Sul e o próprio Schahin.

O BC abriu um processo administrativo para apurar as responsabilidades. Os ex-controladores do Schahin apresentaram defesa. Ainda não houve conclusão, mas o BC já fez ao menos duas comunicações ao Ministério Público Federal em São Paulo.

A primeira é de maio. No documento, o BC comunica que seu departamento de supervisão verificou a existência de irregularidades no Schahin. O BC aponta "consistente elevação de resultados mediante operações simuladas, registros de ativos insubsistentes, demonstrações contábeis não fidedignas, abstenção de providência no interesse da instituição financeira e concessão de empréstimo vedado". A documentação foi remetida pelo MP à Polícia Federal.

A segunda comunicação chegou ao MP em 13 de agosto e trata especificamente dos auditores responsáveis pelos balanços do Schahin. Essa mesma correspondência foi enviada pelo BC ao Conselho Federal de Contabilidade, que está apurando o caso.
Os ex-controladores do banco Schahin não quiseram se manifestar. Enviaram uma nota, na qual afirmam que têm divergências "quanto ao entendimento do Banco Central" sobre as operações sob suspeita e desconhecem qualquer apuração do Ministério Público e da PF. Procurados, o BC e o Ministério Público não se pronunciaram.

Por David Friedlander e Leandro Modé - BC e MP investigam fraudes no banco Schahin

Crime e Crise

"Uma série recente de escândalos financeiros revelaram a existência de estreitas conexões entre os maiores institutos bancários mundiais e esse mundo aparentemente subterrâneo feito de criminosos, traficantes de drogas e de armas", escreveu o italiano [Roberto Saviano, de Gomorra, foto ao lado]

Segundo o escritor, "os maiores bancos americanos nos últimos anos foram cada vez com maior frequência avalistas ocultos dos cartéis sul-americanos, lavando dinheiro proveniente do narcotráfico, enquanto na outra parte do globo as organizações comiam literalmente a Grécia e a Espanha."


Crise mundial foi uma benção para os criminosos, diz autor de "Gomorra" - DA ANSA

O reforço dos aeroportos privatizados


O reforço dos aeroportos privatizados
Cristiano Romero
Valor Econômico - 22/08/2012

Os grupos que vão administrar os três aeroportos privatizados reforçaram suas estruturas com empresas de renome internacional e experiência na gestão de grandes aeroportos. As parcerias podem eliminar o temor de setores do governo quanto à capacidade e competência dos consórcios de gerir os terminais de Juscelino Kubitschek (Brasília), Viracopos (Campinas) e Cumbica (Guarulhos). Em tese, com as mudanças, não há por que duvidar da eficácia do modelo de concessão, que vem sendo atacado em Brasília pelas viúvas do estatismo.

Os consórcios que venceram os leilões de privatização, realizados em fevereiro, só divulgarão os nomes dos parceiros contratados no fim do mês, quando efetivamente começarão a administrar os aeroportos. As associações já foram reveladas ao governo, que vinha exigindo, desde o leilão, o reforço dos grupos. "Não se pode fazer um projeto de concessão e depois ir à praia", justifica um assessor com trânsito no Palácio do Planalto.

(...)O resultado dos leilões de concessão frustrou autoridades, entre elas, a presidente Dilma Rousseff, porque entre os grupos ganhadores da disputa não havia projetistas de grande porte nem operadores renomados. Havia, ainda, a desconfiança de que eles não teriam capacidade financeira para assumir os compromissos firmados - um investimento total, durante o prazo de concessão, de R$ 16,1 bilhões nos três aeroportos.

Logo se descobriu que não haveria restrição financeira porque os grupos depositaram as garantias exigidas e, portanto, estavam aptos a participar da empreitada. Como quaisquer empresas que atuam no país, elas têm acesso, a juros favorecidos, aos financiamentos do BNDES. Ademais, por decisão do próprio governo, a Infraero terá participação de 49% no capital das três unidades, sendo responsável, portanto, por quase metade dos recursos a serem investidos.

Boa parte das queixas contra os consórcios vencedores dos leilões foi alimentada por grandes empreiteiras, derrotadas na disputa. A reclamação não deveria repercutir, afinal, o ágio pago pelos ganhadores ficou bem salgado - 348% acima do preço mínimo. Uma crítica possível é a de que o edital não fixou cláusula de barreira que, na prática, impedisse a vitória dos pequenos operadores.

O problema é que a ideia de que o processo foi um fracasso alimentou, nos últimos meses, a fúria de setores importantes do governo contra privatizações e que tais. Desde então, eles vêm atuando nos bastidores para convencer a presidente Dilma a desistir de conceder ao setor privado aeroportos como os do Galeão, no Rio, e de Confins, em Belo Horizonte.

De forma legítima - os editais e leis existentes permitem isso -, entidades oficiais vinham pressionando os consórcios vencedores, desde o resultado dos leilões, a reforçarem suas estruturas de operação e engenharia. O governo cogitou obrigar os grupos, o que foi evitado para evitar contestação judicial. As empresas acabaram reagindo favoravelmente às reivindicações e, hoje, pode-se dizer que estão prontas para ampliar e administrar, com o apoio de firmas de renome mundial, os terminais de JK, Viracopos e Cumbica.