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03 maio 2011

KPMG

No dia 6 de abril colocamos um link para um texto de Jonathan Weil, da Bloomberg. No final de abril o Valor Econômico apresentou nas suas páginas a tradução do texto. Eis alguns trechos:

Semanas atrás, o Conselho de Supervisão Contábil das Companhias Abertas (PCAOB) dos Estados Unidos divulgou seu relatório de inspeção trienal sobre a filial em Hamilton, nas Bermudas, da KPMG, auditoria que é uma das chamadas "Big Four". 
E foi um relatório terrível. A equipe do PCAOB identificou em uma das auditorias realizadas pela KPMG-Bermudas uma deficiência tão significativa que parece que "a firma não conseguiu evidências competentes para suportar sua opinião sobre as demonstrações financeiras da emissora". 
Por se tratar do irremediavelmente tímido PCAOB, o relatório não revelou que empresa foi auditada pela KPMG-Bermudas. Isso porque a agência, como norma, se recusa a fornecer os nomes das companhias onde seus inspetores encontram auditorias malfeitas. Isso apenas mostra que a maior prioridade do PCAOB não é "proteger os interesses dos investidores", conforme alardeia o lema do conselho. Em vez disso, a prioridade é proteger os pequenos segredos sujos das firmas de contabilidade e seus clientes de auditorias.
(...)  É quando você olha para as demonstrações financeiras da Alterra que a magnitude da burrada feita pela KPMG-Bermudas fica aparente. Ações disponíveis para venda é único grande item de linha do balanço da Alterra. Elas representavam quase metade dos ativos totais de US$ 7,3 bilhões da companhia em 31 de dezembro de 2008, e pouco mais da metade de seus ativos totais de US$ 9,9 bilhões no fim do ano passado. 
Agora considere que a Alterra vai realizar sua assembleia anual de acionistas hoje, quando os acionistas terão a oportunidade de votar a ratificação da nomeação da KPMG-Bermudas como auditor independente da companhia. Até mesmo isso não tem importância para o PCAOB. Uma porta-voz, Colleen Brennan, disse que o conselho não vai confirmar se a Alterra é mesmo o cliente não revelado. Não faz mal que o segredo foi revelado. O PCAOB simplesmente não liga se os investidores conseguem ou não as informações de que precisam. (...)

Processos movido pela SEC

Por Pedro Correia


Participantes do mercado americano desembolsaram US$ 2,85 bilhões por conta de processos movidos pela Securities and Exchange Commission (SEC) no ano fiscal de 2010, encerrado em setembro. O valor é 17% maior do que os R$ 2,44 bilhões gastos um ano antes e supera em 176% o total exigido em 2008.

A SEC divide esses pagamentos em dois grupos. No ano fiscal de 2010, por exemplo, US$ 1,82 bilhão se referem à devolução de lucros obtidos ilegalmente e US$ 1,03 bilhão foram pagos por conta de multas ou acordos firmados com os envolvidos.

Segundo um porta-voz da SEC, a maioria dos processos movidos pelo órgão é encerrada por negociação entre as partes, sem a necessidade de julgamento. Esse tipo de solução, entretanto, só é eficaz quando pessoas que cometem fraude são afastadas do mercado, quando ganhos obtidos indevidamente são devolvidos e quando se passa uma mensagem ao mercado de que a “fraude financeira não compensa”.

Apesar de muita gente achar que é comum que pessoas envolvidas em irregularidades no mercado de capitais americano vão parar na cadeia, o órgão regulador dos EUA diz que uma “porcentagem pequena” dos casos é levada para a esfera criminal, notadamente quando os casos são mais graves e há mais provas sobre os delitos.

Não há tendência clara sobre o tipo e o volume de irregularidades cometidas no mercado. Entre 2008, por exemplo, a SEC moveu 671 processos sancionadores, número que caiu a 664 no ano seguinte e subiu a 681 em 2010.

Nos três anos, os casos mais comuns foram aqueles que envolvem problemas de transparência e divulgação, seguidos pelos ligados a ofertas de valores mobiliários. Essas duas categorias respondem por cerca de 40% dos processos. Casos considerados mais graves, como aqueles que envolvem negociação de ações com informação privilegiada, têm uma participação menor, com uma fatia de 5% a 8% do total nos últimos dois anos. O mesmo ocorre com as acusações de manipulação de mercado, com uma participação ainda menor no total de processos.

