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30 setembro 2008

Rir é o melhor remédio


A diferença entre republicano e democrata com respeito ao déficit. Os republicanos defendem a responsabilidade fiscal (mas na prática a teoria é outra). Fonte, aqui.

Balanço Social


O Ibase lança livro inédito com análise de mais de mil balanços sociais publicados entre 1997 e 2005. A publicação traz panorama de investimentos empresariais em meio ambiente, ações sociais e no público interno.


Alexandre Alcantara. Clique aqui para ler mais

Marcação a mercado

A regra da marcação a mercado (e o FAS 157) estão em discussão. Para ler sobre o assunto, clique aqui, aqui e aqui.

O que já foi postado sobre este assunto no blog está aqui.

Congresso não aprova o pacote de ajuda a Wall Street

Surpresa de setembro
Floyd Norris*
O Estado de São Paulo - 30/9/2008

O congresso dos Estados Unidos não aprovou o plano de resgate dos bancos, para a surpresa de todos. Está demonstrado o valor da disciplina partidária. Esse pacote tinha o apoio de John McCain (republicano) e Barack Obama (democrata), os candidatos à Presidência que, juntos, contam com o apoio de praticamente todos os membros do Congresso.

Mas uma maioria de congressistas votou com Bob Barr, o libertário que afirmou que “precisamos fazer com que Wall Street sofra as conseqüências das suas irresponsáveis decisões de investimento”, e com Ralph Nader, o candidato independente que descreveu o pacote como “um resgate para os vigaristas de Wall Street”.

Imaginei que as lideranças no congresso fossem capazes de garantir que um número suficiente de membros de ambos os partidos tapassem seus narizes e votassem a favor do pacote para obter uma pequena margem e conseguir a aprovação. Mas o que temos aqui é uma rejeição do que Nader chama de “os dois candidatos das corporações”.

O resultado da votação foi divulgado pouco depois de eu ter publicado o texto anterior, chamado de “Surpresa de Outubro’. [vide abaixo neste blog] Vamos torcer para que a indústria bancária sobreviva até lá.

A indústria bancária está em apuros com ou sem pacote de resgate. Seus esforços para alterar as regras de contabilidade para ocultar os problemas são tristes e estarrecedores. O pacote rejeitado teria autorizado a SEC (Comissão de Valores Mobiliários local) a suspender a regra de reajuste a preço de mercado, que obriga os bancos a admitir o quanto apostaram e perderam. A SEC já cedeu à pressão política e proibiu a venda de ações a descoberto no mercado financeiro e, portanto, é possível que cedesse igualmente à pressão dos contadores.

“A verdade é a primeira baixa”, antiga frase que descreve o jornalismo de guerra, parece se aplicar também ao jornalismo econômico em tempos de crise financeira. Os economistas dizem que os mercados onde a venda a descoberto é proibida têm menor probabilidade de apresentar eficiência e maior probabilidade de apresentar distorções sob a forma de preços excessivmente altos.

Assim, apresentamos aos investidores empresas cujo preço foi provavelmente superestimado e provavelmente estão se esforçando para esconder o baixo valor atual dos seus ativos. Por algum motivo, poucos querem comprá-las.

Ontem, no programa Esta Semana, da rede ABC, Newt Gingrich argumentou em favor da suspensão da regra contábil de reajuste dos preços no nível do mercado, afirmando que os preços do mercado estão agora baixos demais e não condizentes com a realidade. Para comprovar essa tese, ele destacou que tanto o secretário do Tesouro quanto o presidente do Fed (banco central americano) acham que os preços estão mais baixos do que deveriam.

Eles afirmam isso argumentando que o governo pode pagar por ativos problemáticos preços acima do valor de mercado e no fim lucrar com eles. Quando você imaginou que veria uma das principais figuras conservadoras dizer que as autoridades do governo poderiam avaliar valores com maior competência do que o próprio mercado?

Na ausência do resgate rejeitado, o governo está tratando com os bancos frágeis, um a um, propondo aquisições (enterros seria um termo mais apropriado) quando possível. Tanto no negócio do Washington Mutual quanto no do Wachovia, os depositantes estão passando bem, enquanto os acionistas sofrem. Isso desencoraja uma corrida dos depositantes aos bancos, o que é bom, mas encoraja o que chamaremos de “corrida ao mercado de ações” por parte dos acionistas de qualquer banco que possa estar no mesmo barco que essas instituições financeiras problemáticas.

