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20 maio 2015

Um novo Congresso

O Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília promoverá, nos dias 26 e 27 de novembro de 2015, o 1º Congresso UnB de Contabilidade e Governança na cidade de Brasília-DF.

A Comissão Organizadora do congresso está empenhada em realizar um evento de alta qualidade nos aspectos acadêmico e de convivência entre os congressistas, e com excelente relação custo versus benefício.

Quanto ao aspecto acadêmico, já estão confirmadas as participações de 4 renomados professores estrangeiros, 2 americanos e 2 europeus, que apresentarão seus papers e discutirão os dos seus respectivos pares, em 4 seções exclusivas, com tradução simultânea para o português. Além das seções exclusivas, haverá a apresentação de 70 outros artigos, em blocos de seções paralelas cobrindo até 9 áreas temáticas.

Pensando também em tornar o congresso um espaço agradável de convivência e confraternização entre os congressistas, programamos ainda um Jantar de Gala e um City Tour pelos principais atrativos turísticos da bela cidade de Brasília.

Dissemos que o congresso terá uma excelente relação custo versus benefício porque o preço para os autores com artigos aprovados para apresentação no congresso será de apenas R$450,00 por pessoa, já incluído nesse preço a participação no Jantar de Gala, mas não no City Tour. Para aqueles que desejarem participar do congresso como ouvintes, sem apresentar trabalhos, o preço será de R$ 150,00, incluído 3 coffee-breaks, excluindo o Jantar de Gala, podendo este e o City Tour serem pagos à parte, se houver interesse.

As inscrições já estão abertas, até 30 de junho, para submissão de artigos, através da página: http://www.ccgunb.org/ocs/index.php/2015/2015/login . A partir de 18/maio, abriremos também as inscrições para os participantes que não apresentarão trabalhos. Mais informações sobre o evento podem ser consultadas por meio do sítio eletrônico http://www.ccgunb.org, onde há também um link para o sistema de inscrições.

Desde já, agradecemos a consideração de V. Sa. e permanecemos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários. Solicitamos a divulgação deste evento e contamos com a participação de todos para o engrandecimento do 1º Congresso UnB de Contabilidade e Governança.

Saudações acadêmicas!

Prof. Dr. Paulo Roberto Barbosa Lustosa
Diretor-Geral

18 maio 2015

Rir é o melhor remédio

Não se esqueça de curtir no Face e seguir no Twitter

Finanças Pessoais: Recomendação 2

Na semana passada comentamos sobre a recomendação do gerente de banco. Agora vamos rapidamente comentar sobre as pessoas que aparecem nos jornais, televisão, blogs, livros etc apresentando conselhos sobre investimento. Em especial, recomendando investir numa determinada ação ou um tipo de investimento.

O primeiro cuidado que devemos ter é verificar qual a qualificação da pessoa. Isto já tratamos anteriormente qual tratamos das pessoas famosas que apresentam dicas de investimento. O segundo cuidado é descobrir a vinculação da pessoa. Assim, se um jornal consulta um correto de imóveis, ele provavelmente irá falar que imóvel é uma boa opção de investimento; se for um corretor, indicará uma ação ou um fundo de ação; e assim por diante.

Seja o caso do corretor imobiliário. Se o mercado estiver em crise, recomendar a compra de imóvel pode ser interessante já que isto ajudaria o corretor a vender sua carteira. Mas se comprar imóvel num período de crise pode significar adquirir por um preço mais reduzido, a liquidez do investimento é muito menor que num outro período. Assim, a recomendação do corretor trata somente do lado positivo. Além de deixar de considerar que a crise pode ser de longo prazo, prejudicando os investimentos nos próximos anos.

O que ocorre com o corretor imobiliário também funciona para o empregado de um fundo de investimento. Se seu fundo possui um grande número de ações de uma empresa com pouca perspectiva de venda, a recomendação é uma forma de resolver o problema dele. É por este motivo que os especialistas que fornecem conselhos sobre empresas fazem questão de indicar se possuem investimentos aplicados naquela empresa.

O comportamento apresentado aqui é natural de toda relação de compra e venda. Quando você vai a um comércio e pede uma sugestão ao balconista, ele pode estar indicando um produto que ele ganha uma comissão melhor. Se você vai a um restaurante e pede sugestão de prato ao garçom – eu faço isto muito – existe grande chance dele irá indicar um prato caro, já que a gorjeta será proporcional ao valor da conta.

