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18 fevereiro 2011

A força dos fundos de pensão


A figura mostra a participação dos fundos de pensão na economia de cada país. Enquanto os ativos dos fundos representam mais de cem por cento da economia da Holanda e Suíça, a participação é muito reduzida na França e Alemanha. Os 300 bilhões dos fundos brasileiros fazem com que o país esteja junto com estes países. Ou seja, existe potencial para crescimento dos fundos na nossa economia.

O valor reduzido não é bom nem ruim. Apenas uma característica da nossa economia. Poderia ser maior se a gestão dos fundos fosse mais profissional, e os fundos não fossem chamados, pelo governo, para participar de projetos de baixo retorno.

Efeitos da Basileia III

Até dezembro de 2011, as instituições financeiras terão uma nova definição do capital exigido para fazer frente aos riscos bancários. Segundo o chefe do Departamento de Normas do Banco Central (BC), Sergio Odilon, o conceito de Patrimônio de Referência (PR) será alterado para atender às exigências das regras prudenciais do acordo de Basileia III.

O capital nível 1 que compõe o PR será dividido em capital principal e capital adicional, onde entram dois tipos de “colchões”, poupanças anticrise. Para o capital principal do nível 1 serão considerados apenas ações (capital social) e lucros retidos, excluindo-se os atuais híbridos e dívidas subordinadas, que irão compor o nível 2.

Saem também do capital principal, créditos tributários, ágios, ativos permanentes, relacionados a fundos de pensão, ações em tesouraria, participações de minoritários e em seguradoras não controladas.

Os bancos vão ter que fazer dois colchões: um chamado capital de conservação e outro de capital anticíclico [1]. Ambos serão definidos pelo BC, no futuro. (...)

Hoje, o BC exige que cada banco tenha em capital próprio, um mínimo de 11% do PR. Com a mudança, poderá chegar a 13%. [2] (...) Até dezembro de 2012 será definido o capital de conservação, contracíclico e índices de alavancagem. Até dezembro de 2013 será definido o cálculo do índice de liquidez (LCR). Até dezembro de 2014 o BC divulga metodologia para outra medida de liquidez (NSFR). Até dezembro de 2016, a composição do NSFR. E até julho de 2017, a definição final da composição e do índice de alavancagem, informou o BC.

(Azelma Rodrigues | Valor Econômico - BC mudará cálculo do Patrimônio de Referência dos bancos neste ano - 17/02/2011

[1] Observe que isto está de acordo com a questão apresentada ontem no blog, sobre a provisão dinâmica

[2] Esta medida tem impacto sobre o crédito bancário. E os efeitos sobre a taxa de juros?

O que deve ter uma "conclusão" de um trabalho científico?

A conclusão é a parte mais desprezada de um trabalho científico. Geralmente deixamos para o final, quando já estamos exaustos com a pesquisa. E temos dificuldade em escrevê-la. Existe um pesquisador que afirmou que por ele seus trabalhos nunca teriam o item “conclusão”, pois as mesmas são facilmente obtidas a partir da leitura do texto. Mas ele reconhece que isto tornaria difícil a aprovação do artigo num periódico de renome e por isto ele faz uma conclusão suscinta.

Aqui um roteiro sobre o que deve e o que não deve conter uma conclusão

O que não deve estar na conclusão

1. O objetivo do trabalho – Na realidade o objetivo só deve ser enunciado uma vez. Se o texto é claro, não é necessário repetição.
2. Os resultados do trabalho – Novamente o mesmo do anterior. Os resultados já estão no resumo, na introdução (e isto mesmo) e na análise de dados. Repeti-los na conclusão é considerar o leitor um prejudicado mentalmente.
3. O resumo do trabalho – Parece incrível, mas o resumo do trabalho deve estar numa seção chamada “resumo”.
4. As limitações – as limitações devem estar ao longo do trabalho, sempre que o assunto for abordado. Assim, quando se fala da amostra, as limitações decorrentes da amostra podem ser apresentadas.

Observe que as restrições acima fazem com que a conclusão seja algo realmente reduzido. Um trabalho de oitenta folhas poderia ter uma conclusão de no máximo uma página. Num artigo de vinte páginas, dois ou três parágrafos. Entretanto, isto é controverso. Algumas pessoas acham que a conclusão deve ser mais extensa.

