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23 março 2018

22 março 2018

Uma solução para a crise de replicação?

Butera e List propuseram uma abordagem diferente para tentar contornar a crise de replicabilidade existente em ciências sociais. Muitas pesquisas que são divulgadas não são replicadas, o que impede de verificar se o método estava correto, se a amostra não era enviesada, se os pesquisadores não cometeram erros ou manipularam os resultados ou fizeram realmente a pesquisa, entre outros problemas. O assunto tem sido discutido extensamente e para que se interessar tem um site que apresenta algumas considerações interessantes: Replication Index. Outro endereço interessante, que aponta pesquisas que tiveram que se retratar é este aqui.

Os autores citados fizeram uma pesquisa e descobriram que aumentando a incerteza tem-se um aumento na cooperação entre as pessoas. Uma conclusão interessante. Mas em lugar de encaminhar o artigo para um periódico, com revisão por pares, Butera e List colocaram os dados online e fizeram uma promessa de não submeter para publicação. Em lugar disto, ofereceram co-autoria para algum interessado que replicasse o estudo. Neste segundo artigo, aí sim, seria submetido a um periódico.

Vide: Butera, L., & List, J. A. (2017). An economic approach to alleviate the crises of confidence in science: With an application to the public goods game (No. w23335). National Bureau of Economic Research.

Como é trabalhar com contabilidade no Canadá

Dica: Aumente a velocidade nos "detalhes" do vídeo (ícone da engrenagem)

O principal receio da Letícia foi encontrar a primeira vaga e então ela fez um curso de contabilidade no Canadá.

Resultado: Sorteio Contabilidade Pública 3D

Esta semana realizamos o sorteio do livro Contabilidade Pública 3D do professor Giovanni Pacelli. O premiado foi o Leonardo Palmezano. Conforme as normas do sorteio, entraremos em contato via e-mail. Parabéns!!! Temos certeza que você fara bom proveito da obra.

Agradecemos a todos que participaram e se interessaram pelo livro e pelo blog. Caso você queira adquirir a sua cópia do livro, clique aqui.



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Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

21 março 2018

Educação como sinalização

Em 1973 Spence mostrou que a educação poderia servir como uma sinalização. Entretanto, uma análise dos dados do mercado formal mostra que um mestre que trabalha com contabilidade no Brasil ganha MAIS que um doutor. Considerando como ocupação contábil o “escriturário”, “técnico” e “contadores e auditores”, existiam na RAIS de 2016 um total de 3.229 mestres e 269 doutores. Enquanto os mestres tinham um salário médio de 11,93 salários-mínimos, a remuneração dos doutores era de 10,11 salários mínimos.

Educação como sinalização. Ou, não faça doutorado...

Conceito na outorga

As demonstrações contábeis do Aeroporto Internacional de São Paulo, referente ao exercício encerrado no final de 2017, apresenta um destaque no seu desempenho. A seguir a Demonstração do Resultado da empresa que é responsável pela administração do aeroporto de Guarulhos:
Observe que o grande destaque no resultado é o “resultado financeiro líquido”, de 1,1 bilhão de reais. Este resultado reverteu o lucro antes de “receitas e despesas financeiras” da empresa, de 350 milhões, para um prejuízo líquido de 634 milhões. A nota explicativa (reproduzida abaixo) indica que a maior parte do resultado é decorrente da atualização monetária sobre outorga fixa. Em termos conceituais, a atualização monetária de um ativo não poderia ser considerada como um resultado financeiro, como está na demonstração.

E a seguir temos a DFC da empresa, onde o “pagamento da outorga fixa”, de 1,6 bilhão, está classificado como fluxo de caixa de financiamento. A outorga fixa é decorrente do contrato de concessão feito com a União. É a razão da existência da entidade. Não poderia ser considerado, conceitualmente, como atividade de financiamento.

Rir é o melhor remédio


Uma observação e um dúvida no balanço da Seguradora Líder

O balanço da Seguradora Líder, publicado no final de fevereiro. A entidade é responsável pelo consórcio do seguro DPVAT - aquele que você paga, não muito feliz, anualmente. Temos uma observação e uma dúvida. Primeiro a dúvida, que chega da figura abaixo:
A grande maioria das indenizações são para pessoas do sexo masculino. Qual a razão? Pensei em várias alternativas: a maioria dos motoristas são homens, os homens fazem mais solicitações de seguro, os homens são mais propensos ao risco etc. Nada me convenceu.

