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20 janeiro 2022

Pesquisa na pós no Brasil

Uma pesquisa publicada na RBC (252) sobre a conversão de teses de doutorado em artigos:  

Esta pesquisa teve por objetivo analisar o nível de conversibilidade em publicações de artigos, das teses de doutorado em Ciências Contábeis defendidas no período de 2013 a 2017. Tal análise foi realizada, tendo em vista que os investimentos públicos com a pós-graduação no período estudado configuram uma curva ascendente, totalizando R$105.230,2 milhões e que a produção científica representa um dos indicadores importantes no processo de avaliação. Além disso, é por meio da publicação que o conhecimento produzido na academia é disseminado e pode contribuir com a ciência. Destarte, foi realizado um estudo acerca da produção científica e da publicação de artigos relacionados com as teses de doutorado em quatro programas de pós-graduação no período de 2013 a 2017. A coleta dos dados foi por meio da plataforma on-line Sucupira, onde se obteve a relação de teses defendidas no período. De posse da relação de teses com seus respectivos autores, fez-se consulta à Plataforma Lattes visando à análise do currículo de todos os titulados, extraindo os artigos que tinham relação com a tese de doutorado defendida. Quanto aos resultados, verificou-se que cerca de 50% das teses se converteram em publicações em periódicos, sendo que, em média, 42,55% dos artigos foram publicados em periódicos classificados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com conceito A2, e a instituição com o maior percentual de publicações foi a Universidade de Brasília (UnB). Os resultados também evidenciam redução, ao longo do período analisado, das publicações em periódicos mais bem avaliados pela Capes.

Eis uma tabela do artigo:

Onde tem "UNB (sic)" leia-se Programa Multi. (Dica de Sérgio Nazaré, grato). Sobre o mesmo tema, um artigo da Revista Catarinense de Ciência Contábil:

O objetivo da presente pesquisa foi analisar a divulgação do conhecimento científico gerado nas teses em Ciências Contábeis no Brasil defendidas nos programas de pós-graduação stricto sensu, entre 2009 e 2018. É um estudo com abordagem qualitativa de caráter descritivo, a partir de pesquisa bibliográfica e documental. Para a coleta de dados, utilizou-se dos repositórios de teses e dissertações e regimento dos programas de pós-graduação em contabilidade no Brasil, além do acervo disponível na plataforma lattes do CNPq. Foram analisados os dados registrados no currículo lattes dos doutores titulados em cada programa de pós-graduação. Os dados demonstram que as instituições de maior relevância em projetos de pesquisas, a FEA USP e FURB estão entre as que mais publicam. Constatou-se que as teses estudadas apresentam divulgação, em grande parte, por anais em congresso e eventos acadêmicos. Dentre os artigos publicados em periódicos científicos, 38,0% foram em revista de Qualis A2, B1 e B2, em que a FEA USP foi a universidade responsável pelo maior número de publicações. Verificou-se, ainda, que dos 302 artigos publicados com relação direta às teses dos doutorados, houve 2.382 citações em outras pesquisas científicas. Do total geral das teses defendidas e suas respectivas publicações em artigos periódicos, verifica-se que a região Sudeste foi a que obteve os maiores índices de publicações. Observou-se uma limitação em repassar esses dados da área contábil para a sociedade em geral, e uma das sugestões é modificar a forma de divulgação e da escrita, como por exemplo, em formato de palestras e workshops.

19 março 2021

Algumas estatísticas sobre o Multi

Conforme postado, ontem foi oficializado o fim do programa Multi. A seguir algumas estatísticas do programa (coletadas por Jorge Katsumi, seu coordenador por vários anos): 

