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10 janeiro 2014

Listas: 10 maneiras comprovadas de ser mais feliz

As férias e o começo de ano não são sempre tempos fáceis. Muitos de nós sentem falta de pessoas que já se foram, outros estão lutando contra doenças mentais, que se interpõem no caminho de se sentir feliz. Que tal então explorar 10 maneiras comprovadas de se livrar do estresse e se sentir bem? Essa é uma resolução de Ano Novo que vale a pena tentar! Confira:

10. Tente se sentir feliz
Qualquer pessoa que tenha sofrido de crises de tristeza sabe que “vamos lá, supere isso” é um conselho frustrante. Nunca é bom dizer a alguém para “simplesmente esquecer”, quando essa pessoa não consegue afastar a tristeza. Não importa a razão, menosprezar as emoções de alguém não vai ajudá-lo a se sentir melhor. O que você pode aconselhar, no entanto, é que a pessoa foque em seus próprios sentimentos e tente se sentir mais feliz.

De acordo com dois pesquisadores da Faculdade Knox e da Universidade de Missouri (ambas nos EUA), apenas tentar ser feliz já pode melhorar a sua sensação de bem-estar. No primeiro dos dois estudos, os voluntários foram instruídos a ouvir música animada. Um grupo de voluntários deveria tentar se sentir feliz ao ouvir a música, e o outro grupo deveria apenas ouvi-la. O grupo que tentou ativamente se sentir mais feliz de fato se sentiu muito mais positivo do que o outro grupo. No segundo estudo, que durou mais de duas semanas, um grupo teve que ouvir e se concentrar na música feliz, enquanto um segundo grupo teve que ouvir música feliz, mas se concentrar em melhorar o seu humor. Os participantes que foram orientados a se concentrar em sua própria felicidade relataram os mais elevados sentimentos de positividade.

9. Desconecte-se
No mundo de hoje, as pessoas passam mais tempo do que nunca em seus dispositivos eletrônicos. Uma pesquisa da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, mostrou que as pessoas que passam mais tempo neles são mais propensas a sofrer de problemas físicos e mentais, como estresse, depressão e problemas de sono. O estresse foi muitas vezes o produto de estar constantemente disponível. Pessoas relataram se sentir culpadas porque era sua responsabilidade responder aos textos e atender chamadas.

Não só adultos, mas crianças sentem os efeitos negativos do tempo de tela constante. Os pequenos estão em maior risco de ansiedade e depressão quando passam muito tempo assistindo TV, jogando no computador, ou no celular. Estes problemas de saúde mental são mais significativos quando as crianças passam quatro horas ou mais nesses tipos de dispositivos, embora os efeitos comecem a aparecer quando as crianças ficam mais de duas horas olhando para telas eletrônicas.

A solução? Se desligue. É importante encontrar uma maneira de se desconectar deliberadamente de uma vida constantemente tecnológica, nem que seja por dez minutos ao dia. Cozinhar e comer uma refeição podem ser bons momentos para isso. Tirar um tempo longe da mídia social, respondendo imediatamente a mensagens e e-mails, pode trazer grandes mudanças para a sua saúde, como melhor sono, mais produtividade e maior autoestima.

8. Saia de casa
Nós já cobrimos como muita tecnologia pode ser ruim para você, mas o que acontece quando você fica dentro de casa o dia todo? Nós já sabemos que passar muito tempo no sol é ruim para a saúde. De queimaduras a câncer de pele e problemas no sistema imunológico, bronzeamento excessivo não é uma boa ideia. Mas o oposto também é péssimo. A Organização Mundial de Saúde sugeriu que mais doenças podem ser atribuídas à não tomar suficiente sol do que o contrário. Muitos dos principais benefícios para a saúde vêm da produção de vitamina D, que nossa pele processa quando entra em contato com a radiação UVB do sol. A deficiência de vitamina D está associada a uma infinidade de problemas físicos e mentais, e estudos dizem que os suplementos de vitamina D não são suficientes para substituir a luz solar natural.

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo (Escócia) concordam que ficar do lado de fora pode ter mais benefícios do que riscos. Quando a pele é exposta à luz solar, óxido nítrico químico é liberado para a corrente sanguínea e combate a pressão arterial elevada, o que reduz o risco de doenças cardíacas e pode prolongar a vida. Além disso, entrar em contato com a natureza pode melhorar o humor e reduzir o estresse.

7. Medite
Esta dica exige uma certa concentração, mas os benefícios são enormes. Embora a meditação existe há eras, não está bem estabelecida nas culturas ocidentais. Os primeiros estudos científicos ocidentais sobre meditação mostraram, no entanto, que ela poderia ser um tratamento para problemas físicos como enxaqueca e até mesmo diabetes. Estes estudos começaram também a ver um outro resultado positivo da meditação: redução das emoções negativas. O controle dos sentimentos positivos e negativos já começa depois de apenas dois meses de prática. A meditação também torna as pessoas mais amáveis e melhora a resposta do sistema imunológico. Meditação pode não ser uma correção instantânea, mas é uma das maneiras mais eficazes a longo prazo de tornar uma pessoa mais feliz.

