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04 fevereiro 2015

Harmonização Contábil e Migração Profissional

No século XIX um estrangeiro conhecedor do método das partidas dobradas poderia obter facilmente um emprego em terras brasileiras. Naquela época o conjunto de leis locais era relativamente pequeno, tanto que elas eram numeradas pelo dia da assinatura do imperador. Além disto, não existia um conselho de classe que colocava restrições no acesso ao mercado de trabalho. Em outras palavras, as barreiras de entrada ao mercado de trabalho eram reduzidas.

Em meados do século XX isto se alterou profundamente. O conjunto de regras já era substancial e existia a necessidade do profissional ter um registro. E para obter o número profissional os requisitos eram muito maiores. Isto, naturalmente, era um empecilho para que um imigrante, com formação em contabilidade, pudesse ter acesso ao mercado de trabalho. Além disto, a contabilidade brasileira possuía regras específicas, como a correção monetária, que dificultava ainda mais a absorção deste profissional.

Quando os países decidiram promover a harmonização contábil diversos efeitos foram constatados. Uma das consequências da adoção de um conjunto único de normas internacionais certamente seria a redução da barreira de entrada no mercado de trabalho por parte dos estrangeiros. Até o momento nenhuma pesquisa tinha analisado este efeito. Três pesquisadores da Universidade de Chicago e um da Universidade Humboldt de Berlim estudaram o vínculo entre o mercado de trabalho e o processo de harmonização das normas de contabilidade. Usando uma base de dados de trabalhadores europeus, onde a harmonização ocorreu de forma intensa, os pesquisadores encontraram que houve uma forte mobilidade de trabalhadores. Ao criar um “mercado interno” dentro da Europa, as pessoas começaram a se movimentar mais livremente; a harmonização reduziu ainda mais a “barreira de entrada”. Segundo os autores, a harmonização aumentou em 15% a migração dos profissionais contábeis.

O texto não discute se este efeito foi positivo ou não para a profissão. Mas o artigo já é suficientemente importante para o estudo dos efeitos, diretos ou indiretos, da harmonização contábil.

BLOOMFIELD, Matthew. The Effect of Regulatoy Harmonization on Cross-Border Labor Migration. NBER Working PAper 20888, jan 2015.

21 julho 2014

Listas: Risco de extinção

As profissões que correm risco de extinção (eis uma lista polêmica)

1 – Carteiro
2 – Trabalhador rural
3 – Leitor de medidor
4 – Repórter de Jornal
5 – Agente de viagens
6 – Lenhador
7 – Comissário de Bordo
8 – Operador de furadeira
9 – Profissional de impressão gráfica
10 – Inspetor Tributário e Coletor de Impostos

Fonte: Aqui 

08 maio 2014

Listas: Profissionais e Confiança da população brasileira

1. Bombeiros - 92%
2. Professores - 82%
3. Paramédicos - 81%
4. Pilotos - 80%
5. Farmacêuticos - 76%
6. Enfermeiros - 72%
7. Arquitetos - 72%
8. Médicos - 66%
9. Jornalistas - 66%
10. Engenheiros e técnicos - 64%
11. Soldados - 61%
12. Juízes - 59%
13. Motoristas de táxi - 57%
14. Atores - 57%
15. Condutores de trens e metrô - 56%
16. Especialistas em computação e software - 56%
...

Advogados - 41%
Agentes de seguros - 30%
Prefeitos - 14%
Políticos - 6%

Fonte: Aqui

13 abril 2014

Profissão pesquisador

Já que andamos falando sobre pesquisa, achei oportuno publicar um texto excelente da "neurocientista de plantão, Suzana Herculano-Houzel. Este texto não tem a intenção de desencorajar quem pensa em se tornar pesquisador, mas sim esclarecer vários pontos que parecemos nunca conseguir tratar com a pontualidade aqui observada:

Escrevi anteriormente aqui sobre o problema da "carreira" de cientista no Brasil, quase inexistente porque postos de "pesquisador" são raros (aliás, pequena curiosidade: tentem preencher um formulário online com a profissão "cientista". Em geral ela não existe!). O resumo da situação, em minha opinião, é que o trabalho de um pesquisador não é considerado trabalho enquanto ele não for contratado como... professor universitário, em geral, o que dificilmente acontece antes de uns 10 anos de formado.