  • Recomendado pela CAPES por meio do OFICIO CAA/CTC/ 59 DE 20 06 2000
  • Proposta Inicial com UnB/UFPB UFRN e UFPE, que se retirou em 2007
  • Na oportunidade, apenas 4 programas de pós graduação em contabilidade existiam no Brasil: USP, PUC, UERJ e UFRJ
  • 313 dissertações defendidas com sucesso, e 3 reprovações. Foram 136 no Núcleo Brasília e 177 no Nordeste:
  • 64 teses de doutorado defendidas com sucesso e 5 desistências
  • Por Linhas de pesquisas: Contabilidade e M.Financeiro, 69 (BSB) e 43(NE) = 112; Cont. para tomada de decisão, 27 (BSB) e 78 (NE) = 105; e Impactos da contabilidade , 40( BSB) e 56(NE) = 96
  • Das 313 dissertações defendidas, 130 resultaram em publicações nos anais de congressos, livros ou periódicos
  • Docentes,em nível de mestrado que mais contribuíram para publicação: Paulo Lustosa, 15 em 23 orientações, ou 64%; Cesar Augusto, 14 em 34 orientaçoes ou 41%; e Jorge Niyama , 12 em 26 orientações, ou 46%.
  • Professores que mais participaram de bancas de mestrado: 1) Cesar Tiburcio , 53 34(ORIENTRADOR), 19 (membro);  2) Jose Dionisio , 44 26 (OR), 18 (membro); 3) Paulo Cavalcante, 43 (16 (OR) e 27 (membro); 4) Jorge Niyama 39 26 (OR) e 13 (membro); 5) Paulo Lustosa 39 23 (OR) e 16 (membro)
  • Professores que mais participaram de bancas de doutorado: 1) Jose Dionisio ,18 6 (OR) e 12 (MEMBRO); 2) Paulo Lustosa, 14 6 (OR) e 8 (M); 3) Cesar Augusto, 13 8 (OR) e 5 (m); 4) Edilson Paulo, 11 7(OR) e 4 (M); 5) Jorge Niyama , 11 7 (OR ) e 4 (m); 6) Otavio R,Medeiros 11, 5 (OR) e 6 (M); 7) Jose Matias P. 10, 6(OR) e 4 (M); 8) Paulo Cavalcante 9 4 (OR) e 5 (M)
  • Professores que mais participaram de bancas de mestrado+doutorado: 1) Cesar Tiburcio , 66 42 (OR) e 24(M); 2) Jose Dionisio , 62 , 32(OR) e 30 (M); 3) Paulo Lustosa , 53 29 (OR) e 24 (M); 4) Paulo Cavalcante, 52, 32 (OR) e 20 (M); 5) Jorge Niyama , 50 33 (OR) 17 (M)

18 março 2021

Fim do Multi

 

No Diário Oficial da União de hoje foi publicada uma portaria do MEC oficializando o fim do Programa Multi de Contabilidade, uma parceria da UnB, UFPB e UFRN. O programa era composto de curso de mestrado e doutorado e já não admitia novos ingressantes há anos. 

Criado em 2001, em uma parceria que originalmente contemplava a UFPE, o Programa foi responsável pela formação de uma grande quantidade de discentes, que posteriormente foram trabalhar na docência - de graduação e pós - e no mercado financeira. 

Fui docente (e por pequenos períodos seu coordenador) no Multi e tenho muito orgulho da sua história. Durante este período, fizemos diferença.

Parabéns a todos que contribuíram para sua criação e manutenção. 

16 março 2021

Qualis e impacto negativo na ciência brasileira



No geral, os resultados aqui documentados sugerem que o sistema QUALIS tem minado o impacto global da ciência brasileira e reforçado um recente recomendação de um comitê oficial de avaliação de programas de pós-graduação para eliminar o QUALIS.

A influência tem variado conforme a área. As ciências sociais sofreram mais esta influência negativa, conforme a pesquisa

(O gráfico mostra a diferença entre os periódicos indexados e não indexados. As áreas do lado esquerdo são aquelas onde a distorção é maior)

(O sistema está tão ruim que criaram um Qualis "pirata")

14 fevereiro 2021

Doxxing e o ato de blogar

 


Doxxing é a prática de divulgar dados privados sobre uma pessoa ou sobre uma entidade. A divulgação destas informações pode ter várias razões, incluindo extorsão, assédio, humilhação e outras possibilidades. 

No ano passado, o New York Times resolveu fazer uma reportagem sobre o blog Slate Star Codex, de autoria de Scott Alexander. Este blog tinha uma grande influencia e apresentava alguns argumentos pouco usuais em diversos assuntos. [Chegamos a fazer uma postagem usando dados e argumentos de Alexander sobre o ambientalismo, em meados de 2020]. O problema é que o jornal resolveu revelar a identidade de Alexander, mesmo o autor tendo pedido para não fazê-lo. Diversos protestos surgiram na internet (aqui um espaço criado por um deles)

Alexander resolveu apagar o blog em protesto contra a atitude do jornal. Agora, em 2021, Alexander volta a escrever através de um site chamado AstralCodexten, hospedado no “Substack”. E comenta o episódio em uma longa postagem

Após ter seu nome revelado, Alexander, cujo nome verdadeiro é Scott Siskind, perdeu seu emprego. Sobre isto, ele escreve:

Aparentemente, se você tem um blog sobre sua área, isso pode tornar mais difícil conseguir ou manter um emprego na academia . Não tenho certeza do que achamos que estamos ganhando ao garantir que as pessoas mais inteligentes e educadas ao redor não sejam capazes de falar abertamente sobre as áreas em que são especialistas, mas espero que valha a pena.

