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24 novembro 2007

Quando a ecologia significa lucro

Exemplos de empresas que adotaram uma postura ecológica pois isto significa maior lucro:

Surgem sinais de que grandes empresas começam a ver lucro na ecologia
George Anders
The Wall Street Journal Americas - 23/11/2007

Michael Dell e Mark Hurd não são fãs da retórica de salvar o planeta. Mas, recentemente, os chefões da Dell Inc. e da Hewlett-Packard Co. têm estado animados com as reduções no consumo de energia por parte de seus computadores mais recentes.

A mensagem deles, de concentrar em custos mais baixos e tecnologia comprovada, demonstra o que grandes empresas podem realisticamente alcançar com iniciativas ambientais.

Em vez de apostar em mudanças radicais para economizar grandes quantidades de energia, suas empresas apostam em alterações menores e constantes nas tecnologias existentes, cientes de que pequenos ganhos de eficiência fazem diferença.

Ambos falam de eficiência energética com se fosse apenas parte do discurso de venda para o consumidor — o que ela, de fato, é. Eles falam em termos de retorno do investimento.

“Você pode se importar com o verde das florestas ou com o verde dos dólares em sua carteira, que temos algo para você”, disse Dell durante uma visita ao Wall Street Journal na semana passada. Alguns dos novos produtos poderiam se pagar com a economia de energia em um ano, diz ele. “Consumidores adoram esse tipo de coisa. Não se trata de uma discussão tola para eles.”

A inclinação pública por soluções “ecológicas” ou “verdes” contra os desafios da energia estimulou várias empresas a lançar iniciativas ambientais cujas definições são nebulosas e abrangentes. Elas podem até soar bem numa reunião de relações públicas. Mas para o mundo externo, muitas parecem forçadas ou até artificiais.

Esses programas fracassam porque não expressam claramente um objetivo empresarial. Eles tentaram criar entusiasmo onde os detalhes são escassos, os produtos convincentes são raros e os clientes em potencial não estão inclinados a comprar.

Esse “banho de verde” com suas brochuras cheias de plantações de trigo e paisagens do Terceiro Mundo, parecem ser uma tentativa para desarmar críticos sociais.

Ou ainda pior, essas campanhas permitem que grandes empresas posem de agentes da mudança, o que elas raramente são. Esse é um papel interpretado melhor por iniciantes que têm garra e vontade de transformar o mundo ou morrer tentando. Grandes empresas estão mais adaptadas a tirar proveito de oportunidades comprovadas.

Grandes empresas, ao contrário, quando falam de economia de energia, estão falando de dinheiro. Dell cita os computadores pessoais mais novos de sua empresa, que consomem apenas US$ 23 por ano em eletricidade, contra os US$ 100 por ano dos modelos mais antigos. Hurd descreve as maneiras pelas quais a HP aumentou em 80% a potência da computação em seus centros empresariais ao mesmo tempo em que cortou 20% ou mais do consumo de energia.

Se forem consideradas separadamente, a maioria das tecnologias para economizar energia usadas pela Dell, HP e outras não tem nada de heróico. As fabricantes estão pondo em seus computadores ventiladores cujas peças consomem menos energia. Estão usando melhor o tempo que o computador fica ocioso. E estão alinhando a disposição das saídas de ventilação para que o ar quente flua na mesma direção, evitando que o exaustor de uma máquina aqueça outra.

Essas melhorias pontuais nos processos são como muitos dos progressos industriais. E na indústria da computação, muitos já estavam atrasados. As empresas gastaram boa parte de seu crescimento nos anos 90 melhorando a potência e a velocidade dos computadores, sem prestar muita atenção a questões de energia.

Consumidores importantes começaram a reclamar em 2005, exigindo que as fabricantes focassem mais no consumo de energia, diz Charles O’Donnell, um especialista em energia e desaquecimento do departamento da Emerson, empresa que ajuda centros de dados corporativos a gerenciar seus recursos de computação. “(Poupar energia) está entre as três maiores preocupações deles agora”, diz ele. “Costumava a ser a sétima ou a oitava.”

