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30 agosto 2011

Negócios de alta frequência e a crise


O aumento dos negócios nos primeiros dez dias de agosto sobre a média de 2011 foi de mais de 80% no volume de ações nos Estados Unidos, mostrando que os operadores de alta frequência foram responsáveis pela maior parte dos negócios do mercado durante a queda, diz Gary Wedbush, vice-presidente executivo e diretor de mercados de capitais da Wedbush Securities. 


Os negócios de alta frequência são uma técnica que se apoia na apresentação rápida e automatizada de ordens de compra e venda, muitas das quais são imediatamente atualizadas ou canceladas, como parte de estratégias como formação de mercado e arbitragem estatística, e táticas baseadas no momento. Eles responderam por cerca de 53% dos negócios no começo do ano, contra 61% em 2009, segundo a Tabb Group, uma consultoria financeira de Nova York. Em 2006 eles foram 26% do mercado, segundo da Tabb. (...)


Os algoritmos, ou estratégias que executam grandes ordens desmembrando-as em grupos pequenos e enviando-os para diferentes bolsas, também usam técnicas de alta frequência. Fundos mútuos, de pensão e hedge empregam os algoritmos elaborados por corretoras para automatizar parte de seus negócios, em vez de apresentar manualmente ordens nos mercados ou recorrer a corretores humanos para comprar ou vende lotes de ações.


Gary Wedbush diz que os profissionais que lançam ordens de compra e venda nas bolsas tornam os negócios mais eficientes e reduzem os custos para os investidores em ações. "A maioria dos operadores de alta frequência está agregando liquidez ao mercado", diz Wedbush. "Os operadores automatizados empregam uma variedade de estratégias que buscam lucrar com a volatilidade de curto prazo de uma ação, mas a maior parte dos operadores de alta frequência está proporcionando liquidez ao estar nos dois lados do mercado, ou fazendo criação/resgate de arbitragem para os operadores de alta frequência." (...)




Negócios de alta frequência triplicam na crise Por Nina Mehta - Valor Econômico - 26 Ago 2011. Sobre o assunto, veja este cartoon:

Caixa forte

As empresas brasileiras nunca tiveram tanto dinheiro em caixa como em junho deste ano [1]. A mais recente turbulência nos mercados pegou as companhias abertas locais com R$ 252 bilhões na conta ou em aplicações de curto prazo. O volume é 43% maior que os R$ 176 bilhões que elas tinham em setembro de 2008, quando estourou a crise financeira internacional.


Os números, compilados em levantamento do Valor, referem-se a um grupo de 253 empresas não financeiras de capital aberto, com dados disponíveis no sistema da Economática desde 2007. Os valores antigos foram corridos pela variação da inflação, no caso o IPCA.


Com recursos à mão deve ser mais fácil a travessia das companhias por esse momento de turbulência nos mercados financeiros [2], principalmente se houver piora das condições econômicas e aperto de crédito. Entre as empresas ouvidas, nenhuma pretende frear, ao menos por enquanto, os projetos de investimento ou aquisição previstos. (...)


No levantamento feito pelo Valor com dados da Economática, as duas maiores empresas do país, Petrobras e Vale, despontam com folga na lista daqueles com mais dinheiro disponível. A petroleira, que tem plano de investimento de US$ 224 bilhões para os próximos cinco anos, tinha R$ 59,7 bilhões em caixa e aplicações financeiras.


A mineradora fechou junho com R$ 21,3 bilhões na conta e depois disso anunciou um programa de recompra de ações de US$ 3 bilhões e alocou a mesma quantia para pagamento adicional de dividendos.

Caixa Forte - Fernando Torres e Marina Falcão - Valor Econômico - 26 Ago 2011

[1] Existe uma tendência de longo prazo nos Estados Unidos em aumentar o volume de recursos em caixa. Parte do aumento poderia ser explicado por esta tendência.

[2] Existem três razões para uma empresa manter volume em caixa: fazer negócios, precaver de evento inesperado ou especular, aproveitando uma oportunidade. Aqui, o motivo precaução.