Pensei um bocado sobre o assunto, e eis aqui minha proposta para uma reforma prática, imediatamente implementável se o governo assim quiser - e, mais importante, SEM tocar na estrutura dos empregos públicos já existentes (fazer isso seria pisar em calos demais, o que poderia inviabilizar a implementação da nova estrutura, e de qualquer forma não é essa minha bandeira aqui).

A constatação de origem é a seguinte: é o trabalho de estagiários de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e pós-docs que de fato move a ciência. Quem acha que não é, por favor dê uma olhada no currículo de nossos cientistas mais produtivos em termos de publicações - Wanderley de Souza e Iván Izquierdo, por exemplo, só para citar os dois que primeiro me vêm à cabeça -, e veja quantos de seus artigos recentes (sem ser artigos de revisão da literatura) são publicados apenas por eles, sem vários "bolsistas" como primeiros autores ou co-autores. Pois é. Na prática, no Brasil e no mundo, quem faz a ciência, quem está na bancada gerando dados, é o "bolsista" que está supostamente "estudando", e não trabalhando.

Mas trabalho é o que isso é, e minha bandeira é que ele deve ser reconhecido como tal. O empecilho para isso é que as instituições públicas, onde se faz a melhor ciência no Brasil, só contratam por concursos, e com aquela faca de dois gumes que é o emprego garantido (mais sobre isso adiante). Fundações, contudo, têm autonomia para contratar e demitir; podem receber fundos tanto públicos quanto privados para pagar seus funcionários; e estão livres da necessidade de lucro que atrapalha a pesquisa básica.

Eis a primeira parte da minha proposta, então: que as instituições públicas onde se faz ciência criem Fundações, com gestão LOCAL, ágil, para contratar seus pesquisadores - e que esses pesquisadores, contratados e assim reconhecidos como trabalhadores que de fato são, sejam os hoje "bolsistas" de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Assim o cargo de "cientista" passa a existir de fato, em seus vários níveis de progressão na carreira, reconhecendo e recompensando o mérito e a produtividade de cada um: estagiário (atual bolsista de iniciação científica), assistente de pesquisa (atual recém-formado), pesquisador assistente, pesquisador júnior, pesquisador associado, pesquisador pleno, pesquisador sênior, diretor de pesquisa (chefe de laboratório).

De onde viria o dinheiro? De onde já vem: MCT, CNPq, FAPs estaduais - e, agora que são instituições "privadas", quem sabe até de fontes privadas, como em tantos outros países. Para deixar bem claro: proponho ACABAR COM TODAS AS BOLSAS NO PAÍS, e usar esses fundos para contratar os jovens como trabalhadores que são, com todos seus direitos e deveres trabalhistas. Quantos pesquisadores cada laboratório poderia contratar dependeria de produtividade e captação de recursos para seus projetos, com possibilidade de avaliação e reavaliação constante.

Contratados como trabalhadores, valeria assim a meritocracia e a agilidade que são a norma em qualquer empresa: quem faz um bom trabalho permanece; quem não está de fato produzindo corre o risco de ser demitido. Claro, com comissões de avaliação para garantir que ninguém seja demitido por mera picuinha ou por não fazer parte das panelas da vez. Proponho ainda que os cargos dos pesquisadores sênior e diretores de pesquisa, responsáveis pela continuidade dos projetos em andamento, tenham duração assegurada de cinco anos, renováveis indefinidamente, durante os quais o pesquisador, como o professor universitário, não precisará se preocupar com seu emprego.