O progresso de outras indústrias pode ser mais difícil. Os ciclos de gastos do consumidor são muito mais longos em setores como aviação. Portanto, mesmo que fabricantes de turbinas criem modelos capazes de economizar 10% de combustível, as companhias aéreas podem não querer se livrar de aviões que estão na frota há meros cinco anos, de um ciclo de vida de 30, só para dar espaço a algo melhor.

Ainda sim, quase US$ 95 por barril de petróleo chama a atenção. De acordo com a Administração de Informação de Energia, uma agência do governo americano para questões ligadas a combustíveis e eletricidade, o combustível para a aviação subiu 59% nos últimos 12 meses. Para qualquer fabricante de produtos com um motor, o impacto desse aumento para o consumidor é alto demais para ser ignorado.

Um dos melhores exemplos é a Linear Technology Corp., que fabrica chips de gerenciamento de energia para milhares de consumidores industriais. “Estamos sendo abordados por fabricantes de todos os tipos de produtos, de jet skis a cortadores de grama”, diz Don Paulus, chefe da unidade de negócios da Linear. “Muitos deles nunca tiveram silício em seus produtos antes.”

A General Electric Co., que fez uma grande aposta em ecologia há alguns anos como uma cartada empresarial lucrativa, tem motivos suficientes para ficar contente. Sua unidade de locomotivas em Erie, na Pensilvânia, está apresentando novos modelos por US$ 2,5 milhões a US$ 3 milhões cada e, segundo a empresa, serão capazes de economizar 5% de combustível, ou até US$ 100.000 por ano.

“Vendemos todo o nosso estoque”, diz um porta-voz da GE. “E temos de 1.000 a 1.500 encomendas.”

Ironicamente, na medida em que programas para economizar energia se tornarem uma fatia maior dos lucros das empresas, provavelmente ouviremos menos retórica sobre eles. A economia de energia poderia se tornar um campo de batalha, cheio de segredos comerciais.

Quando pessoas como Hurd e Dell começarem a evitar questões para que concorrentes não os alcancem, é então que as iniciativas "verdes" vão estar mesmo compensando.

Ajuda não contabilizada

A reportagem a seguir trata da ajuda econômica que a Venezuela está dando para a Bolívia. O problema é muitos recursos não passam pela contabilidade pública, o que significa que não tem controle.

Ayuda venezolana a Bolivia no alcanza el nivel prometido y no tiene control
Agencia EFE - Servicio Económico - 23/11/2007

La Paz, 23 nov (EFECOM).- La ayuda venezolana al presidente boliviano, Evo Morales, no alcanzó los miles de millones prometidos, en su mayoría tiene manejo reservado y, de 14 convenios firmados, se aplican pocos y solo parcialmente, según fuentes y documentos consultados por Efe.

Las cifras reales de la cooperación del presidente venezolano, Hugo Chávez, son un misterio porque no están en la contabilidad oficial boliviana, no se sabe qué es crédito y qué donación, y hubo anuncios repetidos de inversiones, muchos no concretados, señalaron las fuentes.

Los ministerios de Hacienda y de Producción mencionan 110 millones de dólares: 80 en cheques que entrega personalmente Morales a militares y alcaldes, más 30 del Tratado del Comercio de los Pueblos y la Alternativa Bolivariana de las Américas (TCP-ALBA), para productores.

También se anunciaron 8,3 millones para alfabetización, identificación de ciudadanos y ayuda por desastres naturales, más 1,5 millones para 30 radios comunitarias afines al gobierno.

Se desconocen las cifras de otros programas, como el de 5.000 becas educativas y la dotación de tractores a municipios y comunidades campesinas, cuestionada en su momento porque llegaron las máquinas sin arados.

No obstante, las cifras de la ayuda están lejos de los 2.000 millones de dólares que Morales anunció en mayo de 2006, al replicar críticas de la oposición, que denuncian la "injerencia" de Venezuela en Bolivia.

El senador Carlos D'Arlach, de la alianza opositora Podemos (derecha), dijo a Efe que se ignora la cifra global de la "tremenda danza de millones".

A su juicio, el reparto de la ayuda venezolana repercute en las cifras de la inflación, que hasta octubre llegó casi al 10 por ciento, el triple de lo inicialmente previsto por el gobierno para todo 2007.