É bem verdade que muitos conselhos também são dados de forma despretensiosa. Mas se você aceita, lembre-se que a decisão foi sua. Procurar saber se o conselheiro tem algum tipo de interesse na sua decisão financeira é uma forma de melhorar a sua decisão.

Aproveitando: esta seção semanal do blog surgiu de uma solicitação de um leitor. Não temos interesse em indicar investimento específicos e não indicamos ativos com outros interesses.

17 maio 2015

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

História da Contabilidade: Escravos

Nos dias de hoje sabemos que recursos humanos podem ser considerados como ativo, já que contribuem com o aumento da riqueza futura das entidades. No passado, no Brasil, o recurso humano foi visto como ativo por uma razão ignóbil: os escravos eram considerados como uma peça na engrenagem de produção, sendo considerado de fato como uma coisa, um ativo. Durante a época da escravidão era comum compra e venda de pessoas.

No império construiu-se a Casa de Correição. Uma pesquisa nos jornais da época mostra uma grande evidenciação deste estabelecimento, podendo ser um interessante objeto de estudos. Em 1834 a instituição divulgou sua conta de receita e despesa das suas obras, no mês de outubro (1). Lista-se as receitas e as despesas e entre estas as “despeza dos Africanos”:
Os valores gastos com os “africanos” eram no sentido de manter os “ativos” em funcionamento. A explicação que vem logo a seguir mostra, claramente, que os escravos eram objetos, sendo comparados aos bois:


(1) Correio Oficial, 21 nov 1834, Ed 120, p. 2.

16 maio 2015

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana: Declaração da SEC (semana 19 de 2015)

Fato da Semana: Desde o início do século, as duas entidades contábeis mais influentes do mundo, o IASB e o FASB, tentam aproximar suas normas contábeis. A adesão de muitos países as normas internacionais do Iasb, incluindo o Brasil e a Comunidade Europeia, levava a crer que os Estados Unidos, que utilizam as normas do Fasb, tentariam chegar a um acordo. Entretanto, a crise financeira, a desconfiança política dos gringos e os problemas das IFRS esfriaram a relação entre as duas entidades. Isto, apesar dos projetos conjuntos.

Mas a entidade que fiscaliza o mercado financeiro mais desenvolvido do mundo, que adota as normas do Fasb, fez uma análise crítica da entidade com sede em Londres. Na verdade, muito crítica. Isto esfriou uma série de projetos conjuntos. Além disto, as diferenças de filosofia, autonomia, cultura etc tornaram-se muito mais evidente.

Nesta semana, o contador chefe da SEC (foto) disse recentemente que provavelmente não recomendaria a adoção das normas internacionais. Não deixa de ser uma surpresa, já que as normas internacionais possuem, nas Big Four, um grande lobby.

Qual a relevância disto? A convergência seria o grande projeto do Iasb. A ausência de grandes mercados, como EUA, Japão, China (até certo ponto) ou Índia, reduz as IFRS à Europa, Canadá e alguns outros poucos países, inclusive o Brasil.

Positivo ou Negativo – Depende de que lado o leitor estiver da convergência. É bom notar que a convergência possui vantagens e desvantagens (apesar de algumas pessoas, no Brasil, esquecerem destas). Neutro.

Desdobramentos – A notícia ainda não é definitiva. Mas os termos induzem a pensar que a SEC não somente não irá adotar as IFRS como forçará o recuo da adoção das empresas estrangeiras que atuam no mercado dos EUA, que atualmente podem usar as IFRS (e geralmente não usam).

15 maio 2015

Petrobras



A empresa Petrobras divulgou os resultados do primeiro trimestre. A divulgação faz parte do esforço da empresa de recuperar a imagem perante o mercado. E, uma vez que ocorreram valores expressivos de amortizações no último exercício, o resultado naturalmente “mostra” uma evolução da empresa. 

A redução nos investimentos é decorrente do momento em que vive o Brasil e a empresa. De igual forma, o endividamento também aumentou em razão destes fatores. Destaca-se o anúncio que a empresa está aumentando o número de pessoas no comitê de auditoria, procurando dar mais voz aos minoritários.

