Translate

25 novembro 2019

Ainda a Aramco

Um, o Google estimou que seu sistema Lidar, que custou US $ 150.000 para construir, custaria US $ 70.000 em 2012. Analistas zombaram e zombaram da estimativa - mas o Google estava certo: isso é exatamente o que custou em 2012. Mas o mais impressionante é que em 2013, esse mesmo equipamento custou US $ 10.000 ... apenas um ano depois, meros US $ 1.000 ... e três anos depois, US $ 250!

E dois, em 2000, um computador de ponta usado para simulações de guerra nuclear tinha capacidade para 1 teraflop (1 trilhão de operações de ponto flutuante por segundo), custava US $ 46 milhões, usava 850 quilowatts de energia e ocupava 1.600 pés quadrados. Em 2017, a Nvidia havia desenvolvido um computador com 2,3 teraflop que custava US $ 59, usava 15 watts e era pequeno o suficiente para caber na sua mão.

A lição aqui é que os humanos pensam de maneira linear - ainda que certos sistemas, incluindo interrupções tecnológicas, não sejam lineares.



Segundo uma postagem do ValueInvesting isto também se aplica para Aramco. Há uma previsão de que o preço do barril de petróleo deve cair para 25 dólares. Atualmente está perto de 60 dólares. Como 70% do petróleo é usado para transporte, isto pode ter influencia sobre os custos da aviação (8% do uso do petróleo). Mas terá um grande impacto para as petrolíferas.

O governo da Arábia Saudita está vendendo a Aramco porque precisa de caixa. E o fato do governo estar vendendo pode ser um sinal de que o futuro do petróleo não seja tão interessante assim.

Além disto, a empresa está cara:

Em 2018, a Aramco gerou lucros de US $ 111 bilhões. Na avaliação alvo (conto de fadas) de US $ 2 trilhões, as ações seriam negociadas em uma relação preço / lucro (P / L) de 18.
Em comparação, a ExxonMobil (XOM), a maior empresa internacional de petróleo e gás de capital aberto, esta negocia a um P / E de cerca de 15 vezes o lucro de 2018. Os rivais BP (BP) e Royal Dutch Shell (RDS) foram negociadas em múltiplos ainda menores em 2018, de 14 e 11 vezes, respectivamente.

... e a um risco menor.

Uma comparação melhor para a Aramco pode ser a Gazprom, a maior empresa de gás do mundo, controlada majoritariamente pelo governo russo. É negociada a um P / L de 3,5 e produz cerca de 6%. Mesmo se dermos à Aramco o benefício da dúvida e a valorizarmos com o dobro do múltiplo da Gazprom ... isso apenas sugeriria uma avaliação total da empresa de cerca de US $ 800 bilhões - muito abaixo da meta dos sauditas.

Redução de homicídios 2

Anteriormente mostramos uma estatística que diz que o envelhecimento da população contribui para redução do crime no mundo. Os dois gráficos abaixo são melhores ainda (via Marginal Revolution). O primeiro gráfico mostra a taxa de criminalidade antes, durante e após a maternidade:


A redução é nítida. Parece que o fato de uma mulher ser mãe contribui para redução da chance de crime. As restrições físicas podem ser uma possível explicação. Mas o gráfico a seguir é muito parecido com o anterior, com uma importante diferença: o impacto no pai.
Também há uma redução na taxa. Existe uma mensagem nesta estatística:

Mais geralmente, no entanto, há implicações políticas se pensarmos além dos resultados imediatos. Primeiro, esses resultados mostram que o crime não é simplesmente um produto de antecedentes familiares, pobreza e negligência. O crime é uma escolha.

Marketing a custo Zero

Ao comentar a aquisição de 51% das ações da empresa de Kylie Jenner por parte da Coty, Powell (O Segredo do sucesso de Kylie Jenner, Financial Times, traduzido por Valor, 22 de novembro de 2019, b8) destaque para a elevada margem da empresa.