Um ponto que está sob o foco dos agentes da SEC neste momento são as empresas chamadas de “microcap”, de valor de mercado bem reduzido. Elas costumam ter patrimônio médio de US$$ 6 milhões, sendo que metade tem ativos líquidos inferiores a US$ 1,25 milhão. Recentemente, elas têm sido usadas para “fusões reversas” e como “empresa-casca” para companhias de capital fechado se tornarem de abertas sem passar pelos trâmites tradicionais de registro – opção que tem sido oferecida a brasileiras.

Segundo o órgão americano, esse tipo de empresa tem pouca exigência em termos de divulgação de informação, o que as torna mais vulneráveis a manipulações e fraudes, o que justifica uma atenção especial a esses casos.

Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

O Espírito Animal

Postado por Pedro Correia


O espírito animal, que parece inspirado no latim “spiritus animales”, foi uma expressão usada por John Maynard Keynes, considerado um dos mais importantes economistas da história, que a utilizou no seu livro “Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda” (1936), considerado por muitos como a bíblia da moderna teoria econômica. Vem sendo muito utilizada, recentemente, quando está ocorrendo uma revisão da chamada macroeconomia, reconhecendo que as autoridades têm um papel importante no desenvolvimento econômico, proporcionando indicações para a ação do setor privado. Contrapõe-se à ideia neoliberal que o mercado resolve todos os problemas de forma mais adequada. Keynes colaborou na formação das Nações Unidas ao término da Segunda Guerra Mundial.

A ideia é que os empresários, na procura do lucro, contam com uma qualidade de identificar oportunidades para empreendimentos que promovem investimentos que resultarão em benefício de todos, criando empregos e bens que serão destinados ao bem-estar de toda a população.

Seria um fator muito importante para provocar um processo de desenvolvimento econômico e social, hoje condicionado também a ser sustentável, ou seja, com respeito ao meio ambiente e com adequada distribuição dos benefícios. Eles teriam um papel fundamental e as autoridades deveriam estimular este espírito animal, ao mesmo tempo em que asseguraria as condições para regular a economia, de forma que ocorra uma adequada distribuição dos seus benefícios.

Fonte: Paulo Yokota, economista brasileiro (dupla nacionalidade japonesa), ex-professor da USP, ex-diretor do Banco Central do Brasil, ex-presidente do INCRA. Viveu e trabalhou nestas regiões. Foi comissário do governo brasileiro, temporariamente, na Expo Tsukuba 85. Supervisionou os escritórios de uma trading brasileira na Ásia.

Combate à corrupção e improbidade administrativa

Por Pedro Correia


Ministério Público de SP começa a utilizar o "Simba", que envia dados do sistema bancário pela internet, para deter corrupção e improbidade administrativa
O Ministério Público de São Paulo ganhou um importante aliado no combate à corrupção e improbidade administrativa: o Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (Simba), sofisticado instrumento para rastreamento de contas e aplicações financeiras de acusados por fraudes a licitações e desvios de recursos do Tesouro.

O Simba permite a transmissão pela internet, após autorização judicial, de dados oriundos de quebra de sigilo bancário entre instituições financeiras e órgãos públicos responsáveis por investigações contra organizações que ocultam e lavam dinheiro ilícito. Propicia velocidade jamais vista no repasse de informações - medida que levava de seis meses a até um ano para ser executada pela rede bancária agora sai em dez dias. O programa sepulta a era da montanha de papeis e códigos indecifráveis e dribla a prescrição de delitos.

Também permite ampla segurança (com criptografia) na captação, processamento e análise de operações bancárias porque acaba com o trânsito de CDs e cópias de extratos. Revela ainda a origem, destino e tipos de transações financeiras.

Há duas semanas, o perito criminal da Polícia Federal Renato Barbosa apresentou o Simba a 200 promotores e procuradores de Justiça. Barbosa, que atuou no esclarecimento de alguns dos casos mais emblemáticos da história recente do País - Banestado, sanguessugas e mensalão, é um dos responsáveis pela implantação do Simba.

Para Barbosa, é fundamental que o investigador faça um planejamento prévio antes de pedir documentos ao sistema financeiro. "São muitos os casos em que verificamos uma bagunça generalizada nos autos porque não se faz um simples esboço", atesta.