O que fazer com a pós-graduação? Proponho que ela seja valorizada como algo realmente reservado àqueles jovens pesquisadores que demonstrarem capacidade de inovação e liderança, ao invés de ser usada como a boia de salvação atualmente necessária para quem quer seguir carreira na ciência, na falta de empregos de verdade como pesquisador. Cursos de atualização e formação continuada seriam oferecidos continuamente para pesquisadores contratados de TODOS os níveis, sem custo (mas também sem "bolsa" adicional), pois são fundamentais para todos (e não, na minha opinião, um "investimento opcional"). Mas, no esquema de cargos proposto acima, o pesquisador que demonstrar essas capacidades de pensamento original e independente ganharia acesso ao doutorado (chega de mestrado!), como qualificação adicional para um dia vir a ser líder de seu próprio grupo, no cargo de diretor de pesquisa (chefe de laboratório, na prática). Sendo um processo rigoroso de qualificação (também sem "bolsa" adicional!), onde originalidade e relevância são exigidos de fato, o doutorado prepararia o pesquisador para passar ao cargo de pesquisador pleno, sênior, e eventualmente diretor de pesquisa.

Como implantar esse esquema na estrutura atual de professores universitários? Proponho que seja oferecida a alternativa de acúmulo de cargo de professor universitário (sem dedicação exclusiva, claro) e diretor de pesquisa (para que já é chefe de laboratório) ou pesquisador pleno ou sênior (para quem já é professor com doutorado) para quem já é concursado (e deixo claro desde já que eu abraçaria a opção), mas claro que quem já é funcionário público não seria jamais obrigado a deixar seu cargo. O importante aqui é criar a possibilidade de contratação com perspectiva de carreira, e mudar como a ciência é feita daqui para a frente.

Notem que uma das consequências dessa proposta é que ser professor universitário pode passar a ser reservado a quem realmente SABE e QUER ensinar, ao invés de ser o "preço" a pagar para poder fazer pesquisa por aqueles que não curtem ensinar. Não é vergonha alguma não querer dar aula, assim como não é vergonha não querer fazer pesquisa; portanto, nada melhor do que as duas atividades serem dissociáveis.

A outra consequência desta proposta é a MOBILIDADE e AGILIDADE para contratação por Fundações locais associadas às Universidades (ou, melhor ainda, aos Institutos). Precisamos disso para atrair cientistas de outras cidades, estados, e países. Precisamos disso para ajudar a escolher outro caminho (eufemismo para "demitir", isso mesmo) aqueles que não se encontram na carreira de cientista ou professor, mas continuam nas universidades porque são, bem, funcionários públicos indemissíveis.

Minha irmã, economista, observa há anos, ao me ouvir descrever o funcionamento de laboratórios, universidades e instituições de pesquisa públicas, que o que falta à pesquisa é ser gerenciada como qualquer empresa. Quer saber? Acho que ela está com toda a razão. Um pouco de estabilidade, em geral não assegurada nas empresas, é necessária - mas ela não precisa ser eterna, e pode vir em pacotes de uns 5 anos de cada vez. E meritocracia é fundamental. Mas, sobretudo, ter seu trabalho reconhecido como "trabalho" é o que está faltando aos pesquisadores.

30 dezembro 2013

Domínio das contadoras

A força de trabalho feminina representa quase metade dos profissionais de contabilidade: 41,22% das 492,6 mil vagas no setor são ocupadas por elas. A expectativa é de que em cinco anos a divisão possa ser igualitária. Segundo dados de 2013 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), nos últimos 10 anos, mais de 85 mil mulheres ingressaram na carreira. Na graduação, elas já superaram os homens. O número de matrículas no curso de ciências contábeis é de 181 mil, em comparação a 132 mil alunos do sexo masculino, de acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2012.

Quando comparados aos números de 2003, os dados atuais deixam bem claro o avanço das mulheres no setor: de um total de 358 mil trabalhadores, apenas 34,07% eram do sexo feminino. Especialistas afirmam que o crescimento da atuação feminina no ramo de contabilidade se deve a uma série de fatores, como o acesso à educação e também às possibilidades que a carreira pode oferecer aos graduados na área, com vagas tanto no serviço público quanto no setor privado.

De acordo com a conselheira do CFC Celina Coutinho, o setor de contabilidade já possuía um número expressivo de funcionárias atuantes, mas alocadas em trabalhos de escritório. A necessidade de ajudar no orçamento familiar, entre outros fatores, impulsionou a procura por postos de liderança. “Elas resolveram encarar a possibilidade de assumir cargos mais importantes e maior responsabilidade na carreira”, diz.