Com receita de 200 milhões de dólares, a empresa foi avaliada em 1,2 bilhão, já que o valor das ações comercializadas foi de 600 milhões. A margem elevada justificaria este valor.

Jenner também tem uma vantagem que qualquer promissor egresso da faculdade de administração de Wharton apenas poderia sonhar: custos de marketing quase nulos.

Graças à sua linhagem como integrante mais jovem da família Jenner-Kardashian, Jenner acumulou uma surpreendente legião de seguidores nas redes de relacionamento social. (...) esse tempo gratuito no ar vale muito.

A BBC noticiou em julho que Jenner atualmente cobra UIS$1,2 milhão por comentário promocional no Instagram. Portanto, digamos que, se ela tiver publicado 400 comentários sobre sua marca neste ano, isto equivale na prática a um marketing em tonro de 440 milhões a cum custo zero - mais do que o Snapchat e o Peloton gastaram no mesmo item marketing em 2018. E isso é só no Instagram.

Uma estimativa de Powell é que isto representaria alo em torno de 20 a 25 pontos de margem adicional.

Ao comprar 50% da empresa, a Coty mantêm o interesse de Jenner em continuar promovendo a marca. Isto provavelmente deve estar nos termos de negociação.

Rir é o melhor remédio

Árvore Genealógica da sua família

24 novembro 2019

Emprego na contabilidade 3 - quem se salva?

No meio de tantos problemas, quem se salva? O gráfico mostra isto:
A linha vermelha já é conhecida. Refere-se ao setor contábil, de janeiro de 2014 até outubro de 2019. É um desastre, como já mostramos várias vezes no blog. Mas a linha azul mostra um tipo de profissional que desde o início da crise o volume de admissões está próximo ao de demissões. E nos últimos meses está até contratando. Trata-se do trabalhador com ensino superior completo. (Atenção: este profissional também está contado na linha vermelha, que representa o total)

Uma análise mais crítica poderia lembrar que todo ano as instituições de ensino colocam no mercado de trabalho milhares de novos potenciais trabalhadores. Entre 2014 a 2019, o mercado contábil, para pessoas com formação superior, aumentou 1.853 vagas, um número muito menor que a quantidade de novos profissionais. Mas, em defesa da análise anterior, é bom lembrar que o graduado em contabilidade pode achar uma vaga de emprego em outra ocupação, como gestor financeiro, que não está contemplado nesta estatística.

Emprego na contabilidade continua em baixa 2

A seguir, a tabela faz um comparativo entre outubro de 2019 e outubro de 2018
É possível notar que o mês de outubro de 2019 foi pior que o mesmo mês do ano passado.

Emprego em Contabilidade continua em baixa

Mensalmente atualizamos o gráfico acima. Ele compara a relação entre admissão e demissão na economia e no setor contábil, de forma acumulada. O gráfico começa em 2014 e depois disto tivemos a maior recessão de nossa história. Na metade do gráfico é possível perceber que o número de admissões na economia começa a aumentar, sendo maior que as demissões. A linha vermelha aponta para cima, indicando que o Brasil está gerando mais emprego a cada mês. Os números ainda são inferiores aos existentes antes da crise econômica, mas tudo indica que em alguns meses iremos recuperar o nível existente antes de abril de 2015, quando a linha indicou um acumulado negativo.

Agora observe a linha azul, do setor contábil. Consideramos aqui os contadores e auditores, escriturários e técnicos em contabilidade. A partir de 2016/2017, a linha azul continuou apontando para baixo, enquanto a economia revertia a tendência. E assim persiste até os dias atuais. Em outras palavras: a crise continua a afetar o emprego na área contábil.

Até 2017 o comportamento das duas curvas era próximos. A relação entre as duas, medidas pelo coeficiente de correlação, era de 0,90, sinal positivo. Ou seja, seguiam no mesmo rumo. Entre o final de 2017 (correlação igual 0,90) a outubro de 2018 (correlação igual a -0,21) tudo mudou. (Medimos esta correlação para os últimos vinte e quatro meses). Os últimos números, de outubro de 2019, a correlação foi de -0,65, a maior - em módulo - da série. Em outras palavras, nunca antes o comportamento entre as duas linha foi tão diferente.