[Será que em algum momento isto aconteceu no Brasil, com algum blogueiro? Será que temos algum blogueiro que possa contar uma história de discriminação, por ser blogueiro? Não duvido]

Em outro trecho:

E uma pesquisa recente descobriu que 62% das pessoas sentem medo de expressar suas crenças políticas. Não se trata apenas de conservadores - também são moderados (64%), liberais (52%) e até mesmo muitos liberais fortes (42%). Isso é verdade mesmo entre grupos minoritários, com mais latinos (65%) sentindo medo de falar do que brancos (64%), e negros (49%) logo atrás. 32% das pessoas temem que seriam demitidas se suas opiniões políticas se tornassem conhecidas, incluindo 28% dos democratas e 38% dos republicanos. Pessoas pobres e hispânicos têm mais probabilidade de expressar essa preocupação do que pessoas ricas e brancos, mas pessoas com pós-graduação têm pior do que qualquer outro grupo demográfico. E o retrocesso é que esses números aumentaram quase dez pontos percentuais em relação à última pesquisa, três anos atrás. O maior declínio na sensação de segurança foi entre os "liberais fortes", que se sentem 12 pontos percentuais menos seguros para expressar sua opinião agora do que nos velhos tempos de 2017. 

Diante disto tudo, Alexander escreve o seguinte:

Meus pacientes estão se saindo melhor do que poderiam - alguns deles muito melhores - por causa de coisas que aprendi com todos vocês no processo de blogar. A maior parte do progresso intelectual que fiz nos últimos dez anos tem acompanhado as ligações que as pessoas me enviaram por causa do meu blog. Na medida em que o mundo faz sentido para mim, na medida em que fui capaz de desatar alguns dos nós mais espinhosos e ser recompensado com o alívio da clareza mental, muito disso foi por causa de coisas que aprendi enquanto blogava . (...) E depois de ler algumas centenas de seus e-mails, percebi, perfeitamente claro, que vou passar o resto da minha vida tentando merecer pelo menos um por cento do amor que você [leitor] demonstrou e dos presentes que você me deu.

[Sinto que minha aula, minhas orientações, meus livros e minhas pesquisas melhoraram muito depois de começar a blogar] 

Imagem: aqui

11 fevereiro 2021

Princípio de Planck


O Princípio de Planck, que homenageia o cientista de mesmo nome, afirma que uma mudança na ciência acontece quando os velhos cientistas morrem. Uma nova verdade não irá mudar a mente dos atuais cientistas. Mas os jovens, acostumados a esta nova ideia, irão substituir os antigos e promover a mudança. 

Assim, o progresso da ciência ocorre não pelo convencimento das pessoas. Raramente "Saulo se torna Paulo", lembrando de São Paulo, que foi convertido ao cristianismo (a nova ideia). Ou como lembra a wikipedia: a ciência avança a cada funeral. 

Isto ocorreu na contabilidade? Provavelmente a renovação promovida nos anos 60/70 na Universidade de São Paulo contou com o vácuo de pesquisadores com influência italiana. A renovação quantitativa nos Estados Unidos foi acompanhada desta renovação. Lembro também do impacto da renovação provocada pelo professor Corrar, em métodos quantitativos no Brasil, quando incorporou novas ideias de pesquisa, na pós-graduação brasileira. 

Foto: aqui

02 dezembro 2020

Podcast Ciência Aberta


O podcast Ciência Aberta foi um dos mais ouvidos no Spotify, categoria Science, este ano. É uma grande conquista da ideia da professora Dra. Ducineli Regis Botelho. Criado na metade do ano, em plena pandemia, o podcast tem uma estrutura bem interessante. Um ou dois alunos de graduação leem uma dissertação ou tese. A partir da leitura, elaboram questões para o aluno e seu orientador. Estas perguntas são respondidas como se fosse um bate papo. 

Como as questões são apresentadas pelos alunos, há uma curiosidade natural no diálogo que se estabelece entre entrevistadores, discente da pós-graduação e orientador. Alguns dos episódios duraram quase uma hora e meia; outros ficaram mais curtos. Talvez exista aí uma fase natural de consolidação do podcast. 

Até o Ciência Aberta, eu confesso que não tinha escutado nenhum podcast. Depois da iniciativa da Ducineli, isto pareceu ser algo natural; uma atividade que pode ser feita enquanto você caminha ou está lavando os pratos sujos. Você pode encontrar os episódios em diversos serviços de podcast. 