Além disso, pode realmente alterar a sua expressão genética. Pesquisadores estudaram dois grupos de pessoas para observar os efeitos da meditação em um nível molecular. Um grupo foi instruído a passar um dia calmo e relaxado, enquanto o segundo grupo, composto por meditadores qualificados, foi instruído a passar um dia envolvido em meditação consciente. Antes do início do estudo, não havia diferenças nos genes entre os grupos. Depois, os meditadores experientes apresentaram alterações em nível molecular. Uma dessas modificações foi uma redução na expressão do gene inflamatório. Ou seja, a meditação não só pode fazer você mais feliz e saudável, como pode fazer alterações em um nível genético.

6. Faça algo ou compre coisas para os outros
Se você mantiver esse ideal durante todo o ano, é provável que seja mais feliz do que aqueles que não fazem nada pelos outros. De acordo com pesquisadores da Universidade de British Columbia e da Universidade de Harvard, dinheiro pode comprar felicidade, mas só quando você está comprando coisas para outras pessoas. Os pesquisadores descobriram que as famílias que ganhavam menos de US$ 50.000 (cerca de R$ 100 mil) anualmente eram menos felizes do que as pessoas que ganhavam entre US$ 50.000 e US$ 75.000 (R$ 100 e 150 mil), mas um fator mais importante para a felicidade do que a renda era doar para os outros.

Atos diários de bondade e altruísmo podem promover felicidade e maior satisfação de vida global. Em um estudo publicado no The Journal of Social Psychology, três grupos de pessoas foram dadas tarefas diferentes. Todos os dias, durante 10 dias, um grupo foi obrigado a realizar um ato de altruísmo, outro tinha que tentar algo novo, e o terceiro grupo foi orientado a viver como fariam normalmente. Os dois primeiros grupos relataram níveis mais elevados de felicidade após esse período, sugerindo que novas atividades e atos caridosos podem melhorar significativamente a nossa satisfação na vida.

5. Sorria como se fosse de verdade
Antes que você diga que ninguém gosta de um sorriso falso, ouça esses pesquisadores: sorriso não é apenas uma resposta a sentir-se feliz, também pode nos fazer felizes. A resposta física aos sentimentos afeta nossos estados emocionais, e, para muitos de nós, é mais fácil controlar os músculos faciais do que nossas mentes. Esta teoria foi originalmente chamada de “hipótese do feedback facial”, e muitos estudos têm sido realizados para testar a realidade por trás da fachada.

Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, estudaram pessoas que tiveram injeções de Botox e dificuldade em franzir a testa como resultado dos músculos faciais paralisados. Essas pessoas relataram níveis mais elevados de alegria do que pessoas que não tinham problema em franzir a testa, independentemente de seus níveis reais de autoconfiança. Os pesquisadores apontam isso como prova da conexão mente-corpo quando se trata de felicidade – se ficar carrancudo pode fazer você se sentir triste, sorrir pode fazer você se sentir mais feliz.

A razão pela qual isso funciona é porque seus músculos faciais dão feedback neurológico direto para o seu cérebro. Se você está sorrindo, a combinação de músculos que está em uso é associada à felicidade e seu cérebro recebe esses sinais. Isso vai desencadear grandes sentimentos felizes porque seu cérebro percebe que sorrir tem a ver com alegria. Se o seu sorriso é particularmente grande, você trabalha o músculo orbicular no canto de seus olhos. Quando este músculo se flexiona, seu cérebro fica ainda mais convencido de que você deve estar se sentindo bem, porque esse músculo é utilizado apenas quando você está realmente sorrindo.

Tenha em mente que suprimir as emoções negativas não melhora a felicidade a longo prazo, e ser emocionalmente sufocado pode ter efeitos negativos em outras áreas de nossas vidas. É importante expressar as emoções negativas, mas tentar abrir um sorriso pode fazer você se sentir melhor quando nem tudo vai tão bem e você precisa se animar.

4. Não vejas as horas passarem
O tempo voa quando você está se divertindo. Os cientistas têm uma palavra para esse sentimento, de quando você está tão envolvido em uma atividade que para de perceber a passagem do tempo: “fluxo”. Fluxo acontece quando estamos completamente imersos e comprometidos em uma atividade. E o melhor: essa é uma experiência ativa que você pode criar. As coisas que criam fluxo são diferentes para cada pessoa, porque todo mundo tem habilidades e preferências únicas. Um atleta de resistência pode ter fluxo durante um passeio de bicicleta, enquanto um artista pode fluir ao pintar o pôr do sol.

O que cria o fluxo não é a atividade em si, mas as circunstâncias que a rodeiam e sua percepção da atividade. A atividade, seja cortar a grama ou fazer paraquedismo, deve cumprir três requisitos: deve ser vista como uma escolha, tem que ser algo que você acha agradável, e tem que ser difícil o suficiente para exigir habilidade, mas não tão difícil que você não seja bem sucedido.

Talvez um dos aspectos mais fascinantes de fluxo é a falta de emoção. Durante o fluxo, você literalmente se perde no momento. É depois que você sente a alegria da experiência. É por isso que duas das coisas que as pessoas mais se arrependem no final da vida é não viver uma vida fiel a si mesmo e trabalhar demais. Quando você faz um trabalho que ama, é o fluxo que lhe traz felicidade e isso não parece trabalho. Mas não se preocupe se você não tiver o seu trabalho dos sonhos; é possível criar fluxo em qualquer trabalho. A chave é encontrar propósito no que você está fazendo.