Rir é o melhor remédio

Muito café

Artigos clássicos que foram rejeitados

The authors asked the world's leading economists to describe instances in which journals rejected their articles. More than sixty essays, by a broadly diverse group that includes fifteen Nobel Prize winners, indicate that most have suffered publication rejection, often frequently. Indeed, journals have rejected many papers that later became classics. The authors discuss the prize-winners' experiences, other notable cases, and rejections by John Maynard Keynes when he edited the Economic Journal. Finally, they search in economists' almost universal experience of rejection for patterns and lessons about the publication process.

Gans, Joshua S., and George B. Shepherd. 1994. "How Are the Mighty Fallen: Rejected Classic Articles by Leading Economists." Journal of Economic Perspectives,8(1): 165-179.

Links

Lava-jato e resultados, segundo a imprensa: OAS, Gutierrez e Galvão

Cantor contempla a plateia, observando o impacto da sua música (vídeo)

Popcorn versus uTorrent

Onde o Facebook domina e onde não domina (mapa)

Fox News censura pintura de Picasso  (foto ao lado)

Cenas dos desenhos da Disney recicladas (vídeo)

Roubo do século: ocorreu na Moldávia

As melhores fontes para usar no Currículo (Helvética) e as piores (Comic Sans)

14 maio 2015

Modelo de modelagem científica

We propose a formal model of scienti c modeling, geared to ap-lications of decision theory and game theory. The model highlights the freedom that modelers have in conceptualizing social phenomena using general paradigms in these elds. It may shed some light on the distinctions between (i) refutation of a theory and a paradigm, (ii)notions of rationality, (iii) modes of application of decision models, and (iv) roles of economics as an academic discipline. Moreover, the model suggests that all four distinctions have some common features that are captured by the model.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Evidenciação

O Valor divulgou uma notícia sobre o prejuízo da empresa OAS. Quem tiver interesse nos número, basta consultar no endereço da empresa. Deveria ser assim. Mas ao clicar em "Relações com Investidores" surge a seguinte tela:
Ou: Área Restrita. Para acessá-la, preencha seus dados nos campos abaixo. Caso não os possua, faça o cadastro e avaliaremos sua solicitação.

Simpático, não?

Curso de Contabilidade Básica: Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa

Quando uma empresa possui contas a receber, muito provavelmente parte destes valores não será recebida. O motivo principal é o fato de que a outra parte pode não efetuar o pagamento devido. Assim, um pedaço do ativo “conta a receber” não pode ser considerado ativo, já que existe esta possibilidade da não entrada de caixa. Em razão disto, procede-se a estimativa da provisão para crédito de liquidação duvidosa (PCLD).

A estimativa da PCLD trata-se de uma hipótese, baseada na experiência histórica da empresa ou nas chances de cada cliente efetuar o pagamento. Neste caso, a estimativa pode (a) ser exatamente o que ocorreu posteriormente; (b) ser maior do que não foi pago; (c) ser menor. A primeira hipótese é rara de acontecer, já que para isto ou a bola de cristal está calibrada ou a empresa possui poucos clientes. Assim, é muito provável que a PCLD não corresponda ao ocorrido, sendo necessários ajustes, para mais ou menos, ao final de cada exercício.

Vamos considerar o caso da Companhia de Jesus, mais conhecida como Jesuítas. Durante o ano de 2014 os Jesuítas apresentam o seguinte detalhamento das contas a receber:

Os jesuítas tiveram, em 2014, uma receita 12,5 milhões, sendo 1,6 milhão referente à reversão de PCLD. Os Jesuítas não explicam, na sua demonstração, esta reversão. Mas tudo leva a crer que se trata do recebimento pela venda de um imóvel e a expectativa do não recebimento. No exercício anterior a entidade foi conservadora. No final de 2014 a entidade resolveu reduzir esta provisão e isto aumentou sua receita, sem afetar o caixa das operações.

13 maio 2015

Rir é o melhor remédio




Fotografias

Resenha

Na semana passada a Isabel comentou sobre Mad Man. A série é bem feita, com capricho na reconstituição da época e personagens cativantes. Tudo que uma boa série de televisão deveria ser.

Danger 5 é uma produção australiana e é exatamente o oposto de Mad Man. Talvez a grande coincidência das duas seja o fato de serem históricas. Mas Danger 5 se passa na segunda guerra mundial, quando um grupo de espiões recebem missões difíceis de serem realizadas, todas envolvendo combater os nazistas e, se for possível, matar Hitler.


