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11 fevereiro 2011

Mais dados sobre o futebol europeu

=> Apesar da crise, o mercado europeu de futebol cresceu para 15,7 bilhões de euros em 2008/2009.
=> Os salários dos 92 clubes britânicos de futebol ultrapassou a 1,8 bilhão de libras em 2009/2009. Um aumento de 191 milhões ou 12%.
=> No período, somente a liga inglesa e a alemã obtiveram lucro. Entretanto, enquanto Arsenal, Liverpool e Manchester United tiveram lucro de 196 milhões de libras, outros 14 clubes da Primer League apresentaram prejuízos operacionais de 117 milhões.
= > Manchester City gastou 138 milhões de libras (gasto líquido de 125 milhões) na aquisição de jogadores. Somando o investimento em infra-estrutura, o valor que Mansour Bin Zayed Al Nahyan gastou chega a 440 milhões de libras. Já o seu rival, Manchester United, vendeu Cristiano Ronaldo e teve uma receita de 80 milhões de libras.

Fonte: The Telegraph (Dados específicos do Manchester United, aqui)

Os ricos dos futebol


O gráfico mostra os maiores clubes de futebol, por receita. Pelo sexto ano o líder é o Real Madrid, com faturamento de 438 milhões de euros. O Barcelona, campeão no campo, aparece em segundo. O total dos dez maiores chega a 2,93 bilhões de euros. Segundo o Brasil Econômico

Os 20 primeiros clubes da lista estão nas maiores ligas de futebol do mundo: Inglaterra (7), Itália (4), Alemanha (4), Espanha (3) e França (2)

O Manchester United, terceiro da lista, está abrindo um escritório em West End, em Londres.

Efeito das IFRS

(...) Estudo inédito da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (Eaesp-FGV) diz que, assim como na primeira etapa do processo de convergência contábil, implementada em 2008, quando entrou em vigor a Lei 11.638, essa nova fase de migração para o IFRS completo trará, na média e em termos consolidados, crescimento expressivo no lucro líquido.

A conclusão reforça a tese de que a contabilidade antiga brasileira, na tradição da Europa continental e com forte influência do Fisco, era conservadora em comparação com as práticas usadas nos países de origem anglo-saxã. [1]

A partir de agora, em tese, os balanços vão tratar melhor os acionistas, em detrimento dos credores [2]- não só pelo efeito imediato em que os lucros maiores elevam base de distribuição de dividendos [3], mas principalmente porque haverá mais informação que interessa ao investidor [4] e os valores estarão mais perto da realidade [3].

(...) A pesquisa apontou que a segunda etapa de adoção das normas internacionais elevou o resultado líquido das empresas, na média, em 33% em 2007 e em 20% em 2008 [5]. No primeiro momento do processo de transição, em 2008, o efeito já havia sido positivo em 31% e 10%, respectivamente. (...)

Não são apenas os lucros que devem crescer com a adoção do padrão contábil IFRS. As notas explicativas que acompanham os balanços também aumentarão de forma significativa e, em muitos casos, vão dobrar de tamanho, afirma Bruce Mescher, sócio de auditoria da Deloitte e especialista em normas internacionais de contabilidade. (...)

Balanços da Nova Era Dão Mais Lucro - Valor Econômico Fernando Torres

[1] Considerando que no longo prazo os valores são iguais, não faz muito sentido esta afirmação.
[2] A segunda parte da frase não condiz com a primeira.
[3] Veja, com respeito a isto, reportagem do mesmo jornal, comentada aqui no blog.
[4] é questionável esta afirmação. A informação que interessa ao investidor já é divulgada. O que muda são os valores. Mas ninguém fez uma pesquisa para constatar isto.
[5] Esta afirmação só possível de ser feita com o ceteribus paribus. Ou seja, seria necessário manter tudo mais constante e verificar o efeito da adoção. Mas isto não ocorreu: neste período a economia cresceu, por exemplo, que impede de separar, efetivamente, a parcela decorrente da adoção das normas dos outros fatores. Entretanto, apesar disto, a adoção das normas internacionais em outros países realmente incrementou o resultado.

10 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste 428

Veja o seguinte trecho, publicado numa revista da área financeira:

O Real Madrid [clube de futebol] fechou 2010 com E 442,3 milhões em caixa, segundo estudo da Crowe Horwath RCS. A maior fatia da receita, 35%, saiu dos direitos de transmissão de jogos e site com conteúdo pago. Outros 33% saíram do bolso dos torcedores com compra de ingressos para os jogos. O marketing do time, um dos mais eficientes do mundo da bola, respondeu por 32% da renda. É, diz a Crowe, o clube mais rentável do mundo. E eles ainda têm o José Mourinho!