El presidente de la Comisión de Exteriores de la Cámara de Diputados, Michiaki Nagatani, del Movimiento Nacionalista Revolucionario (MNR, derecha), declaró a Efe que los anuncios sobre la cooperación venezolana son "elegantes, llamativos para la población, pero a la hora de la verdad, lo que se va a ejecutar es otra cosa".

Los opositores protestan por la falta de registro oficial de los cheques que Morales entrega a alcaldes y militares para diversos proyectos, como la remodelación de cuarteles, para los que destinó 6,3 millones.

Por contra, Morales asegura que la ayuda venezolana es "incondicional", como la que también recibe de Cuba en salud y educación.

Los polémicos cheques son girados por la embajada venezolana en La Paz.

Los recursos del TCP-ALBA los gestiona una oficina del Banco de Desarrollo Económico y Social (BANDES) de Venezuela, cuya dirección en La Paz desconoce la Superintendencia de Bancos de Bolivia.

Según Nagatani, solo cuatro de los catorce convenios firmados se aplican y "no hay absolutamente nada" sobre otros, como la construcción de un fuerte militar y un puerto en la frontera con Brasil.

Esos proyectos castrenses, para los que se anunció una inversión de 47 millones de dólares, originaron polémica en naciones vecinas, como Paraguay, por el temor a una amenaza militar que fue desmentida por Morales.

Quedó en suspenso un préstamo venezolano de cien millones, por medio de la emisión bonos, inicialmente anunciado para apoyar el déficit fiscal boliviano, dinero que luego iba a servir para comprar dos refinerías de la brasileña Petrobras que fueron "nacionalizadas".

Tampoco se concretaron los anuncios de millonarias inversiones de la alianza de las empresas estatales Petróleos de Venezuela (PDVSA) y Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que iban a llegar a 1.000 millones, según Chávez y Morales.

En 2006 se prometieron 170 millones para dos plantas separadoras de gas, gasoductos y una petroquímica, pero no se volvió a hablar de ello.

La última promesa significativa fue hecha en agosto pasado, cuando Chávez visitó la zona cocalera del Chapare, bastión electoral de Morales, para anunciar la creación de una sociedad anónima mixta que debía invertir 70 millones de dólares en una planta termoeléctrica.

Según confirmó Efe, la ley de electricidad vigente en Bolivia no permite ese tipo de empresas.

Ambos gobiernos tienen en vigor, además, un convenio para la compra venezolana de cientos de miles de barriles de gasóleo, aunque ese producto escasea en Bolivia y origina problemas sociales y productivos.

Sobre la cooperación de Chávez, el único dato concreto que tiene el Banco Central es el crecimiento de la deuda con Venezuela, que pasó de 33 a 53 millones de dólares entre fines de 2006 y septiembre pasado.

Esa cifra es casi la mitad de los 110 millones registrados como ayuda oficialmente.

23 novembro 2007

Rir é o melhor remédio


Fonte: The Economist

Baixa contábil na GM

(...) O problema mais recente a alimentar dúvidas em Wall Street é a incerteza quanto à exposição da GM ao mercado hipotecário. Os problemas envolvem a Residential Capital LLC, uma unidade de crédito imobiliário da financeira GMAC Financial Services LLC. A ResCap, que já foi uma operação altamente lucrativa controlada pela GM por meio de sua participação de 49% na GMAC, divulgou um enorme prejuízo trimestral. Para exacerbar os problemas da GM, alguns analistas já estão levantando bandeiras vermelhas sobre o aumento da inadimplência nos financiamentos de automóveis da GMAC.

Enquanto isso, a GM preocupou investidores ao dar baixa contábil de quase US$ 39 bilhões em créditos fiscais contabilizados como ativos em seu balanço, admitindo na prática ser improvável que ela vá ter lucro suficiente nos vitais mercados dos EUA e da Alemanha para fazer uso dos créditos. A Delphi Corp., antiga divisão de autopeças da GM, propôs um novo plano para sair da concordata, que reduz o dinheiro que pagaria à GM em US$ 1,25 bilhão. Ao mesmo tempo, as operações da GM nos mercados amadurecidos da América do Norte e Europa Ocidental continuam perdendo muito dinheiro. E as vendas nos EUA estão caindo mais rápido do que a GM esperava, enquanto os custos de matérias-primas estão mais altos do que o projetado. (...)