3. Dê abraços
O Facebook dá às pessoas um senso de conectividade, mas não traz satisfação ou felicidade. Em um estudo, as pessoas se sentiram muito melhor quando interagiam com outras pessoas na vida real ou até mesmo por telefone, do que usando o Facebook. Essa descoberta suporta o enorme corpo de pesquisa que diz que o toque é um curandeiro mágico, e que a falta de intimidade é prejudicial.


O toque tem uma infinidade de efeitos positivos, incluindo sistemas imunológicos melhorados e redução da ansiedade. A partir do momento em que nascemos, o toque é uma das necessidades humanas básicas mais importantes e desvalorizadas. Crianças que não recebem carinho adequado são muito mais propensas a sofrer de problemas sociais, emocionais e comportamentais. A privação do toque significa que dois hormônios que desempenham um papel importante nos relacionamentos emocionais e sociais com os outros, ocitocina e vasopressina, não são liberados. Isso pode ter um efeito duradouro, para o resto da vida.

Os benefícios do contato também não vão embora quando crescemos. A ocitocina continua a ser liberada ao longo de nossas vidas, quando abraçamos amigos e familiares. Ela reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, reduzindo assim a ansiedade em geral. Ficar de mãos dadas pode trazer resultados positivos semelhantes. Até acariciar animais pode trazer grandes benefícios para você e para o bichinho, como menos dor, melhor sistema imunológico e felicidade duradoura.

2. Se exercite
O exercício tem sido ligado a uma disposição feliz e peritos médicos exaltam os benefícios de saúde de atividades regulares. Mas e a longo prazo? O exercício pode te fazer feliz além da corrida inicial?

No início de 2013, cientistas canadenses descobriram que as pessoas que eram menos fisicamente ativas eram duas vezes mais propensas a serem infelizes em comparação com aqueles que eram continuamente ativos. Da mesma forma, pesquisadores da Universidade Penn State (EUA) descobriram que as pessoas que eram mais ativas fisicamente tinham níveis mais altos de satisfação do que os sedentários. Há até mesmo um crescente corpo de evidências científicas de que o exercício pode ser mais eficaz do que antidepressivos no tratamento de pacientes deprimidos. Pode até ter o mesmo efeito da maconha, graças a substâncias químicas chamadas endocanabinóides que nossos cérebros produzem quando nos exercitamos. Estes produtos químicos reduzem a dor, o estresse e ansiedade. Da próxima vez que você precisar se sentir realmente bem, pegue seu tênis e vá correr.

1. Não trate felicidade como um objetivo
Sorrir quando você não sente bem é uma boa maneira de melhorar o seu humor, mas não torne “ser feliz” seu objetivo de vida. A felicidade não é um estado permanente. Estabelecer tal meta é insatisfatório porque a felicidade é uma emoção, não um ponto final que você pode saber que alcançou. Perceber que a felicidade é uma parte da vida e trabalhar para reduzir reações emocionais negativas, treinando o corpo e a mente, são metas mais alcançáveis.

Pesquisadores da Universidade de Denver (EUA) vêm estudando como ter uma meta de felicidade afeta nosso bem-estar emocional. Os resultados de seus estudos mostraram que as pessoas que não estavam estressadas, mas davam mais valor à felicidade eram menos felizes do que aquelas que não valorizavam tanto a felicidade. De acordo com a pesquisa, as pessoas que valorizavam mais a felicidade definiam objetivos mais elevados para alcançá-la, sendo mais fácil de se sentir decepcionado. Outra causa pode ser que se concentrar demais em sua própria felicidade pode fazer com que você se comporte de maneira egoísta e perca oportunidades de criar momentos felizes com os outros.

Os especialistas sugerem que as pessoas estabeleçam metas de curto prazo que se concentrem em atividades ao invés de emoções, como meditar, chamar sua irmã para almoçar ou fazer uma caminhada diária. Essas metas menores e mais alcançáveis naturalmente nos trarão mais alegria.

Fontes: Aqui, aqui e aqui.

04 fevereiro 2019

Música cada vez menor


A música está encolhendo:

De 2013 a 2018, [o tempo médio] da música na Billboard Hot 100 caiu de 3 minutos e 50 segundos para cerca de 3 minutos e 30 segundos. Em 2018 seis por cento das músicas de sucesso foram 2 minutos e 30 segundos ou menos, acima de 1% cinco anos atrás.

A razão deste encolhimento seriam os serviços de streaming (Spotify e Apple Music). O pagamento é feito por música, entre 0,004 e 0,008 dólares. Isto está criando um incentivo a produzir músicas mais curtas. Entretanto, é difícil comprovar esta tese, já que a duração estava em queda desde os anos 90. Outra possibilidade é a atenção dos ouvintes, já que nossa capacidade de atenção está mudando.

08 novembro 2013

Beatles

O vídeo é um pouco longo, mas mostra o "clipe" com desenho animado da música Taxman:



Sobre esta música, veja também duas postagens anteriores: a relação entre música e contabilidade e uma propaganda com esta música.

14 novembro 2012

Música e Contabilidade


As artes expressam de certa maneira o sentimento das pessoas comuns. Se a sociedade considera uma profissão positiva, isto deverá estar expresso nos filmes, nas músicas, nas peças de teatro e nos romances. No passado, pesquisas foram feitas verificando como o contador aparecia em filmes, por exemplo.