No segundo episódio de Danger 5 a história é a seguinte: dinossauros gigantes nazistas aparecem na Europa (foto). A equipe de Danger 5 recebe a missão de descobrir sua origem, o que inclui combate-los. Isto é feito: os dinossauros foram criados por Mengele na Antártida. A equipe viaja para a selva tropical, onde enfrenta Mengele, amazonas, nazistas, monstros e Hitler. Como o leitor pode perceber, Danger 5 é uma maluquice.

Danger 5 é uma série muito ruim. Os efeitos especiais são realmente toscos, o roteiro é doido, a interpretação é forçada, não existe muita lógica. Talvez por isto ela tenha a nota 8,5 (de dez) no IMBD.

12 maio 2015

Rir é o melhor remédio






Esta garota fez a cirurgia de redução do estômago e resolveu registrar o "antes e depois" de maneira criativa e engraçada. Inclui "citações" a personagens, filmes, pintores ...

Fatos sobre crescimento econômico

Resumo:
 
 Why are people in the richest countries of the world so much richer today than 100 years ago? And why are some countries so much richer than others? Questions such as these define the field of economic growth. This paper documents the facts that underlie these questions. How much richer are we today than 100 years ago, and how large are the income gaps between countries? The purpose of the paper
is to provide an encyclopedia of the fundamental facts of economic growth upon which our theories are built, gathering them together in one place and updating the facts with the latest available data.
 
 Charles I. Jones - Stanford University
 

Curso de Contabilidade Básica: Código da Conta

O Código da Conta refere-se a uma numeração que facilita certas operações repetitivas. Esta numeração pode ser específica de cada empresa ou não. Para os casos de empresas que atuam em certas situações onde existe uma entidade governamental exercendo uma regulação no mercado é comum que o código seja proposto por esta entidade.

O Código da Conta é originário do Plano de Contas e traduz a estrutura de lançamentos e agregações existente na empresa. Para exemplificar como funciona o código da conta iremos utilizar uma empresa de capital aberto, onde a CVM determinou um código da conta para os principais itens que seriam evidenciados pelas empresas. Por exemplo, a conta de Salários a Pagar, do passivo circulante de uma empresa, possui o seguinte código: 2.01.01.02.01. Se você olhar no balanço da Gerdau tem

Já no balanço da Guararapes o mesmo código refere-se a um subitem das obrigações trabalhistas:

A Comissão de Valores Imobiliários adota a seguinte estrutura de codificação:
Grupo 1 – contas do Ativo do Balanço Patrimonial
Grupo 2 – contas do Passivo e Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial
Grupo 3 – contas da Demonstração do Resultado
Grupo 4 – contas da Demonstração do Resultado Abrangente
Grupo 5 – contas da DMPL
Grupo 6 – contas da DFC
Grupo 7 – contas da DVA

Dentro do grupo 1 tem-se a seguinte divisão:
1.01 – Ativo Circulante
1.02 – Ativo não Circulante

Qual a vantagem do código de contas? Ele permite que o analista tome somente certas contas na sua análise, padronizando a classificação de cada empresa.

Links

Margaret Hamilton (fotografia) que escreveu o código da Apolo 11

Garotos, pornografia, games e Ritalin, segundo Zimbardo

Petrobras nomeia o Comitê de Auditoria

Foster: Auditoria é a espada na nossa cabeça

Infográfico: homicídio por país 

A razão da Geração Y ser infeliz (grato, Gabriel)

11 maio 2015

Rir é o melhor remédio



Criatividade no banheiro

Finanças Pessoais Recomendação

Em postagem anterior falamos dos conselhos financeiros de pessoas famosas. Nesta coluna semanal sobre finanças pessoais iremos falar um pouco sobre recomendações de investimentos. A regra geral é tente verificar (1) a existência de interesses ocultos; (2) se a pessoa é a mais recomendada para dar uma dica de investimento. Na postagem sobre pessoas famosas tratamos um pouco sobre o segundo item.

Um local muito comum de “dicas” de investimento é a instituição bancária. Quando temos um dinheiro sobrando na conta corrente é muito comum dirigir ao “nosso” gerente para pedir indicações de aplicação. É preciso ter cuidado com os conselhos deste profissional por dois motivos: (1) pode existir interesse oculto; (2) talvez seu gerente não seja a pessoa mais recomendada. Sobre o segundo ponto, apesar dos investimentos em treinamento realizados pelas instituições bancárias, mais o material de leitura, o gerente pode não conhecer todas as alternativas disponíveis.