(Se o seu banco alguma vez se gabou dos seus empréstimos hipotecários, é melhor tomar cuidado.) Ainda acho que o congresso vai salvar alguma coisa do pacote - supostamente ao elaborar mudanças que agradem a um número suficiente de discordantes -, mas com o início do feriado judaico, esta noite, pode demorar até que isso ocorra.

O risco de um grande resgate era que isso fizesse os investidores pensarem que os bancos estavam numa enrascada ainda maior do que aparentavam. Henry M. Paulson Jr., o secretário do Tesouro, tentou estruturar esse resgate sob a forma de uma aquisição de ativos, de modo que os bancos, recebendo o dinheiro, não ficassem manchados por fazê-lo.

Mas a decisão de forçar estes bancos a entregar parte de sua participação patrimonial pode ter acabado com essa jogada e as mudanças a serem feitas agora no pacote podem muito bem torná-lo mais punitivo. Isto pode ser bom em termos de justiça, mas ruim em se tratando de conter a crise.

Parece que esta será uma semana muito interessante nos mercados, que não iam muito bem das pernas antes da “Surpresa de setembro”.

*Floyd Norris escreve para o ‘The New York Times’


Para ler sobre este assunto, clique aqui e aqui

The Beatles



Documentos secretos do Governo britânico, agora desclassificados, mostram que diplomatas e polícias fizeram inúmeros relatórios secretos, durante oito anos, sobre os Beatles, anunciou o investigador Mari J. Cereghino.

Tudo começou durante a viagem aos Estados Unidos dos Fab Four, em Fevereiro de 1964, e de uma festa na Embaixada britânica, no fim da qual os Beatles se queixaram da segurança.

Um artigo no "Daily Express" revelava, então, que uma fã tinha conseguido cortar uma madeixa de cabelo a Ringo Star. O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico quis saber o que se passou concretamente e pediu um relatório à sua Embaixada de Washington.

A partir dessa altura, passou a existir uma vigilância quase constante de todos os passos da banda. Onde quer que se encontrassem, de Londres a Tóquio, os relatórios de diplomatas ou da Polícia descreviam todos os passos dos elementos do grupo.

Mais tarde, os principais alvos das autoridades passaram a ser John Lennon e Yoko Ono. A 18 de Outubro de 1968, são ambos presos no seu apartamento por posse de estupefacientes (canábis(.

Dois anos mais tarde, um outro relatório informava sobre uma exposição de litografias, concebidas por Lennon, que retratavam o casal em várias posições sexuais. Oito das 14 litografias são apreendidas pela Polícia e a exposição encerrada. Contudo, as autoridades britânicas também se interessavam pelas finanças dos membros do grupo, mantendo uma contabilidade actualizada de quanto, de quem e de quê cada um deles recebia dinheiro.

Curiosamente, faz também parte do espólio agora revelado o documento que marca o fim da banda. Trata-se do processo, que chegou ao Supremo Tribunal, instruído por Paul McCartney contra os seus três ex-companheiros, depois da dissolução do grupo, em finais de 1970.

John Lennon resolveu viver nos EUA, mas aí passou a ser vigiado de perto pelo FBI porque esta entidade desconfiava dos conhecimentos sociais de Lennon.


Governo inglês vigiava passos dos Beatles
Jornal de Notícias - 30/9/2008 - 07 - Grifo meu.

Custo da IFRS

O CEO da British Petroleum anunciou que sua empresa gastou o equivalente a 100 milhões de dólares para o primeiro ano de IFRS, com gastos adicionais esperados para o segundo e o terceiro anos. Extrapolando (...) as corporações dos EUA devem gastar aproximadamente US$ 20 bilhões de dólares, no total, para converter [a contabilidade] para as normas IFRS. Felizmente para os meus amigos do Big Four, a quase totalidade deste dinheiro vai para os seus bolsos. Que inesperados para eles!. E não sequer abordamos o fato científico que as empresas com contabilidade pelo IFRS, em vez do US GAAP, possuem maiores custos de capital e os investidores menores taxas de retorno.

Keep All Eyes on the Bouncing Ball of IFRS - David Albrecht - 29/9/2008

O papel da contabilidade na crise

É claro que o antigo sistema falhou - caso contrário não iria precisar do socorro -, mas o diagnóstico do que aconteceu pode ser importante para decidir quais as mudanças são necessárias.

Neste momento, os liberais acusam a desregulamentação, que começou sob Ronald Reagan, e sistema financeiro ficou fora de controle, e os conservadores estão apontando para as intervenções no mercado pelos liberais - nomeadamente os esforços para garantir empréstimos hipotecários para os pobres e das minorias - como sendo a causa da bagunça.