(Folder com a imagem da minha participação com a Mariana Bonfim)

27 outubro 2020

50 anos da Pós-graduação em contabilidade na USP


O Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA/USP foi criado em 13 de outubro de 1970, data da autorização de abertura do curso de Mestrado. Em 1978 foi criado o curso de doutorado, sendo o único doutorado no país até 2008.

Nos seus 50 anos de existência, o PPGCC/FEA/USP contribuiu decisivamente para o desenvolvimento das Ciências Contábeis no Brasil, formando quase mil mestres e doutores e criando e disseminando o conhecimento contábil. Seu pioneirismo e excelência são marcas que permanecem até hoje.

Os docentes, discentes, egressos e colaboradores do programa abriram caminhos, fomentaram o desenvolvimento de centros de pesquisa, difundiram conhecimento fundamental e avançado e influenciaram a prática contábil por todo o país.

A celebração dessa trajetória de liderança e pioneirismo, construída por tantas pessoas, se inicia agora e seguirá ao longo de 2021, com diferentes atividades e eventos sociais. Nosso primeiro encontro ocorrerá na Live 50 Anos do PPGCC/FEA/USP, no dia 11 de dezembro de 2020 às 16:00. Em breve enviaremos os detalhes deste evento da maior relevância. Reserve em sua agenda!

Gostaríamos também de contar com sua inestimável colaboração na construção de um site comemorativo, coração de nossa celebração. Pedimos que nos envie um depoimento sucinto, por vídeo ou por escrito. Se você é egresso(a) ou colaborador(a) do programa, por favor nos conte como o PPGCC influenciou sua trajetória acadêmica, profissional e/ou pessoal. Se você é membro da comunidade de partes interessadas (stakeholders) do programa, por favor compartilhe conosco sua visão sobre a importância do PPGCC/FEA/USP para a profissão contábil e para a sociedade.

Se optar pelo vídeo, sugerimos que tenha duração menor do que 5 minutos. Uma opção prática e fácil é fazer o upload do vídeo no Youtube e nos enviar o link. Estamos à disposição para ajudar na gravação caso precise: para isso, por favor entre em contato pelo email ppgcc@usp.br. Sugerimos que os depoimentos por escrito não ultrapassem dois parágrafos. Pedimos também que se identifique, informando nome, atividade profissional e relação com o programa (por exemplo, egresso(a) formado(a) no ano XYZ ou membro da comunidade de stakeholders do programa, incluindo contabilistas, acadêmicos e gestores do setor público e do setor privado).

Todos os depoimentos, dos mais sucintos aos mais detalhados, serão muito bem-vindos e muito importantes para nós. Também ficaremos felizes se quiser compartilhar fotos e documentos alusivos ao seu relacionamento com o programa. Marque sua presença na história do PPGCC/FEA/USP e das Ciências Contábeis do Brasil!

Por gentileza, envie seu depoimento, o link do seu vídeo e/ou outros materiais que queira compartilhar até o dia 1 de novembro de 2020 para o e-mail ppgcc@usp.br, com o assunto “50 anos do PPGCC”.

Comissão 50 Anos do PPGCC/FEA/USP

19 outubro 2020

Estatísticas do 6o. CCGUnB


Este ano este blogueiro está acompanhando o processo de submissão, avaliação e escolha dos trabalhos submetidos no 6º. Congresso UnB de Contabilidade e Governança. A partir das informações dos artigos, a diretoria Técnico-Científica, composta por mim, a professora Mariana Guerra, além do presidente Sérgio Nazaré, conseguiu calcular algumas estatísticas interessantes. Este texto é um resumo de algumas destas estatísticas:

* Ao todo, foram submetidos 214 artigos. Mas como existia duplicidade (um artigo submetido mais de uma vez) e artigos que foram retirados, o número total de trabalhos foi de 207. Um bom número, tendo em vista o ano que estamos vivendo e a concorrência de outros eventos. 

Avaliação

* Deste número, 120 trabalhos foram aprovados, o que corresponde a um percentual de aprovação de 57,42%. Para cada trabalho submetido, o mesmo foi avaliado por pelo menos dois pesquisadores, no processo de revisão as cegas, ou seja, quem avaliava não sabia quem eram os autores do texto. Alguns trabalhos foram avaliados por mais de dois pesquisadores; isto ocorria quando havia divergência na opinião dos avaliadores. Ao todo, foram 497 avaliações, o que significa 2,38 pareceres por trabalho. 

* A base de avaliadores foi a mesma dos anos anteriores, com alguns acréscimos feitos pelos responsáveis de cada área. Das avaliações feitas, 60% dos pareceres foram emitidos por pesquisadores e 40% por pesquisadoras. 