Dois pesquisadores australianos resolveram investigar como a contabilidade e os contadores apareciam nas letras das músicas. Talvez a mais famosa música relacionada com a contabilidade seja Taxman, de George Harrison, para o álbum Revolver dos Beatles, que protestava contra a grande quantidade de impostos que ele pagava. Ou seja, não é uma imagem muito positiva da contabilidade.

As outras músicas investigadas mostram que a contabilidade – e o contador – é apresentada de maneira negativa: seja como servo do capitalismo ou como opressor ou associado a um escândalo. Este seria o estereotipo que a música passa sobre este assunto. Para os autores, ao contrário da imagem de algo “chato”, a visão das letras é que contabilidade é algo do “mal”.

A pesquisa foi realizada em língua inglesa. Em português não conhecia nenhuma letra que tivesse os dois termos até escrever este artigo. O mais próximo seria uma letra do Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Mas pesquisando sobre o assunto encontrei a música Pra se sentir melhor , de LS Jack, com a seguinte letra:

Mas as pessoas não precisam ter ilusões
Pra se sentir melhor
Pra dentista é muito candidato
História não dá status
Contabilidade não dá prestígio

Para ler mais: SMITH, David; JACOBS, Kerry. “Breaking up the Sky” The characterisation of accounting and accountants in popular music. Accounting, auditing & Accountability Journal. V. 24. N. 7, 2011, p. 904-931.

14 dezembro 2012

Saúde Mental

Rubem Alves

Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.

Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maikóvski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. van Gogh se matou. Wittgenstein se alegrou ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakóvski suicidou.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos.

Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias se comportam bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado, nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme!), ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, que tenha a coragem de pensar o que nunca pensou. Pensar é coisa muito perigosa...

Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idiotas de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. É claro que nenhuma mamãe consciente quererá que o seu filho seja como van Gogh ou Maiakóvski. O desejável é que seja executivo de grande empresa, na pior das hipóteses funcionário do Banco do Brasil ou da CPFL. Preferível ser elefante ou tartaruga a ser borboleta ou condor. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego. Mas nunca ouvi falar de político que tivesse stress ou depressão, com excessão do Suplicy. Andam sempre fortes e certos de si mesmos, em passeatas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.

Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos.

Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas se chama hardware, literalmente coisa dura e a outra se denomina software, coisa mole. A hardware é constituída por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. A software é constituída por entidades espirituais - símbolos, que formam os programas e são gravados nos disquetes.

Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos, o cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo espirituais, sendo que o programa mais importante é linguagem.

Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele. Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso de símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.

Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco? Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos do Drummond e o corpo fica excitado.

Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e acessórios, o software, tenha a capacidade de ouvir a música que ele toca, e de se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta, e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei, no princípio: a música que saía do seu software era tão bonita que o seu hardware não suportou.

A beleza pode fazer mal à saúde mental. Sábias, portanto, são as empresas estatais, que têm retratos dos governadores e presidentes espalhados por todos os lados: eles estão lá para exorcizar a beleza e para produzir o suave estado de insensibilidade necessário ao bom trabalho.

Dadas essas reflexões científicas sobre a saúde mental, vai aqui uma receita que, se seguida à risca, garantirá que ninguém será afetado pelas perturbações que afetaram os senhores que citei no início, evitando assim o triste fim que tiveram.

Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente perigosos. Já o roque pode ser tomado à vontade, sem contra indicações. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do Dr. Lair Ribeiro, por que arriscar-se a ler Saramago? Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. A saúde mental é um estômago que entra em convulsão sempre que lhe é servido um prato diferente. Por isso que as pessoas de boa saúde mental têm sempre as mesmas idéias. Essa cotidiana ingestão do banal é condição necessária para a produção da dormência da inteligência ligada à saúde mental. E, aos domingos, não se esqueca do Sílvio Santos e do Gugu Liberato.

Seguindo esta receita você terá uma vida tranquila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, ao invés de ter o fim que tiveram os senhores que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já não mais saberá como eles eram.

23 dezembro 2012

Dave Brubeck



Dave Brubeck, pianista, compositor e lenda do jazz, faleceu este mês aos 91 anos. Foi homenageado pela revista britânica The Economist com reportagem na edição impressa. "Tomou"o lugar de Oscar Niemeyer. O vídeo acima é um concerto gravado num programa da televisão norte-americana: Jazz Casual. O nome do grupo é Quarteto de Brubeck. Formado por: Brubeck no piano, Eugene Wright no baixo, Moe Morello na bateria e Paul Desmond (autor da música) no sax alto . Eles executam o clássico "Take Five". Fantástico!

Um execução de 2009 da mesma música no Festival de Jazz de Montreal:



Abaixo outras música com Dave:




03 agosto 2023

Spotify dá dinheiro para alguns

Os artistas no Spotify ganham, em média, entre $0.003 e $0.005 por reprodução — o que não é muito, mas pode se acumular em uma fortuna se você tem muitos fãs.

Para descobrir quais músicas ganham mais em todo o mundo, a NetCredit identificou as músicas de cada país que passaram pelo menos uma semana no topo das paradas semanais do Spotify, classificou-as por gêneros e multiplicou o número de reproduções de cada faixa pelo valor pago por reprodução. As músicas que mais ganham dinheiro em cada país são mapeadas na visualização abaixo.


Principais descobertas:

O maior ganhador geral é "Sunflower" de Post Malone, que arrecadou cerca de $4.5 milhões com reproduções nos EUA.