Os conservadores também estão apontando para as regras contábeis (...)

A regra contábil que exige dos bancos marcar os seus bens a seu valor de mercado tem sido amplamente acusada de produzir perdas que assusta os investidores. Newt Gingrich, o ex-porta-voz da Câmara, disse domingo no programa ABC This Week "que entre metade a 70 por cento do problema" foi causado pela regra, e alguns legisladores republicanos têm pressionado para suspender a lei.

Mas se alguém quiser olhar as regras contabilísticas como causa, seria mais produtivo analisar as regras que permitiram a crise crescer sem ser notada, não a regra que finalmente trouxe a verdade à opinião pública. (...)

Em qualquer caso, é tarde demais para abandonar a contabilidade da marcação a mercado.


After the Deal, the Focus Will Shift to Regulation - Floyd Norris, 29/09/2008 - The New York Times - Late Edition - Final - 1


Acredito que esta seja uma resposta adequada ao texto de Michael Hudson (O resgate de todos os resgates, via Notícias Contábeis) que fala em:

Esses bilhões de dólares foram sacrificados para manter vivo um sonho: as ficções contábeis postas sobre o papel por empresas que ingressaram em um mundo irreal fundado em uma contabilidade falsa que praticamente todo o mundo financeiro sabia ser enganosa.


Mas reforçando o argumento de Norris apresentado acima, Binyamin Appelbaum, David Cho e Neil Irwin, em Broad Authority, Lots of Money And Uncertainty, The Washington Post, FINAL, p. A01) lembram que independente da regra contábil de marcação a mercado, o problema era que os bancos não tinham mais dinheiro pois fizeram péssimos empréstimos.

Desabafo

Año tras año, lo mismo. El interventor del Ayuntamiento de Valencia repite en cada auditoría interna de las cuentas municipales sus reparos como un mantra: se comprometen gastos sin presupuesto; se guardan facturas en los cajones hasta el ejercicio siguiente; no se controla la desviación del coste de las obras; y se adjudica el grueso de la inversión a dedo a las contratas y concesionarias, entre otros malabarismos para que al final de año cuadren las cuentas y la deuda no supere los límites legales.

Las cuentas siguen oscuras - 29/9/2008 - El País - Nacional - V (Comunidad Valenciana), p. 6

29 setembro 2008

Rir é o melhor remédio

Toda segunda-feira a New Yorker disponibiliza oito cartoons diversos, sendo o oitavo para o leitor completar a piada. Esta semana parece que o tema era um só: a crise financeira.



"Eu penso que eles esperam um bailout"



"Um banqueiro, eh? Como é que você ganha a vida?"





"Não sobre o colchão, onde guardaremos nosso dinheiro"



"Querida, nós estamos sem casa"

28 setembro 2008

Caixa negativo: exemplo

A Varig, que permanece em recuperação judicial sob o nome de Flex, inicia o mês que vem com um caixa negativo de R$ 2,7 milhões, o que na teoria poderia significar sua falência. O resultado permanecerá no vermelho até julho de 2009, quando o caixa da empresa deverá estar com saldo negativo de R$ 28,6 milhões.

As projeções constam do último relatório sobre a recuperação judicial entregue no final de agosto, com dados de julho. A Flex não se pronuncia sobre o assunto.

De acordo com fontes do setor, porém, a Flex deverá ganhar uma sobrevida até dezembro, pois deve receber receitas extras de renegociações de apólices de seguros e de serviços prestados a outras empresas, por exemplo.

No relatório, a Flex informa que ainda tenta negociar uma dívida de R$ 814,5 milhões referentes a créditos de Imposto sobre Cirulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não repassados por diversos Estados brasileiros, além de cerca de R$ 48 milhões da VarigLog.


Varig tem caixa negativo de R$ 2,7 milhões - O Estado de São Paulo - 27/9/2008

Em pequenas e médias empresas o caixa pode eventualmente ser negativo. Mas numa empresa de maior porte isto é raro.

27 setembro 2008

Capas



Duas das melhores capas do ano de 2008. Na esquerda, Gisele. Na direita, o ex-prefeito Eliot. Mais, aqui.

Participação nos lucros


A figura, retirada de um estudo sobre remuneração de executivos, mostra um modelo para prever a participação nos lucros dos executivos do setor financeiro. O modelo erra nos últimos anos (o real, as barras, versus o previsto, a linha), indicando que esta remuneração está acima do histórico.

Fonte: Aqui