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31 outubro 2008

Daimler e a IFRS

A notícia a seguir comenta a diferença de resultado pelas normas do Iasb e o US GAAP para empresa Daimler:

Montadoras: Resultados da Daimler AG

A Daimler AG reportou hoje uma perda líquida de 351 milhões de Euros por sua participação de 19,9 por cento no resultado do segundo trimestre de 2008 da Chrysler Holding LLC, de acordo com os Padrões Internacionais de Relatórios Financeiros (IFRS - International Financial Reporting Standards). Com base nos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos (U.S. GAAP), a perda líquida da Chrysler Holding LLC foi de 88 milhões de Euros, dos quais uma perda de 76 milhões é atribuída ao negócio automotivo da Chrysler LLC.

A diferença entre a perda de 351 milhões de Euros reportada pela Daimler AG, relacionada com sua participação de 19,9 por cento na Chrysler Holding LLC e os 88 milhões de Euros de perdas líquidas é atribuída a:

-- Ajustes relativos às diferenças entre os padrões de contabilidade U.S. GAAP e IFRS que chegam a uma perda de 171 milhões de Euros;

-- Outros ajustes da Daimler AG, não relacionados com o resultado da Chrysler Holding LLC, totalizando aproximadamente uma perda de 92 milhões de Euros.

A Chrysler Holding LLC é formada pela Chrysler LLC, a companhia automotiva que fabrica e vende os veículos Chrysler, Dodge e Jeep(R) em todo o mundo e pela Chrysler Financial, que fornece serviços financeiros para estes veículos na região da América do Norte. (...)

Crise Financeira e Risco

COSO, Sarbanes-Oxley e a crise atual
Gazeta Mercantil - 31/10/2008

31 de Outubro de 2008 - Todos os 6 bilhões de habitantes da Terra sabem ou pelo menos sentem o que é a crise mundial desses conturbados dias. Mas apenas uma parte diminuta da população mundial sabe o que significa COSO e Sarbanes-Oxley. E poucos especialistas do mundo financeiro interligam esses nomes, que tudo tem a ver com o estrago de trilhões de dólares perdidos nessa estúpida crise, causada pela leniência de controles do sistema financeiro dos Estados Unidos.

Em agosto de 1974, Richard Nixon teve de renunciar a presidência dos Estados Unidos por conta do incidente de Watergate, no qual espiões do Partido Republicano, com conhecimento e autorização dele, invadiram a sede do partido democrata em Washington.

A campanha presidencial dos republicanos havia sido financiada em parte por desvios de verbas de grandes corporações usando práticas que incluíam corrupção no território dos Estados Unidos e no exterior.

O Congresso americano, em resposta, editou em 1977 o "Foreign Corruption Act", que criminaliza subornos feitos por empresas americanas no exterior.

O setor privado americano também deu uma resposta por meio da criação de uma comissão para aperfeiçoar os controles contábeis e gerenciais das grandes empresas americanas.
Criaram uma comissão chamada "National Commission on Fraudulent Financial Reporting" formada em 1985 e conhecida como a "Treadway Commission". Essa comissão preparou uma listagem extensa de normas sobre controles internos nas organizações, que hoje é conhecida como COSO, abreviação de Committee of Sponsoring Organization of the Treadway Commission.

Normas tão completas e adequadas que o Bank for International Settlements (BIS) ou Banco para Compensações Internacionais, com sede em Basiléia, na Suíça, o banco dos bancos, as adotou para empregá-las no sistema bancário mundial. Estes foram os fundamentos para os Acordos de Basiléia.

Essas normas chegaram ao Brasil em 1998 e geraram um processo de controles comandado pelo nosso Banco Central (BC) para todo o sistema financeiro brasileiro: bancos comerciais e de investimentos, corretoras, distribuidoras, consórcios, etc. É a chamada resolução de controles internos, a Resolução n 2.554.

Infelizmente as grandes corporações americanas não entenderam a lição e não praticaram as recomendações do COSO. Por conta disso, os escândalos da Enron, Tyco, Adelphia, Peregrine, Worldcom e muitas outras grandes empresas obrigaram o Senado americano a aprovar uma nova lei, o "Sarbanes-Oxley Act" em 2002.

