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28 abril 2011

Perda com os Feriados

O Brasil vai perder R$ 135,8 bilhões, ou 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com as paralisações nos nove feriados nacionais e 30 estaduais que caem em dia de semana em 2011. 

É o que afirma o estudo O Custo Econômico dos Feriados divulgado nesta segunda-feira (18/4), pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). 
 (Brasil Econômico – Brasil perderá R$ 135,8 bilhões com feriados em 2011, 18 de abr 2011)

O estudo pode ser encontrado aqui. Entretanto, a metodologia do estudo não esta muito detalhada. Pelo que se pode inferir o cálculo foi realizado da seguinte forma:

1. Utilizou o PIB do Brasil (e dos estados).
2. Calculou o número de dias trabalhados. Como a associação é comercial, retirou-se de 360 dias as férias (30 dias), os domingos (52 dias) e metade dos sábados. (Existe aparentemente uma inexatidão dos cálculos, já que os domingos e sábados que caíram nas férias estão sendo contados duplamente. Mas isto não afeta substancialmente as conclusões.) O resultado é algo em torno de 250 dias.
3. Dividiu-se o valor de (1) pelo (2) para encontrar o PIB diário gerado
4. Multiplicou-se o PIB diário pelo número de feriados. (Novamente aqui existe uma imprecisão da metodologia, pois alguns feriados caíram nas férias dos funcionários)

Tenho duas críticas ao método:

a) É um parâmetro linear. Ou seja, se tenho um feriado perdi o PIB diário. Isto nem sempre é verdade. Veja o comércio como exemplo: se existe um feriado e desejo comprar, eu irei antecipar este evento. Isto, a rigor, não trouxe prejuízo para o comércio, somente uma mudança nas datas. Além disto, o feriado pode ter o efeito de transferir as compras das regiões mais populosas para as regiões turísticas.

b) O feriado pode ter um efeito positivo na produtividade. (Fiz recentemente, em conjunto com Adrielle Dias, uma pesquisa sobre o efeito feriado no mercado acionário e constatamos que existe este efeito.) 

Boeing

O Estado de São Paulo trouxe uma reportagem interessante sobre o Dreamliner, o novo avião da Boeing (Dreamliner vira pesadelo, Dinah Deckstein, Der Spiegel, 11 abr 2011, N5). O texto discute o processo de construção e as opções estratégicas feitas pela empresa. Com o avião, a empresa pretendia revolucionar a forma de produção de um avião, aproximando-se do modelo de construção de um automóvel. Isto significa terceirização.
o processo de produção do avião parecia ainda mais revolucionário do que a tecnologia utilizada. De acordo com os projetos da Boeing, a montagem final do novo jato levaria apenas três dias. Para cumprir a meta, a Boeing terceirizou a produção de componentes importantes da aeronave para cerca de 50 fornecedores. 
 A decisão foi incorreta já que:

Este espetacular estoque de aviões poderá entrar para a história da aviação - como um monumento à arrogância dos executivos da Boeing e uma advertência às gerações futuras. 

O efeito disto é um aumento de custo. Mas observe o seguinte trecho do texto:

A Boeing não apresentou uma cifra exata dos custos adicionais dos ajustes técnicos, da ajuda aos fornecedores e das multas pagas aos clientes insatisfeitos, mas especialistas acreditam que deve superar os US$ 10 bilhões. Até o momento, esse montante teve apenas um efeito limitado no balanço da companhia. Ao contrário da Airbus, por exemplo, a Boeing tem condições de distribuir os custos num período de tempo maior e entre um número muito grande de aviões que foram vendidos ou ainda não foram encomendados.

Contratos de rateio

Pretendemos tratar, no presente artigo, de um modelo jurídico-empresarial denominado contrato de rateio ou de compartilhamento de custos e despesas (adiante apenas “contrato”) (...) Este modelo é internacionalmente conhecido por Cost Sharing (ou Funding) Agreements. (...) 