O que existe de errado no trecho?

Resposta do Anterior: Casas Bahia, Unilever, Hyundai e Ambev. Fonte: Isto é Dinheiro

Links

Outra razão para tomar cerveja

O indicador do Super Bowl

Anúncios no Super Bowl e o mercado acionário

Caldas Novas (GO) irá sediar torneio internacional de Xadrez

Os números da era Agnelli na Vale

Construtoras brasileiras e as doações nas eleições do Peru

Valor da inovação: caso do iPhone, com estimativa de 30 bilhões, sendo 25% referente as patentes

Erros comuns nas apresentações

Como a AIG caiu

Por que os professores contadores são tão conservadores?

Na vida acadêmica, os professores de contabilidade são “caretas”, com respeito às posições sociais. Ou, reacionários, conforme um termo mais comum.

Uma possível explicação para isto é que de uma maneira geral os professores são mais liberais que a maioria da população. Tendem a apoiar temas como homossexualidade, aborto, defesa dos índios, reforma agrária, governo Chavez etc. Assim, o parâmetro do professor acadêmico faz com que uma pessoa “do centro” seja visto, dentro do ambiente acadêmico, como reacionário. Mesmo que o professor de contabilidade seja mais liberal que a média da população, dentro do ambiente acadêmico será visto como reacionário. É uma questão de parâmetro.

Outra explicação está no próprio objeto de trabalho. Um professor de contabilidade está ensinando algo relacionado a lucro, acionista, investidor, aumento de receita e outras coisas mais. É difícil imaginar alguém que não acredita no lucro ensinando contabilidade. E se o professor ensinar finanças, a posição a favor do mercado, e contra a participação do estado na economia, é mais acentuada.

Ilusão de ótica

O sítio Mighty Optical Illusions dedica-se a apresentar desenhos, fotos e outros que possam induzir a uma ilusão de ótica. Abaixo um exemplo: a figura apresenta o Wolverine ou dois Batmans ?

Discurso do Futuro presidente do Iasb III


Apesar das aparências que as regras são feitas por um punhado de europeus influentes que gostam de brincar com regras de contabilidade, ele insistiu que o IASB é um grupo multinacional em que todos têm o que dizer. Ou melhor, ele insistiu que ele vai tentar garantir que o IASB seja percebido como tal

What’s on Incoming IASB Chairman Hans Hoogervorst’s Plate? - ADRIENNE GONZALEZ – Going Concern

Discurso do Futuro presidente do Iasb

A seguir, as palavras mais usadas no discurso do futuro presidente do Iasb:

Wordle: Hans hoogervorst addresses

A figura mostra a importância da palavra transparência. Destaco também a palavra estabilidade.

Discurso do Futuro presidente do Iasb II

O futuro presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, falou em Bruxelas sobre objetivos das demonstrações contábeis para o European Commission Conference on the Financial Reporting and Auditing. O discurso inicia-se com duas questões que, segundo HH, dominou os debates nos últimos três anos: quem é o usuário preferencial?; e as demonstrações devem servir para transparência ou para estabilidade financeira?

Quanto a primeira pergunta, do usuário preferencial, HH afirma que a discussão é se as demonstrações são para os investidores ou devem servir a um público mais amplo, incluindo reguladores. (Aqui, a citação dos reguladores não é gratuita, já que existe uma pressão na Europa para focar as demonstrações para fins regulatórios.) Para HH são os investidores o alvo prioritário:

Escusado dizer que as demonstrações financeiras são mais relevantes para os investidores. Afinal de contas, demonstrações contábeis nasceram da necessidade de dar aos investidores informações adequadas sobre a empresa para o qual está fornecendo o capital.


Mas para HH as informações contábeis devem ser confiáveis. E esta característica seria fundamental para a economia de mercado global, sendo portanto de “interesse público”. HH lembra que na constituição da Fundação IFRS o “interesse público” está presente no parágrafo primeiro.

Com respeito a segunda questão, HH ressalva que os termos transparência e estabilidade aparecem como conflitantes. Afirma HH

Acho que isso é essencialmente uma contradição falsa. Em minha opinião, é evidente que transparência é uma condição necessária de estabilidade.