Essa lei diz ser crime federal fraudar balanços e obriga os diretores das empresas americanas a se responsabilizarem criminalmente por suas demonstrações financeiras fraudadas, que devem ter suas assinaturas para caracterizar suas responsabilidades.

A atual crise não teria ocorrido se essas duas práticas gerenciais tivessem sido seguidas, o COSO e a Sarbanes-Oxley. Mas não foram, como atestam os casos das instituições financeiras e de seguros que fracassaram nos Estados Unidos, envolvidas pela ambição desmesurada de ganhos e dos bônus para seus executivos. Mas a culpa também é das autoridades americanas, que não exerceram adequada supervisão sobre suas empresas, especialmente as financeiras, embora possuíssem os instrumentos do COSO e da Sarbanes-Oxley para exercer uma forte supervisão entre muitas outras leis.

Nesse aspecto, o Brasil pode dar lições aos Estados Unidos, com a criação do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer) e do Programa de Incentivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária (Proes), com a limpeza feita no sistema bancário, inclusive nos bancos públicos, e com a apertada fiscalização centralizada do BC.

Os Estados Unidos têm cerca de 8 mil bancos, mas os controles do governo sobre essas instituições são fracos e a supervisão é falha. O mundo agora quer aumentar os controles e a supervisão. Bastaria os Estados Unidos terem exercido de modo mais adequado as leis e critérios de gestão existentes e criados por eles próprios para que nós e o mundo não estivéssemos pagando o preço que estamos pagando.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3) CARLOS DANIEL CORADI* - Presidente da EFC - Engenheiros Financeiros & Consultores )

Volks e os Emergentes

VW se beneficia de atuar em países emergentes e lucra US$ 1,9 bilhão
Gazeta Mercantil – 31/10/2008

Franfurt e Berlim, 31 de Outubro de 2008 - A Volkswagen, maior montadoras européia, confirmou ontem suas previsões para 2008 e publicou resultados que mostram que está resistindo melhor à crise do setor do que alguns de seus concorrentes. A Volkswagen reiterou suas metas de lucros para 2008 depois de seu lucro do terceiro trimestre ter subido 27%, devido ao aumento das vendas na China e na Rússia e à aquisição da fabricante de caminhões Scania AB.

"A Volkswagen tem ido bem até agora em um contexto difícil", comemorou o presidente da companhia, Martin Winterkorn, citado em um segundo comunicado.

Desta forma, "confirmamos nossos prognósticos para 2008, apesar da drástica deterioração que a economia mundial e a indústria de automóveis sofreram nos últimos meses", defendeu Hans Dieter Pötsch, diretor financeiro da Volkswagen.

Nos primeiros 9 meses de 2008, o lucro líquido da Volkswagen registrou ? 3,7 bilhões sobre um volume de negócios de ? 85,4 bilhões (+5,5%). Seu lucro operacional também aumentou 15%, para ? 4,9 bilhões. Pela primeira vez a companhia sueca Scania, que a Volkswagen comprou no início do ano, integrou as contas do gigante alemão. Isoladamente, a VW lucrou ? 1,49 bilhão (US$ 1,9 bilhão).

Os resultados divulgados pelo grupo são superiores às previsões feitas por alguns analistas consultados pela Dow Jones Newswires.A forte presença da Volkswagen nos mercados emergentes como China, Brasil e Leste Europeu ajudou a companhia a compensar a queda das vendas na Europa e América do Norte.

A VW está em vias de ser comprada pela Porsche, que detém uma participação de cerca de 42% e controla 74% de seu capital.

Com uma série de modelos compactos e o esforço para se expandir nos emergentes, a VW argumenta que está menos suscetível do que as concorrentes à retração das vendas em outras regiões. A Volkswagen foi a única das 10 maiores montadoras européias a registrar crescimento das entregas nos mercados emergentes no mês passado, e sua queda das vendas nos EUA no mesmo período, de 9,4%, foi inferior à retração do mercado automobilístico observada no país, de 27%

A VW se beneficia de sua presença relativamente sólida nas economias emergentes", disse Marc-René Tonn, analista de , lotado em Hamburgo, da M.M. Warburg. "Diferentemente das outras, ela não tem exposição excessiva aos mercados da América do Norte. Mas o que será se a situação da América do Sul, da China, da Rússia e da Ásia piorar no ano que vem? Isso certamente vai atingir a VW.''