Com a utilização deste modelo contratual, diversas empresas rateiam e compartilham custos e despesas, sejam relacionadas a serviços administrativos, sejam serviços relacionados a atividades, equipamentos e instalações de outras empresas de um mesmo grupo econômico-financeiro. Otimizam-se gastos, atividades, dedicações e tempo, dentre outros benefícios, para agregar maior eficiência à atividade empresarial desenvolvida. Desta forma, usualmente, sem prejuízo de outros possíveis, temos o rateio e/ou compartilhamento de estruturas físicas, tais como imóveis, depósitos e instalações em geral, mas também é possível ratear ou compartilhar custos e despesas com informática, serviços e infraestrutura de telefonia e comunicação, serviços de atendimento 0800, ou a portadores de deficiência auditiva e/ou de fala até compartilhamento de veículos, caminhões e aeronaves. 

O modelo jurídico envolve, de forma estrutural, um contrato por meio do qual partes se relacionam, tendo uma empresa contratante na qualidade de líder ou principal, e as demais empresas contratantes vinculadas como efetivamente usufrutuárias do rateio e/ou compartilhamento. Não podemos atribuir ao modelo uma natureza jurídica de prestação de serviços pois em nada se assemelha ao instituto. A empresa principal ou líder não presta nenhum serviço às usufrutuárias. Igualmente ela não aluga nada. Também nada cede em comodato. O que existe é um compartilhamento estrutural, por meio do qual cria-se um pólo centralizador (eixo contratual) de direitos, obrigações e pagamentos, tendo as outras partes do contrato em comento a única obrigação de pagar o percentual estabelecido (que pode ser variável e/ou fixo). Em suma, a situação gerada pelo Contrato é de efetivo reembolso ou antecipação de despesas, dependendo, respectivamente, da natureza (“Cost Sharing” ou “Cost Funding Agreement”). (...) 

Luís Rodolfo Cruz e Creuz e Gabriel Hernan Facal Villarreal – Valor Econômico – 12 abr 2011 via aqui

Marcas

Empresas estrangeiras têm conseguido, na Justiça, recuperar marcas que tinham sido registradas anteriormente por brasileiras no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A norte-americana Converse, detentora da marca "All Star", e a companhia japonesa de eletroeletrônicos Sharp obtiveram decisões favoráveis no Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

(...) As companhias estrangeiras alegam que houve má-fé por parte das brasileiras ao registrar as marcas notoriamente reconhecidas. Em geral, trata-se de registros muito antigos no INPI, da década de 70, quando essas estrangeiras não conseguiam exportar diretamente para o Brasil e utilizavam suas representantes para comercializar as mercadorias no país. Nos processos, as estrangeiras alegam que houve má-fé das brasileiras porque muitas vezes não havia contrato firmado entre elas que permitisse o registro de marcas. Em outros casos, argumentam que estava discriminado no próprio contrato que a brasileira não poderia fazer esse tipo de registro. 

As brasileiras, por outro lado, afirmam que o registro foi efetuado dentro dos princípios de boa-fé, já que muitas delas eram representantes da empresa no Brasil. Também alegam que o direito à pleitear a transferência da marca estaria prescrito. Isso porque, a Lei de Propriedade Industrial - Lei nº 9.279, de 1996 - estabelece o prazo de cinco anos para que sejam ajuizadas reclamações relativas a marcas. Trata-se de registros no INPI, da década de 70, quando estrangeiras não conseguiam exportar diretamente para o Brasil No entanto, as estrangeiras têm utilizado a Convenção de Paris, o primeiro acordo internacional relativo à propriedade intelectual, assinado em 1883, do qual o Brasil é signatário, para defender que, quando ocorre a comprovação de má-fé, não há prazo de prescrição. O argumento tem sido aceito no STJ. (...) 

Valor Econômico - Adriana Aguiar e Arthur Rosa - Estrangeiras vencem na Justiça disputas por marcas no Brasil - 13 abr 2011(via aqui)

Cassino

Eis algumas técnicas utilizadas pelos cassinos para assegurar maiores ganhos:

 a) Adicionar oxigênio no ambiente – isto faz com que o jogador fique menos cansado e, por conseqüência, evita que ele se retire do local do jogo. Existem relatos que alguns estabelecimentos chegam a adicionar feronoma, que estimula o sentimento de euforia e conforto

b) Comida e bebida – o cassino não quer que o cliente tenha fome: afinal pessoas com fome param de jogar. Comida e bebida grátis matem o cliente na sala de jogos. Naturalmente que o lucro do estabelecimento são suficientes para cobrir estas despesas

c) Carpetes psicodélicos – O objetivo é manter o cliente jogando e acordado. Parece que um carpete psicodélico ajuda neste sentido

d) Sem relógios – Não existem indicadores de tempo nos cassinos. A finalidade é que o cliente esqueça o tempo que passou jogando. Da mesma forma, o prédio de um cassino é totalmente fechado, impedindo que a luz do sol entre.