O primeiro ponto é um pouco mais complicado. Em geral as instituições financeiras possuem produtos que são mais lucrativos que outros. Um deles são os títulos de capitalização; outro, os CDBs. Além disto, as instituições financeiras não possuem todos os produtos. Em razão destes dois fatos, as opções apresentadas pelo gerente são enviesadas e podem estar direcionadas a produtos que não são de real interesse do investidor. Assim, a recomendação de comprar um título de capitalização não é um bom conselho financeiro, mas em algumas instituições os gerentes possuem metas a cumprir, que inclui a venda de uma determinada quantidade destas “armadilhas”, quer dizer, títulos. Quando a instituição participação do lançamento de ação de uma empresa, muito provavelmente seu gerente irá oferecer esta oportunidade; mas se não participa, esta opção deixa de constar das ofertas apresentadas.

Lembre-se de um adágio popular muito adequado para este caso: se o conselho fosse bom não se dava, vendia. O gerente é um funcionário da instituição financeira e sua lealdade é, antes de tudo, com aquele que paga seu salário mensal. Ele foi treinado para mostrar confiança naquilo que ele diz e ser um grande vendedor de ilusões.

Mas o gerente de banco não é o único profissional que exerce este papel. Iremos falar daqueles que aparecem nos jornais/artigos dando conselhos enviesados. Na próxima semana.

“Provavelmente não recomendarei a adoção das IFRS nos EUA”

Depois de anos de tentativa de convergência, através da adoção das normas internacionais (IFRS) pelos Estados Unidos, o contador chefe da SEC, Schnurr (foto), a entidade correspondente a CVM naquele país, afirmou que provavelmente não irá recomendar a adoção das IFRS ou que empresas dos EUA possam escolher estes padrões.

Estas afirmações ocorreram durante a 14ª. conferência anual do Baruch College, na cidade de Nova Iorque. Segundo suas palavras:

“there is little support for the SEC to provide an option allowing [U.S. public] companies to prepare their financial statements under IFRS.”

Desde 2007 as empresas estrangeiras com ações nos Estados Unidos podem preparar suas demonstrações usando as IFRS sem precisar fazer um conciliação com as normas dos Estados Unidos. Mas segundo Schnurr “there does seem to be continued support for the objective of a single set of high-quality globally accepted accounting standards.” Quando Schnurr foi contratado, a presidenta da SEC solicitou uma recomendação sobre a incorporação ou não das IFRS no mercado de capitais dos Estados Unidos. Inicialmente a posição de Schnurr parecia contraria ao documento da SEC de 2012, que tinha pesadas críticas ao Iasb.

É importante destacar que as palavras de Schnurr inclui o termo “provavelmente”. A recomendação definitiva deve levar um pouco mais de tempo.

10 maio 2015

Rir é o melhor remédio

Amo como não precisamos dizer que sou seu filho favorito.


Feliz dia das mães! *.*






História da Contabilidade: Aula do Commércio no Brasil 2

O método das partidas dobradas só chegou a Portugal com a criação da Aula do Comércio, em meados do século XVIII. No ínicio do século XIX, as tropas de Napoleão invadem Portugal e o rei Dom João VI decidi mudar a corte para o Brasil. Junto com a corte, chegam ao Brasil profissionais formados na escola criada anos antes pelo Marques de Pombal.

A pergunta que iremos responder nesta postagem é o que ocorreu com a Aula de Comércio. Em 23 de agosto de 1808 o príncipe Regente cria o Tribunal da Real Junta do Commercio Agricultura, Fabricas e Navegação (1). Esta Junta seguia os moldes daquela criada em Portugal em 30 de setembro de 1755, sendo um tribunal superior (2). No decreto de criação original estava previsto a preparação dos alunos nas práticas contábeis e mercantis, através da Aula de Comércio (3). Vianna, em 1843, afirmava, sobre a Junta (4):

“(...) Ela ocupa-se hoje da matrícula dos negociantes; tem a inspeção da Aula do Comércio; manda passar certidões; e consulta quando lhe é ordenado (...). As justificativas dos negociantes podem ser feitas perante os juízes territoriais; e as provisões passadas na Corte pela Secretaria do Império, e nas Províncias pelos respectivos Presidentes: a Aula do Comércio lucrará com a direção do Ministro do Império, enquanto não é criada a Universidade; e depois do estabelecimento do Conselho de Estado, a este compete consultar em todos os negócios. 