Mercado 'subprime' e vendas fracas pressionam GM e Wagoner
John D. Stoll, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 22/11/2007

Premiação

As líderes em relações com o mercado
Gazeta Mercantil - 23/11/2007

São Paulo, 23 de Novembro de 2007 - O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), em parceria com a Revista RI e a IR Magazine, entregaram ontem prêmios a empresas abertas com os melhores desempenhos no tratamento com o mercado, no 3 Workshop IR Magazine Awards Brazil, no hotel Sofitel, em São Paulo. A Petrobras e a Itaú foram apontadas como as que melhor se comunicaram com os investidores neste ano. A Natura e a Aracruz tiveram reconhecimento pela atuação em sustentabilidade e governança corporativa. A fabricante de carrocerias para ônibus Marcopolo e a Companhia Vale do Rio Doce receberam prêmio por excelência em programas de relações com investidores.

A premiação levou em conta as opiniões de analistas de mercado e de profissionais de relações com investidores e, neste ano, incluiu novas categorias, como a de sustentabilidade e governança. As companhias vencedoras apresentaram casos práticos de seus programas, que foram submetidos a críticas e sugestões de especialistas no setor.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 9)(Aluísio Alves)

Links

1. Sindrome de Wimbledon

2. Geometria é tudo

3. O novo brinquedo da Amazon

4. O brinquedo da Amazon e o Fiasco

5. As lojas de Shopping são obrigadas a pagar um 13o. de Aluguel

Empreendedorismo


"Apenas 6,5% das novas empresas irão crescer rápido o suficiente para necessitar de mais de 20 empregados nos próximos cinco anos, conforme o relatório da Global Entrepreneurship Monitor and Mazars, uma empresa contábil. Os empreendedores são questionados sobre quantas pessoas eles esperam contratar nos próximos anos. (...) A China possui o maior número de empreendedores por habitante, com 17 por mil [Brasil com 7 por mil]. Russos são mais confiantes em criar empregos."


Fonte: The Economist

22 novembro 2007

Rir é o melhor remédio


Relação Custo-benefício

O que se pesquisa na Wikipedia

A seguir as páginas mais vistas da Wikipedia

1. Main Page [30,090,900]
2. Wiki [904,800]
3. Harry Potter and the Deathly Hallows [413,400]
4. Naruto [401,400]
5. Guitar Hero III: Legends of Rock [396,000]
6. United States [330,000]
7. Wikipedia [329,400]
8. Deaths in 2007 [321,300]
9. Heroes (TV series) [307,500]
10. Transformers (film) [303,600]

Informações estranhas

Observe o seguinte texto:

Energia de Angra 3 será cara se incluir gastos já realizados
Reuters Focus - 21/11/2007

RIO DE JANEIRO, 21 de novembro (Reuters) - Se os custos acumulados com a manutenção dos equipamentos da usina nuclear Angra 3, de 1,5 bilhão de reais, forem embutidos nas tarifas de energia, o megawatt/hora da nova usina ficará acima das tarifas de usinas hídricas e térmicas, alertou o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonan dos Santos Guimarães.

"Já se gastou 1 bilhão e meio de reais com mão de obra, seguro, inspeção e compra de equipamentos para Angra 3. Se isso for repassado, a tarifa será de 170 reais o megawatt/hora, mas acho que o consumidor não pode arcar com isso", disse nesta quarta-feira o assessor a jornalistas, sugerindo que o governo assumisse esse passivo.

Em estudo da Eletronuclear, sem incluir a manutenção, o preço da energia seria de 140 megawatts/hora, valor competitivo com outras fontes de energia.

Angra 3 começou a ser construída em 1984 no mesmo local onde hoje funcionam as usinas nucleares Angra 1 e 2, em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. Os equipamentos foram comprados nessa época e mantidos desde então ao custo de 20 milhões de dólares por ano, depois que a obra foi suspensa, em 1986.