O perito anota que órgãos de investigação adotaram uma prática, "e não se sabe quem inventou isso", por meio da qual é requerida a abertura dos últimos cinco anos de movimentação e fluxo de valores. "Isso provoca acúmulo de quantidade desnecessária de informações. É preciso ter foco e método."

Márcio Fernando Elias Rosa, subprocurador-geral de Justiça e Gestão do Ministério Público de São Paulo, avalia que o Simba vai dar dinamismo às investigações. "São novos mecanismos, facilitadores das funções precípuas dos promotores." Para Elias Rosa, o Simba "tem uma vocação forte para as áreas de combate à improbidade e criminal".

O procurador Nilo Spínola Salgado Filho, coordenador do Centro de Apoio Operacional à Execução (CAEx) - braço do Ministério Público que emite pareceres técnicos - destaca que o rastreamento bancário, hoje, obedece a um modelo primitivo, braçal. O Simba, afirma, será primordial no cerco à corrupção. "O corrupto não tem como prescindir do sistema financeiro, até para lavar dinheiro sujo ele precisa. De alguma forma ele ingressa no sistema bancário, o dinheiro não fica aí ao Deus dará."


Fonte:Fausto Macedo-O Estado de S. Paulo - 02/05/2011

Tweeter e a morte de Bin-Laden

O gráfico mostra a reação no número de Tweets por segundo antes, durante de depois do anúncio da morte de Bin Laden. (Aqui sobre o efeito no mercado financeiro)

02 maio 2011

Rir é o melhor remédio

Capacetes criativos. Fonte: aqui







Links

Como a produção de Pyrex (um tipo de vasilhame de vidro) afetou a indústria de crack

PanAmericano lança o primeiro cartão de crédito pré-pago

Doenças transmitidas por alimentos e os custos para sociedade

Shiller: Sobre a necessidade de novas medidas para a economia

Vídeo: Messi jogando ping-pong para Herbalife

Sokol versus Buffett Órgão da Inglaterra não informa sobre a crise no RBS (aqui também)

Como a Goldman Sachs criou a crise de alimentos

Executivos da Sony se curvam
diante do escândalo dos cartões de crédito do PS3 (foto)

Manual do Ministério da Fazendo para pleitos (dica de Caio Tibúrcio)

Google sabe onde você está (dica de Alexandre Alcantara)

Vídeo: Pipoca do Valdir (dica de Alexandre Alcantara)

Teste 467

A receita Federal está cobrando da Petrobrás um volume elevado de impostos. Este valor é de:

Acima de R$1 bilhão e abaixo de R$10 bilhões
Acima de R$10 bilhões e abaixo de R$20 bilhões
Acima de R$20 bilhões

Resposta do Anterior: Barcelona

Grã-Bretanha irá adotar IFRS para empresas fechadas

A autoridade da Grã-Bretanha em contabilidade, o Accounting Standards Board, lançou uma consulta sobre os planos para substituir os padrões do Reino Unido para empresas de capital fechado, publicado pela primeira vez em 1971, por uma nova versão baseada em normas internacionais.
Atualmente, a maioria das pequenas empresas fechadas podem utilizar uma versão simplificada das normas do Reino Unido conhecido como FRSSE, que exige menso divulgações.
Private companies face accounting upheaval - The Telegraph É interessante notar que alguns mitos que se criam. Aqueles que acreditavam que a Europa adotou as IFRS de maneira plena, a notícia mostra que não é bem assim.

Conselho mais profissional

O aumento do número de consultas feitas ao Banco de Conselheiros do IBGCE mostra uma nova realidade nas empresas. 


A estratégia de escolher profissionais renomados do mercado financeiro e órgãos governamentais para compor conselhos de administração - até então obrigatória entre grandes companhias de capital aberto - está sendo revista. 


Prova disso é o aumento da procura por conselheiros por meio do Banco de Conselheiros do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Trata-se de uma ferramenta que possibilita o cadastro, pesquisa e consulta de profissionais qualificados para compor conselhos das mais diversas organizações, sem que seja revelado seu nome. 


"O objetivo é facilitar a busca por conselheiros experientes e preparados", afirma Alberto Whitaker, vice-presidente do conselho de administração do IBGC. 