O que pode estar na conclusão do trabalho

1. Uma opinião sincera e honesta sobre os achados – Os achados são relevantes para a ciência? Como podem contribuir para a melhoria do conhecimento científico? Quais os novos rumos das pesquisas futuras? Neste caso, as frases devem estar baseadas nos dados que foram analisados.

2. Sugestões de pesquisas futuras – Decorrentes das dificuldades encontradas, o pesquisador pode sugerir novos rumos a serem investigados.

P.S. Veja este link

Infraero

O texto a seguir mostra uma grande confusão de termos contábeis.

A Infraero aumentou as perdas [1] com a operação de seus 67 aeroportos nos últimos anos, segundo relatório de ontem da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Dados compilados pela agência apontam que, em 2009, as despesas dos aeroportos superaram as receitas em R$ 509 milhões, ano em que houve uma retração do setor, impactado pela crise mundial.

Conforme os critérios da Anac, o valor das perdas [1] é bem superior aos resultados de 2008 (R$ 383 milhões) e 2007 (R$ 346 milhões) [2]. O balanço de 2010 ainda não foi concluído pelo órgão [3].

Entre os principais aeroportos do país, Cumbica (em Guarulhos, na Grande São Paulo) ajudou a puxar o resultado para cima, com ganhos [4] de R$ 143 milhões.

Mas o bom desempenho de Cumbica não conseguiu compensar as perdas [1] do Galeão (R$ 146,3 milhões), maior aeroporto do Rio.

Ainda entre os maiores, Congonhas também deu resultado positivo (R$ 8,59 milhões), mas Brasília, que vem se posicionando sempre entre os quatro primeiros em número de passageiros, perdeu R$ 12,2 milhões.

O relatório da Anac, que busca avaliar a produtividade do setor, integra um programa de modernização da regulação dos custos de operação e das tarifas aeroportuárias [5]. O governo também vem discutindo a possibilidade de privatizar parte dos aeroportos.

Perda com aeroportos no Brasil chega a R$ 509 milhões - JOSÉ ERNESTO CREDENDIO - Folha de São Paulo

[1] Prejuízo?
[2] Ou seja, o prejuízo é estrutural.
[3] Observe que estamos em 2011 e o texto fala de 2009.
[4] Lucro?
[5] O texto é favorável a empresa

Hollywood depende do Exterior

O verdadeiro valor de um filme já não é decidida pela multidão que se reúne no Teatro Kodak, ou mesmo, por qualquer americano. É decidido pelos jovens em países como Rússia, China e Brasil.

A crescente onda estrangeira levantou filmes que foram praticamente nulos na América, como "Prince of Pérsia" e "As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada". Apesar estrelando pelo popular Jack Black, "As Viagens de Gulliver" teve uma temporada decepcionante na América do Norte, tendo $ 42 milhões nas bilheterias até agora. Mas a participação mais forte na Rússia e Coréia do Sul ajudaram a chegar a quase US $ 150 milhões em vendas em outros lugares. Como resultado deve ter lucro, diz John Davis, produtor do filme.

Bigger abroad - The Economist - 17 fev 2011


17 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste 433

As companhias aéreas Varig, Vasp e Transbrasil já foram as maiores do setor. Agora, falidas, devem a União, ao INSS e a Receita Federal, além dos fornecedores e funcionários. Um cálculo usando dados da Justiça mostrou que o total das dívidas destas empresas é de:

Acima de 5 bilhões e abaixo dos 10 bilhões
Acima de 10 bilhões e abaixo dos 20 bilhões
Acima de 20 bilhões

Resposta do Anterior: Equador. Fonte: Ecuador Judge Orders Chevron to Pay $9 Billion

Por que este blog decidiu postar sobre a capa da Sports Illustrated?

Este é um blog de contabilidade. Então, por que postar sobre a capa da ultima edição da revista Sports Illustrated?

Uma razão básica para não fazê-lo: a correlação entre a capa e o mercado é uma correlação espúria. Ou seja, decorre de um acaso, não de um fato científico. Isto foi alertado pelo comentário do professor Jomar. E ele tem razão.