Corinthians


O Sport Club Corinthians Paulista é o único time de futebol do país a ter um Relatório de Sustentabilidade. E o único no mundo a lançar este documento de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), uma organização não governamental sediada na Holanda, respeitada mundialmente pela elaboração de indicadores de ética e transparência, com foco nas questões financeiras, sociais e ambientais.(...)


O relatório foi divulgado em junho deste ano e corresponde às atividades de 2010, incorporando ainda fatos ocorridos até 30 de abril de 2011. Os dados econômico-financeiros tiveram auditoria da BDO Trevisan e verificação da PriceWaterhouse Coopers. O documento teve ainda o apoio da ReportComunicação, empresa de consultoria especializada em comunicação e sustentabilidade.


"Só corintianos trabalharam no documento. Fizemos um relatório da fiel para a fiel, com uma linguagem simples e acessível", diz o diretor de Finanças do Corinthians, Raul Corrêa da Silva. "Fiel" é o nome dado aos torcedores, que mesmo em períodos de má fase do time nunca deixam de ir aos estádios. Em uma provocação de torcedor, o diretor afirma que a cor verde não foi permitida. Mas nas 68 páginas do relatório, a cor da camisa do Palmeiras, o histórico arqui-rival do Timão, aparece em algumas fotos do gramado e também da fachada arborizada na entrada do clube. Já a tradicional cor verde do selo do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil), indicando que o papel utilizado foi "produzido a partir de fontes responsáveis", deu lugar ao preto. (...)


Corinthians joga pela sustentabilidade - Valor Econômico - 25 Ago 2011


Observe que o relatório não atendeu a neutralidade da informação contábil, já que foi produzido somente por corintianos.

Perdas com Gatos


O desperdício de energia no Brasil começa no caminho entre a fonte de geração e o consumo final. Além das perdas técnicas nas linhas de transmissão, que podem chegar a 10% em regiões nas quais as distâncias de distribuição são maiores, é significativo o prejuízo comercial em função do furto de energia, popularmente conhecido como "gato". Em alguns Estados, como o Amazonas, o problema atinge 40% da energia fornecida. No Sudeste, a média é de 2%, embora no Rio de Janeiro, o consumo irregular atinja 18%. (...)


Em sua análise, "com a prática do furto não há incentivo à eficiência energética, porque o consumo não pesa na conta". Ele adverte que o resto do país acaba pagando a conta, que é cara, da energia indevidamente consumida. No boleto recebido mensalmente pelo consumidor nas demais regiões está embutido um encargo criado pelo governo para compensar os custos das perdas na Região Norte, a mais problemática.

Consumidor paga as perdas com "gatos" - Sergio Adeodato - Valor Econômico - 25 Ago 2011

29 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

IR/CSLL sobre variação cambial

O resultado positivo da equivalência patrimonial decorrente de variação cambial em controladas e coligadas no exterior não está sujeito ao pagamento do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). Este foi o entendimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) ao analisar recursos de grandes contribuintes que possuem investimentos em empresas estrangeiras. A equivalência patrimonial é um método contábil utilizado para atualizar o valor da participação societária da investidora no patrimônio da empresa. Em pelo menos cinco decisões recentes, a Corte administrativa do Ministério da Fazenda entendeu que a variação cambial não é lucro. Dessa forma, não poderia haver tributação.

Por unanimidade, a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também considerou a cobrança ilegal ao analisar o recurso da empresa Beckmann Pinto Administração de Bens e Participações contra a Fazenda Nacional, em abril. No Carf, tramitam atualmente cerca de 50 ações sobre o tema, cujos valores das autuação ultrapassam os R$ 10 milhões.

Para advogados, os precedentes são importantes porque significam a "correção" de uma norma da própria administração fazendária. Segundo o tributarista Rodrigo Rigo Pinheiro, do Braga e Moreno Consultores Jurídicos e Advogados, pagar impostos sobre variação cambial traria reflexos negativos diretos sobre o planejamento das empresas com investimentos no exterior. O advogado Jimir Doniak Júnior, do Dias de Souza Advogados Associados, tem a mesma opinião. "Pretender tributar a variação de câmbio é onerar um mero registro contábil momentâneo, que provavelmente não irá se concretizar", diz.