 e) Desenho arquitetônico – O cassino é construído para que o cliente se perca no caminho até a porta de saída. Isto significa que ele irá escutar sempre o som de máquinas “dizendo” que alguém próximo ficou rico.

f) Caixa – A localização do caixa, para você trocar os ganhos, é propositalmente distante.

 g) Luz e som – luzes brilhantes e sons indicando a sorte de alguém. Isto incentiva o cliente a permanecer jogando.

Adaptado daqui

Por que o rating do Brasil ainda é baixo?

Recentemente o Wall Street Journal (vide aqui um resumo) comparou o endividamento de alguns países com a classificação da dívida soberana. A conclusão era de que os países com melhores classificações eram os mais endividados. Assim, Japão, Alemanha e Estados Unidos estavam mais endividados, mas continuavam com nota AAA+, a maior entre as possíveis. Já Brasil, China e outros países estavam menos endividados e continuavam com uma classificação reduzida.

Ao mesmo tempo, o Valor Econômico tecia elogios as agência de rating Dagong (Agência de Risco Chinesa avança com novos padrões de avaliação, 25 de abr 2011), que classificava como AAA+ a China, mas dava nota A+ para os Estados Unidos e AA para o Japão.

Afinal, as agências de ratings estão cometendo um erro ao valorizar excessivamente os países mais endividados e não estão dando o devido valor ao Brasil, China e outros países? Provavelmente não.

O rating de um país não depende somente do seu endividamento. Outros fatores são considerados, como a capacidade do país de efetuar o pagamento a partir da geração da sua riqueza, o grau de segurança com as contas públicas e o passado de respeito aos contratos. Este último aspecto talvez ainda seja crucial na nota brasileira. Qual foi a última vez que os Estados Unidos não pagaram uma dívida assumida num contrato justo? Realmente não sei, mas talvez tenha ocorrido no século XIX. Qual a última vez que o Brasil não respeitou um contrato internacional de empréstimo e financiamento, e decretou default da dívida? Recente, mais precisamente em 1986. E sabe quem estava no comando do nosso país? Alguém que hoje ainda ocupa um posto relevante na estrutura política brasileira. Não seria uma boa razão para ver com desconfiança o nosso país?

Adam Smith

Por Pedro Correia

Comentário de grande relevância do professor Alexandre Alcantara:

Na sua obra, ‘The Wealth of Nations’, publicada em 1776, Adam Smith, “pai da Economia Política”, dizia: ‘Os bens de um comerciante não lhe dão rendimento nem lucro até que os venda por dinheiro, e esse dinheiro de nada lhe serve senão quando novamente trocado por mercadorias. O seu capital sai continuamente sob uma forma, voltando de novo sob outra, sendo esta circulação, estas trocas sucessivas, que lhe trazem lucros. Este capital pode portanto muito propriamente denominar-se ‘capital circulante’. É este o conjunto de valores que, no dia a dia do negócio, permite o pagamento de dívidas, constituindo, sem dúvida, o grupo mais importante de rubricas em qualquer balanço. Pode, pois, dizer-se que o ativo corrente consiste naqueles valores que na evolução normal do negócio, pelos sucessivos passos de compra, produção e venda, se vão rotativamente transformando em dinheiro, permitindo o pontual pagamento de dívidas”.
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MELLO, Carlos Espírito Santo S. de. Análise de Balanços: da empresa, sob o ponto de vista financeiro. Lisboa: Portugália Editora, 1953, p. 19.