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(AFP e Bloomberg News)


A crise e a contabilidade

Um texto da Gazeta Mercantil de hoje mostra como a não contabilização de certos itens foi importante para a crise financeira (Reproduzi o texto integralmente, apesar de alguns problemas de tradução):

Bônus não-contabilizado escapa à supervisão
Gazeta Mercantil – 31/10/2008

Washington, 31 de Outubro de 2008 - Quando George Miller recebeu 60 banqueiros no Charlotte City Club, numa noite de setembro, o foco era mais na recente quebra do Lehman Brothers Holdings. Os membros do Fórum Norte-Americano de Securitização, dirigido por Miller, estavam aflitos com o futuro do seu setor, de US$ 10,7 trilhões.
Os banqueiros, reunidos em Charlotte, Estado da Carolina do Norte, haviam sido alertados de que havia um plano do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb, pelas iniciais em inglês) de forçar o retorno de trilhões de dólares aos balanços, o que exigiria uma disparada nas reservas em dinheiro. O negócio deles, de reunir e revender ativos, havia registrado uma queda de 47% nos primeiros seis meses do ano e o setor não tinha condições de agüentar mais um revés.

No dia seguinte Miller, diretor-executivo do fórum, levou essa mensagem a uma audiência no Senado em Washington, que examinava a escalada dos ativos não-contabilizados. "``Ir em frente com más regras representa grandes riscos para os mercados financeiros e para a economia"'', disse ele, ao explicar a proposta do Fasb.
Miller tentava preservar uma regra de contabilidade para os ativos omitidos, que ajudavam os bancos dos EUA a exportarem bônus podres para o resto do mundo. Trata-se de uma brecha que, segundo Jack Reed, democrata que preside a subcomissão de valores mobiliários do Senado, contribuiu "``para a gravidade da crise atual''". O estrago até agora: mais de US$ 680 bilhões em prejuízos e baixas contábeis, cerca de um terço disso por parte de bancos europeus.

Falta de regulamentação

A ação dos lobistas adiou as decisões do Fasb e manteve partes importantes do sistema financeiro fora do alcance dos órgãos reguladores. Entre as vitórias deles, conta- se o fato de que os derivativos de balcão continuaram sem regulamentação e de terem persuadido a Securities and Exchange Commission (SEC, o órgão regulador das bolsas norte-americanas) a permitir que os bancos de investimento reduzissem as exigências de capital. Isso permitiu que aumentassem os empréstimos tomados e elevassem os lucros. Hoje, a estrada passa pelos imóveis residenciais executados por falta de pagamento na Califórnia e em Ohio e até pelas capitais da Europa. Essa estrada foi calçada por decisões como a tomada pelo Fasb, que permitiu aos bancos ficarem mudando ativos de um lado para o outro, de forma a que não fosse detectados pelos acionistas nem pelos supervisores do setor.

''Truque de mágica''

"``Sempre achei que isso tinha algo de um truque de mágica''", disse Pauline Wallace, parceira da PriceWaterhouseCoopers, referindo-se ao registro de ativos não-contabilizados. "``Agora, não me surpreenderia se o Fed acabar se tornando oficialmente o nosso regulador de risco sistêmico"'', disse Robert Litan, economista da Brookings Institution em Washington. Isso parece irônico para Donald Young, um defensor dos investidores e membro do conselho do Fasb de 2005 até o último dia 30 de junho. Ele testemunhou na mesma audiência no Senado, em 18 de setembro, que tanto o Fed quanto a SEC resistiam, junto com os bancos que monitoravam, a um aumento na divulgação dos ativos não-contabilizados.

"``Existe uma atividade infinita de lobby sobre o Fasb"'' por parte das empresas e dos órgãos reguladores, disse Young ao Senado. Ele apresentou um ponto de vista semelhante em uma carta datada de 26 de junho ao senador Reed. "``Não tínhamos a capacidade de superar os esforços dos lobbies, que argumentavam que estaríamos obstruindo os mercados de crédito e prejudicando os negócios se fizéssemos mudanças de peso"'', dizia a carta de Young. ` "A nossa inação não obstruiu os mercados de crédito, mas contribuiu para destruí-los.''" A questão, disse Young em uma entrevista, foi a ``falta de transparência'''' que vem junto com as práticas que permitem a existência de ativos não-contabilizados.