* Foi avaliada a nota do avaliador homem versus o avaliador mulher. A média das notas foram 17,05 pontos (homens) e 17,86 pontos (mulheres). Um teste de diferença de média indicou um valor do p unicaudal de 0,082. Assim, pode ser que as notas das avaliadoras (mulheres) seja estatisticamente maior que dos avaliadores (homens), mas a diferença estaria no limite. 

Autores

* Nos trabalhos apresentados, tivemos 545 autores, sendo que alguns com mais de um trabalho submetido. Do total de artigos submetidos (207) somente 26 eram de autoria isolada. O interessante, neste caso, é que o percentual de aprovação foi menor do que a média: 38%

* Os trabalhos com dois ou três autores tiveram uma taxa de aprovação de 64% e 69%. Seria possível acreditar que mais um autor poderia aumentar ainda mais a percentagem de aprovação, mas isto não ocorreu: o percentual caiu para 47%. Ou seja, um artigo com muitos autores pode não ter uma taxa de sucesso tão grande. 

* A posição da autoria é um aspecto importante nos artigos. Geralmente os primeiros autores são aqueles que mais contribuíram com o artigo. Neste sentido, temos aqui um número interessante. Dos 545 autores totais, 45% dos autores são mulheres. Este percentual é maior quando a análise é somente para os artigos aprovados: 53% dos primeiros autores são mulheres (versus 50% dos artigos submetidos).

* Os demais números mostram que 44% do “segundo autor” são mulheres, com o percentual caindo para 38% como terceiro autor e 39% para o quarto autor. Como expressou a prof Mariana Guerra, os homens são “caroneiros” nos artigos femininos. 

Instituição de Origem

* Esta é uma análise interessante, mas que apresenta muitos problemas. Alguns autores só informaram a instituição do primeiro autor, o suficiente para fazer a inscrição dos trabalhos. Em outros casos, um profissional que está fazendo pós-graduação, informou como instituição, geralmente, o programa de pós. 

* Mesmo assim e usando os dados informados foi possível constatar que dos trabalhos submetidos 168 vieram de uma única instituição. Uma análise no percentual de aprovação mostra que isto não foi um fator relevante para o sucesso/insucesso do artigo. A taxa de aprovação dos artigos com autores de instituição diferentes foi de 62%, próxima a taxa média do congresso. 

Data de Submissão

* Os pesquisadores revelaram seres humanos. Nós tivemos que 144 artigos foram submetidos no último dia. É isto mesmo. No último dia, diante do número reduzido de submissões que tínhamos recebido, chegamos a discutir a prorrogação do prazo, algo que seria inédito no Congresso. Apostamos que a maioria deixaria para o último momento e isto realmente ocorreu.

* A aprovação dos trabalhos tardios foi de 56,25% que também é próxima da média. 

15 outubro 2020

Podcasts de contabilidade

A Gabi, responsável pelo Instagram @contagabs, fez uma postagem pra lá de interessante sobre podcasts de contabilidade.

Já falamos aqui do Contabilidade Conectada que está com a série Ciência Aberta. São episódios de podcasts apresentando de forma prática e objetiva, a produção e o conhecimento científico gerados nos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, numa linguagem clara e acessível. 

A Gabi fez outros três ótimos acréscimos:

Contabilidade sem MIMIMI, por Caio Melo;

Contabilidade sem chatice, por Fernanda Rocha; e

Contabilidade sem neura, por Alterdata.


Alguns outros podcasts são: Contabilidade Societária (Roberto Penha), Contabilidade na TV, Papo Reto de Contabilidade (Diogo Andrade), Falando Contabilês (Luciano Bastos de Carvalho).


Vocês conhecem mais algum?

08 setembro 2020

Co-autoria sem permissão

Recentemente o Retration Watch publicou um caso de uma pesquisa que foi retratada por uma motivo aparentemente insólito: a retirada de co-autoria de uma artigo, que foi publicado sem autorização de alguns pesquisadores (veja o caso aqui). 

Esta situação é mais comum que imaginado. Há alguns dias, atuando como diretor do Congresso da UnB, recebi uma solicitação parecida de um professor: retirada de seu nome de um artigo que foi submetido por sua orientanda, em conjunto com ele e outro professor. Este professor não tinha autorizado a inclusão do seu nome.  

Qual a razão disto ocorrer? Várias possíveis respostas. Em primeiro lugar, a inclusão de um nome "conhecido" pode dar mais visibilidade para a pesquisa que está sendo publicada. Este é um motivo forte e talvez seja a grande razão para isto ocorrer, em qualquer área. 