Rir é o melhor remédio

Quando o auditor chega...

23 novembro 2019

Redução dos homicídios no mundo


A taxa de homicídio no mundo está caindo, conforme a tabela acima. Exceto na América Latina, que aumentou entre 1990 a 2015. A razão? Não é uma política pública ou algo relacionado com a economia.

Um declínio global da violência sugere que as políticas de justiça criminal de cada país podem ter menos impacto no declínio do homicídio do que eventos ou tendências mundiais.

Em nosso novo estudo, publicado em 9 de outubro, defendemos outra explicação possível: A população de países ao redor do mundo está envelhecendo.

Homem paga para ficar casado

Este é um argumento de Steven Landsburg:

No ano seguinte ao divórcio, o padrão de vida das mulheres caiu 27%, enquanto o padrão de vida dos homens aumentou 10%. Se isto é verdade, o casamento é ruim para os homens. Então, qual o sentido de ficar casado?

A coluna clássica de Steven Landsburg sobre "Por que os homens pagam para se casar" argumenta que a diferença é um diferencial compensador, o "preço" que os homens pagam às mulheres para compensá-las pelo trabalho relativamente desagradável do casamento.

Se os homens permanecem em casamentos que lhes custam muito dinheiro, isso prova que eles realmente gostam de ficar casado. Eles estão recebendo algo que valorizam e estão pagando por isso.

Froeb completa:


Quando li isso pela primeira vez há 8 anos, achei engraçado. Agora, após 19 anos de casamento, me pergunto por que o preço é tão baixo.

Quanto receberão os Bancos que trabalham na IPO da Aramco?

Segundo a Forbes:

No início desta semana, fontes disseram à Reuters que os bancos que trabalham no IPO da Saudi Aramco dividirão taxas no valor de 0,35% do valor arrecadado, ou seja, no topo de sua faixa de preços, captando US$ 25,6 bilhões, as taxas chegariam a US$ 90 milhões.

Os números ficam ainda piores em comparação com os US$ 300 milhões que bancos ganharam com o IPO recorde da Alibaba de US$ 25 bilhões em 2014. O pagamento recorde foi de US$ 550 milhões que os bancos ganharam com o IPO de US$ 19,6 bilhões da Visa em Nova York em 2008.

A atividade dos mercados de capitais de ações normalmente responde por cerca de um quarto das taxas globais de bancos de investimento, mas a captação de capital em 2019 está em seu nível mais baixo desde 2012, uma vez que uma série de transações canceladas e listagens decepcionantes pesam sobre o sentimento geral do mercado, mesmo com muitos índices atingindo recordes

Rir é o melhor remédio

Humano ou espantalho: celular

22 novembro 2019

Efeito da competição bancária sobre o custo do crédito e a atividade econômica

Resumo:

We estimate the effect of bank competition on financial and real variables. To do so, we use regional heterogeneous exposure to mergers and acquisitions (M&A) of large banks as an instrument for changes in competition of local banking markets in Brazil. We use detailed administrative data on loans and firms and a difference-in-differences empirical strategy that compares changes in outcomes for markets affected or not by the M&A episodes. We find that, following M&A episodes, spreads increase and lending decreases persistently in exposed markets relative to controls. We show that this is larger for more concentrated markets at the time of the M&A episode, and is unlikely to be driven by other factors, such as branch closures. We find that non-agricultural employment falls .2% for an increase of 1% in spreads. We develop a model of heterogeneous firms and concentration in the banking sector that is consistent with the micro evidence. In our model, the semi-elasticity of credit to lending rates is a sufficient statistic for the effect of concentration on output, which we estimate to be -3.17. Among other counterfactuals, we show that if Brazilian spreads fell to world levels, output would increase by approximately 5%.