De acordo com o procurador-chefe da Fazenda Nacional no Carf, Paulo Riscado, a jurisprudência a favor do contribuinte tem sido firmada por falta de base legal para a cobrança. Isso porque a Medida Provisória nª 2.158-35, de 2001, não prevê a tributação sobre a variação cambial. No entanto, muitas empresas foram autuadas por causa da Instrução Normativa (IN) da Receita Federal nº 213, de 2002, que determinou a apuração de todos os valores relativos ao resultado positivo da equivalência patrimonial. "Como o contribuinte reconhece o lucro e a variação cambial juntos, o fiscal não faz a distinção. É como se ao jogar uma rede ao mar pescássemos o camarão e a baleia. Queremos só o camarão", diz o procurador.

Carf entende que não há lucro na equivalência patrimonial
Bárbara Pombo De São Paulo
17/08/2011 - Valor Econômico

27 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Analista técnico:




Benefícios da Diversificação

Em 1971, o dólar dos EUA foi desvinculado do padrão-ouro. Desde então, o preço do ouro subiu, de forma bastante rápida.. Olhando para o preço bruto de ouro e comparando com o retorno total do mercado de ações dos EUA, você vê que os dois acabam em torno do mesmo lugar: 7,9% para ações, 7,0% para o ouro, até 2010. Mas combinado 50-50, e reponderando a cada ano, geraria um retorno de 8,4% através da menor volatilidade (média geométrica é melhor devido à sua menor volatilidade).

Fonte: aqui

Bamerindus

O antigo Bamerindus renegociou e parcelou com desconto da sua dívida com o Banco Central. A dívida, oriunda de socorro financeiro prestado pela autoridade monetária, caiu de R$ 2,7 bilhões para R$ 2,5 bilhões e será paga em 15 anos. O primeiro dos 180 pagamentos mensais já foi feito no início do mês, no valor de R$ 14,2 milhões.

Exemplo emblemático da crise bancária brasileira da segunda metade da década de 1990, o Bamerindus quebrou em março de 1997, sofreu intervenção do BC e depois entrou num processo de liquidação extrajudicial que dura até hoje.

O acordo de parcelamento foi anunciado ontem pelo diretor de Administração e presidente em exercício do BC, Altamir Lopes, durante a divulgação do balanço da autarquia. A operação, segundo ele, terá impacto redutor de R$ 2 bilhões na dívida líquida do setor público. O montante corresponde ao valor presente do débito renegociado. O impacto fiscal ocorre porque, até então, esse era um ativo “podre” do governo central, que não podia entrar para o cálculo da dívida líquida. Ao deixar de ser “podre” compensará parte da dívida bruta.

No balanço do BC, o efeito será a reversão de provisões, pois o valor devido pelo Bamerindus estava integralmente provisionado. No total, o BC mantinha, em 30 de junho, provisões de R$ 32,1 bilhões para créditos de liquidação duvidosa junto a bancos liquidados, entre eles Nacional e Econômico. A dívida deles com o BC era de R$ 64,3 bilhões, incluída aí a do Bamerindus antes da renegociação.

O acordo foi firmado em 12 de agosto. Por isso, o efeito da reversão de provisões não foi capturado pelo balanço divulgado ontem, referente ao primeiro semestre de 2011. No período, a autoridade monetária registrou lucro de R$ 12,2 bilhões, proporcionado principalmente pelo rendimento de sua carteira de títulos, de emissão do Tesouro Nacional. O resultado será repassado ao próprio Tesouro em alguns dias.

Por outro lado, o Tesouro terá que entregar ao BC cerca de R$ 95,8 bilhões em novos títulos, para ressarci-lo do custo fiscal de carregamento das reservas cambiais apurado neste balanço e no anterior. Só no primeiro semestre, esse custo atingiu R$ 44,5 bilhões. A maior parte, R$ 28,8 bilhões, refere-se à queda do valor das reservas cambiais em moeda nacional, por causa da desvalorização do dólar frente ao real. Mas há também diferencial de taxa de juros, já que as reservas são aplicadas no exterior a juros mais baixos do que o custo pago pelo BC para captar recursos no país. Ignorada a correção cambial, a rentabilidade obtida lá fora foi de 1,55% no semestre. Já o custo médio de captação do BC foi de 4,56%. A diferença representa um custo de R$ 15,7 bilhões, informou Altamir Lopes.