Leia mais: A origem do termo capital de giro

27 abril 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Teste 466

Ainda sobre esportes. Uma pesquisa realizada pela ESPN, em sete esportes e 14 ligas, mostrou as equipes mais bem pagas. Na listagem aparece em primeiro lugar:

 Barcelona, futebol
 New York Yankees, beisebol
 Real Madrid, futebol

 (Estes três são aqueles que aparecem nos primeiros lugares)

 Resposta do Anterior: Santos. O endereço é www.santosfc.com.br

Maiores salários do futebol

Eis os jogadores mais bem pagos do mundo. Os 100 melhores salários do futebol mundial na lista é ordenada por nome / equipe / salário / salário anual. Apresentamos somente os dez maiores e os brasileiros.

 1.Cristiano Ronaldo – Real Madrid – €1.000.000 – €12.000.000

 2. Lionel Messi – FC Barcelona – €875.000 – €10.500.000

 3. Fernando Torres – Chelsea – €833.000 – €10.000.000

 4. Yaya Toure – Manchester City – €833.000- €10.000.000

 5. Wayne Rooney – Manchester United – €791.000 – €9.500.000

 6. Ricardo Kaka – Real Madrid – €833.000 – €9.000.000

 7. Zlatan Ibrahimovic – AC Milan – €833.000 – €9.000.000

 8. Emmanuel Adebayor – Real Madrid – €708.000 – €8.500.000

 9. Carlos Tevez – Manchester City – €666.000 – €8.000.000

 10. Samuel Eto’o – Internazionale – €666.000 – €8.000.000

 18. Daniel Alves – FC Barcelona – €583.000 – €7.000.000

 46. Ronaldinho Gaucho – Flamengo – €416.000 – €5.000.000

 65. Júlio César – Internazionale – €375.000 – €4.500.000

 80. Cris ¬- Olympique Lyon – €350.000 – €4.200.000

 84. Robinho – AC Milan – €333.000 – €4.000.000

 91. Deco – Fluminense – €333.000 – €4.000.000

 95. Diego – Wolfsburg – €333.000 – €4.000.000

 98. Maicon – Internazionale – €316.000 – €3.800.000

 Fonte: Aqui - Somente quatro jogadores no top 100 que não jogam na Europa (Ronaldinho (?), David Beckham, Thierry Henry e Deco). - Xavi e Andres Iniesta estão em 15o. e 16o.

Decifrando o Papo Acadêmico

Decifrando o Papo Acadêmico – Por Isabel Sales

Traduções de algumas frases para que você entenda melhor a produção científica e o mundo acadêmico, publicadas aqui:

•"É sabido que" = Eu não conferi a referência original.

•"O padrão definitivo é evidente" = Esses dados são praticamente insignificantes.

•"Embora não tenha sido possível fornecer respostas definitivas a essas perguntas” = Um experimento sem sucesso, mas ainda tenho esperanças de que seja publicado.

•"Três itens da amostra foram selecionados para um estudo detalhado" = Os outros resultados não fizeram o menor sentido.

•"São demonstrados os resultados característicos" = Esse é o gráfico mais bonito.

•"Esses resultados estarão em um estudo subsequente" = Talvez eu trate disso em algum momento se obrigado ou patrocinado.

•"Em minha experiência" = Uma vez.

•"Em caso após caso" = Duas vezes.

•"Em vários casos" = Três vezes.

•"Acredita-se que" = Eu acredito.

•"Geralmente acredita-se que" = Duas outras pessoas também acreditam.

•"Corretos dentro de uma ordem de magnitude" = Errado.

•"De acordo com a análise estatística." = Boatos dizem que…

•"Uma projeção estatisticamente orientada do significado desses resultados” = Um chute.

•"Uma análise cuidadosa dos dados obtidos" = Três páginas de anotações foram destruídas quando derramei em cima delas um copo de refrigerante.

•“Está claro que será necessário muito trabalho adicional antes de entendermos completamente o porquê desse fenômeno” = Eu não entendo.

•“Após estudos adicionais realizados por meus colegas” – Eles também não entendem.

•“Agradecimentos são devidos a Joe Blotz pela ajuda com o experimento e a Cindy Adams por discussões valiosas” = O Sr. Blotz fez o trabalho e a Sra. Adams me explicou o que significava.

•“Uma área altamente significativa para estudos exploratórios” = Um tópico totalmente inútil selecionado pelo meu comitê.

•“Espera-se que esse estudo estimule investigações mais aprofundadas nesse campo” = Eu desisto.