Fonte: Bank Competition, Cost of Credit and EconomicActivity: evidence from BrazilGustavo Joaquim and Bernardus Van Doornik - BCB Working Paper

Resultado de imagem para spread bancario brasil

Finanças obscuras do Vaticano

O Papa Francisco tenta resolver um problema mundano: tornar o Vaticano um lugar menos pecaminoso em termos financeiros. Mas o quadro traçado pela The Economist mostra que nem as autoridades europeias acreditam na santidade do Vaticano: o lugar parece favorecer a lavagem de dinheiro:


AFTER A WEEK of resignations and exclusions, the Vatican faces the very real risk of being reduced once more to the status of an international financial pariah. In the coming days its officials are due to answer a detailed questionnaire for Moneyval, Europe’s anti-money-laundering and anti-terrorist-financing watchdog. The picture they will have to paint could scarcely be less reassuring.

The Financial Information Authority (AIF)—the Vatican’s regulatory body and the cornerstone of a nine-year campaign to dispel the Holy See’s image as a refuge for hot money and shady dealings—is no longer eligible to receive intelligence on suspected financial crime from its counterparts in other states. The AIF’s president, René Brülhart, has left (the Vatican announced on November 19th that his contract would not be renewed). Half his board has since resigned. And the authority’s director is suspended from duty.

Information is Beautiful

Eu gosto de acompanhar o prêmio Information is Beautiful. No passado já tivemos demonstrações contábeis vencendo o prêmio.

Na versão anunciada agora, o jornal Estadão venceu o Non-English Language por um gráfico sobre adoção no Brasil .Veja o gráfico aqui

50 melhores livros de não ficção dos últimos 25 anos

A Slate selecionou um conjunto de 50 livros que representariam o que melhor foi produzido de não ficção nos últimos 25 anos.

Qualquer lista é controversa. Nesta, reconheci dois livros. O primeiro, Fun Home, de Alison Bechdel, a mesma que criou uma medida de descriminação de gênero em filmes, é um quadrinhos sobre a sua vida. Conta, em especial, o relacionamento com seu pai. Tem uma versão em língua portuguesa. É um livro triste, mas que vale uma lida.

O segundo é Informação, de James Gleick. Também tem tradução para o português e o autor tinha escrito anteriormente sobre a teoria do Caos. Confesso que já comecei a ler este livro duas vezes e não consegui passar das primeiras páginas. Talvez seja também um problema meu. É uma obra que impressiona pelo número de páginas.

Rir é o melhor remédio

Quando você decide cortar custos

21 novembro 2019

Inteligência Artificial: não caia na propaganda exagerada


Expectations that computers are on the verge of matching or surpassing humans' abilities may be rampant, but they aren't new.


So began Melanie Mitchell's engaging and informative lecture, hosted by The Santa Fe Institute and delivered to a packed house at The Lensic Performing Arts Center on Tuesday.


Mitchell, a professor of computer science at Portland State University and external professor at SFI, introduced the audience to AI's history by noting that as far back as 1958 (and this was not even the beginning, she added), researcher and engineer Frank Rosenblatt debuted a device called The Perceptron, developed by the Office of Naval Research. The Perceptron had been taught to recognize hand-written letters and Rosenblatt's unveiling of it prompted The New York Times to declare that the Navy had "revealed the embryo of an electronic computer today that it expects will be able to walk, talk, see, write, reproduce itself and be conscious of its existence."


Many other predictions followed.


In 1961, Claude Shannon, pioneer of information theory, proclaimed, "I confidently expect that within a matter of 10 or 15 years, something will emerge from the laboratory which is not too far from the robot of science fiction fame."


Nobel Laureate Herbert Simon followed, in 1965, saying: "Machines will be capable, within 20 years, of doing any work that a man can do."


And MIT AI lab founder Marvin Minsky, in 1967, predicted that within a generation, the problem of creating artificial intelligence would be "substantially solved."


None of these predictions have actually come to pass yet. "We are still at a stage where machines are very much less intelligent than we are," Mitchell said. "but people still are making big predictions about them."