A segunda razão é uma falha de comunicação. Em muitos processos colaborativos, não fica claro as fronteiras. No passado recebi uma proposta de um pesquisador e seu orientando de incluir meu nome na pesquisa por já ter feito orientação sobre o assunto. Achei que isto não era motivo suficiente e recusei [o artigo acabou sendo publicado em um periódico de bom nível]. Aqui a comunicação foi clara. Mas parece que isto nem sempre ocorre. No caso citado do congresso, a orientanda do professor sequer mandou uma comunicação para seu orientador dizendo que estava fazendo a submissão e quais os nomes que constariam do trabalho. 

A terceira razão são algumas regras que criamos. Aqui as situações são diversas, mas limito a tratar de regras que são construídas em alguns programas de pós-graduação (inclusive o que coordeno), que induzem a produção conjunta entre orientador e orientando. Em muitos casos, só é possível a defesa com a co-autoria. 

Mesmo que estas regras são estejam explicitas, ainda assim são fortes o suficiente para induzir a situação como esta. Veja o caso de um aluno de graduação que fez o trabalho sob orientação (e grande sugestão) do seu orientador. O trabalho foi submetido e aprovado no congresso, somente com um autor. Logo depois, este aluno aparece para o processo seletivo e o seu orientador da graduação, que seria o orientador natural, recusa este encargo. Sabe ele que o trabalho conjunto com o aluno não será reconhecido como tal. Ou seja, seu esforço não será recompensado com a produção. 

Ao longo da minha trajetória, já tive casos onde fui co-autor sem merecer, mas já tive casos que não apareci como participante da pesquisa, apesar de ter feito parte dela. Da minha parte, eu percebo que os primeiros casos são mais difíceis de serem lembrados; mas o segundo grupo, quando participamos da pesquisa e não somos considerados, são inesquecíveis. 

Acho que esta discussão cabe em uma aula de ética. Ou de metodologia. Mas o ponto fundamental é a comunicação franca entre as pessoas que estão fazendo a pesquisa. 

27 julho 2020

Ciência Aberta


Já está no ar o Episódio #2 – Comportamento Desonesto dos Indivíduos nas Decisões em Grupo – da Série Ciência Aberta!

Neste episódio, conversamos sobre a pesquisa de tese de doutorado (PPGCont/UnB) - Honest Individuals, (Dis) Honest Groups? Experiments about the Influence of the Collective on Individual Behavior - da Pesquisadora e Profa. Dra. Mariana Bonfim (UFF), orientado pelo Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva (PPGCont/UnB) e com apresentação das discentes de graduação em Ciências Contábeis, Maria Eloisa Jerônimo Rodrigues e Sofia Dias Novais (UnB).

Esta pesquisa foi indicada pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis - PPGCONT/UnB à premiação de melhor Tese 2018, no Edital/UnB/DPG no 008/2020 - Prêmio UnB de Dissertação e Tese 2018 e 2019.

Esta Série é uma parceria entre o Projeto de Extensão – Contabilidade num Ambiente Conectad@ com a Sociedade (Contabilidade Conectada) - e o Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis - PPGCONT/UnB.

Serão episódios de podcast, apresentando de forma prática e objetiva a produção e o conhecimento científico gerados nos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis da UnB, numa linguagem clara e acessível.

Siga as mídias sociais do Contabilidade Conectada e saiba de todas as novidades e agora, em podcasts.

18 julho 2020

A ligação entre a contabilidade e a macroeconomia

Participei de um Podcast na quinta com o Doutor Rafael Noriller (fotografia). Ele discutiu a sua tese de doutorado. O podcast estará disponível na segunda.

Estréia na próxima 2ª feira (20/7/2020), a Série “Ciência Aberta”, no canal do Spotify do Contabilidade Conectada! Serão episódios de podcast, apresentando de forma prática e objetiva a produção e o conhecimento científico gerados nos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis da UnB, numa linguagem clara e acessível. Esta Série é uma parceria do Projeto de Extensão – Contabilidade num Ambiente Conectad@ com a Sociedade (Contabilidade Conectada) - com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, PPGCont/UnB. Link: aqui

08 julho 2020

Tesouro Nacional premiará monografias e soluções em ciências de dados


Estão abertas as inscrições para o 25º Prêmio Tesouro Nacional, concurso que tem a finalidade de expandir as fronteiras do conhecimento em finanças públicas, promovendo a normalização de temas específicos quando tratados consistentemente pela pesquisa científica.