Segundo o presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, a nova avaliação de Angra 3, feita pela suiça Colenco, deverá estar pronta este ano e será entregue ao governo na primeira quinzena do ano que vem. Na avaliação anterior, em 2001, o preço ficou em 7,3 bilhões de reais.

"Vai haver uma pequena variação, mas não será muito grande, porque esse levantamento está sendo feito com base em estudos da Eletronuclear. São dados de 2001 atualizados para os dias de hoje", informou.

Também na primeira quinzena de 2008 Silva pretende entregar ao governo um estudo sobre contratos firmados com fornecedores de equipamentos e sobre o valor da tarifa que será cobrada.

"Se a autorização (para fazer Angra 3) sair logo no primeiro trimestre, começaremos as obras ainda no primeiro semestre de 2008", prometeu.

A previsão é de que a usina com capacidade para gerar 1.350 megawatts, a mesma de Angra 2, entre em operação em 2014. A primeira usina feita no Brasil gera 657 megawatts.

Sobre outras usinas nucleares que serão construídas no país até 2030, de 4 a 8 unidades segundo declarações do governo, com capacidade de 1.000 meagwatts cada, Silva informou que a primeira será em Pernambuco e entrará em operação entre 2017 e 2018.

Segundo Silva, estudos da Eletronuclear apontam para mais uma usina no Nordeste e mais duas em São Paulo.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Texto e Edição de Denise Luna)


Fiz algumas contas a partir deste texto. O custo de manutenção dos estoques anuais é de 20 milhões de dólares desde 1984. São 23 anos, o que resulta num custo total de 460 milhões de dólares. A primeira questão da reportagem é se isto deve entrar na planilha de custos ("Se os custos acumulados com a manutenção dos equipamentos da usina nuclear ...") e a resposta é sim já que a finalidade é apuração do custo.

Transformando em reais (usando uma taxa de 1US$ para 2R$) o valor é de 920 milhões de reais. Isto representa 12,6% do custo total. Mas é diferente do valor de 1,5 bilhão informado (a única forma deste valor "bater" é assumir uma taxa de câmbio acima de 3 reais o dólar).

De qualquer forma, se o custo é de 170 e o valor que será transferido para o consumidor será de 140 (aqui não seria o custo, mas sim o preço), a diferença será paga pela sociedade, não pelos consumidores de energia.

A seguir a mesma informação do Valor Econômico:

Custo de armazenamento de equipamentos de Angra 3 será repassado para tarifa, admite Eletronuclear

RIO - O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, admitiu que os custos de R$ 1,5 bilhão acumulados durante duas décadas pelo armazenamento de equipamentos comprados para a construção da usina nuclear de Angra 3 vão ter impacto sobre as tarifas de energia da usina, mas assegurou que a influência destes custos não significará preços muito acima dos verificados atualmente na compra de energia nova de hidrelétricas e termelétricas.

De acordo com o executivo, o preço do megawatt-hora de Angra 3, que deve entrar em funcionamento em 2014, vai oscilar entre R$ 130 e R$ 140. Atualmente, os preços da energia hidrelétrica oscilam pouco abaixo dos R$ 130, enquanto os preços da energia térmica ficam próximos dos R$ 140 por MW/h.

"Não é justo que o consumidor pague por isso", frisou Othon, referindo-se ao período em que os equipamentos ficaram estocados por conta da decisão de seguidos governos em não voltar a investir na geração de energia nuclear. Atualmente, estão em operação as usinas de Angra 1, com capacidade de 657 MW, e Angra 2, com potência de 1.350 MW. Angra 3, terá capacidade de gerar outros 1.350 MW.

Othon afirmou que uma parte dos custos de R$ 1,5 bilhão será repassada para as contas, mas afirmou que este repasse não será feito na sua totalidade. O presidente da estatal negou a informação dada anteriormente a jornalistas pelo assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, de que, caso o R$ 1,5 bilhão fossem totalmente repassados, a tarifa ao consumidor chegaria perto dos R$ 170 por MW/h.

O presidente da companhia afirmou ainda que os estudos finais sobre os preços e custos de construção de Angra 3 devem ser enviados ao Ministério de Minas e Energia na segunda quinzena de janeiro e a decisão sobre o início das obras deve ser tomada ainda no primeiro trimestre do ano que vem. O custo estimado para a obra é de R$ 7,3 bilhões.

