Translate

23 setembro 2025

ONU e o equilíbrio das contas


A gestão Trump decidiu reduzir a contribuição para a Organização das Nações Unidas. Comenta que haverá uma redução de 1 bilhão no repasse para a entidade. O valor é expressivo a ponto da entidade planejar reduzir o número de funcionários, dos atuais 35 mil para um número entre 32 e 28 mil. 

O desafio de enfrentar o corte é do português Antonio Guterres, que pretende manter algumas das metas da entidade e está buscando novas fontes de financiamento. Mas poucos países estão dispostos a contribuir. 

22 setembro 2025

Um estudo de caso interessante: F35

O F-35 Lightning II nasceu do programa Joint Strike Fighter (JSF), lançado nos anos 1990 para criar uma aeronave única capaz de substituir diferentes caças em várias forças armadas. A Lockheed Martin venceu a disputa em 2001 e desenvolveu três variantes: o F-35A, de decolagem convencional; o F-35B, de decolagem curta e pouso vertical; e o F-35C, adaptado a porta-aviões. O projeto prometia furtividade, sensores avançados e integração de dados, mas enfrentou inúmeros atrasos e estouros de orçamento.


Os custos saltaram de 400 bilhões de dólares para mais de 2 trilhões ao longo do ciclo de vida previsto, enquanto problemas de software, falhas no motor e baixa confiabilidade geraram críticas.  Em produção plena desde 2024, simboliza o contraste entre inovação tecnológica e os excessos da indústria de defesa. 

O objetivo é entregar mais de 2.400 unidades ao longo de seu ciclo de vida. Para “reduzir custos”, planeja-se diminuir em média 21% o número de horas de voo por aeronave, o que pode comprometer treinamento e experiência de pilotos. 

Dívida - 2

Um novo estudo de Gustaf Bruze, Alexander Kjær Hilsløv e Jonas Maibom, do IZA Institute of Labor Economics, oferece exatamente essa análise empírica. Chama-se “The Long-Run Effects of Individual Debt Relief” e examina a vida das pessoas por um quarto de século após uma falência:

O estudo acompanha falências na Dinamarca após a introdução do primeiro sistema moderno de falência da Europa continental, instituído em 1984. Antes disso, os dinamarqueses — como a maior parte da Europa — não permitiam quitação de dívida pessoal por falência. Em vez disso, esperava-se que o devedor tivesse cerca de 20% de sua renda vitalícia confiscada para pagar credores, até quitar as dívidas ou morrer (o que ocorresse primeiro).


Depois de 1984, o sistema dinamarquês importou características das falências dos EUA/Reino Unido/Comunidade Britânica, incluindo a possibilidade de reestruturar e quitar dívidas. Nem todos são elegíveis: há um sistema burocrático que verifica se quem busca a quitação não possui muitos ativos que poderiam ir aos credores.

Mas, para as pessoas (in)felizes que se qualificam, há um fascinante experimento natural que compara a sorte de quem obtém alívio da dívida com a de falidos que não conseguem apagar suas dívidas.

Acontece que a Idade do Bronze tem algo a ensinar. O principal achado: pessoas que quitam dívidas na falência experimentam “grande aumento de renda auferida, emprego, ativos, imóveis, dívida garantida, propriedade de moradia e riqueza que persiste por mais de 25 anos após a decisão judicial”.

Depois de receberem os benefícios da falência, passam a depender menos de assistência pública. Conseguem empregos melhores. Suas famílias vivem melhor. Seus credores recuperam parte do dinheiro (o que é tudo que se pode realisticamente esperar, já que “dívidas que não podem ser pagas, não serão pagas”).

Continue lendo aqui

Dívida - 1


 Sobre o papel da dívida no desenvolvimento da humanidade:

Para cultivar com sucesso [na Babilônia], é preciso crédito. Os agricultores iniciam a safra precisando de insumos: sementes, fertilizantes, mão de obra; e precisam de ainda mais mão de obra na colheita. Sem uma forma de obter esses insumos antes de ter a colheita que os pagará, não há colheita.

Não é de surpreender, portanto, que o mais antigo “dinheiro” de que temos registro sejam livros-caixa de crédito babilônicos que registram as dívidas de agricultores que tomavam empréstimos contra a safra seguinte para pagar materiais e trabalho. Dívida, não escambo, é a verdadeira origem do dinheiro. O conto de fadas de que a moeda cunhada surgiu espontaneamente para facilitar o escambo em mercados não tem evidência histórica, ao passo que os registros babilônicos podem ser vistos em museus ao redor do mundo. 

Fonte: aqui 

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: aqui

Importância da comparabilidade no conhecimento


Este estudo examina se e como a comparabilidade das demonstrações financeiras facilita a disseminação do conhecimento inovador entre empresas e estimula a criação de novos conhecimentos. Usando citações cruzadas de patentes para rastrear transferências de conhecimento entre firmas, constatamos que a comparabilidade aumenta os incentivos das empresas para aprender com seus pares e criar novas patentes que citem patentes já existentes desses pares. A investigação do mecanismo revela que a comparabilidade melhora a capacidade das empresas de estimar o valor monetário do conhecimento dos pares e prever seus próprios benefícios financeiros decorrentes da aquisição desse conhecimento. O impacto da comparabilidade é mais pronunciado quando o conhecimento dos pares é mais publicamente acessível ou possui maior valor monetário. Consequentemente, o conhecimento adquirido estimula inovações subsequentes, permitindo que as empresas produzam mais patentes com maior relevância econômica. Evidências de dois quase-experimentos naturais sugerem que nossos achados são plausivelmente causais. Em suma, nosso estudo destaca o papel importante da comparabilidade contábil na facilitação da disseminação do conhecimento.

Fonte: aqui  Foto: aqui

Pagamento digital em três países da América Latina


 Eis o resumo:

Plataformas de pagamento digital podem substituir o dinheiro em espécie e ampliar o acesso a serviços financeiros para populações subatendidas, mas muitos adultos ao redor do mundo ainda permanecem sem conta bancária. Com base em microdados detalhados sobre transações individuais e características dos usuários, argumentamos que a substituição ampla do dinheiro por meio de plataformas peer-to-peer (P2P) depende de um “rápido gradiente de renda”, isto é, da velocidade com que a adoção se espalha dos primeiros usuários de maior renda para os grupos de menor renda. Em três casos latino-americanos — o Pix no Brasil, o Sinpe Móvil na Costa Rica e o CoDi no México — documentamos que baixos custos de adoção, fortes efeitos de rede, integração coordenada do lado da oferta e esforços iniciais de conscientização permitiram que Pix e Sinpe Móvil alcançassem praticamente todos os segmentos de renda em até cinco anos, enquanto o CoDi segue caracterizado por baixo uso e predominância de adotantes de alta renda.