Quando da criação da Junta no Brasil em 1808 não estava previsto a criação da Aula de Comércio no país, mas informava que a Junta deveria regular sobre a matéria em Portugal (5). Entretanto, o Alvará de 15 de julho de 1809 dispunha:

Eu o Principe Regente faço saber aos que o presente Alvará com força de lei virem, que, sendo-me presente em Consulta da Real Junta do Commercio, Agricultura, fabricas e Navegação deste Estado e Dominios Ultramarinos:que havendo eu creado este Tribunal com o designio de fazer prosperar estes objectos de sua incumbencia para augmento da felicidade publica, era de absoluta necessidade, que elle tivesse rendimentos proprios e bastantes, não só para o pagamento dos Deputados e Officiaes empregados no seu expediente, mas tambem e principalmente para as despezas que for necessario e conveniente fazer-se, já para a construcção de uma Praça de Commercio, onde se ajuntem os Commerciantes a tratar das suas transacções e emprezas mercantis, ja para o estabelecimento de Aulas de Commercio, em que se vão doutrinar aquelles dos meus vassallos, que quizerem entrarnesta util profissão, instruidos nos conhecimentos proprios della; (...) (6)

O Edital de 15 de dezembro de 1812 promoveu o concurso de lentes no Brasil, em particular na Bahia, Maranhão e Pernambuco (7), além da capital.

O primeiro lente da Aula no Rio de Janeiro foi Jose Antonio Lisboa (8), desde 1808, sendo o porteiro José Antonio d´Araujo Gomes (9). De Salvador foi Genuino Barboza Bettamio (10), do Maranhão era Francisco Justiniano da Cunha (11). Lisboa, por sinal, seria eleito deputado, com 221 votos (12).

No Maranhão as aulas foram suspensas em 1820 em razão da incapacidade do lente que resultou na falta de alunos (13).

A Aula de Comércio tinha conteúdos de princípios de geometria plana, geografia, economia política, aritmética, álgebra, comércio e escrituração, sendo que estes quatro últimos estavam previstos na Aula de Comércio portuguesa e os três primeiros foram uma inovação da filial brasileira (14). O curso estava estruturado da seguinte maneira (15):

1º ano: aritmética, álgebra, regra conjunta;
2º ano: geometria, geografia, comércio (que compreende agricultura, mineração, artes mecânicas, fontes, artes liberais, pesca e caça, colônias, navegação, moedas, câmbios, seguros, leis gerais, usos, máximas, meios);
3º ano: escrituração, economia política.

É importante salientar que a própria chegada da Família Real também trouxe profissionais formados em Lisboa, na Real Aula do Commercio (16). Um aspecto interessante é que a inscrição na Aula do Commercio era, até certo ponto, democrática, aberta as “todas as pessoas” (17).

Quantos eram os alunos da escola? Temos poucas informações sobre este fato, mas uma notícia de um jornal de Coimbra informa que a escola da Bahia apresentava 26 alunos (18).

