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18 junho 2019

Retorno para Tudo

Uma das premissas do processo de avaliação é usar dados previstos. Entretanto, é muito difícil prever o futuro. Por este motivo, muitas previsões realizadas nas avaliações utilizam dos dados passados, partindo da suposição de que o futuro é uma repetição da história. Obviamente não é preciso alertar para a chance da previsão estar errada em razão desta suposição.

Mas o analista não tem muita alternativa disponível. Em certos laudos, é importante estar sustentado em algo mais “objetivo”, como são os dados passados. Por este motivo, é sempre bom estar atento as pesquisas históricas que possam ajudar nos argumentos utilizados nas avaliações.

Uma pesquisa recente utilizou dados de 1870 até 2015 para calcular alguns dos parâmetros mais importantes para a avaliação. Pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha reconstituíram o que ocorreu com o retorno de ativos de algumas das economias desenvolvidas. E pela primeira vez eles incluíram o retornos dos imóveis residenciais em um cálculo tão longo. Além disto, também calcularam o retorno das ações, dos títulos do governo e dos títulos de curto prazo. Estes dois últimos foram considerados como investimentos “sem risco”; imóveis e ações foram classificados como investimentos “com risco”.

Os países que foram investigados: Alemanha, Austrália, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça.

Os achados são interessantes e um deles indica que o retorno obtido com imóveis é aproximadamente o mesmo do retorno com o mercado acionário, algo em torno de 7%. Veja no gráfico abaixo que a linha verde (retorno de imóveis) acompanha o retorno do mercado de ações, mas com uma importante diferença: é menos volátil. Ou seja, no longo prazo, quem investiu em imóveis obteve o mesmo retorno, com menor risco. A pesquisa aponta, no entanto, que esta regra tem exceções: em alguns países as ações tiveram um desempenho melhor. Além disto, a diversificação com imóveis é mais difícil, já que o custo de transação é maior e a liquidez é menor. Mas os autores observam que a correlação mundial do investimento em ações é cada vez maior, reduzindo o ganho com a diversificação

Ao comparar os dois tipos de investimentos “seguros”, a pesquisa encontrou que o retorno destes títulos são mais voláteis no curto prazo. Em tempos de paz, o retorno dos ativos seguros esteve entre 1 a 3%. Assim, uma comparação usando o trade-off risco e retorno mostra que os investimentos “seguros” são ruins: são famosos por serem sem risco, mas não o são; e possuem um retorno baixo, típico de investimento sem risco. Esta equação termina ser boa para as finanças públicas dos países, como chamam a atenção a pesquisa, pois é possível lançar um título com baixo rendimento, sem ter baixo risco.

A comparação entre estes dois tipos de investimento - com e sem risco - resulta no prêmio pelo risco. Os autores encontraram que em média o prêmio foi entre 4 a 5% nos tempos de paz. Este prêmio cresceu substancialmente no período após as duas guerras, mas nos anos recentes esteve abaixo dos 4%.

Baseado nesta série histórica, uma boa estimativa para os parâmetros usados no cálculo do retorno esperado é a seguinte: Rf = 1 a 3%; Rm = 7%.

Jordà, Òscar et al. The Rate of Return on Everything, 1870–2015 December 2017 Working Paper.

17 junho 2019

Geometria das bandeiras

A figura mostra a falta de originalidade das bandeiras:
Brasil é criativo, não?

KPMG multada em US$ 50 milhões

Segundo o Wall Street Journal (WSJ), a KPMG LLP concordou em pagar à Securities and Exchange Commission (SEC) uma multa de US$ 50 milhões relacionada a alegações de que ex-funcionários conseguiram dar uma “olhadinha” nos planos dos reguladores de inspecionar seus trabalhos e auditores da empresa fraudaram provas de treinamento interno.

Em março, um ex-sócio da KPMG foi condenado por estar envolvido em esforços para roubar informações confidenciais, a fim de ajudar a empresa a parecer melhor ao Conselho de Supervisão Contábil das Companhias Abertas (Public Company Accounting Oversight Board), que regulamenta as empresas de auditoria. A SEC afirmou que ex-integrantes da alta patente da KPMG, responsáveis pelo controle de qualidade da empresa, obtiveram e usaram indevidamente informações confidenciais que pertenciam ao conselho contábil. Segundo a SEC, os funcionários da KPMG procuraram as informações porque a empresa havia ido mal nas investigações anteriores e queriam melhorar os seus resultados.

Funcionários da KPMG também fraudaram exames internos destinados a testar conhecimentos sobre uma variedade de princípios contábeis e outros tópicos. Os profissionais compartilhavam as questões entre si, enviando as respostas principalmente por e-mail.

Além da penalidade, a KPMG concordou em avaliar suas práticas de ética e integridade, identificar auditores que violaram as regras em conexão com os exames nos últimos três anos e contratar um consultor para avaliar os controles de ética e integridade da empresa, segundo a SEC.

A multa de US $ 50 milhões é uma das maiores já impostas a um auditor em uma ação da SEC.