Em sua 25ª edição especial Jubileu de Prata, o Prêmio Tesouro Nacional selecionará os melhores trabalhos inscritos nas categorias “Monografias” e “Soluções”. A premiação é promovida pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), tendo a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) como realizadora do evento e a Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ) como patrocinadora.

Categoria “Monografias”

Tem como objetivo estimular a produção científica na área de finanças públicas, reconhecendo os trabalhos de maior qualidade técnica.

Os trabalhos devem abordar um dos seguintes temas: política fiscal e crescimento; gestão de tesouraria e soluções de gestão financeira e orçamentária; federalismo fiscal: eficiência e equidade; e contabilidade pública, transparência e informações gerenciais. Os subtemas podem ser consultados no site da Enap.

Os autores dos três melhores trabalhos serão premiados com a quantia de R$ 20.000,00, R$ 10.000,00 e R$ 5.000,00, respectivamente. Os vencedores e as menções honrosas, se houver, também receberão o Certificado de participação, e terão sua monografia publicada em edição especial da Revista Cadernos de Finanças Públicas, do Tesouro Nacional.

Nesta categoria podem participar apenas pessoas físicas: servidores públicos, professores, estudantes, profissionais liberais e pesquisadores da área. Qualquer cidadão com idade mínima de 18 anos, de qualquer nacionalidade e formação acadêmica (graduação ou pós-graduação), pode concorrer com trabalhos individuais ou coletivos.

Categoria “Soluções”

A categoria “Soluções” – destaque em Inovação para as comemorações dos 25 anos do Prêmio Tesouro Nacional – tem como objetivo estimular o desenvolvimento de soluções em ciências de dados e inteligência artificial aplicadas a finanças públicas, com base no desafio proposto.

Desafio para as soluções: Facilitar o entendimento dos dados sobre finanças públicas, organizando-os de modo a traduzi-los em termos compreensíveis para a sociedade e o governo, ou seja, sistematizar e fornecer informações, se possível em tempo real, para permitir a percepção dos efeitos práticos das finanças públicas para a vida das pessoas.

Os proponentes de até três soluções receberão o prêmio de R$ 6.000,00, além de certificado e divulgação das propostas no Portal Tesouro Transparente.

Qualquer pessoa, empresa ou instituição pode concorrer ao desafio e propor soluções dentro de suas áreas de atuação, sendo permitida a inscrição individual ou em grupo. Serão reconhecidos os trabalhos de maior inovação, potencial de impacto e qualidade técnica.

Inscrições

As inscrições vão até o dia 15 de setembro de 2020 e deverão ser feitas por meio dos formulários eletrônicos disponíveis nos links Categoria “monografias” e Categoria “soluções”.

O regulamento e as informações completas sobre o XXV Prêmio Tesouro Nacional encontram-se disponíveis na página da Enap.


Fonte: Aqui

07 julho 2020

Qual é a diferença entre mestrado, doutorado e pós-doutorado?

Saiu na Superinteressante:

Graduação
Aqui é o começo de tudo. Ao sair do ensino médio, o jovem pode prestar vestibular e entrar em uma faculdade. Ele escolhe seu curso de interesse, estuda de quatro a cinco anos (geralmente), apresenta seu trabalho de conclusão de curso (TCC) e sai com uma formação profissional de nível superior. Aqui na Super, por exemplo, temos graduandos e graduados nos cursos de jornalismo e design.

Vale lembrar que, ainda nessa fase, o estudante pode optar por fazer uma iniciação científica (IC). Ela nada mais é do que uma pesquisa acadêmica que tem como objetivo abrir as portas do mundo científico para os novos universitários. Ela pode ser realizada por alunos de qualquer área do conhecimento e, muitas vezes, serve como um guia para aquilo que será desenvolvido no TCC do aluno.

Especialização e MBA
Esses dois tipos de curso entram na classificação de pós-graduação como lato sensu (expressão que significa “em sentido amplo”). Eles costumam ter menor duração e não precisam de autorização prévia do Ministério da Educação (MEC) para funcionar, ou seja, as faculdades não têm obrigação de comunicar o governo para criar novos cursos de especialização e MBA’s. Ambos os cursos exigem diploma de graduação.

[...] mestrado, doutorado e pós-doutorado – entram na classificação de stricto sensu (expressão que significa “em sentido específico”). Nessa categoria, o curso deve ser recomendado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e reconhecido pelo Ministério da Educação. O mestrado configura o aprofundamento da pesquisa. A essa altura, o estudante tem a chance de se expandir na área acadêmica, não ficando apenas na pesquisa, mas também ocupando o lugar de docente, tornando-se professor nas universidades.