Além de terem que enfrentar um mercado predominantemente masculino, as contadoras encaram o mesmo problema que a maioria das mulheres no mundo corporativo: as diferenças salariais com relação aos homens. Segundo levantamento feito pelo SalárioBR — site de serviço de pesquisa de cargos e salários — um analista de contabilidade homem com quatro a seis anos de experiência no setor ganha R$ 4.067,47 — 5,63% a mais do que um do sexo feminino. Já na posição de gerente de contabilidade, os homens recebem R$ 9.853,74, cerca de 1,54% a mais do que uma funcionária mulher no mesmo cargo e com a mesma experiência.

Um dos atrativos para a mão de obra feminina é a variedade de ramos de atuação no mercado. “As empresas precisam desses profissionais, seja para abrir as portas, seja para declarar falência, e há defasagem de bons funcionários. A figura feminina apresenta qualidades como disciplina, concentração e metodologia, que normalmente são fatores positivos na hora de serem avaliadas”, explica o vice-presidente do CFC, Antônio Miguel Fernandes.

Bárbara Figueroa prova as habilidades por meio de um trabalho eficiente (Geyzon Lenin)


Imagem nova
Embora o imaginário coletivo ainda associe a figura do contador à de um homem de idade e com uma caneta atrás da orelha, profissionalmente esse perfil já caiu por terra. “Hoje, já não se trata mais de uma questão de gênero, mas de qualidade de serviço, e há a tendência que a presença feminina seja crescente”, diz o vice-presidente do CFC. Bárbara Figueroa, 23 anos, é exemplo dessa mudança. Mesmo jovem, ela acumula cerca de seis anos de experiência no setor. Bárbara esclarece que nunca sofreu preconceito específico devido ao sexo, mas notou certa desconfiança por causa da idade. “Muitos não veem com bons olhos alguém novo com certas responsabilidades e, acredito eu, ser mulher pode agravar a situação. Mas isso é só no primeiro momento, pois o serviço da pessoa prova muita coisa”, explica a contadora, que já passou por cinco empresas na carreira.

Para José Elias Feres de Almeida, autor do livro Contabilidade de pequenas e médias empresas (Editora Elsevier; 512 páginas; R$ 129), a presença e o crescimento da participação feminina no mercado contábil são benéficos, pois acarretam uma mudança na dinâmica das empresas. “As mulheres possuem capacidades de observação e questionamentos diferentes dos homens. Isso agrega ao bom funcionamento do mercado, pois são novas maneiras de enxergar os problemas vividos”, afirma. A respeito dos próximos desafios a serem enfrentados pelas mulheres no ramo, o especialista é enfático ao dizer que futuras barreiras não são exclusividade apenas quando o assunto é gênero, mas para qualquer profissional dedicado. “É preciso investir na postura diante do trabalho e também na formação, fazer pós-graduação, mestrado e ter domínio de uma segunda língua.”

Salário desigual
Relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial, divulgado em outubro, coloca o Brasil no 62º lugar de um total de 136 países no ranking geral de igualdade de gêneros. Foram analisados quatro critérios: poder político, participação econômica, acesso à educação e à saúde. A pior qualificação foi no item “igualdade salarial entre homens e mulheres”, que ficou com a 117º colocação.


18 dezembro 2013

Profissões honestas

Uma pesquisa anual do Gallup para verificar quais as profissões eram consideradas honestas (ou não). Enfermeiras, farmacêuticos, professores, médicos e policiais estão no topo da lista. Coincidentemente, profissões que precisamos confiar.

No final da lista, lobistas, congressistas e vendedores de automóveis. Os contadores não entraram na pesquisa deste ano. Mas no último ano que foram citados, obtiveram um índice razoável de 43 (em 2011).

Esta seria uma pesquisa interessante para ser feita no Brasil.

24 julho 2013

Profissão do futuro: contabilidade ou computação?