Comercial da Deloitte

Comercial muito criativo da Deloitte. No link, a explicação dos diretores.

Rir é o melhor remédio

Quando você diz que acha que está trabalhando demais, o que você quer dizer?

16 junho 2019

Previsão de Falência via Accrual

Resumo:

Financial information has been widely used to design bankruptcy prediction models. All research works that have studied such models assume that financial statements are reliable. However, reality is a bit different. Indeed, firms may tend to present their financial accounts depending on particular circumstances, especially when seeking to change the perception of the risk incurred by their partners, and thus distort or alter some of them. Consequently, one may wonder to what extent such “manipulations”, called earnings management, may influence any model that relies on accounting data. This is why we study how earnings management may affect financial variables and how it can indirectly distort predictions made by failure models. For this purpose, we used a measure that makes it possible to assess potential account manipulations, and not effective manipulations. Our results show that when these distortions are measured and used with other financial variables, models are more accurate than those that solely rely on pure financial data. They also show that the improvement of model accuracy is essentially due to a reduction of type-I error—the costliest error in economic terms.

fONTE: du Jardin, P., Veganzones, D. & Séverin, E. Comput Econ (2019) 54: 7. https://doi.org/10.1007/s10614-017-9681-9

Resultado de imagem para earnings management

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Arnav Kapur: Como a inteligência artificial pode se tornar uma extensão da sua mente


Tente falar sozinho sem abrir a boca, simplesmente dizendo palavras internamente. E se você pudesse pesquisar na internet assim e obter uma resposta? Na primeira demonstração pública ao vivo de sua nova tecnologia, o Bolsista TED Arnav Kapur apresenta o AlterEgo: um dispositivo de inteligência artificial com o potencial de permitir que você fale silenciosamente e receba informações de um sistema de computador, como uma voz dentro de sua cabeça. Saiba mais sobre como o dispositivo funciona e as implicações de longo alcance desse novo tipo de interação humano-computador.

15 junho 2019

Baumol ainda vive


Esta figura foi publicada aqui (original em Marginal Revolution). Acompanhando os preços desde 1950, alguns setores aumentaram em muito seus preços (educação, saúde, manutenção de automóvel) e outros reduziram seus preços (telecomunicações, roupas, automóveis novos). Qual a razão disto? Segundo Alex Tabarrok: regulamentação, burocracia, monopólio e Efeito Baumol).

O efeito Baumol já foi comentado várias vezes no blog (aqui, aqui ou aqui). Refere-se ao aumento nos custos em algumas atividades que não conseguem usufruir dos ganhos de produtividade. O exemplo clássico é o número de músicos que toca a nona sinfonia de Beethoven.

Tese e ensaio-maternidade

Na semana passada postamos um Rir mostrando uma pessoa que fez um ensaio fotográfico com a sua tese. Hoje tropecei nesta postagem do HypeSscience falando sobre ela:

Sarah Whelan Curtis, de 26 anos, acaba de terminar sua pesquisa de doutorado. Para comemorar o árduo trabalho de quatro anos, ela participou de um ensaio de maternidade. Mas ao invés de exibir um recém-nascido fofo, ela mostrou orgulhosamente a sua tese.
“Eu tenho vários sobrinhos e sobrinhas, e minha mãe me disse: ‘consiga um doutorado ou me dê um neto’. Eu consegui meu doutorado”, disse ela ao Yahoo Lifestyle.
Depois de ver tantos amigos compartilhando fotos de seus bebês, ela teve esta ideia. Quando o trabalho ficou pronto, ela pegou uma manta de bebê, enrolou sua tese nela, e pediu ao seu marido que tirasse fotos de seu recém-nascido. Ela postou as fotos no Twitter e elas fizeram grande sucesso entre outros acadêmicos que também sentem que suas pesquisas são como filhos.
“Sim, eu fiz um ensaio com a minha tese. O trabalho de parto mais longo de todos. #phdlife”, escreveu ela na legenda das imagens.
Ela fez seu programa de Ph.D. na Universidade Emory em Atlanta (EUA), na área de epigenética.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

14 junho 2019

Renúncia da auditoria

Algo interessante ocorreu na Índia. A Reliance Capital é uma das maiores empresas do país asiático, gerenciando ativos, seguros de vida, entre outros produtos. Possui mais de 20 milhões de clientes e 15 mil funcionários.

A empresa PwC encaminhou uma carta para Reliance, afirmando estar abandonando a auditoria por não receber uma resposta satisfatória para algumas dúvidas. Na quarta a Reliance divulgou este fato. As ações, cotadas a 93$ na manhã de quarta terminou o dia cotada a 87 e agora, na sexta, estava a 76$. A empresa disse que as observações da empresa eram infundadas e injustificadas; a decisão da PwC seria motivada pela “psicose do medo”, sem uma discussão com o comitê de auditoria.

Aparentemente, a PwC apontou problemas contábeis na empresa e na Reliance Home Finance ligado a desvios de recursos entre as partes relacionadas. O executivo, Anil Ambani, indicou que seriam boatos injustificados.