For example, Coursera co-founder, computer scientist Andrew Ng, an expert in machine learning, just two years ago compared AI to electricity circa 100 years ago, saying "I actually have a hard time thinking of an industry that I don't think AI will transform in the next several years." Elon Musk, more forebodingly, has described AI as "our biggest existential threat."


In fact, Mitchell's new book, Artificial Intelligence: A Guide for Thinking Humans, begins with a story of visiting Google for an AI meeting in 2014, along with her mentor, AI legend Douglas Hofstadter, author of the seminal computer science book and Pulitzer prize winner Gödel, Escher, Bach: An Eternal Golden Braid. At that meeting, Hofstadter expresses to the Google engineers his own fears about AI encroaching on those qualities he assumed to be distinctly human and un-replicable. Mitchell writes: "He fears that AI might show us that the human qualities we most value are disappointingly simple to mechanize."


The field, Mitchell soon discovered, was divided on this point. "What I found is that the field of AI is in turmoil," she writes, with one side confident of machines' limitations, and the other predicting it's just a matter of time before they wipe out humanity. She embarked on the book to "understand the true state of affairs" in AI, the basic tenets of which she presented in Santa Fe.


Her lecture first discussed what artificial intelligence actually is, given that the term, she said, is surprisingly difficult to define. Examples are easier to find: chess-playing machines, virtual assistants, GPS, self-driving cars. Mitchell said her favorite definition is "an anarchy of methods," as this helps characterize the way in which AI is an umbrella term for all types of ways machines perform actions people might describe as intelligent.


From there, Mitchell described how machine learning has become a more significant part of the field since the 1980s. Prior to then, so-called intelligent machines learned by having people manually program them with rules. In machine learning, which became more prevalent in the field between the 1990s and 2000s, machines actually learn by being given data rather than through human programming. By 10 years ago, machine learning had become prevalent in AI, and "deep learning," a type of machine learning design inspired by the way the human brain works, had taken over machine learning. Today, she noted "all of the things you use" that fall under AI—speech recognition, Google search, facial recognition—"are powered by deep learning."


All are far from flawless. Machines can be hacked, and she provided numerous examples of facial recognition software stymied by special glasses and self-driving cars led astray by so-called "adversarial machine learning," to name a few. Moreover, machines can't extrapolate larger concepts and meaning in the same way that humans can.


"I think what's going wrong is these systems are not capturing the meaning that is in the data they're processing," she said. "They don't understand in the way that we humans understand. It's hard to say exactly what it means to understand; it's one of the problems we have with this kind of language." Words such as intelligence, understanding and comprehension, she said "don't have very good definitions" in terms of how brains work. "I can't say whether a machine is understanding or not, but I know it's different than the way I understand. And if machines are going to work with us in our world, we need to make sure they understand the way we do."

Fonte: aqui

Imagem

Recursos para o Iasb

Uma reportagem no jornal Valor Econômico de ontem procurou fazer um balanço da participação de MAria Helena Santana na Fundação IFRS: Adoção de normas IFRS foi positiva no Brasil, diz curadora, por Raquel Brandão. No início do mês, o Iasb anunciou que dois novos curadores, a partir do início de 2020.

(Entretanto, ao contrário do que anuncia o jornal, Broedel não irá substituir Santana. Veja o texto: "Agora entregará o bastão a Alexsandro Broedel...". Na verdade, ao usar esta redação, ficou parecendo que a cadeira é cativa do Brasil, o que não é de todo verdadeiro)

Apesar do título, a maior parte do texto trata de um assunto mais palpável: a questão do financiamento da Fundação. Veja o trecho específico:

Para funcionar, o Iasb depende de doações de empresas e governos, e parte importante do trabalho dos curadores é manter esse fluxo de recursos. Nesse quesito, Maria Helena adota um tom mais crítico e chama de "fracasso" a queda observada nas contribuições brasileiras durante os seus seis anos como curadora. As contribuições caíram de 307,3 mil libras esterlinas em 2013, equivalentes a 1,44% do total de 21,4 milhões de libras esterlinas daquele ano, para 146,8 mil libras esterlinas no ano passado, correspondentes a 0,67% dos 22 milhões de libras esterlinas arrecadados. E o total de 2019 deve ser ainda menor, diz ela.