Mas temos três fortes motivos para postar sobre este fato. Em primeiro lugar, a possibilidade de fazermos uma pesquisa e encontrarmos uma correlação espúria é muito grande. Além disto, isto alerta-nos para a necessidade de ter uma teoria para explicar nossos testes estatísticos.

Em segundo lugar, o mundo de negócios realmente discute a capa da revista. Seja por diversão ou por achar que é um assunto que merece ser discutido.

Finalmente, tratar de contabilidade não significa que devamos ser restritos com o que ocorre no mundo. E, convenhamos, foi uma postagem muito bonita.

Panamericano

Muitas notícias sobre o Banco Panamericano. Vamos por partes, então:

1. Basileia – Com o prejuízo de 4,3 bilhões de reais, o banco encerrou o exercício com um índice de Basileia negativo em 5,74%. O mínimo é de 11%. Um índice reduzido limita a capacidade de empréstimo da instituição financeira. Para resolver o problema, os novos sócios irão aumentar o capital. Como a Caixa é um banco público, isto significa dinheiro nosso. A previsão é um aporte de capital que pode chegar a 10 bilhões, somente na parte da Caixa. Ou seja, módicos R$40 por brasileiro. É interessante que o aporte do BTG poderá ser de até 4 bilhões de reais, bem menor que o valor da Caixa.

2. Publicação das Demonstrações contábeis – As demonstrações foram publicadas na “calada da noite”. Mais precisamente, as 23:58 do dia 15 de fevereiro. É bem verdade que a instituição cumpriu o comunicado ao mercado de início de fevereiro. Um dos problemas é que as demonstrações não estão de acordo com as IFRS. E agora CVM?

3. Comparação – A instituição afirmou que as demonstrações estarão sujeitas a limitações na comparação com os períodos anteriores. Mesmo o resultado apresentado deve ser visto com ressalvas, já que o diretor superintendente afirmou que os números “foram os mais fiéis que conseguimos apresentar.”

4. Mudança no Quadro de Pessoal – como somente uma pequena parcela dos funcionários sabia das fraudes, as mudanças de funcionários irão atingir cerca de 40 empregados, de um total de dois mil funcionários. Toda diretoria foi trocada.

5. O tamanho do rombo – Segundo declaração do executivo do banco, a PwC foi contratada para analisar os números. Ao mesmo tempo, a Deloitte e o banco também analisaram os valores. Segundo fonte do banco, ambos chegaram aos mesmos valores sobre o rombo. Mas a atual gestão não sabe precisar quando começou a ocorrer a fraude. Num processo judicial, isto é uma informação relevante.

6. Sistemas Contábeis – Segundo declaração do diretor superintendente, os sistemas contábeis e de controle do banco estavam corrompidos. Os processos fraudulentos estão automatizados, segundo declarou o executivo. Para resolver o problema, a instituição disse que investiu na governança, reorganizou os controles, além de alterar os comitês de auditoria. O executivo disse que em dois meses de mudanças fez que com que a instituição se transformasse. “Não acredito hoje que exista um banco melhor e mais transparente no mercado. Pode ter igual” (É difícil aceitar isto, já que um sistema de controle adequado depende da cultura organizacional, e o histórico não é muito animador).

7. Auditoria – A auditoria não deu o seu parecer. A empresa afirma que: “"A atual Administração, constituída em 9 de novembro de 2010, não assume a responsabilidade pela preparação das Informações Trimestrais referentes ao trimestre findo em 30 de setembro de 2010 e nem reconhece a confiabilidade das informações nelas contidas. Consequentemente, não expressamos uma conclusão sobre as Informações Trimestrais acima referidas"

8. Desvio – Segundo as informações da imprensa, não existem indícios de desvios de recursos das contas do banco. Ou seja, a fraude foi para encobrir os problemas administrativos. Mas, numa frase infeliz, o diretor superintende afirmou: "Torturamos os números e eles confessaram tudo. Não acredito que o rombo possa ser maior do que R$ 4,3 bilhões". Ele afirma que o esquema de fraude foi muito bem arquitetados. Será?