Fonte: Mônica Izaguirre, Valor Economico

Exame de suficiência

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) vem a público comunicar e refutar a notícia veiculada na página eletrônica do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) e no Jornal Popular de Goiânia, de 26/08/2011, de que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) “assegurou o direito dos formandos em Ciências Contábeis obterem registro profissional sem passar por prova do Exame de Suficiência”. Esta informação não guarda qualquer relação com o Exame de Suficiência instituído a partir da publicação da Lei nº 12.249/10.

Trata-se de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal em Goiás, no ano de 2003, quando da vigência da Resolução CFC n.º 853/99. Na ocasião, entendia o Ministério Público, que o Conselho de Contabilidade não poderia instituir o Exame de Suficiência com base em Resolução.

Em junho de 2010, foi publicada a Lei nº 12.249, que atribui ao Conselho Federal de Contabilidade a prerrogativa de regular sobre o Exame de Suficiência como um dos requisitos para obtenção de registro profissional.

Com a edição da Lei nº 12.249, o CFC publicou a Resolução nº 1.301/10, que regulamenta o Exame de Suficiência, revogando a Resolução nº 853/99. Portanto, desde de junho de 2010 a Resolução CFC n.º 853/99 se encontra revogada.

Pelo exposto, o CFC esclarece que a matéria veiculada pelo MPF/GO não desobriga os candidatos a se submeterem ao Exame de Suficiência como condição para obtenção de registro profissional em Conselho Regional de Contabilidade (CRC).

O CFC comunica, ainda, que as provas da segunda edição de 2011 do Exame de Suficiência, marcadas para o dia 25 de setembro próximo, estão mantidas conforme previsto no Edital de convocação, e que a inscrição vai até o dia 31 de agosto de 2011.


Fonte: CFC

26 agosto 2011

Rir é o melhor remédio





Teste 519


Veja a imagem deste anúncio:


“Nos colocamos duas barras em cada pacote. Nos queremos aumentar seu prazer em 200%”. Existe alguma coisa errada?

Resposta do Anterior; Itaipu. Fonte: aqui

Mágica


O texto a seguir é de 4 de agosto, recentemente traduzido para o português e publicado no Valor de 24 de Agosto de 2011.  É fantástico por mostrar a manipulação, pura e simples, de um resultado de uma empresa.

(...) Se você gostou desse exemplo de truque matemático tolo, vai adorar a forma bizarra de medir a rentabilidade inventada pelo Groupon, chamada de "lucro operacional de segmento consolidado ajustado", que em inglês é conhecido com CSOI ajustado. Essa atípica forma de medir exclui a maior parte das despesas operacionais da distribuidora de cupons de desconto pela internet e faz a empresa iniciante, altamente deficitária, parecer que está confortavelmente no azul. (...)


Você teria dificuldades se quisesse encontrar qualquer explanação clara no documento de registro do Groupon sobre por que o CSOI ajustado traria algum tipo de informação útil aos investidores, apesar de as regras da Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) determinarem que as empresas têm a obrigação de explicar. Não é surpresa que, segundo várias notícias na semana passada, a SEC esteja observando de perto as divulgações do Groupon, antes da tão aguardada oferta pública inicial de ações da empresa. (...)


Aqui estão os números oficiais do Groupon. A empresa divulgou prejuízo líquido em 2010 de US$ 413,4 milhões, com receita de US$ 713,4 milhões, sob os Princípios Contábeis Amplamente Aceitos (Gaap). Sob o critério CSOI ajustado, no entanto, obteve lucro de US$ 60,6 milhões. Em carta aos investidores incluída no documento de apresentação da oferta inicial, que foi emendado em 14 de julho, o executivo-chefe da empresa, Andrew Mason, disse que o critério proporciona "visibilidade crucial" sobre a empresa, embora não tenha dito de que forma.