"Blinding Lights" de The Weekend é a música que mais ganha dinheiro em dez países — mais do que qualquer outra música no Spotify.

No gênero EDM, a maioria das faixas que mais ganham dinheiro são de um pequeno grupo de artistas, incluindo Avicii, Elton John, SAINt JHN, The Chainsmokers e Tiësto.

As músicas de hip-hop e rap que mais ganham dinheiro geralmente são de artistas locais em cada país.

Fonte: aqui

Acrescento mais um item aqui: a música que faz sucesso no Brasil, "Arranhão" (?), arrecadou 1,3 milhão, abaixo de Malone, a líder do México e da Alemanha. Mas acho que há um problema, pois nos países onde o Spotify não é popular, o líder talvez seja enviesado. 

18 dezembro 2008

A Regra das 10 mil horas

Descobri o blog Não Posso Evitar. Numa postagem recente, comenta-se o livro de Malcolm Gladwell (Outliers) e a regra das 10 mil horas. Abaixo faço uma longa citação pois o texto está realmente muito interessante.

Outliers - as dez mil horas

(...) Na década de 1990, o psicólogo K. Anders Ericsson e seus colegas realizaram, na Academia de Música de Berlim, um interessante estudo para verificar que fatores diferenciavam os gênios da música dos intérpretes mais ou menos. Eles separaram os alunos da elitista escola alemã em três grupos: os excepcionais, os bons e os medíocres.

A pesquisa pretendia verificar a intensidade dos estudos e horas de prática a que cada um deles se submetera, para avaliar a correlação entre a dedicação e sua atual performance. Todos eles haviam começado a tocar (violino, nesse caso) quase com a mesma idade (cinco anos) e praticavam uma média de duas a três horas semanais.

A partir dos oito anos, contudo, começaram a surgir as diferenças: nessa idade os melhores alunos praticavam cerca de seis horas por semana. Aos doze, a média subia para oito horas e chegava, aos quatorze anos, a dezesseis. Ao completarem vinte anos de idade, esses alunos já dedicavam à música trinta horas semanais e haviam acumulado dez mil horas de prática. (...)

Esse é o ponto onde, de acordo com Gladwell, os resultados são atingidos através de talento e preparação. Onde o trabalho duro lapida os dons inatos que construirão as pessoas de grande valor. Não só pela habilidade ou oportunidade que possibilitam que alguém esteja num grupo de elite, mas também pela sua dedicação e esforço em merecer estar ali.

Talvez o Zico tenha sido o melhor cobrador de faltas do mundo. Porque todo santo dia após o treino, chovesse ou fizesse sol, ele ficava em campo treinando, quando seus companheiros já tinham ido embora. Pendurava uma camisa na trave e ficava chutando sobre uma barreira de bonecos. Sozinho. Cem, duzentas cobranças. Quando terminava, o Manguito já estava em casa há muito tempo.

Oscar Schmidt não era um “mão-santa”. Era um “mão-calejada-à-beça”. Ayrton Senna não nasceu pilotando bem na chuva – ele ia para o autódromo sempre que começava a chover. Dez mil horas.

Porque prática não é aquilo que você faz quando você é bom. É o que faz com que você se torne bom.

18 março 2024

Curiosidades do mundo da ciência



A música ao vivo parece envolver nossas emoções de maneiras que a música gravada não consegue. Voluntários deitaram em um scanner de ressonância magnética e ouviram faixas compostas por pesquisadores — tocadas ao vivo em um piano ou pré-gravadas. Os pianistas foram instruídos a acentuar sua execução quando o cérebro do ouvinte estava se animando — muito como uma banda ao vivo poderia tocar mais intensamente em resposta à energia da multidão. A performance ao vivo estimulou as partes do cérebro envolvidas no processamento de emoções mais fortemente e consistentemente do que a música gravada. Leia mais aqui

Os países mais afetados por mortes relacionadas a terremotos não são necessariamente aqueles que experimentam terremotos frequentes e fortes. Pesquisadores analisaram dados que remontam a mais de 500 anos e descobriram que a "carga de fatalidade por terremoto" de um país depende do tamanho de sua população, quão resistente a terremotos é sua infraestrutura e sua capacidade de responder a desastres. Isso pode explicar a carga relativamente baixa de países que se encontram ao longo de grandes falhas tectônicas, como Nepal (classificado em 27º), Japão (28º) e Indonésia (31º). A boa notícia é que a carga de fatalidade está diminuindo em todos os lugares, em parte graças a melhores métodos de construção. Leia mais aqui

Desde o seu lançamento em novembro de 2022, o chatbot da OpenAI ajudou cientistas a aumentar sua produtividade na escrita de artigos ou pedidos de financiamento. No entanto, aumentar o fluxo de publicações pode sobrecarregar ainda mais editores e revisores do que já estão. E, embora muitos autores reconheçam o uso de IA, alguns usam discretamente chatbots para produzir pesquisas de baixo valor. "Precisamos voltar e olhar para o que é o sistema de recompensa na academia", diz a cientista da computação Debora Weber-Wulff. O que pode ser necessário é uma mudança da cultura de 'publicar ou perecer' para um sistema que priorize a qualidade em vez da quantidade. Leia mais aqui

Uma verificação em mais de 7 milhões de publicações acadêmicas identificadas com identificadores únicos de objeto digital (DOIs) revela que 28% estão ausentes de arquivos online. "Muitas pessoas têm a suposição cega de que, se você tem um DOI, ele estará lá para sempre", diz Mikael Laakso, que estuda a publicação acadêmica. Mas custa dinheiro preservar conteúdo digital, e o arquivamento envolve infraestrutura, tecnologia e expertise que muitas organizações menores não têm acesso. Leia mais aqui. (Há um destaque aqui que gostaria de fazer para o Brasil, onde muitos periódicos são oriundos de instituições públicas de ensino. Depois de um boom de criação de periódicos, muitos deles estão desaparecendo e, com eles, os artigos publicados. Isso é válido para a área contábil também.)