O mestrado costuma durar dois anos. O trabalho final é uma dissertação que, ao contrário da monografia, deve contar com uma pesquisa empírica (coleta de dados) e trazer contribuições para a área do conhecimento estudada. Quem termina o mestrado recebe a titulação de mestre.

Para o doutorado, é interessante ter também o domínio de línguas estrangeiras, principalmente o inglês, pois este pode ser um pré-requisito para seguir com a pesquisa. Para receber o título de doutor, o indivíduo deve defender uma tese. Isso significa que o pesquisador deve expor o que ele concluiu após seus estudos a uma banca examinadora, formada por nomes relevantes do universo acadêmico que também dominam aquele tema.
O doutorado no Brasil é equivalente ao PhD nos Estados Unidos e Europa. Salvo algumas diferenças, o processo é basicamente o mesmo: o pesquisador começa o PhD após o mestrado, estuda por quatro ou cinco anos e também deve apresentar uma tese ao final do período.

Pós-Doutorado
No pós-doutorado, o pesquisador não precisa mais defender teses ou escrever dissertações. Na verdade, ele se volta totalmente para a pesquisa e aprofundamento, não recebendo um novo título ao final do período. Nesse momento, o pesquisador se torna o orientador daqueles que estão agora buscando por um mestrado e doutorado.
Por outro lado, o cientista deve mostrar relatórios sobre seus estudos para a instituição que o financia como forma de provar seu trabalho e justificar o investimento. Esses relatórios também podem ser publicados como artigos acadêmicos. Geralmente, o pós-doutorado dura dois anos.

Livre-Docência
Para aqueles que pretendem continuar se especializando após o pós-doutorado ou que já possuem cinco anos de doutorado, é possível tentar o título de livre-docência.
Esse é o grau mais alto que um cientista pode alcançar, e é obtido através de concurso público. O candidato deve realizar uma prova escrita e defender uma tese sobre determinado tema frente a uma banca examinadora. Sendo aprovado, se torna livre-docente.

11 maio 2020

Grandes Periódicos


Grandes periódicos são cada vez mais importantes para a ciência nos dias de hoje. Estes periódicos são caracterizados por serem muito maiores que um periódico típico, aceitando artigos mesmo que sejam cientificamente válidos e originais. Três grandes periódicos podem ser citados: o PLOS One, Scientific Reports e o IEEE Access. Estes três grandes periódicos publicaram 53 mil artigos por ano, o que representa 2% da produção mundial de artigos. Além destes, é possível incluir o Nature Communications e eLife como grandes periódicos. 
Existem três formas de financiamento de um periódico. A primeira é através da assinatura, onde o leitor paga para ler os artigos. Este é o caso do The Journal of Finance, por exemplo. O segundo formato é o periódico sem nenhum custo para o leitor ou para o autor. O periódico é subsidiado e este formato predomina na maioria dos casos no Brasil, na área contábil. A plataforma de hospedagem é aberta e o trabalho é gratuito (não se paga aos editores e pareceristas). O terceiro formato é através do pagamento na publicação ou na submissão. Ou seja, que financia o periódico é o autor. Isto é conhecido como Article Processing Charges (APCs). Os grandes periódicos usam este sistema de financiamento. Mas observe que muitos autores repassam este custo para sua universidade (ou centro de pesquisa).

A figura dos grandes periódicos é relativamente recente. Alguns deles foram fundados há menos de vinte anos, mas o volume de publicação obtido por eles – lembrando, algo em torno de 2% da publicação mundial – é substancial. Algumas editoras tentaram lançar o seu, como é o caso do Heliyon (Elsevier), SpringerPlus e PeerJ, mas não tiveram o devido sucesso. Mesmo optando por selecionar trabalhos “originais”, em lugar de trabalhos “importantes”, ainda há rejeição na submissão, embora não no nível de um periódico especializado de altíssimo nível (como o The Journal of Finance, onde somente 10% ou menos das submissões são publicadas).

Periódicos Brasileiros – No Brasil, a facilidade em criar um periódico fez com que existisse uma grande febre nos últimos anos. Cada programa de pós-graduação queria ter, orgulhosamente, um periódico para chamar de seu. Hoje, cada instituição de ensino deseja ter um periódico onde os trabalhos sejam publicados. A existência de uma listagem de periódicos onde era “aceitável” a publicação facilitou esta expansão. Mas nos últimos anos, a Capes dava pista que isto deveria terminar. A entidade do governo federal estava incentivando as áreas a terem poucos periódicos, mas de elevada qualidade. Mudanças recentes na entidade pode ter alterado esta política.