Entre setembro do ano passado e meados de abril, o IBGC recebeu aproximadamente 40 consultas, de diferentes companhias: empresas já listadas em bolsa, em fase de estruturação para abril capital, familiar ou mesmo empresas que apresentam crescimento consistente e querem reforçar o conselho de administração e conselho fiscal. 


O Banco de Conselheiros, lançado em 2009 como projeto-piloto, foi relançado em fevereiro do ano passado com algumas modificações. "Aproveitamos experiências internacionais para aperfeiçoar o projeto inicial", diz Alberto Whitaker. Atualmente, o aplicativo contabiliza mais de 500 profissionais. 


O funcionamento é simples: a companhia seleciona profissionais cujos atributos - formação acadêmica, setores de atividades, atuação em conselhos ou comitês, fluência em idiomas, entre outros - sejam compatíveis a sua demanda. Na próxima etapa, a empresa manifesta interesse de entrevistá-lo ao IBGC, que entra em contato com o escolhido. A companhia só saberá o nome do profissional caso ele permita. 


"O IBGC não se envolve no processo de seleção do executivo. Só pedimos para o profissional nos avisar caso tenha sido contratado a fim de atualizar seu currículo", aponta o vice-presidente do conselho de administração do IBGC. 


Outra curiosidade diz respeito à utilização por empresas e headhunter. "O banco acaba sendo consultado não apenas para conselheiros, mas também para outras funções executivas", completa o executivo.


Brasil Econômico- Conselhos trocam “figurões” por especialistas Vanessa Correia - 28 de abril de 2011

Derivativos

Por Pedro Correia




O assunto que está em voga, nos EUA, sobre derivativos é o caso da cidade de Jefferson no Alabama. Em 2002, a Agência de Proteção Ambiental ordenou que o município reformasse o sistema de esgoto. Para financiar a reforma o local emitiu títulos de dívida no valor total de 3.2 bilhões. Após a reforma, a cidade alterou os juros dos contratos de pré-fixados para pós-fixados.Isto foi feito, pois executivos do JP Morgam convenceram os gestores locais a comprar complexos contratos de swaps de taxa de juros, para que o hedge fosse feito caso os juros subissem.

No início a estratégia de fazer o hedge foi bem sucedida. No entanto, quando a crise financeira de 2008 eclodiu, os swaps além de falharem na proteção – exarcebaram as perdas.Os juros continuaram subindo e o município não pode mais arcar com suas obrigações relacionadas aos títulos.Além disso, investigações recentes revelaram que há indícios de corrupção durante a execução do projeto.

Atualmente, a cidade está em desequilíbrio financeiro.Há rumores de que, em julho, não terá mais caixa para cumprir com suas obrigações.Adicionalmente, esta situação tende a se agravar e poderá se tornar o maior caso de insolvência de um município americano.A situação de Jefferson é um exemplo do que acontece quando existe a união de corrupção, má administração e desrespeito ao contribuinte.No final, os mais prejudicados foram os moradores locais. O preço da água subiu 300% desde 1997 e as famílias pagam em média 70 dólares por mês pelo seu uso.

Os derivativos são fantásticos instrumentos financeiros, no entanto, controle e acompanhamento é fundamental para evitar que eles não se tornem “armas financeiras de destruição em massa ” (famosa frase de Warren Buffet sobre o tema). Este é o objetivo precípuo da gestão de risco.

Leia mais sobre o tema: aqui e aqui

Derivativos 2

Por Pedro Correia


O Departamento do Tesouro Americano afirmou que irá retirar os swaps e contratos a termo de câmbio da supervisão e regulamentação que será imposta aos demais instrumentos financeiros derivativos. Em outras palavras, estes instrumentos continuarão a serem negociadas em mercado de balcão. A justificativa do Tesouro para a manutenção destes contratos fora das casas de compensação é que, os procedimentos existentes no mercado de câmbio já diminuem os riscos e asseguram a estabilidade desses derivativos.

Os contratos de swap e a termo de câmbio representam 5% do mercado de 600 trilhões de dólares “over-the counter”.Uma vez mais, as empresas, grandes bancos conseguiram pressionar o governo a isentar estes instrumentos financeiros da supervisão regulamentação. Eles argumentaram que as exigência da negociação em casas de compensação é desnecessária,pois a maioria dos contratos expiram após uma semana.