Para HH, as normas de contabilidade devem ter um papel importante tanto na estabilidade, proporcionando máxima transparência.

Mais genericamente, a transparência não vem sempre espontaneamente para um setor que é tão vulnerável como o do setor financeiro.


HH lembra que Paul Volcker, presidente do banco central dos EUA, escondeu o fato de que o setor financeiro do seu país estava quebrado durante a crise da dívida latino-americana, e que ele conseguiu um tempo para que os bancos pudessem arrumar seus balanços.

Após responder as duas questões, HH comenta sobre a relação entre a independência e responsabilidade no estabelecimento dos padrões de contabilidade. HH comenta sobre a pressão dos grupos de interesses e o fato de que a contabilidade possui grau elevado de subjetividade. Para ele, a contabilidade deve ser sensível aos interesses dos negócios, mas independente dos interesses especiais.

A independência é essencial pré-condição para a confiança do público na definição dos padrões de contabilidade.


Para obter a independência, HH apresenta quatro maneiras de reforçar a aceitação das IFRS: qualidade do trabalho do Iasb; assegurar que o processo de normatização seja transparente e participativo; rápida mudança nas normas, quando for necessário; existência de um sistema de accountability.

A todo o custo devemos evitar a impressão de que a Fundação IFRS é dominada por um pequeno grupo de países.

P/L nos emergentes

O gráfico

mostra o índice P/L dos mercados emergentes. Este índice relaciona o preço da ação pelo lucro por ação. Quando o mercado está valorizado, o preço da ação geralmente está num patamar muito superior ao lucro por ação. Desta forma, quanto maior o índice P/L, mais valorizado estará o mercado.

Pelo gráfico é possível perceber que os mercados mais valorizados são Colômbia e Chile. Rússia e Hungria são mercados menos valorizados. Para o investidor internacional, valores menores de P/L são as oportunidades de investimentos.

Auditoria na folha de pagamento

Segundo ela [ministra do Planejamento, Miriam Belchior], o primeiro foco do ajuste fiscal será na folha de pagamentos, um dos maiores gastos da União [1]. Para tanto, o governo contratará junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV) [2] uma auditoria externa [3] na folha de pagamentos para detectar incorreções.

Para isso, haverá um sistema de alerta que avisará quando ocorrer desvios em relação aos parâmetros estabelecidos para os gastos com a folha. Além disso, um outro sistema investigará indícios de irregularidades, como a acumulação de cargos e aposentadorias. De acordo com Miriam, 13 Estados já cooperam com o sistema, que realizará cruzamentos semestrais das informações.

Folha de salários do governo será auditada pela FGV - Por Eduardo Rodrigues, Adriana Fernandes e Renata Verissimo

[1] Isto inclui o judiciário e o legislativo. Será que irão conseguir?
[2] O governo já definiu quem irá contratar. Ou seja, haverá dispensa de licitação. Como a FGV é forte no governo público.
[3] A FGV fazendo auditoria externa? Faz sentido?

09 fevereiro 2011

Fotografias

É difícil não se apaixonar pelas fotos abaixo






Rir é o melhor remédio


Herói

Por que demora tanto o processo de liquidação de bancos no Brasil?

Volta e meia a imprensa econômica traz notícias sobre a gestão dos liquidantes dos bancos Econômico ou Nacional. Mas espera: o Econômico quebrou em 1994, o Nacional em 1995, São mais de cinco mil dias depois do problema. Afinal, o que explica o longo tempo entre a liquidação e a “última pá de cal”?

Temos algumas hipóteses para explicar isto. Primeiro lugar, a nossa legislação para liquidação é muito ruim para os credores das entidades que quebram. Isto significa que o sistema jurídico não garante, de forma adequada, os direitos de propriedade. Este quesito, por sinal, faz com que nosso país ainda seja analisado de forma negativa no seu risco.

Aliado a isto, o judiciário brasileiro permite que recursos e mais recursos sejam apresentados, na idéia de garantir “ampla defesa aos acusados”. Besteira, obviamente.

Mas os dois aspectos acima não seriam relevantes se não existisse o interesse dos antigos donos. Eles sabem que o sistema jurídico brasileiro não é bom e tentam se aproveitar disto. Notícia recente do Valor Econômico mostrava que uma nova norma do Banco Central, reduzindo o valor dos passivos das instituições em liquidação, poderia fazer com que alguns ex-banqueiros recebessem dinheiro das empresas que quebraram. (Banqueiros podem embolsar garantias, Valor Econômico, 21 jan 2011, Murilo Camarotto e Fernando Travaglini).