Para chegar a esses números, o Groupon começou com a linha relativa ao resultado operacional Gaap, que mostra prejuízo de US$ 420,3 milhões. A empresa, então, excluiu três categorias de despesas: custos de marketing on-line, também conhecidos como despesas para a conquista de clientes, US$ 241,5 milhões; custos com remuneração em ações, de US$ 36,2 milhões, um item não caixa; e custos não caixa de US$ 203,2 milhões "relacionados a aquisições", após a compra em 2010 de uma empresa similar na Europa.
Da mesma forma, para o primeiro trimestre deste ano, o Groupon divulgou CSOI ajustado de US$ 81,6 milhões; enquanto o resultado operacional mostrou perda de US$ 117,1 milhões e o prejuízo líquido foi de US$ 113,9 milhões Agora, o momento da verdade. Além de exigir conciliação total de contas em relação ao Gaap, as regras de divulgação da SEC para critérios não padronizados solicitam que as empresas forneçam "um comunicado revelando os motivos pelos quais a administração do solicitante do registro acredita que a apresentação de um critério financeiro que não seja o Gaap traz informações úteis aos investidores sobre a condição financeira e resultado das operações do solicitante".


A explicação do Groupon: "Consideramos que o CSOI ajustado é um critério importante para a administração avaliar o desempenho de nossas atividades, porque exclui certas despesas não caixa e despesas opcionais de marketing on-line nas quais se incorre para adquirir novos assinantes."


Até onde posso ver, não há nada aqui ou em qualquer outro lugar na declaração de registro do Groupon que nos explique porque essa aritmética sem sentido é útil para os investidores. Tudo o que a empresa fez foi cuspir de volta a definição de CSOI ajustado e o que ela exclui. O raciocínio da explicação é inteiramente circular.


A falta de clareza é reveladora e não apenas porque o Groupon estava zombando das regras da SEC. Ninguém deveria ver qualquer utilidade nesses números, já que nem o Groupon conseguiu apresentar uma explicação para seu mérito.


Seria preciso ser maluco, por exemplo, para excluir os custos de marketing ao avaliar o desempenho operacional de uma empresa.


O único ponto útil desse critério para os investidores é que pode ajudar os atuais donos da empresa a lançar suas ações para as massas. O CSOI ajustado é um artifício de relações públicas, não uma ferramenta legítima de divulgação de balanços financeiros. Se os chefes do Groupon quisessem continuar usando-o, deveriam descrevê-lo dessa forma. (Tradução de Sabino Ahumada) - Jonathan Weil - Bloomberg News

Oferta e Procura


Um texto sobre o mercado de artes é contrário. Veja o ponto principal:

E os vendedores - colecionadores, investidores e outros negociantes - estavam dispostos a receber 20% menos do que ganhariam apenas duas semanas antes, segundo Edelman. "Acho que há um grande 'fator medo' por aí", diz Edelman, um ex-investidor de Wall Street e fundador da companhia de financiamento de arte Art Assure. "As pessoas estão com medo do que está acontecendo no mundo e querem fazer algum dinheiro com suas obras de arte."


"Sempre que você tem quedas nos preços das ações, há muitas chamadas de margem, e as pessoas buscam qualquer forma de liquidez que elas podem encontrar", diz Brian Jacobsen, principal estrategista de portfólio da Wells Fargo Advantage Funds.


Alguns proprietários de obras de arte tentam vendê-las privadamente para evitar o risco de ter uma obra encalhada em um leilão de arte. Outros estão buscando garantias financeiras de terceiros antes de leiloar peças próprias. Muitos estão usando suas coleções para obter linhas de crédito. 

Derrocada de Wall Street aquece mercado de arte - Por Katya Kazakina (Publicado no Valor Econômico - 24 Ago 2011

Notaram o título do artigo? Se as pessoas estão vendendo, o mercado de artes deveria estar apresentando uma queda de preços, como manda a lei da oferta e procura.

Contador


O texto a seguir é do Wall Street Journal. Trata-se de uma entrevista com o atual presidente da Deloitte. Vejam que interessante:

WSJ: O sr. seguiu um caminho interessante ao topo da Deloitte. O que o atraiu para a contabilidade?


Joe Echevarria: Eu trabalhava em um posto de gasolina no Bronx e tinha alguém lá que era um contador. O que me chamou a atenção foi que eu trabalhava o dia todo para ganhar o salário mínimo da época. O contador visitava o posto uma vez por mês, fazia algumas contas, e saía com muito mais dinheiro do que eu ganhava em uma semana. Não entendia muito de contabilidade, mas entendi que era uma oportunidade de talvez fazer algo diferente e fugir da pobreza em que passei a infância.