(Rafael Rosas | Valor Online)

Gol

A reportagem a seguir, publicada no Wall Street Journal, faz uma análise da Gol. A reportagem é clara ao afirmar que os problemas da empresa não são decorrentes somente da crise do setor aéreo, mas também devido as decisões da empresa, em especial a aquisição e dificuldade de incorporar a Varig.

Skies Cloud for Brazilian Airline
By Claudia Assis
The Wall Street Journal - 21/11/2007

When Brazil's Gol Linhas Aereas Inteligentes SA listed in Sao Paulo and New York in June 2004, it sounded like an investor's dream -- a new, very profitable airline from a corner of the world where more and more people were ditching buses to hop on planes.

But three years later, investors aren't so sure Gol has really scored. Questions about whether Gol is still true to the low-cost carrier model after a major acquisition, coupled with a continuing crisis in the Brazilian civil aviation sector, have left investors uncertain.

The skies became cloudy for civil aviation in Brazil in September 2006, when a Gol airliner crashed in midair with an executive jet, killing all 154 people on board the Gol plane.

Earlier this year, Gol bought the assets of legacy airline Varig. More recently, management has been under fire for lowering financial guidance in October and then again earlier this month. There's also been talk of a stock buyback and interest from other investors, including private-equity groups, in buying Gol.

"They are not really giving people much of a sense of where they are going, or where the company stands," Citi analyst Steve Trent said.

Gol's 2004 IPO was three times oversubscribed, with international investors snapping up two-thirds of the shares offered. Their enthusiasm was understandable: A year earlier, Gol was the world's second most profitable carrier, after low-cost pioneer Ryanair Holdings PLC of Ireland.

Gol, with a catchy name that translates to a soccer goal, followed by "smart airline," seemed ready to reap the benefits of being the sole budget airline in Brazil. The company, led by a member of the Constantino family, which has ties to the Brazilian transportation market, offered flights to anyone with Internet access and as little as one real (57 cents) in his or her pocket. In its early days, Gol did many one-real promotions on one-way flights.

But the shares have taken a hit lately, and were down almost 16% by mid-November. Gol's management has said the Constantino family was considering a share buyback. In a third-quarter conference call last week, management didn't discuss any repurchase plans or the private-equity interest in the company. Chief Financial Officer and Vice President Richard Lark did say that controlling shareholders continue to mull alternatives and that the market would be notified in due course if anything concrete took place.

After it bought Varig's assets, Gol Linhas Aereas became the parent company of GOL Transportes Aereos and VRG Linhas Aereas. Gol said it is working to incorporate its low-cost model into the daily operations of Varig, or VRG, as the company is now called.

"We have renegotiated leasing contracts, reduced maintenance reserves, and adjusted sales commissions through contract negotiations," Gol said. "We are redesigning VRG's organizational structure to increase productivity while hiring additional employees, and reducing IT costs through outsourcing." Nonetheless, the company's bottom line still has been hurt.

Brazil's aviation crisis also has damped the stock price of TAM SA, the country's dominant airline, but analysts are more positive on TAM, as the company has a stronger foothold on international flights. TAM has made no acquisitions recently.

Gol trades at a premium compared with TAM. According to Factset, Gol's 2008 price/earnings ratio hovers around 23, while TAM's P/E ratio stands at 14. That premium was justified when Gol followed the low-cost carrier model, but since the company acquired Varig's assets, "that argument entirely goes out the window," Citi's Mr. Trent said. Gol is no longer a pure low-cost carrier, he added.

Boston-based fund manager Urban Larson, of F&C Management, said Gol's strategy in buying Varig assets is "unproven," given that the company "was quite successful as an LCC."

In the past, F&C has owned Gol shares, but the fund got out when "uncertainty surrounding the [Brazilian civil aviation] sector did not make us want to continue holding the stock," Mr. Larson said. He declined to disclose when he sold his positions on Gol.

Gol's plane crash last year exposed infrastructure weaknesses in the Brazilian civil-aviation sector. Since then, the industry has had to cope with frequent air-traffic-controller strikes, management upheaval at the regulating agency, and other wrinkles leading to stranded passengers and scores of chronically late planes or canceled flights.