Doze voluntários consumiram nada além de água por uma semana para revelar, pela primeira vez, o que o jejum faz ao corpo em um nível molecular. Os pesquisadores descobriram que o corpo passa por mudanças significativas e sistemáticas em vários órgãos — mas quaisquer mudanças potencialmente alteradoras da saúde parecem ocorrer apenas após três dias sem comida. Por exemplo, o jejum reduziu os níveis de uma proteína chamada SWAP70, que está ligada à artrite reumatoide — insinuando uma razão pela qual o jejum pode ajudar com a condição dolorosa. Os resultados podem ajudar a entender por que a prática milenar tem benefícios — e se estes podem ser aproveitados para pessoas que não podem jejuar por razões de saúde. Leia mais aqui

23 setembro 2014

Poder da música

Sabemos que a música possui efeito sobre as pessoas e seu comportamento. Um estudo recente (via aqui) fez uma descoberta muito interessante: qual o tipo de música pode alterar o comportamento das pessoas. Os autores testaram 31 músicas para avaliar quais as canções são mais poderosas. As duas que apresentaram mais poder foram: “We Will Rock You”, do grupo Queen e “Get Ready for This”, de 2 Unlimited.

26 outubro 2006

EMI e fraude contábil

Uma detalhamento da notícia de ontem, sobre a fraude contábil descoberta na EMI do Brasil:


Gravadora EMI descobre fraude milionária em filial brasileira

Segundo auditoria interna, executivos inflaram as receitas em R$ 48 milhões; integrantes da diretoria foram afastados enquanto empresa investiga a responsabilidade pelo desvio

Jotabê Medeiros

A gravadora EMI, baseada na Inglaterra, anunciou ontem que identificou, em seus controles internos, uma fraude contábil que afeta o relatório de resultados das vendas de discos no Brasil. Segundo comunicado da companhia, a fraude resultou num valor superestimado de receitas de cerca de 12 milhões de libras (cerca de R$ 48 milhões) e inflou os lucros operacionais em 9 milhões de libras (aproximadamente R$ 36 milhões).

A fraude, segundo avaliação do grupo, vai se refletir nos resultados financeiros da companhia no primeiro semestre do ano. A divulgação dos dados fez com que as ações da companhia caíssem cerca de 8,8% na Bolsa de Londres (a empresa detém contratos com artistas de ponta na Europa, como a banda Coldplay, maior vendedora de discos do ano; o ex-beatle Paul McCartney; o produtor Moby e a cantora Joss Stone).

Na nota, o grupo EMI ainda anunciou que está conduzindo uma investigação para apurar responsabilidades e que suspendeu executivos da filial brasileira, mas não divulgou os nomes. O principal executivo brasileiro é Marcos Maynard, presidente da EMI Music Brazil. Procurado ontem pela reportagem, ele não foi encontrado. Sua assessoria disse que todas as informações seriam fornecidas pela EMI internacional.

No início da noite de ontem, fonte da companhia em Nova York informou ao Estado que é 'muito cedo' para avaliar o impacto dos fatos e das medidas que serão tomadas na rotina dos artistas que trabalham para a gravadora. Entre eles, estão alguns dos maiores vendedores de discos do País, como Marisa Monte. Segundo a fonte, todas as investigações serão internas e as medidas consistirão fundamentalmente no afastamento do pessoal envolvido.

Marcos Maynard tornou-se presidente da EMI Brasil em 2004. Antes, tinha trabalhado como principal executivo da Abril Music, da Polygram latina e brasileira e da Sony Music do México. Nessas companhias, trabalhou com artistas de todos os gêneros, como Titãs, Falamansa, Caetano Veloso, Chitãozinho e Xororó, Sandy e Júnior, Ivete Sangalo, Ricky Martin. Ele se reporta a Marco Bissi, presidente e CEO da EMI Music Latin America.

O mercado de música no Brasil está se retraindo progressivamente. Segundo relatório da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), nos primeiros seis meses do ano as vendas caíram 6,74% em valores totais (em 2005, a queda foi de 12%).

O grupo EMI é uma das três maiores companhias de música do mundo, operando em 50 países, representando 1,3 mil artistas no planeta e contando com cerca de 6,3 mil funcionários. No ano passado, teve receita de cerca de 2 bilhões de libras, gerando um lucro de cerca de 250 milhões de libras. Tem duas divisões - a EMI Music e a EMI Music Publishing.

Ultimamente, como todas as empresas do ramo, tenta desenvolver a venda de música digital, que, segundo declara, registrou um crescimento de 135% no biênio 2005-2006, uma receita de 112 milhões de libras.