Os reguladores de outros países também não policiaram melhor os investimentos em ativos subprime. O UBS AG, sediado em Zurique, com baixas contábeis e prejuízos no total de US$ 44 bilhões, disse à Comissão Federal de Bancos da Suíça, no começo do ano passado, que tudo estava " totalmente protegido, sim, até superprotegido"'', segundo informou o diretor Daniel Zuberbuehler em uma entrevista coletiva em abril. "``Esta resposta depois se revelou errada porque o UBS não captou corretamente a sua exposição real a risco e superestimou os seus mecanismos de proteção"'', disse Zuberbuehler.

A securitização se acelerou em meados da década de 1990. A quantia total de papéis referenciados em financiamentos de imóveis residenciais emitidos quase triplicou entre 1996 e 2007, para US$ 7,27 trilhões, segundo a Associação de Valores Mobiliários e Mercados Financeiros (Sifma, pelas iniciais em inglês).

Alan Greenspan

Há dez anos, Wall Street tinha um mercado altista alimentado pela explosão das pontocom. O então presidente do Fed, Alan Greenspan, confiava em que o mercado corrigiria seus próprios males, e o Congresso norte-americano era receptivo à idéia de abrandar o toque dos órgãos reguladores. Em 1998, a iminente quebra do fundo de hedge Long-Term Capital Management forçou o Fed a organizar uma operação de socorro para Wall Street. Os fundos de investimentos tinham emprestado bilhões ao fundo e eram contrapartes em contratos de derivativos de mais de US$ 1 trilhão.

Naquele mesmo ano, Greenspan, o então secretário do Tesouro, Robert Rubin, e o presidente da SEC, Arthur Levitt, foram contra uma tentativa do Comitê de Comercialização de Contratos Futuros de Commodities de estudar a regulamentação dos derivativos de balcão. Em 2000, o Congresso aprovou uma lei que manteve esses instrumentos sem regulamentação. Em 23 de outubro passado, Greenspan disse, em uma audiência na Câmara dos Deputados, que é favorável a novas regras que exijam que as emitentes de ativos securitizados "``retenham uma parte significativa dos valores que emitem''". "``Nós exportamos os nossos financiamentos imobiliários podres para o exterior"'', disse Joseph Stiglitz, professor da Universidade Columbia e ganhador do Prêmio Nobel de Economia, em uma audiência na Câmara em 21 de outubro. ` "Se não tivéssemos (feito isso), os problemas aqui nos EUA teriam sido ainda piores."''
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Bloomberg News)

30 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


Como surgiu o símbolo do Google Chrome

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10 Pessoas com talentos incomparáveis

A cor vermelha faz o homem ser mais amoroso com a mulher.

Aqui o gráfico com a cotação das ações da Volks

Grandes Pessoas nunca param de aprender ! (foto)

100 pessoas mais influentes em Impostos e Contabilidade nos EUA

Sobre a crise na Europa

AIG já queimou mais de 100 bilhões de dólares do contribuinte norte-americano

Coréia também muda

A Coréia do Sul também irá mudar sua contabilidade, informou o Financial Times (S Korea to change shipbuilder accounts rules, Song Jung-a & Jennifer Hughes, 23/10/2008) . As regras que serão afetadas modificarão os resultados dos construtores de navios e outros exportadores.

Advinhe qual a finalidade? Impedir que as demonstrações financeiras sejam questionadas quanto as perdas em razão das flutuações cambiais:

The Financial Services Commission (FSC) said the new rules would allow shipbuilders to offset losses from the plunging value of the Korean won by including expected currency gains from contracts that had not yet been executed - which are not normally reported - as well as foreign exchange losses from derivatives contracts linked to the overseas orders.

(…) Under previous rules, exporters were only allowed to book earnings from overseas orders when the cash was received - but they had to report each quarter the fair value of any derivative contracts they used to hedge these overseas cash flows. The won's slump would have led to huge reported losses on the derivative hedges without any recognition of the fact that these losses could be offset by the higher earnings from overseas orders that would result from the won's fall.

Aerolineas Argentinas

Um texto da Agencia EFE (Aerolíneas sufre "quiebra virtual" con mitad flota "chatarra", según informe, 23/10/2008) mostra que a situação contábil da empresa é bastante ruim. O texto fala em "quiebra virtual" e compara a empresa com a Enron.