Os recursos enviados peloa Brasil sentiram, especialmente, o impacto da crise econômica enfretanda pelos país nos últimos anos e cujos efeitos ainda podem ser sentidos. Albumas companhias abertas, escritórios de advocacia, auditoria e corretoras contribuem voluntariamente valores anuais, conta Maria Helena. No entanto, houve importante redução de contribuições públicas e das empresas também. 

Neste ponto é importante fazer uma grande ressalva. O relatório de 2018 aponta um total de contribuição de 146,8 mil libras esterlinas - conforme o texto - da seguinte origem:

£100,000 +Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis
£25,000 +Central Bank of Brazil
Less than £25,000Petrobras SA

Somente três fontes, todas elas de origem pública. Não existiu doação de "Albumas companhias abertas, escritórios de advocacia, auditoria e corretoras" conforme o texto afirma. Em 2013 as contribuições foram de 307 mil libras e apresentada no relatório do ano da seguinte forma:

£307,258
£100,000+Comitê de Pronunciamentos Contábeis
£25,000+The Brazilian Development Bank (BNDES) Central Bank of Brazil

Veja que existe uma diferença entre o valor total e a soma da contribuição do CPC, BNDES e Banco Central, no total de 150 mil libras. Ou seja, não ocorreu uma redução da contribuição pública, como afirma o texto. Pelo contrário, o governo, mesmo com a crise, continua contribuindo. 

O texto continua:

A diminuição nas contribuições brasileiras e a menor representatividade do país entre os financiadores da fundação é vista com preocupação. Ter papel de destaque, explica ela, depende do envio da contribuição financeira, de qualificar as pessoas que elaboram as manifestações técnicas nas discussões de normas e de ter condições financeiras de tê-las atuando profissionalmente. 

O primeiro trecho parece bem claro: que doa dinheiro participa do Iasb. A nossa sorte é que os outros países da América Latina não colocam dinheiro na Fundação, então não temos concorrentes.

(Aproveitando, Santana participou de 1 das 3 reuniões da Fundação IFRS em 2018. Está no relatório do Iasb, página 19)

Além disso, acrescenta, a contribuição dos países, tanto financeira quanto do ponto de vista de atuação, é essencial para livrar o Iasb de "pressões indevidas". 

O trecho "pressões indevidas" está entre aspas, mas não existe uma clareza sobre o que seria isto. (Eu arriscaria um termo com três letras e um número...)

"Precisamos encontrar uma forma de institucionalizar essa contribuição, pois é no interesse público, portanto do Estado, que o Brasil se faça representar corretamente, com profissionais que possam viajar e ter suporte técnico, já que, por força de lei, dependemos dessas normas e queremos que elas continuem sendo elboradas com qualidade" diz Maria Helena (...)

Bom, aqui temos um caso de carona. Por parte de outros países, que não contribuem. Veja que apesar de ser adotado em 150 jurisdições, somente 33 delas fazem contribuição à Fundação. A grande maioria é carona. Qual o benefício? Para alguns países (não todos) o retorno é a possibilidade de nomear alguém para fazer parte da estrutura da Fundação. Será interesse público? Realmente não sei. 

Suborno, Montadora e Sindicatos

A empresa montadora General Motors divulgou que estaria processando a Fiat Chrysler. O motivo: a Fiat teria subornado dirigentes sindicais nas negociações trabalhistas. É interessante que recentemente a GM teve que fazer um acordo com o mesmo sindicato, para colocar fim a uma greve.

A Fiat Chrysler respondeu negando e acusando a GM de querer prejudicar a fusão do a PSA, montadora francesa.

O sindicato envolvido (UAW, na sigla em inglÊs) também divulgaram um comunicado sobre o fato do seu presidente ter feito despesas falsas, enganosas e imprecisas.