WSJ: Como foram os seus primeiros dias na Deloitte?


Echevarria: Depois da faculdade, comecei a trabalhar na Haskins & Sells, a antecessora da Deloitte. Comecei no setor de auditoria. Todas as tarefas eram hierárquicas naquela época, então você tinha que se esforçar para subir. Não vivíamos em um ambiente onde tudo é eletrônico. Tínhamos que trocar correspondência pelo correio, não por um laptop. Então, adivinha quem ficou com a responsabilidade [de cuidar da correspondência]? Não havia um cybercafé em cada esquina.

A origem e partilha dos recursos da Infraero

Por Pedro Correia
No artigo intitulado "As receitas da Infraero são suficientes para garantir aeroportos de boa qualidade?", os autores respondem a seguinte questão:as receitas geradas pela prestação de serviços hoje providos pela Infraero são suficientes para financiar investimentos em serviços aeroportuários de qualidade? A seguir destaco um trecho do estudo:

Há quase cinco anos do “apagão” ocorrido em dezembro de 2006, são reiteradas e duradouras as manifestações para melhoria da prestação dos serviços aeroportuários brasileiros.

Seja por ascensão da chamada “classe C” ao mercado de transporte aéreo, seja por sucateamento da infraestrutura existente ou, mais recentemente, pela demanda de vultosos investimentos em virtude de grandes eventos esportivos (principalmente a Copa do Mundo de 2014), o tema constantemente ocupa a pauta dos noticiários jornalísticos.

De modo geral, em todas as análises empreendidas a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) é percebida como causa central de todos os males apontados. Por isso, diversas soluções vêm sendo apresentadas, sendo a principal delas associada à necessidade de aporte de capitais ao setor, seja por intermédio da abertura de capital da empresa, seja por venda do seu controle acionário, ou, mais recentemente por intermédio de concessões de aeroportos.

Independente de qual venha a ser a solução adotada, será fundamental a geração de receitas para remunerar a empresa prestadora dos serviços e para garantir investimentos em modernização e ampliação de aeroportos. Portanto, há que se responder uma questão central: as receitas geradas pela prestação de serviços hoje providos pela Infraero são suficientes para financiar investimentos em serviços aeroportuários de qualidade?

O que se mostra nesse artigo é:

(a) a Infraero gera um volume significativo de recursos (aproximadamente R$ 10 bilhões no período 2002-2010) que poderiam ser empregados em investimentos e serviços aeroportuários;

(b) esses recursos são, em sua maior parte, transferidos ao Tesouro e ao Comando da Aeronáutica, não revertendo em investimentos no setor;

(c) a Infraero obtém receita mediante a aplicação financeira desses recursos entre o momento da arrecadação e o momento da sua transferência ao Tesouro ou à Aeronáutica, o que gera distorção de foco na gestão da empresa, que passa a se preocupar mais com a gestão desse caixa do que propriamente com os serviços que deve prestar.

Microcrédito

O governo vai privilegiar, na concessão de microcrédito, a partir de hoje, os empréstimo para capital de giro e investimento, em vez do consumo. As operações contarão com uma redução radical das taxas de juros, que passarão de 60% ao ano, como praticadas hoje pelos bancos, a 8% ao ano. Além disso, a taxa de abertura de crédito será cortada de 3% para 1%. Para convencer os bancos a operarem essas linhas, o governo vai colocar à disposição um subsídio de R$ 500 milhões anuais até 2013, que devem compensar a adequação.

O novo pacote de condições para a modalidade de microcrédito faz parte do programa “Crescer- Programa Nacional de Microcrédito”, lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff. Os dispositivos e as condições para acessar os subsídios do Tesouro Nacional estão detalhados em Medida Provisória (MP) que o governo publica hoje no Diário Oficial da União. Os bancos poderão dispor da exigibilidade de 2% dos depósitos à vista deixados compulsoriamente com o Banco Central (BC). O Conselho Monetário Nacional (CMN) divulga hoje a exigibilidade de cada instituição. O limite de empréstimo é de R$ 15 mil.

Fonte:João Villaverde, Valor Economico