A observação vem da frase:
que tenta vender o Seguro DPVAT como uma necessidade. Sorry, Líder, mas você está enganada. Em 2004, Alma Cohen e Rajeev Dehejia provaram, a partir de um experimento natural, que a adoção do seguro obrigatório aumenta o número de fatalidades no trânsito. Assim, o seguro obrigatório é ruim para os brasileiros. A razão disto é o risco moral: o motorista sabendo que possui seguro irá agir de maneira mais imprudente no trânsito. O fato é parecido com o uso do cinto de segurança: dando a sensação de segurança, as pessoas tendem a dirigir de maneira mais veloz.

Cohen, A., & Dehejia, R. (2004). The effect of automobile insurance and accident liability laws on traffic fatalities. The Journal of Law and Economics, 47(2), 357-393.

20 março 2018

Notícias da Weinstein Co

A empresa Weinstein Company decretou falência nesta semana. Acredita-se que esta medida poderia facilitar a venda da empresa para um investidor. Ao mesmo tempo, a empresa anunciou estar liberando as vítimas e testemunhas que assinaram acordos de confidencialidade. Estes acordos podem ser encerrados pela outra parte, facilitando a apuração das denúncias contra Harvey Weinstein.

Facebook e sua parceira

Uma parceria entre a empresa Facebook e a companhia britânica de pesquisa Cambridge Analytica (CA) resultou em uma das maiores crises empresariais do ano. A CA está ligada a companha de Trump de 2016 e obteve dados de usuários do Facebook sem autorização.

Através de um aplicativo, alguns usuários do Facebook eram convidados a responder perguntas sobre seu “perfil digital”. Aceitando participar, o usuário não somente permitia o acesso da CA aos dados pessoais, mas também dos “amigos” do usuário. Com isto, uma pesquisa com 300 mil pessoas resultou na coleta de dados de 50 milhões de contas.

O fato resultou em críticas sobre como a empresa usa os dados dos usuários, na violação de privacidade das pessoas, entre outras questões. As consequências para a empresa foi uma perda de valor de mercado de mais de 60 bilhões de dólares, convite do parlamento britânico e europeu para que seu principal executivo explique o que ocorreu, possível mandato de busca, além de não cumprir um acordo de 2011 sobre consentimento de informação do usuário. Este último caso pode gerar uma multa de 40 mil dólares/dia/usuário.

Aqui uma comparação interessante entre a Equifax e o Facebook: a primeira empresa foi hackeada e roubada; a segunda, forneceu os dados como parte do seu modelo de negócio, mesmo aqueles dados “excluídos” pelo usuário. Mas será que o usuário se importa com isso?

Já a Cambridge Analytica está sendo acusada não somente de usar dados sem permissão como também intimidação política, suborno e chantagem. Um repórter descobriu que a empresa chegou a enviar “meninas” para um candidato. Segundo o Valor, o consultor brasileiro André Torretta fechou um acordo com a CA para trazer a empresa para o Brasil.

(Fonte do Cartoon aqui)

DFC em uma empresa de capitalização

A DFC é uma importante fonte de informação sobre o desempenho de uma entidade. Saber se uma entidade está gerando caixa com as operações é uma informação crucial. Um exemplo é o caso da Petrobras, cujo desempenho nos últimos anos é muito melhor explicado pela DFC do que pela demonstração do resultado. (É bem verdade que a culpa não é da demonstração, mas das decisões gerenciais da empresa, que inclui a decisão de fazer a amortização de investimentos ruins em parcelas)

Mas, igual as outras demonstrações, a DFC é construída sob alguns pressupostos. E isto pode colocar toda análise a perder quando não se tem o devido cuidado. Um exemplo recente foi a demonstração da Cia Itau de Capitalização. Veja abaixo a DFC apresentada pela empresa:
Apesar de gerar um lucro de 386 milhões de reais, o caixa gerado nas operações foi somente de 39 milhões de reais. Este valor é muito pequeno, inclusive quando comparamos com o valor do ano passado: 504 milhões. O que aconteceu? A principal linha que poderia explicar é a de “variação nas contas patrimoniais”, “ativos financeiros”, com o sinal negativo de 452 milhões.

O balanço da entidade encontra-se abaixo:

Observe a variação nas aplicações, de 4,06 bilhões para 4,52 bilhões, um valor bastante próximo aos 452 milhões de reais. Nas notas explicativas, a entidade esclarece esta variação: aumento de Letras Financeiras (+470 milhões) e títulos de dívida de empresas (+199 milhões), compensado com algumas reduções.

Assim, a DFC entendeu que a entidade não estava gerando caixa com as operações pelo fato do valor obtido no caixa ter sido aplicado em ativos de média liquidez.