Interferência estatal

"Esse será um dos principais tópicos dos próximos anos: será que podemos confiar na maneira como os governos lidam com as empresas?", diz Marten-Jan Bakkum, estrategista de portfólio do fundo de mercados emergentes da ING Investment Management, acrescentando que o ING passou a adotar uma postura "neutra" em relação ao Brasil por causa das pressões do governo sobre as grandes companhias estatais. 


 O sucesso da China em posicionar estrategicamente os recursos de suas próprias gigantes estatais vem levando outros países a tentar fazer o mesmo. Recentemente, o Brasil foi notícia ao remover o presidente da Vale, mineradora que fatura US$ 180 bilhões, por ele ter resistido aos esforços do governo para forçar a companhia a embarcar em atividades de baixo retorno. A medida ocorreu meses depois de que uma oferta de ações de US$ 70 bilhões da Petrobras deixou furiosos os acionistas minoritários. As preocupações estão refletidas nos preços das ações. A ação da Vale está avaliada agora à metade do preço médio das grandes produtores globais. 


Analistas do Credit Suisse observam que, historicamente, o Brasil sempre foi negociado com um desconto de 25% sobre seus pares emergentes numa base a prazo - possivelmente porque o Estado tem participações numa parcela desproporcionalmente grande de companhias com ações em bolsa de valores. 


 Will Landers, que gerencia US$ 10,5 bilhões em ações latino-americanas na BlackRock, diz que a emissão da Petrobras corroeu sua condição de empresa estatal que ainda tratava os acionistas de maneira justa. "A Petrobras e a Vale são lembranças de que temos o governo como sócio e que de vez em quando seremos pegos em situações que não serão boas para os acionistas", afirma. Mas Landers ainda tem Petrobras entre suas dez maiores posições, embora continue abaixo da média na ação. Como as grandes estatais compõem uma grande parte do mercado local, pode ser difícil para os gestores ignorá-las. (...)


Um estudo do Deutsche Bank constatou que o capital líquido investido nos mercados emergentes cresceu 53% do período 2006-08 para 2009-11, mas os ganhos econômicos - o fluxo de caixa que uma companhia espera gerar perpetuamente - cresceram apenas 7%. Rússia, China e Brasil, países onde o controle estatal é mais rígido, saíram-se pior. A mesma análise mostrou que os investimentos e os ganhos econômicos cresceram 10% e 6%, respectivamente, nos Estados Unidos. 


 O desconto de avaliação das ações emergentes mostra que parte disso já está embutida no preço. Mas Smith prevê coisas piores. "Acredito que o retorno patrimonial nos mercados emergentes será duramente afetado nos próximos anos... com o tempo deveremos ver uma certa corrosão do crescimento dos lucros nos mercados emergentes em comparação aos mercados desenvolvidos, principalmente por causa da valorização excessiva - este é o motivo de eu estar relativamente pessimista com os mercados emergentes." 

 Interferência estatal em empresas desagrada investidores Sujata Rao | Reuters, de Londres 25/04/2011 - Publicado no Valor Econômico

Guerra de depósitos

Os espanhóis que passaram diante de agências locais da CatalunyaCaixa, um pequeno banco de poupança, se depararam com uma proposta intrigante: deposite suas economias à taxa de 2,9% ao ano e receba um retorno extra toda vez que Marc Márquez, campeão espanhol do Grande Prêmio de Motociclismo, ganhar uma corrida.
Bancos espanhóis vivem "a guerra dos depósitos" - Miles Johnson | Financial Times - Publicado no Valor Econômico - 25 de abr de 2011. (Já imaginou uma promoção semelhante no Brasil? Toda vez que Barrichello ganhar uma corrida você terá um retorno extra... É difícil imaginar.)

Banco de dados do seu celular

Há quase dois anos, Alex Pentland, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, vem monitorando 60 famílias que vivem no campus da instituição. Ele usa sensores e softwares instalados em smartphones — registrando movimentos, relacionamentos, humor, saúde, hábitos ao telefone e gastos do usuário. Nessa montanha de detalhes íntimos, ele está achando padrões de comportamento que podem revelar como milhões de pessoas interagem em casa, no trabalho e nas horas livres. 
O texto é otimista quanto aos dados do celular, podendo ser usado para “revelar sintomas sutis de distúrbios mentais, prever oscilações na bolsa de valores e traçar a propagação de ideias políticas por uma comunidade à semelhança de um vírus”. Uma discussão interessante sobre a privacidade. Mas será que as pessoas sabem que estão sendo monitoradas pelo celular?