"Esto es un caso Enron", afirmó [presidente del Tribunal de Tasaciones de Argentina, Daniel Eduardo Martín] a preguntas de los parlamentarios sobre si la empresa debía ser investigada por su contabilidad.

El funcionario explicó que el Tribunal realizó su tasación por el mecanismo de "valor patrimonial sustantivo", la diferencia entre los activos y los pasivos de la compañía contabilizados a precio de mercado.

Así, para el Tribunal, Aerolíneas y sus subsidiarias tienen activos por 239 millones de dólares y pasivos por 1.071 millones de dólares, lo cual arroja un valor negativo de 832 millones de dólares.

"Técnicamente no tenemos precio. El precio es cero porque la valuación es negativa y el comprador no tendría que pagar nada", dijo Martín, quien sostuvo que la empresa "se encuentra en virtual estado de disolución o quiebra por patrimonio neto negativo".

Según el funcionario, si la valuación se hiciera por el método de flujos futuros de fondos -utilizado por el Credit Suisse para la tasación para Marsans y que se basa en el cálculo de expectativas de ingresos y costos a futuro-, el valor de Aerolíneas y sus subsidiarias sería negativo en 622 millones de dólares.

Para Marsans, Aerolíneas y sus controladas valen entre 330 y 546 millones de dólares.

Entidade

Uma das medidas do pacote do governo foi a criação da Caixa Par

Diante das críticas à falta de transparência nas operações autorizadas pela medida provisória que permite que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil comprem bancos e empresas, a presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho, afirmou ontem que a contabilidade do banco de investimento será separada e reage: "Não há risco de a CaixaPar ser uma caixa-preta".

"Não há risco de CaixaPar virar caixa-preta", diz CEF
Folha de São Paulo – 24/10/2008

Um problema de Classificação

Entre as medidas adotadas pelo governo brasileiro para contornar a crise uma merece um destaque neste blog pelo impacto contábil: o uso do FGC. Um texto da Folha de São Paulo (Fundo dribla regimento próprio para elevar poder de intervenção no mercado, 28/10/2008, Sheila D´Amorim) esclarece a questão:

(...) Com a medida anunciada ontem, permitindo aos bancos anteciparem cinco anos de contribuição ao FGC, o BC calcula que poderá contar com mais R$ 6 bilhões. O fundo ficará com o risco das operações, justamente o que os bancos maiores se recusam a fazer, e reforçará seu poder de intervenção no mercado, atualmente de R$ 2,5 bilhões, para R$ 8,5 bilhões.

Para isso, o dinheiro das contribuições antecipadas será contabilizado de forma diferenciada e não integrará as reservas técnicas do fundo como aconteceria num cenário de normalidade. Se não fosse assim, o FGC não poderia usar os R$ 6 bilhões na totalidade para elevar a liquidez do mercado.

Isso porque, de acordo o regimento interno, o fundo pode usar somente até 15% das suas reservas técnicas para comprar créditos do sistema financeiro em momentos de dificuldade.

Essas reservas são o dinheiro das contribuições que os bancos fazem para o FGC, deduzidas as despesas de funcionamento do fundo, e servem para cobrir possíveis perdas dos correntistas. Considerando o montante atual de R$ 16,8 bilhões, isso significa R$ 2,5 bilhões para essa finalidade, sendo que R$ 1 bilhão já foi usado para ajudar oito bancos.(...)

Por isso, o dinheiro que começou a entrar ontem mesmo no caixa do FGC será registrado na contabilidade com o nome técnico de "realizável a longo prazo", em vez de "disponibilidades", afirmou à Folha o diretor-executivo do FGC, Antônio Carlos Bueno. (...)

GM e o socorro do governo

Aqui, Zac Bissonnette discute se a falência da GM seria um desastre. Segundo estimativa do Center for Automotive Research David Cole, a quebra da GM teria um custo de dois milhões de empregos nos Estados Unidos.

O problema, para Bissonnette, é que a ajuda do governo pode ou transferir a empresa para o governo (muito socialista para ele) ou significar um empréstimo a juros subsidiados. Mas o preço atual da ação da empresa estaria artificialmente alto em razão da expectativa do socorro do governo.