Entre os catálogos que a EMI Music administra, estão os de algumas lendas do show biz, como os Beatles, os Rolling Stones e o Pink Floyd. Seu próximo grande lançamento internacional, previsto para o dia 20 de novembro, é Love, novo álbum com canções dos Beatles, o primeiro com som estéreo 5.1, além de DVD com som surround. A EMI também trabalha com diversos selos importantes, como Blue Note, Capitol, Capitol Nashville, EMI Classics, Parlophone e Virgin.

10 março 2011

Por que a Internet não ajudou a economia a crescer tanto quanto se esperava?


Esta é uma pergunta feita e respondida num texto da revista Slate. A questão foi apresentada por diversos economistas, sendo que mais recentemente por Tyler Cowen (do blog Marginal Revolution).

Os economistas constataram que nos anos recentes as grandes economias mundiais apresentaram uma taxa de crescimento reduzida. Apesar das inovações tecnológicas como os chips, os celulares, o GPS, a internet, os caixas eletrônicos, entre outras maravilhas modernas. Já em 1987 o economista Robert Solow afirmava que “você pode ver a era do computador em qualquer lugar, menos nas estatísticas de produtividade”.

Outra possível explicação é que o ganho necessita de um tempo para aparecer. Esta explicação era coerente com os defensores da Nova Economia, que acreditavam que o problema estava sendo resolvido no crescimento da produtividade da década de 1990. Entretanto, os dados mostraram que a Nova Economia foi algo passageiro.

Outra explicação é a do ganho líquido. Neste caso, novas tecnologias favorecem alguns setores, mas prejudicam outros. No cômputo geral, o ganho é pouco expressivo.

Cowen defende outra teoria: talvez a internet não seja tão revolucionária quanto pensamos. Apesar de reconhecer a expansão da rede mundial, da forma como as pessoas se interagem, talvez não seja tão transformadora quanto foi a ferrovia.

A reação natural de alguns é que o problema estava na régua. Ou seja, na unidade de medida. Usando o setor de música, o artigo da Slate apresenta uma proposta: as pessoas pararam de comprar CD; mas isto não significa que a indústria de música está morrendo; apesar das pessoas estarem ouvindo mais música, a relação receita do setor e o PIB está diminuindo.

20 março 2014

Música e Contabilidade 2

No passado mostramos como a contabilidade aparece nas músicas. Eis um trecho:
Em português não conhecia nenhuma letra que tivesse os dois termos até escrever este artigo. O mais próximo seria uma letra do Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Mas pesquisando sobre o assunto encontrei a música Pra se sentir melhor , de LS Jack, com a seguinte letra:

Mas as pessoas não precisam ter ilusões
Pra se sentir melhor
Pra dentista é muito candidato
História não dá status
Contabilidade não dá prestígio
Mas surpresa! Descobri uma música do Premeditando o Breque que fala no contador. Trata-se da “4:12”, do álbum Alegria dos Homens, que conta a história de um casal que entra o comércio de drogas. A mulher fica rica e o marido canta:

E hoje temos uma firma
Ela é presidente
Modestamente eu sou contador

10 outubro 2007

Música alta nos Restaurantes

A questão da música alta em restaurantes, assim como a cadeira um pouco desconfortável, o ar condicionado frio, o garçom que desaparece depois que você come, está vinculado a rentabilidade do negócio.

"Um restaurante tem dois produtos juntos e você paga o preçõ de um. Você paga pela comida e eles fornecem um local para você sentar e comer. O restaurante faz muito dinheiro pelo giro. Se o objetivo fosse fazer você sentir confortável, você não iria embora. Os assentos são desconfortáveis e a música alta para você ir embora e outra pessoa sentar e pedir comida." (com adaptações, Fonte aqui)

14 maio 2023

Faturando com a separação

A cantora colombiana Shakira teve um grande sucesso recentemente com suas músicas inspiradas em sua separação do jogador de futebol Gerard Piqué, do Barcelona. As quatro músicas, "Don't Wait Up", "Second Chance", "Dance With You", e "Don't You Worry About Me", foram lançadas como parte de um novo álbum que a cantora está preparando.


Embora a separação do casal seja triste, a música tem sido uma forma de transformar o problema conjugal em sucesso artístico e financeiro. As músicas são uma expressão da dor e do processo de cura de Shakira, e muitos fãs podem se identificar com as letras e a música.

O sucesso das músicas também pode ser atribuído à grande base de fãs de Shakira e à sua habilidade de criar músicas que são cativantes e emotivas. Além disso, o marketing eficaz e a promoção das músicas nas redes sociais também ajudaram a impulsionar sua popularidade.

Embora a separação de Shakira e Piqué tenha sido notícia em todo o mundo, a cantora tem sido capaz de transformar o desgosto em um sucesso artístico e financeiro. Seu novo álbum está programado para ser lançado brevemente, e muitos fãs estão ansiosos para ouvir mais músicas inspiradas em sua vida pessoal e experiências.

A colombiana tem uma fortuna de mais de 300 milhões de dólares, nada a invejar de seu já ex-marido. Nos Estados Unidos, é muito comum calcular quanto vale uma celebridade, o chamado "valor líquido", com base no cálculo de todos os seus bens pessoais, com base em suas vendas musicais, negócios fora da música e seus bens.

30 março 2013

Walt Disney World: atenção aos detalhes

Por Isabel Sales

Pedido de autógrafo à "princesa". 