Uma estimativa da entidade responsável pelas estatísticas sobre o trabalho nos Estados Unidos informou que entre 2010 a 2020 serão criados 8,5 milhões de empregos. Professores do ensino elementar serão responsáveis por 570 mil novas vagas. Em segundo lugar ...

Contadores e Auditores

com 452 mil novas vagas ! Mais de duas vezes o número de programadores de computador. Afinal, qual a profissão do futuro?

15 julho 2013

História da Contabilidade - Guarda-livros, Escriturário, Amanuense e Conferente

Na segunda metade do século XIX o número de profissionais que trabalhavam na contabilidade de uma empresa brasileira cresceu substancialmente (1). Quando o número de funcionários cresce é natural que comece a surgir graduações entre aqueles com maior poder e os subalternos. Isto também ocorreu com a contabilidade.

Sabemos que o profissional era conhecido como “guarda-livros”, que era o corresponde ao bookkeeper (2) da língua inglesa. Mas afirmar que o guarda-livros era o profissional contábil do passado é uma simplificação, já que um departamento de contabilidade de uma grande empresa possuía vários tipos de profissionais (3).

Um deles era o escriturário. Algumas empresas nos dias de hoje ainda possuem este cargo na sua estrutura e geralmente corresponde a função de nível subalterno, relacionada com a burocracia. No passado, o escriturário era aquele que fazia a “escrita” da empresa e esta é a origem da palavra. Os mais antigos associam o termo “fazer escrita de uma empresa” como sendo igual a “fazer a contabilidade de uma empresa”. Isto significa dizer que o escriturário correspondia a uma função onde se fazia os lançamentos contábeis.

Outro profissional era o amanuense (4), responsável pela copia de textos à mão. É bom lembrar que na época não existia nem computador nem máquina de datilografar. Então, para a função do amanuense era necessária ter boa caligrafia.
Finalmente tem-se o conferente, uma profissão que ainda existe nos dias de hoje. O número deste profissional era bem menor que o amanuense (5).

Considere a empresa citada anteriormente Central do Brasil, uma empresa férrea. Em 1902 a divisão de contabilidade tinha (6) como chefe o bacharel em engenharia João Baptista Maia de Lacerda. Junto à ele trabalhavam dois oficiais, um amanuense e um contínuo. Esta divisão estava subdividida em seções. A primeira seção tinha um contador (7), seu ajudante, oito primeiros escriturários, dez segundos escriturários, doze terceiros escriturários, um arquivista, 24 amanuenses, 25 praticantes, um impressor, um ajudante, um autografista e um contínuo. A segunda seção era comandada por um guarda-livros, com um ajudante, 2 primeiros escriturários, dois segundos escriturários, um terceiro escriturário, um amanuense e um contínuo. A contagem revela um total de cem empregados, mas existiam escriturários em outras divisões.

Uma repartição menor, a Repartição Geral dos Telegraphos, vinculada ao Ministerio da Instrucção Publica, Correios e Telegraphos (8) possuía na seção de contabilidade um chefe, um ajudante, um tesoureiro, um fiel (9) e dez escriturários (10). A contadoria do Correio Federal, na mesma época, possuía 32 funcionários, sendo oito amanuenses, nove praticantes e dez oficiais (11).

(1) Em postagem anterior mostramos isto.
(2) Vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Guarda-livros
(3) No Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, edição 48, p. 396, mostra uma organização onde a seção de contabilidade era dividida em Chefe, Escriturário, Amanuenses e Conferente.
(4) http://pt.wikipedia.org/wiki/Amanuense
(5) Conforme a organização existente no Almanak, citada em (3), existia uma proporção de 1 para 4 entre o escriturário e o amanuense e a mesma relação entre o conferente e o amanuense.
(6) Conforme Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, edição de 1902, p. 1220 e seguintes.
(7) É sempre bom destacar que “contador” não corresponde ao que hoje conhecemos como profissional formado em contabilidade. Era um cargo público, geralmente voltado para área de arrecadação.
(8) Grafia da época.
(9) Trata-se de um cargo que ainda existe nos dias de hoje, como por exemplo na gestão de armazéns. Vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_do_armaz%C3%A9m
(10) Também Almanak (...) , 1902, p. 669. Os três exemplos citados são de entidades vinculadas ao governo. Isto pode sugerir um número mais elevado de funcionários do que o necessário, em razão do tradicional apadrinhamento na área pública.