26 abril 2011

Rir é o melhor remédio

A empresa Ameriquest possui uma linha de comercial interessante: não julgue rapidamente. São diversas situações que poderiam levar um julgamento errôneo. O vídeo a seguir faz uma compilação de alguns desses comerciais.

Nota CAPES-CNPq sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício

Nota CAPES-CNPq sobre acúmulo de bolsa e vínculo empregatício - Por Isabel Sales

Em julho de 2010 a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, publicaram a Portaria Conjunta CAPES-CNPq n° 01/2010 autorizando o acúmulo de bolsas de mestrado e doutorado com vínculo empregatício.

O Glauber Barbosa (a quem agradeço) me informou sobre uma nota, também publicada em conjunto CAPES-CNPq, publicada para esclarecer alguns pontos sobre a portaria. Destaco dois parágrafos:


A Portaria tem o propósito claro de permitir aos bolsistas da CAPES ou do CNPq a opção de acumular a bolsa de pós-graduação, níveis mestrado e doutorado, com um vínculo empregatício remunerado, desde que venha a atuar profissionalmente na sua área de formação e cujo trabalho seja correlacionado com o tema da sua dissertação/tese e, portanto, quando tal vínculo empregatício seja resultante de sua condição de bolsista e como consequência do tipo de projeto que esteja desenvolvendo.

Para obter esse beneficio o bolsista terá que ter a anuência de seu orientador que comunicará oficialmente à coordenação do programa de pós-graduação e se responsabilizará pelo bom andamento acadêmico do aluno bolsista com vínculo empregatício, e em consequência sem causar prejuízo ao bom desempenho do curso como um todo.



Para quem é bolsista (ou orienta bolsistas), vale a pena conferir aqui.

Teste 465

Este clube de futebol publicou um anúncio informando que as receitas cresceram 65% em 16 meses de nova gestão, sendo que as receitas recorrentes (este foi o termo usado) aumentaram 48%. Mais importante, “para continuar acompanhando o ______ também fora de campo, o balanço do clube, trimestre a trimestre, está disponível para dowload”.

Corinthians
Palmeiras
Santos

Resposta: McDonald´s. Fonte aqui

Links

A razão das batatas do McDonald´s serem tão gostosas

  Mudança na Deloitte

 A história do clube das coelhinhas da Playboy

 Fasb propõe reduzir a complexidade do teste de imparidade para goodwill

  Price inglesa reage as críticas

  Lenda urbana: nem sempre as ações foram os melhores investimentos

 Os maiores riscos do momento: China, Prata, Nações Européias e municípios

  KPMG e sócios fazem acordo de R$1 milhão com CVM

Rombo, endividamento, ...

Nesta segunda-feira, o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do Palmeiras tomará conhecimento do balanço do ano passado com um déficit maior que R$ 70 milhões no período. Em 2009, primeiro ano de gestão do ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, que deixou o cargo na última temporada, o rombo foi de R$ 41 milhões. A participação do departamento de futebol no endividamento de 2010 é de 80% do valor total, ou seja, mais de R$ 56 milhões.
Observem a confusão: no primeiro parágrafo comenta-se sobre o déficit (ou "rombo"). Depoois sobre endividamento. Só para confirmar: 80% de 70 milhões é igual a 56 milhões.