The crisis was at its worst in July, when a TAM airliner overran the runway and went down in flames at Sao Paulo's Congonhas airport, killing 199 people. That led to restrictions to operations in the airport, one of Brazil's busiest.

Gol's operations, heavily reliant on Congonhas, were deeply affected. The company reported third-quarter net profit of 45.5 million reals, down from 190 million reals in the same period a year ago.

Not all the news is bad for Gol. On Nov. 8, UBS Investment Research upgraded Gol to hold from sell, thanks to the bank's belief there's room for better profits. "We highlight significantly stronger than expected [October] passenger traffic . . . coupled with BRA's struggles as key supporting arguments," UBS said.

Time may very well be on Gol's side. Market participants say that despite the current problems, the airline's long-term story, on the back of domestic demand trends, still looks interesting, since demand for flights is expected to continue to grow in Latin America and in Brazil.

O que a falta de um balanço pode significar

A reportagem a seguir é muito ilustrativa como é relevante a informação contábil num setor regulado. Sua ausência pode ser um sinal de problemas da empresa.

BRA enviou demonstrações "inconsistentes", diz Anac
Valor Econômico - 22/11/2007

Desde que passou a operar vôos regulares, em 2005, a BRA nunca apresentou dados financeiros completos à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A própria agência informa que recebeu da BRA, e também da Varig, dados financeiros "inconsistentes e fora do prazo" ao longo do ano de 2006. A agência não informou sobre o recebimento dos dados da BRA em 2007.Segundo fonte que pertencia ao alto escalão da empresa até três meses atrás, a BRA não tem balanços definitivos porque nunca fez um levantamento completo de seus custos e receitas. A contabilidade da companhia, mesmo após a entrada dos fundos estrangeiros na sociedade, em dezembro de 2006, era precária. A Anac, segundo essa mesma fonte, nunca teria feito uma avaliação nas contas da companhia.

O Valor perguntou à agência quais providências tomou em relação ao atraso e inconsistência nos balanços da BRA, mas não obteve resposta.Devido aos problemas na entrega dos dados financeiros por parte da BRA e da Varig, a Anac ainda não divulgou o anuário de dados econômicos de todas as companhias aéreas referente ao ano de 2006. Qualquer interessado em conhecer a situação econômica das empresas aéreas só conseguirá da Anac informações de 2005 ou de anos anteriores. Sobre os dois últimos anos, não há sequer relatórios trimestrais.

Individualmente, as empresas aéreas não são obrigadas a divulgar dados financeiros, com exceção da TAM e da Gol, que têm capital aberto e por isso publicam seus balanços todos os trimestres. O anuário da Anac é a única fonte de informação sobre os dados financeiros das demais companhias.

Uma pergunta possível é como a Anac autorizou que a BRA vendesse parte de suas ações para fundos de investimentos, por cerca de R$ 180 milhões, se afirma não ter recebido informações financeiras consistentes da empresa em 2006. O Valor enviou, na segunda-feira, um e-mail com essa e outras dez perguntas à agência, conforme as exigências da assessoria de imprensa. Nenhuma questão foi respondida.No site da Anac, só é possível encontrar informações financeiras de 1997 a 2005. Para fins de comparação, os usuários do sistema de transporte americano conseguem acessar informações das companhias aéreas referentes ao segundo trimestre deste ano, que vai de abril a junho. Na página do Bureau of Transportation Statistics (BTS), é possível encontrar informações recentes e detalhadas sobre receitas, custos e lucratividade.

As empresas aéreas estão obrigadas a enviar suas informações financeiras, conforme determinam o artigo 198 do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) e a portaria 1.334/2004, criada pelo antigo Departamento de Aviação Civil (DAC) e válida para a Anac, que substituiu o órgão em 2005. A portaria estabelece que as companhias devem entregar documentos mensais, trimestrais e anuais, em que constem balanço patrimonial e demonstração de resultados, entre outros itens. Para o envio de documentos mensais o prazo é de trinta dias, após o término do mês. Para contas trimestrais, o prazo é de 90 dias após o fim do trimestre.Mas uma questão é receber as informações, outra é analisar os documentos. Pela Lei de Concessões, a fiscalização financeira deve ser periódica e deve incluir dados contábeis e financeiros. Pelo CBA, "a autoridade aeronáutica poderá, quando julgar necessário, mandar proceder a exame da contabilidade das empresas". A maioria dos especialistas afirma que é dever da agência avaliar a situação financeira das concessionárias. "Não é apenas um direito como um dever", afirma José Márcio Mollo, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea). "É uma garantia aos usuários. Se ficar constatado que a empresa não tem meios para realizar o serviço, ela deve sofrer intervenção ou ter a concessão cancelada.