(1) Alvará de 23 de Agosto de 1808 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_37/alvara_2308.htm
(2) CABRAL, Dilma. Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. Verbete Aula de Comércio da Corte do Mapa Memória da Administração Pública Brasileira do Ministério de Justiça http://linux.an.gov.br/mapa/?p=362
(3) Idem.
(4) Citado por LOPES, Walter de Mattos. A Real Junta do Commercio, Agricultura, Fabricas e Navegação deste Estado do Brazil e seus Dominios Ultramarinos: um tribunal de antigo regime na Corte de Dom João (1808-1821). Dissertação. UFF, 2009. http://www.historia.uff.br/stricto/td/1339.pdf
(5) Vide verbete Aula de Comércio da Corte do Mapa Memória da Administração Pública Brasileira do Ministério de Justiça http://linux.an.gov.br/mapa/?p=362
(6) http://www2.camara.leg.br/legin/fed/alvara/anterioresa1824/alvara-40084-15-julho-1809-571756-publicacaooriginal-94875-pe.html Grifo do blog
(7) Verbete Aula de Comércio da Corte do Mapa Memória da Administração Pública Brasileira do Ministério de Justiça http://linux.an.gov.br/mapa/?p=362 . Lente é professor de nível secundário.
(8) Lisboa merece um destaque. Segundo Cabral http://linux.an.gov.br/mapa/?p=362 era formado em matemática e filosofia pela Universidade de Coimbra e chegou ao cargo de presidente do Tesouro Público do Rio de Janeiro. Em razão do seu cargo, elaborou o Código de Comércio de 1832.
(9) Conforme Almanach do Rio de Janeiro, 1816, p. 152. Apesar de ser impresso em 1816, a informação refere-se ao ano 1808.
(10) Ide, p. 156. O nome correto é “Aula do Commercio da Bahia”. Lembrando que o nome da cidade de Salvador se confundia, e ainda confunde, com Bahia.
(11) Idem, p. 157.
(12) Gazeta do Rio de Janeiro, 14 de abr de 1821, ed 87, p. 3.
(13) Verbete Aula de Comércio da Corte do Mapa Memória da Administração Pública Brasileira do Ministério de Justiça http://linux.an.gov.br/mapa/?p=362 .
(14) Idem
(15) Idem
(16) Em 1812 tem-se o seguinte anúncio na Gazeta do Rio de Janeiro: Hum sugeito capaz, aprovado pela Real Aula do Commercio de Lisboa, se offerece ao respeitavel publico, para ensinar por cazas as primeiras letras, Arithmetica, e arranjo de contas, com o melhor methodo possivel, e por preços commodos. Quem se quiser aproveitar do seu prestimo, dirija-se á loja de Manoel Mandillo defronte da Capella Real. Gazeta do Rio de janeiro, 28 de outubro de 1812, ed. 87, p. 8. Dois anos depois, a Idade D´ouro, de Salvador, apresentava um classificado similar: Lucas Maria Xavier Leal, aprovado pela Real Aula do Commercio em Lisboa, propõem-se nesta Cidade a ensinar a mocidade (...). Idade d´ouro, 2 de agosto de 1814, ed 61, p. 4.
(17) “O Lente da Aula do Commercio desta Praça [Salvador], participa ao Publico, que todas as pessoas, que desejarem matricular-se naquela Aula, poderão requerer as suas respectivas matriculas ao Tribunal da Meza da Inspecçao desta Cidade (...)”. Idade d´Ouro, 21 de março de 1815, ed 23, p. 4
(18) Jornal de Coimbra, ed 14, p. 41, 1818, n LXII. É importante observar que estes dados são provavelmente de 1816. Observe que a população brasileira em 1815 foi estimada entre 2,8 milhões a 4,4 milhões, sendo 3/5 homens livres. Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censohistorico/1550_1870.shtm. Quase metade da população vivia no Nordeste, conforme ABREU, Marcelo; LAGO, Luiz. A economia brasileira no Império. http://www.econ.puc-rio.br/pdf/td584.pdf.

Profissão: mãe

Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era sua profissão. Ela hesitou, sem saber como se classificar.
– O que eu pergunto é se tem algum trabalho, insistiu o funcionário.
– Claro que tenho um trabalho, exclamou Ana. Sou mãe, disse.
– Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa, disse o funcionário friamente.
Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.
– Qual é a sua ocupação, perguntou.
Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:
– Sou Doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, falei à funcionária.
A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.
Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
– Posso perguntar disse-me ela com novo interesse: o que faz exatamente?
Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:
– Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas). Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?). O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24).
Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta. Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 5. Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento – um bebê de seis meses – testando uma nova tonalidade de voz. Senti-me triunfante!

Maternidade… Que carreira gloriosa!
Assim, as avós deviam ser chamadas doutora-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas, as bisavós doutora-executiva-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas e as tias doutora-assistente.

Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas, companheiras, doutoras na arte de fazer a vida melhor!

09 maio 2015

Rir é o melhor remédio


Fato da Semana (19 de 2015)

Fato da Semana: Os reguladores parecem que entraram em ação. De um lado, a CVM tomou medidas com respeito a Eletrobras e a Petrobras. A empresa de energia elétrica tomou decisões contrária a entidade e favorável ao controlador. Já a investigação da petrolífera atinge os conselheiros e suas decisões ruins. Por outro lado, o TCU resolveu multar a Caixa Econômica Federal por registrar como resultado os valores de contas "inativas". O TCU questionou o conceito de receita adotado pela Caixa e os efeitos sobre o resultado da entidade. A atuação do TCU é o início da condenação das pedaladas fiscais.

Qual a relevância disto? A inércia dos reguladores é muito ruim para o ambiente de negócios em qualquer país. As autoridades colocam ordem no mercado e fazem respeitar contratos. Em ambos os casos, o controlador é o mesmo, o próprio governo. A CVM trabalhou na governança corporativa; a discussão do TCU refere-se ao próprio conceito de ativo. Básico e simples, mostrando a importância da estrutura conceitual.