 Fonte: Falha de São Paulo

Valor justo no Fasb

Embora esteja oficialmente atrasado, o processo de convergência para um padrão único de contabilidade mundial que inclua os Estados Unidos ganhou força nos últimos dias. O Conselho de Normas de Contabilidade Financeira (Fasb, na sigla em inglês), órgão que regula as normas contábeis americanas, conhecidas como US Gaap, desistiu da proposta de usar o método do valor justo de forma tão generalizada como havia sugerido em maio do ano passado para os instrumentos financeiros. 
Depois de ter recebido diversas críticas de participantes do mercado, o Fasb decidiu caminhar para um modelo que amplia o uso do valor justo com efeito no resultado, mas nem tanto. Nessa nova abordagem, empréstimos e recebíveis, por exemplo, devem permanecer com registro pelo custo amortizado. 
A decisão, esperada por alguns especialistas, se tornou oficial com a publicação de um documento conjunto do Fasb e do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), órgão responsável pelo padrão internacional IFRS, na semana passada, durante o feriado aqui no Brasil. 
A proposta levada a audiência pública pelo Fasb em maio de 2010 previa o registro de quase todos os ativos e passivos financeiros ao valor de mercado, o que praticamente inviabilizava a existência de um ponto comum com o pronunciamento já definitivo que havia sido publicado pelo Iasb em novembro de 2009. Chamada de IFRS 9, essa norma já é usada em alguns países e prevê a possibilidade de valor justo ou custo amortizado, conforme o modelo de negócios da empresa. 
A sinalização do Fasb de que está disposto a mudar sua abordagem para a contabilidade dos instrumentos financeiros facilita o processo para que o US Gaap se aproxime do IFRS, num processo que pode culminar com a incorporação do modelo americano pelo padrão internacional. 
A Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos EUA, deve anunciar ainda neste ano se opta ou não pelo uso do IFRS pelas empresas americanas - uma vez que ele já é permitido para as estrangeiras que têm ações negociadas naquele mercado. A comissão acaba de marcar para 7 de julho uma nova rodada debates sobre o assunto. 
Pesquisa da regional americana da Grant Thornton Internacional com 516 diretores financeiros de empresas dos EUA mostra que a maioria deles não tem pressa para mudar a contabilidade. Do total, 49% defendem que o IFRS seja adotado somente daqui a cinco ou sete anos, quando uma aproximação gradual entre o padrão americano atual e o internacional permitir uma migração sem grandes consequências. Para 27%, o IFRS não deve ser adotado, mas medidas de aproximação entre os dois padrões devem ser tomadas. O percentual é maior do que os 24% que defendem adoção do IFRS de forma mais rápida, no prazo de dois a cinco anos. Dezenove a cada cem dessas empresas já preparam balanços em IFRS. Parte da resistência à adoção ao padrão internacional se explica pela insatisfação dos executivos americanos com a determinação de regras por um órgão internacional. Conforme a pesquisa, 57% dos entrevistados preferem que os normativos sejam ditados por um órgão independente, como o Fasb, mas que seja supervisionado pela autoridade local - no caso, a SEC. Apenas 19% disseram que as regras devem vir de entidades internacionais independentes, como o Iasb.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula a contabilidade das companhias abertas não financeiras, tem adotado na íntegra as normas de uso obrigatório editadas pelo Iasb. Mas o mesmo não ocorreu com o Banco Central, que mantém regras próprias para a contabilidade das instituições financeiras, embora tenha pedido a publicação adicional de um demonstrativo financeiro consolidado em IFRS.
A nova regulamentação do Fasb, que deve vir a público no terceiro trimestre, deve prever três classes de instrumentos financeiros. Aqueles da carteira de negociação e os ativos "disponíveis para venda" seriam registrados pelo valor justo, com a variação de preço afetando o resultado líquido da entidade. 
Pela contabilidade atual, as variações na carteira classificada como "disponível para venda" afetam apenas o patrimônio. No novo modelo, variações de valor de mercado com efeito no patrimônio - e não no resultado - passariam a restritas para alguns tipos de ativo, como aqueles ligados a operações de hedge. 
Haveria ainda ativos que seriam registrados pelo custo amortizado, como empréstimos e recebíveis, com testes recuperabilidade reforçados e também divulgação maior sobre o valor justo desses ativos, seja nas notas explicativas ou de outra forma. 
O documento conjunto diz ainda que, após a decisão final do Fasb sobre o assunto, a conclusão será levada para discussão dentro do Iasb. Não fica claro, entretanto, se o órgão internacional estaria disposto a rever o IFRS 9, já publicado e em uso por algumas jurisdições. 
A assessoria do Iasb foi procurada ontem, mas não pôde responder por conta do feriado na Europa.
EUA recuam em proposta de valor justo - Extraído do valor econômico (26/04/2011) via Caminhos do Saber