Aqui um analista explica a razão pela qual a junção GM+Chrysler não deve dar certo.

Aqui no Wall Street Journal, afirma que a General Motors irá tornar-se Government Motors. Na análise, os vencedores da ajuda seriam os executivos das montadoras (GM, Chrysler e Ford), a UAW (sindicato dos trabalhadores), os fornecedores e clientes. E um grande perdedor: o contribuinte. O texto também mostra a diferença entre ajudar o sistema bancário e ajudar Detroit.

E na Gazeta Mercantil, a notícia que a Toyota é a maior montadora do mundo:

Nova York, 30 de Outubro de 2008 - Prestes a pôr fim a seus 77 anos como a maior montadora mundial, a General Motors Corp. caiu ainda mais em relação à Toyota Motor Corp. em vendas mundiais no terceiro trimestre, com a retração da demanda nos Estados Unidos e na Europa.

As remessas de veículos caíram 11%, para 2,11 milhões de unidades, disse a General Motors, sediada em Detroit, em comunicado divulgado ontem. Isso empurrou o total de nove meses da montadora para 6,66 milhões de veículos, comparativamente aos 7,05 milhões da japonesa Toyota. (...)


Toyota destrona a GM como maior montadora mundial
Gazeta Mercantil - 30/10/2008

Em defesa da IFRS

Abaixo, um texto da Price com uma defesa ardorosa da IFRS. Leia com precaução e a utilização dos argumentos apresentados não é de responsabilidade deste blog:

Las IFRS y su futuro
Juan Manuel Cárdenas y Alejandro Cruz
El Economista

Las Normas Internacionales de Información Financiera (IFRS, por su sigla en inglés) han cobrado gran importancia desde su adopción.

Esto debido a que representan una gran ventaja para, entre otros, los usuarios de la información financiera en la toma de decisiones en todo el mundo, ya que con la aplicación de una normatividad contable reconocida universalmente por las empresas, es posible comparar la información financiera entre entidades de una misma industria, aunque la base de sus negocios se encuentre en diferentes países.

Las IFRS se han convertido en un lenguaje contable global, han sido adoptadas en más de 100 países y el número sigue en aumento.

La Unión Europea, Australia, Canadá, Brasil, Reino Unido, India, China y otros mercados ya las han adoptado o están en vía de adoptarlas.

En algunos países de Europa del Este, incluyendo Rusia, también han sido ampliamente utilizadas.

Otro dato relevante es que aproximadamente 40% de las empresas que aparecen en la Lista Global Fortune 500 utilizan las IFRS para la preparación de su información financiera.

La Comisión del Mercado de Valores de Estados Unidos (SEC, por su sigla en inglés), eliminó el requerimiento de preparar una conciliación entre los resultados determinados bajo las IFRS y los determinados conforme a los US GAAP.

Esto con el fin de brindar apoyo a las compañías extranjeras registradas en la SEC, que utilizan IFRS emitidos por el Consejo de Estándares Internacionales de Contabilidad (IASB por su sigla en inglés).

Ya hay casos Hablando de las empresas registradas en la Bolsa Mexicana de Valores (BMV) se tienen ya experiencias respecto de que la Comisión Nacional Bancaria y de Valores (CNBV) ha otorgado autorización a algunas empresas registradas en la BMV para presentar su información financiera bajo IFRS, con lo cual es probable que en el futuro existan más empresas interesadas en aplicarlos.

Al analizar esta información, es importante considerar el ambiente regulatorio para las empresas mexicanas al adoptar las IFRS.

Esto involucra inversión en recursos humanos, materiales, asesores y tiempo, el cual varía de 18 a 30 meses e impacta en varias áreas de operación.

Es por ello que las compañías norteamericanas están planeando iniciar, o ya lo hicieron, un análisis del impacto de IFRS y sus implicaciones.

El cambio a IFRS beneficiará más a unas compañías que a otras.

Entre otros beneficios potenciales, con el cambio se logra que la información financiera de una compañía sea comparable con la de otras de la industria, facilitar el acceso a los mercados capitales, unificando el lenguaje contable.

También se hace posible definir benchmarking por industrias, estandarizar procesos de reporte, reducir los costos y dosificarlos.

El cambio anticipado a IFRS permite contar con una ruta crítica relativamente flexible y realista para la conversión, evitando así la presión de plazos obligatorios de adopción.