28 junho 2013

Frase

Trabalhei como contador por dois anos e meio, percebi que não era o que eu queria fazer com o resto da minha vida e decidi que iria dar uma chance à comédia.
Bob Newhart


Bob Newhart (Arthur Jeffries) e Jim Parsons (Sheldon Cooper) em The Big Bang Theory
Episódio 22 da 6ª temporada: The Proton Resurgence

09 junho 2013

Pela profissionalização do cientista

Do blog da Neurocientista de Plantão:

Conversei hoje com um deputado federal que assistiu à minha entrevista no Roda Viva, sensibilizou-se com a causa da não-profissão de Cientista, e quer organizar a jato um dia de apresentações, conversas e discussão na Câmara para regulamentar nossa profissão. Tem um mundo pela frente até chegar lá, mas o futuro já começou!!! 
Portanto, peço sua atenção, leigos, "cientistas", jovens ainda-não-oficialmente-cientistas: gostaria de ouvi-los para preparar minha apresentação e pleito pela regulamentação da profissão de cientista para o Congresso! Por favor visitem o link a seguir e preencham o formulário (curto) a respeito.

Compartilhem este link, por favor! E desde já muito obrigada pelo apoio!
http://www.cerebronosso.bio.br/pela-profissionalizao-do-cient/

02 janeiro 2013

Psicopatas

Segundo o livro The Wisdom of Psychopaths (algo como A Sabedoria dos Psicopatas), as profissões do lado esquerdo são mais propensas a este tipo de pessoas: executivos, advogados, repórter, vendedor, cirurgião, jornalista, policial, pessoa do clero, chef e funcionário público são as profissões ideais. Ao lado de enfermeiras, professores, médicos e pessoas que trabalham com caridade temos o contador! 

Fonte: Aqui

23 outubro 2012

Salário e Mercado

O gráfico acima foi publicado ontem no jornal Estado de S Paulo. Mostra a evolução do número de pessoas formadas no eixo "x" e a evolução do salário médio, no eixo "y". A contabilidade está destacada no gráfico: o salário não evoluiu, mas o número de profissionais formados sim. As profissões de verde são aquelas que aumentaram a quantidade de profissionais formados e também o salário. De azul, o número de trabalhadores evoluiu e o salário caiu. É o caso de administração, farmácia, atuarias e biologia. De amarelo, aumentou o salário e diminuiu o número de profissionais. Isto ocorreu com economia e profissões militares. Finalmente, vermelho, teve redução no número de formandos e no salário. Caso isolado da filosofia.

A situação é preocupante para a contabilidade já que o ajuste de salário ocorre muito mais rápido que a redução no número de formandos. Nos próximos anos os novos profissionais irão aumentar, mas talvez o salário não apresente uma evolução favorável. A "sorte" é que entre o número de formados e o de novos profissionais existe uma diferença em razão do exame de suficiência. Neste caso o exame impede que mais profissionais cheguem ao mercado, reduzindo o salário médio. Não por coincidência, as profissões com forte regulamentação estão no quadrante verde: medicina, odonto, engenharia e arquitetura e direito.

01 outubro 2012

Profissões

A pesquisa partiu de um aparente paradoxo. Apesar de se constatar no Brasil um apagão de mão de obra qualificada, o salário real médio de quem tem o ensino médio completo caiu de R$ 1.378 em 2000 para R$ 1.317 em 2010. Da mesma forma, os diplomados no curso superior viram seu rendimento médio cair de R$ 4.317 em 2000 para R$ 4.060 em 2010. Se o ganho de quem tem o ensino médio ou grau universitário caiu, é um sinal de que a demanda por qualificação recuou - o que aparentemente contradiz a o fenômeno do apagão de mão de obra.  Jovens estudam humanas, mercado pede exatas

No destaque, contabilidade. Quanto mais à esquerda, maior o salário da profissão. Clique na imagem para ver melhor. Observe a boa posição de "atuária".