9. Fato Relevante – O último fato relevante divulgado foi no final de janeiro. Ficamos sabendo pela imprensa, nem sempre da melhor forma.

10. Reação do Mercado – Não ocorreu uma grande variação no preço da ação (vide gráfico abaixo)


Em resumo, apesar dos esforços da atual gestão, a opinião deste blog é que ainda existem aspectos obscuros.

Na mosca


No aeroporto de Schipol, em Amsterdão, os quartos de banhos são imaculados. Os azulejos estão limpíssimos, em particular as juntas, onde normalmente se acumula sujidade. Estes quartos de banho poderiam servir para uma sala de operações de tão assépticos! Todavia, ninguém repara nisso. Porquê? Porque cada vaso sanitário tem uma mosca lá dentro e é nisso que todos reparam...



Mas um olhar mais próximo revela que não se trata de uma mosca verdadeira e sim de um desenho incrustado na cerâmica do vaso num ponto estratégico. Investigações feitas nesta área (?) provaram que os homens tentam atingir a mosca ao mijar e isso reduz em cerca de 80% os salpicos para os lados! Dá que pensar... É o que se chama pomposamente controle de processo...



Dica de Alexandre Alcantâra (aqui)

Este é um exemplo citado no livro Nudge, de Thaler.

P.S. Esta é a 9001a. postagem do blog !!

Tese e Conhecimento científico na Contabilidade

Quando uma tese é defendida passa à condição de literatura científica servindo como fonte de conhecimento para outros autores, cumprindo, assim, o papel que lhes é atribuído no processo de construção e desenvolvimento da ciência. O objetivo deste estudo foi encontrar evidências que permitissem avaliar o grau de disseminação das teses de doutoramento em Ciências Contábeis (defendidas no Brasil até 31/12/2006), na produção de novos conhecimentos. Foi utilizada uma abordagem empírico-analítica com emprego de pesquisa bibliográfica, documental e de análise bibliométrica. Foram analisadas e catalogadas as referências às teses de doutorado de todos os artigos constantes nos anais dos Congressos USP de Controladoria e Contabilidade, de 2001 a 2007. Constatou-se que a tese mais referenciada pertence à década de 1990 [o artigo não informa qual], o que sugere que uma pesquisa não pode, automaticamente, ser considerada velha ou ultrapassada. Percebeu-se, ainda, um baixo número de citações a teses em geral (em média, 2,62% do total de citações a todos os materiais de pesquisa).

Teses em Ciências Contábeis: uma análise de sua propagação - Jacqueline Veneroso Alves da Cunha;
Edgard B. Cornachione Jr.; Gilberto Martins - BBR

Os mais bem pagos da TV

Os artistas mais bem pagos da TV

Atores Drama
Hugh Laurie (House) $400,000+
Christopher Meloni & Mariska Hargitay (Law & Order: SVU) $395,000 (cada)
David Caruso (CSI: Miami) $375,000
Marg Helgenberger (CSI) $375,000
Mark Harmon (NCIS) $375,000
Laurence Fishburne (CSI) $350,000
Kyra Sedgwick (The Closer) $350,000
Denis Leary (Rescue Me) $350,000
Gary Sinise (CSI: NY ) $275,000

Apresentadores

Oprah Winfrey $315 milhões
Judge Judy Sheindlin $45 milhões
David Letterman (The Late Show) $28 milhões
Jay Leno (The Tonight Show) $25 milhões
Conan O’Brien (The Conan O’Brien Show) $10 milhões
Ellen DeGeneres (The Ellen DeGeneres Show) $8 milhões


Comédia (por episodio)

Charlie Sheen (Two and a Half Men) $1.25 milhões
Jon Cryer (Two and a Half Men) $550,000
Marcia Cross (Desperate Housewives) $400,000
Teri Hatcher (Desperate Housewives) $400,000
Felicity Huffman (Desperate Housewives) $400,000
Eva Longoria Parker (Desperate Housewives) $400,000
Dan Castellaneta (The Simpsons) $400,000
Julie Kavner (The Simpsons) $400,000
Tina Fey (30 Rock) $350,000
Jeremy Piven (Entourage) $350,000
Steve Carell (The Office) $297,000

Fonte: aqui