Positivo ou Negativo – Positivo.

Desdobramentos – Acredito que a CVM  ainda tem muito o que fazer com o que está ocorrendo com a Petrobras. E a discussão sobre responsabilidade ainda irá para o campo político. Já o TCU está sinalizando que ainda irá analisar com cuidado as pedaladas fiscais.

Salário Mínimo: Comparações Internacionais

Saiu no Conversable Economist (por Timothy Taylor)

How do minimum wages around world compare, and how have they changed in the last few years? The OECD offers an overview in a May 2015 FOCUS report called "Minimum wages after the crisis: Making them pay."

As a starting point, here's the minimum wage relative to median income in various countries. The blue diamonds show the proportion in 2007; the orange triangles show the proportion in 2013. The minimum wage stayed the same or rose in most countries, with a few exceptions like Ireland, Greece, and Spain. The US would have ranked lowest in ratio of minimum wage to median wage in 2007 (lowest blue diamond), but ranks third-lowest after the recent increases. Of course, some will see this relatively low level as cause for concern, while others will see it as cause for congratulation. The minimum wage as a share of income for Colombia may be misleading because it applies only to workers in the "formal" sector of the economy, and those in the informal sector would on average have lower wages.


As a different metric, how many hours does a person need to work at a minimum wage job before they reach total earnings of half the minimum income? The calculation here includes an adjustment for payroll and income taxes paid, as well as for other cash benefits being scaled back. The orange bars show the number of hours for a single parent with two children; the blue diamonds show the number of hours for a single-earner, two-parent couple with two children. Of course, assumptions about the number of hours a person would need to work at a minimum wage job are based on the assumption that such a job is in fact available.

Finally, what share of workers is actually paid the minimum wage? Of course, this information gives a sense of how many workers would be directly affected by altering the minimum wage. The orange bars show the share of workers getting the minimum wage by country (based on differing data sources), while the blue triangles are a reminder of the minimum wage as a percentage of the median wage in each country. One would expect that countries with a high minimum wage would tend to have more workers receiving the minimum wage, but that pattern doesn't always hold. For example, the share of the population in Greece and in Portugal being paid the minimum wage in those countries is lower than in the US, although the minimum wage in those countries is a higher share of median income.


08 maio 2015

Rir é o melhor remédio


Contador promovido a novo CEO da Alibaba

Saiu na Bloomberg:

Jack Ma, fundador do grupo Alibaba
Um ex-contador pode ser justamente o que a Alibaba precisa em um diretor financeiro

Jack Ma admite ter dito uma vez:
“Não há nada mais temeroso que um diretor financeiro fingindo ser um CEO”.

Ter um diretor financeiro no comando pode ser exatamente o que a Alibaba Group precisa. Em 10 de maio, Daniel Zhang assumirá o posto de CEO da empresa chinesa. Ao indicar Zhang, que substitui Jonathan Lu, a Alibaba sinaliza que está focada nos fundamentos em um momento em que procura se resignar com uma perda de até US$ 90 bilhões em seu valor de mercado nos últimos seis meses.

Zhang, 43, ingressou há oito anos como diretor financeiro da Taobao Marketplace, pertencente ao grupo, e foi subindo até se tornar diretor de operações da Alibaba, em 2013. Conhecido por seu estilo tranquilo e sereno, ele ajudou a construir as plataformas de comércio eletrônico da Alibaba e a inventar o Dia dos Solteiros, uma promoção de compras realizada em 11 de novembro que rende o melhor dia de vendas da empresa e que agora foi adotada por outras empresas chinesas.

A nomeação surge em um momento crucial. A Alibaba está lidando com a desaceleração da economia chinesa e com a maior concorrência de outras empresas de comércio online. A empresa anunciou o congelamento das contratações na semana passada dizendo que o objetivo é impulsionar a inovação e a eficiência.

Em janeiro, a Administração Estatal da Indústria e do Comércio da China emitiu um informe acusando as lojas da Alibaba de aceitarem propinas e comercializarem produtos falsificados uma qualificação que a empresa contestou veementemente . Todos esses fatores fizeram as ações da
Alibaba despencarem. A boa notícia para Zhang é que os investidores gostam do que viram nesta quintafeira. As ações da Alibaba subiram aproximadamente 12 por cento nas negociações, mais cedo, depois que os resultados do quarto trimestre da empresa superaram as estimativas dos analistas.