Mas existe uma explicação alternativa. O liquidante recebe mensalmente pelo trabalho que está fazendo. Mas esta remuneração induz a incentivos errados. Se um trabalho de liquidação durar um ano, o liquidante irá receber doze vezes o salário mensal. Se ele ficar 180 meses na função, como é o caso dos bancos citados, serão 180 salários que irá receber. Quanto mais tempo durar o processo de liquidação, mas vantajoso será para o liquidante. Para se ter uma idéia, considere com salário mensal de R$15 mil para um liquidante. Trabalhando 180 meses, isto significa que o liquidante embolsou no período 2,7 milhões. Uma quantia bastante razoável.

Isto obviamente não significa que os liquidantes sejam desonestos. Mas como os agentes econômicos reagem aos incentivos, a demora num processo de liquidação é algo esperado.
Uma forma que reduzir este tempo é remunerar o liquidante pela tarefa, não pelo tempo de trabalho.

Teste 427

As empresas Ambev, Casas Bahia, Hyundai Cacoa e Unilever (Omo e Seda). A maior anunciante gastou R$3 bilhões em 2010 em propaganda e publicidade. Depois, 1,9 foi o valor gasto pela empresa vice-líder em gastos. O terceiro e quarto posto gastaram 1,3 e 1,2 bilhão. Você saberia a ordem destas empresas em gasto?

Resposta do Anterior: 3,6%. Fonte: aqui

Impostos para Sílvio

A venda do banco Panamericano deve gerar uma conta de cerca de R$ 1 bilhão em tributos federais para o apresentador Silvio Santos, segundo cálculos de técnicos escalados pelos maiores banqueiros do País para cuidar da venda, de acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo desta quarta. A publicação diz ainda que a fiscalização da Receita Federal entende o cálculo da mesma forma.

Segundo o jornal, a origem da obrigação fiscal é a diferença entre o preço aplicado pelo Fundo Garantidor de Créditos no Panamericano e o valor de venda do banco. O FGC emprestou R$ 3,8 bilhões à holding do Grupo Silvio Santos para cobrir os déficits da instituição financeira. No entanto, Silvio Santos vendeu o banco para o BTG Pactual por R$ 450 milhões. Na negociação, ficou firmado que essa quantia irá para o FGC e que o apresentador ficará livre integralmente da dívida com o fundo
(Fonte: Terra)

A Entidade e o Panamericano

Análises contábeis feitas por auditores da Deloitte e da Price, a pedido do Fundo Garantidor de Créditos, não encontraram desvios de recursos no banco PanAmericano. O banco teve um rombo de R$ 4,3 bilhões, mas a diretoria não tirou dinheiro da instituição, segundo os estudos feitos até agora.

O rombo foi resultado de má administração, de acordo com esses técnicos. A manipulação da contabilidade era uma forma de esconder o buraco de R$ 4,3 bilhões, não os desvios.

Na interpretação dos profissionais que estão analisando as contas do banco, os diretores do PanAmericano que foram afastados em novembro, quando foi anunciado o rombo de R$ 2,5 bilhões, tiraram recursos de outras empresas do grupo.

A estimativa inicial é que os ex-diretores do PanAmericano tenham tirado cerca de R$ 100 milhões das empresas não financeiras do grupo. (Auditores não acham desvio no PanAmericano - Mario Cesar Carvalho - Folha de Sao Paulo - 4 fev 2011)

O texto afirma que não ocorreu desvio: a diretoria simplemente retirou dinheiro de outras empresas do grupo para cobrir o rombo. Mas e o princípio da entidade, onde fica? Pela entidade, isto é um desvio de recurso. Os auditores da Deloitte e Price realmente afirmaram isto?

Vale do Rio Doce

A figura mostra que a maior empresa exportadora brasileira é a Vale do Rio Doce, seguida pela Petrobras. A Bunge, uma multinacional presidida por um brasileiro, aparece em terceiro. Em quarto, a Embraer, que exporta muito, mas também é uma importadora de peso. A Embraer é a primeira empresa de tecnologia em termos de exportação. A maioria das exportadoras são empresas do setor primário. Isto é um sinal de que o país continua sendo uma economia pouco desenvolvida em termos industriais.