"A Anac não deu explicações sobre a forma como avalia os balanços das empresas. TAM, Gol, Varig e OceanAir também não informaram sobre se e como a agência fiscaliza as contas. "Que eu saiba, a Anac não faz análises financeiras sobre as finanças das empresas", afirma Mollo."A Anac, como qualquer outro poder concedente, tem o dever constante de fiscalizar a idoneidade financeira das companhias aéreas", afirma Cristiano Zanin Martins, especialista em direito aeronáutico do escritório Teixeira Martins, que advogou para a "nova" durante o período em que ela pertenceu à VarigLog, antes de ser vendida para a Gol. "A avaliação deve ser feita num contexto, não apenas com uma fórmula."Mas a avaliação sobre a necessidade de fiscalização financeira não é unânime. O advogado e jurista Carlos Ari Sundfeld, especialista em direito público, afirma que a análise da saúde financeira de empresas concessionários só é fundamental em três setores: bancário, operadoras de saúde e serviços públicos altamente regulados, como é o caso do setor de energia. "No caso da aviação, o cuidado com a saúde financeira não é vital. Não é obrigação do poder concedente evitar a falência, até porque se uma empresa aérea quebra, as outras podem assumir os serviços rapidamente."

Para Adalberto Febeliano, presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), a Anac deve zelar pela boa saúde financeira das empresas e por práticas de concorrência saudáveis. "Mas não se pode esperar que a agência faça auditoria nos balanços, pois ela nem tem estrutura para isso", afirma.


Na continuação do mesmo tema, o jornal Valor Econômico informa que a ANTT irá padronizar os balanços (ou seja, as demonstrações contábeis) em 2008.

ANTT exigirá balanços padronizados em 2008
Valor Econômico - 22/11/2007

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) efetua fiscalizações econômico-financeiras anualmente "em todas as concessionárias, mas elas podem ocorrer mais de uma vez por ano". São verificadas a contabilidade e as operações de tesouraria. A partir de 2008, a agência obrigará todas as companhias a entregar demonstrações financeiras padronizadas.O Valor enviou cinco perguntas sobre fiscalização financeira a quatro agências reguladoras, para entender como ela é feita em cada setor. Foram consultadas, além da ANTT, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).A ANTT e a Aneel enviaram respostas completas e detalhadas cerca de oito horas após a solicitação. A Anac e a Anatel, num prazo de três e dois dias, respectivamente, não enviaram suas respostas.A ANTT afirma que "age preventivamente" e trabalha com projeções financeiras, não apenas com "resultados contábeis realizados ruins".

"Se uma projeção detecta o risco de que uma concessionária venha a ter problemas, uma fiscalização detalhada é realizada na concessionária para detectar as causas, o assunto é discutido com os gestores da concessão e pode-se chegar a estabelecer um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), no qual a concessionária tem que se comprometer a adotar medidas que corrijam o problema detectado."A falta da correção pode resultar em penalidades ou na caducidade do contrato de concessão, o que nunca ocorreu, segundo a ANTT. A Aneel, por sua vez, exige demonstrações financeiras mensais, trimestrais e anuais de todas as concessionárias. Falhas na entrega dos documentos podem gerar advertências e multas. A agência possui uma área dedicada à gestão econômica e financeira das empresas. "Com o acompanhamento, a Aneel zela pelo equilíbrio e manutenção da saúde financeira das concessões." Outro objetivo importante das avaliações, segundo a agência, é constatar se os investimentos feitos pelas empresas são compatíveis com as tarifas cobradas. É com base nas demonstrações financeiras que os reajustes tarifários são definidos. (RC)