La calidad en el proceso de conversión a las IFRS es alta, elevando el nivel de confort de las políticas contables seleccionadas.

Otro beneficio es el tiempo adicional para analizar el impacto de las IFRS y resolver cualquier problema que se pueda detectar, por ejemplo, las funciones de la reestructuración de los reportes, implicaciones en los resultados de operación, razones financieras, entre otros, para asegurar recursos humanos experimentados en IFRS.

Las compañías que iniciaron la adopción inmediata de las IFRS, sin mediar una fecha límite de adopción obligatoria, obtuvieron valor agregado al enfrentar la necesidad de diseñar soluciones a corto plazo y un proceso sustentable a largo plazo.

Demuestra importancia Lo anterior se hace evidente al revisar la experiencia que han tenido en Europa las compañías que realizaron la conversión de información financiera a las IFRS, donde ha trascendido que se pueden forzar las políticas contables para que se ajusten con las IFRS, con el fin de simplificar el proceso de conversión; sin embargo, la conversión a IFRS debe aprovecharse como una oportunidad única para reevaluar integralmente las políticas contables, ya que surgen alternativas que no ofrecían otras disposiciones contables normativas, las cuales pueden reflejar, de mejor manera, la sustancia económica de transacciones.

Igualmente ha quedado clara la importancia de involucrar a toda la compañía.

Las IFRS pueden impactar casi todos los aspectos de las operaciones, desde los contratos de clientes y proveedores y arreglos de compensación a los empleados hasta la planeación de la propia administración y estructuras financieras, entre otros.

La participación de los expertos clave de la compañía (administración legal y de riesgos y relaciones con los inversionistas) en la etapa adecuada, es esencial para una conversión exitosa.

La experiencia también arroja que la mayoría de las conversiones son más largas de lo esperado.

Los proyectos de conversión pueden variar en duración, dificultad y costo, dependiendo del nivel de complejidad de las transacciones, la estructura operativa y el ambiente regulatorio de una compañía.

Las compañías multinacionales con sede en EU que ya han iniciado éste proceso, estiman que les tomará por lo menos dos o tres años e importantes recursos para completar un proyecto de conversión de calidad.

De tal manera, que un punto clave para el éxito es comenzar antes de que la compañía experimente fechas límite impuestas externamente, para que sea posible una evaluación y aplicación sistemática y metódica.

También es necesario incorporar el cambio, esto es, integrar las IFRS en las operaciones desde la base.

Las compañías que dejan las conversiones a IFRS para el último minuto, frecuentemente tratan de completar la transición haciendo ajustes generales a sus prácticas existentes.

Las compañías que lo hacen de esta forma pondrán a prueba el control interno sobre el flujo de la información financiera e incrementarán el riesgo de errores materiales en sus reportes financieros.

Más allá No debe considerarse a la conversión a IFRS sólo como un ejercicio técnico, ya que afecta varios aspectos del negocio, más allá de la contabilidad y de la información financiera.

Los convenios de deuda, esquemas de compensación, tecnología de la información y los contratos, están basados en información determinada bajo reglas contables diferentes a las IFRS.

Estas partidas necesitan reflejar los cambios a la información financiera bajo dichas normas.

Adicionalmente, los cambios en los sistemas y procesos de información financiera que resultan de una conversión a IFRS requieren consideración de los cambios en los sistemas de control interno, sobre todo en los casos en los que se esté sujeto a mantener un sistema de control interno sobre la información financiera adecuada, como es el caso de las compañías inscritas en la SEC.

Concluyendo, a las empresas que estén considerando la conversión se les recomienda que consideren incorporar expertos en IFRS, hacer su propio análisis de los costos y de los beneficios, analizar las políticas contables de IFRS y su impacto en los resultados así como mantenerse al tanto de las medidas de la SEC con respecto a las IFRS.

También es importante familiarizarse con la agenda del IASB y de los Estándares Internacionales de Contabilidad Financiera y responder a los proyectos de exposición crítica, observar las estrategias de manejo del cambio y adaptar las IFRS a las operaciones y sistemas existentes, promoviendo reuniones con los inversionistas y otras partes interesadas, para familiarizarse de los aspectos relevantes de las IFRS y enterarles cómo éstas pueden afectar la información financiera.