O livro “Nos Bastidores da Disney” é vendido como algo que revela “os segredos do sucesso da mais poderosa empresa de diversões do mundo”. Técnicas de marketing e vendas a parte, é um livro delicioso sobre alguns detalhes dos bastidores do Mundo Mágico. Eu me diverti com a leitura, assim como todos com quem compartilhei o livro. Nós optamos pelo perfil turístico e por isso valeu a pena.

“Se houver algo novo para se descobrir todas as vezes que o parque é visitado, os convidados estão mais propensos a retornar”.

Por exemplo... No parque temático Magic Kingdom, na Flórida, a maioria das pessoas não percebe, mas no castelo da Cinderela há um mural ilustrando cenas do conto. Em um deles, como na história, uma das filhas está “vermelha de raiva” e a outra “verde de inveja”.

As pontas mais gastas dos postes para amarrar cavalos (que adornam a rua principal) são retiradas e retocadas todas as noites. A meta é fazer com que pareçam novas todas as manhãs. O horário de início da tarefa depende da temperatura e da umidade, para que a tinta já esteja seca no horário de abertura do parque, na manhã seguinte.

Outro exemplo de como é importante a atenção aos detalhes está na forma como o Castelo da Cinderela foi construído. As pedras próximas ao solo são maiores do que as do alto. Isso faz com que o castelo pareça maior, sem torná-lo opressivo. A mesma técnica foi empregada em outras partes do parque. Na Main Street, se você comparar os andares dos prédios, verá que o segundo andar é sempre menor que o primeiro. E o terceiro menor que o segundo. O exemplo mais nítido está na loja Crystal Arts, pois as janelas do terceiro andar estão alinhadas exatamente sobre as do segundo andar e, apesar de ser um prédio de três pisos, é apenas um pouco mais alto que o prédio de dois pisos ao seu lado.

Um último exemplo. Quando os convidados chegam pela manhã, ouvem música animada; os membros do elenco recebem os convidados com vitalidade. A noite, porém, a música é suave; os membros do elenco agem com tranqüilidade. A música realça a experiência; acrescenta algo à sensação de satisfação e de bem-estar do convidado; faz com que ele se lembre com prazer da visita e deseje voltar. Mas nem um em cada mil tem consciência dessa diferença musical.

"Faria diferença se os convidados percebessem? Provavelmente, não. Provavelmente gostariam de saber. Afinal, quem quer entrar todo entusiasmado no Magic Kingdom e ser recebido por um membro do elenco todo relaxado, pacato? E quem quer terminar um longo dia no Magic Kingdom, rumando para o portão principal, cansado, mas feliz, tendo de agüentar membros do elenco pulando de lá para cá?"

17 dezembro 2012

Beatbox + Bach = Música de qualidade



A união da música de Bach, executada por Kadar Quian, e o beatbox de Kevin Olusola é magnífica.
 O trecho tocado é uma parte da obra Variações de Goldeberg, originalmente composto para cravo  e publicado em 1741. É magnífico , pois é a junção do hip-hop e de música de barroca. Nunca tinha pensado nessa possibilidade musical. Infelizmente, são menos de 2 minutos.

28 maio 2010

Teste #285

As pessoas só ganharam dinheiro com gravações [de música] num período de tempo muito curto.

Houve um pequeno período, de 1970-1997, onde todos fizeram muito dinheiro. Mas agora esse período já passou.

Então, se você olhar para a história da música gravada a partir de 1900 para cá, houve um período de 25 anos, onde os artistas se saíram muito bem, mas no resto do tempo não.


Esta análise acurada da indústria da música foi feita por um economista muito famoso. Seu nome é:

Gary Becker
Mick Jagger
Paul Samuelson

Resposta do Anterior: 500 mil dólares. Fonte: Wall Street Journal

19 dezembro 2014

Som da Sexta - Sachal Jazz Ensemble

O Som da Sexta de hoje apresenta o conjunto paquistanês Sachal Jazz Ensemble interpretando uma das músicas de Jazz mais famosas da história: Take Five, de autoria de Paul Desmond e divulgada pelo Quarteto de Dave Brubeck em 1959. O primeiro vídeo é a música original e o segundo é a versão paquistanesa. Segundo Dave Brubeck é a versão mais interessante da música Take Five. O terceiro vídeo é a versão paquistanesa da música Garota de Ipanema.








13 novembro 2014

Inteligência e Música

Quando uma pessoa aparece escutando aquela música insuportável no mais alto volume, você deve chamá-lo, intimamente, de “idiota”. Tudo leva a crer que você tem razão: existe uma relação entre a música que as pessoas escutam e o nível de inteligência.

Tomando por base os resultados do SAT, um tipo de teste acadêmico existente nos Estados Unidos, um pesquisador comparou com o que as pessoas diziam sobre seu gosto musical no Facebook. Os alunos da Cal Tech, um prestigiosa universidade dos Estados Unidos, possuem um SAT médio de 1520. Eles gostam de Radiohead. As pessoas muito, muito inteligentes geralmente gostam de Beethoven. Aqueles com um nível alto de SAT ouvem Sufjan Stevens, U2, Radiohead, Bob Dylan, Ben Folds e Counting Crows. Você escuta alguns deles?

As pessoas que tiraram as piores notas no SAT ouvem Lil Wayne, Soca, Gospel, Beyonce, T.I, Reggae, Jazz, Pop, Justin Timberlake, Hip Hop, Rap, entre outros.

Veja o gráfico a seguir. Quanto mais à direita, maior o nível no SAT.